sábado, 28 de abril de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 80

I – NOTÍCIAS

1- Mercado brasileiro de biodiesel e produto agrícola ficará mais atrativo para Europa, prevê embaixador da Espanha
O Brasil pode vender mais combustível aos países europeus após a estatização da empresa YPF pelo governo argentino, avaliou hoje (20) o embaixador da Espanha no Brasil, Manuel de la Cámara. "Acho que os europeus vão comprar mais biodiesel do Brasil. Acho que essa é uma oportunidade para o Brasil vender produtos agrícolas, como soja, além de biocombustíveis e ferro", disse.
De la Cámara disse ainda que a decisão da Argentina de expropriar os 51% das ações da YPF de propriedade da petrolífera espanhola Repsol pode impactar negativamente nos investimentos estrangeiros no país, o que inclui, na sua avaliação, a empresa brasileira Petrobras. "Acredito que a Petrobras e qualquer outro investidor estrangeiro vai pensar muito antes de investir na Argentina", opinou.
O embaixador espanhol ressaltou que "entende" a cautela do governo brasileiro de evitar a comentar o assunto. "São países vizinhos, parceiros comerciais. O Brasil tem de ser neutro."
A embaixadora da delegação da União Europeia no Brasil, Ana Paula Zacarias, espera que a decisão do governo argentino não afete as negociações que ocorrem entre os 27 países membros da União Europeia e os parceiros do Mercosul. "Nos preocupa esse caminho seguido pela Argentina. Mas isso não vai interromper as negociações que estamos fazendo entre Mercosul e União Europeia. O que a Argentina fez foi isolado", disse.
Fonte: Luciene Cruz com edição de Lana Cristina

2- Estoques de petróleo da China em março sobem 2%
Os estoques de petróleo da China aumentaram 2 por cento em março em relação ao mês anterior, com as empresas de petróleo estocando após a forte queda dos inventários desde o quarto trimestre do ano passado.
A reestocagem ajudou a elevar as importações de petróleo ao terceiro maior nível já registrado em março, enquanto o refino de petróleo caiu após fontes altas em fevereiro.
Isso marca a segunda vez em que os estoques da commodity mantidos por refinadores, incluindo a China Petroleum and Chemical Corp (Sinopec Corp), subiram desde setembro, de acordo com um boletim de notícias de Xinhua, com fatos de petróleo, gás e petroquímica.
Jim Bai, Judy Hua e Fayen Wong
Fonte: Reuters

3- Paralisação continua no Comperj
Os 14 mil trabalhadores da construção do Complexo Petroquímico do Rio mantiveram a greve , em sua ultima Assembleia. Eles querem reajuste de 12%, vale-refeição de R$ 300 e reposição de 24 dias parados por greves passadas.
As construtoras oferecem uma tabela para dez categorias que vai de 9,59% a 14,96%, com aumento de 9% para os demais, mas não concordam em repor os dias.
Fonte: Folha de S. Paulo

4- Estudo estima investimentos para a indústria brasileira de R$ 597 bilhões até 2015
Os investimentos na indústria nacional alcançarão R$ 597 bilhões no período de 2012 a 2015. A previsão está em um estudo divulgado hoje (19) pela Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES). O número mapeado representa aumento de 29,5% em relação aos investimentos de R$ 461 bilhões, projetados em pesquisa anterior, referente ao período 2007/2010.
O principal destaque no montante de investimentos previstos para a área industrial é o setor de petróleo e gás, englobando extração e refino, que deverá somar R$ 354 bilhões aplicados. O setor responde por 59% de todos os investimentos da indústria nacional no período pesquisado. No estudo anterior, essa participação era 52% e os investimentos previstos até 2010 alcançavam R$ 238 bilhões.
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, avaliou que além de uma esperada recuperação dos planos de investimento na indústria, haverá "uma firme continuidade nos investimentos em infraestrutura".
O superintendente da Área de Infraestrutura e Insumos Básicos do banco, Nelson Siffert, declarou que os desembolsos previstos para 2013 para infraestrutura, nos segmentos de energia e logística, atingirão R$ 31 bilhões. Isso representará, disse, crescimento de 26% em comparação à projeção de R$ 24,5 bilhões para 2012. Para o presidente do BNDES, "é um investimento qualitativamente importante, porque traz eficiência para o conjunto da economia".
Nelson Siffert acrescentou que, no ano passado, os desembolsos para energia e logística somaram R$ 18,7 bilhões, o que significou aumento de 23% em relação a 2010. "A gente tem crescido em torno de 25% ao ano nos últimos três anos, com projeção de manter nos próximos anos esse patamar". Lembrou, ainda, que a área de infraestrutura deverá abranger 40% dos desembolsos do BNDES este ano. "Imaginando um desembolso de R$ 145 bilhões a R$ 150 bilhões, cerca de R$ 60 bilhões irão para infraestrutura", ressaltou Siffert.
Fonte: Alana Gandra, com edição de Aécio Amado
Fonte: Agência Brasil - ABr

5- Gerdau completa 20 anos no mercado de aços especiais
A gaúcha Gerdau acaba de completar 20 anos de atuação no segmento de aços especiais, com investimentos de mais de US$ 4 bilhões no período. Esses aportes, segundo a siderúrgica, foram utilizados para a aquisição de ativos no Brasil, nos Estados Unidos, na Espanha e na Índia, assim como para a atualização tecnológica de suas operações no segmento.
Hoje, a siderúrgica também está investindo para atender a demanda das montadoras no Brasil. Para isso, está programada a expansão da usina Pindamonhangaba (SP), com a instalação de um novo laminador para aços especiais, além de um novo lingotamento contínuo e um novo forno de reaquecimento para laminação. Esse aporte, anunciado no ano passado, irá aumentar a capacidade de 700 mil toneladas de laminados para 1,2 milhão de toneladas. Já na usina de Mogi das Cruzes (SP), a capacidade de laminação será ampliada de 216 mil para 276 mil toneladas por ano. Esses investimentos deverão entrar em operação até o final do ano.
Na Índia, outro mercado que vem sendo apontado como estratégico para a companhia, a Gerdau começará, neste ano, a operação do laminador de aços especiais, com capacidade instalada de 300 mil toneladas e uma unidade de sinterização, continuará a instalação de uma coqueria e realizará projetos na área de geração de energia.
Fonte: AE - Agência Estado


II – COMENTÁRIOS

1- Análise Combustíveis
O 25º leilão de biodiesel, realizado pela ANP em fevereiro, negociou 700 milhões de litros e movimentou R$ 1,47 bilhão. O preço médio final foi de R$ 2,10 por litro.
Esses valores já incluíram o Fator de Ajuste Logístico, índice que considera o frete no preço. Ao estabelecer esse preço, o deságio médio foi de 12%, maior que os 3,4% registrados no 24º leilão, realizado em novembro de 2011.
O alto deságio resultante do leilão revela que as empresas do setor vêm sendo obrigadas a reduzir suas margens e, consequentemente, a remuneração do investimento.
As empresas vendem o biodiesel nos leilões e usam os contratos como garantia para obter empréstimos. Esses recursos serão direcionados para compra da matéria-prima (empresas não verticalizadas) ou para financiar o esmagamento (verticalizadas).
Dessa forma, a produção de biodiesel não vem remunerando o investimento e passou a servir apenas como instrumento de alavancagem. Esse caminho perigoso pelo qual o biodiesel vem enveredando acaba por frustrar as expectativas dos produtores.
O modelo do leilão atual gera uma pressão baixista de preço, uma vez que todos os produtores concorrem para vender para apenas um comprador, no caso a Petrobras.
Nessa estrutura, é o comprador que exerce o poder de mercado ao estabelecer a quantidade demandada, enquanto os vendedores ofertam seu produto a preços abaixo do que seriam fixados no mercado concorrencial.
Se levada ao limite, a estratégia pode gerar um nível de preços que seria suficiente apenas para cobrir os custos. A queda no preço e a falta de regra que assegure o aumento da quantidade de biodiesel a ser demandada no futuro retiram o foco da produção do biocombustível e desincentivam os investimentos.
A única vantagem do modelo atual está no âmbito tributário e precisaria ser revista no caso de mudança de regras. O regime atual de substituição tributária permite que o produtor repasse seus créditos para a Petrobras, o que não ocorreria caso o biodiesel fosse vendido a outros distribuidores.
Os produtores cobram do governo políticas públicas de longo prazo que reduzam o risco de investimento por meio da adoção de um calendário onde fique claro como deverá ser a evolução da mistura do biodiesel no diesel nos próximos anos.
O segmento, que tem em média 55% de capacidade ociosa, carece também de incentivos à exportação.
A demora na definição de uma política para o biodiesel pode levar à redução de investimentos, culminando numa crise de abastecimento.
Toda atividade que o Estado entender como estratégica requer sustentabilidade política para seu desenvolvimento, já que algumas vezes somente as condições de mercado podem não ser suficientes para a sua consolidação.
**Texto originalmente publicado no jornal Folha de São Paulo, em 20/04/12.
Adriano Pires
Fonte: Folha de S. Paulo
Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura - CBIE

2- Argentina convida Petrobras para ser parceira na YPF reestatizada
Menos de uma semana depois de ter anunciado a expropriação de 51% das ações da Repsol-YPF, o governo da presidente argentina, Cristina Kirchner, ofereceu às estatais Petrobras e Sinopec (China) e à companhia argentina Bridas serem parceiras do Estado na nova YPF. A informação foi publicada pelo jornal argentino "El Cronista", que dá detalhes das conversas que, segundo a Casa Rosada, foram iniciadas nos últimos dias.
Em Brasília o ministro do Planejamento do país e interventor da YPF, Julio de Vido, participou de reunião com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e com a presidente da Petrobras, Graça Foster, para pedir mais investimentos brasileiros na área. Porém, ao final da reunião, Lobão sinalizou que o volume de investimentos deve ser mantido no mesmo patamar do ano passado. Ele disse que a Petrobras investiu R$ 500 milhões na Argentina em 2011, e deve fazer o mesmo este ano.
- Vim conversar com o ministro Lobão sobre o aumento nos investimentos e a participação da Petrobras na Argentina -disse de Vido, ao chegar para o encontro.
A reunião entre Lobão, Graça e de Vido havia sido agendada em março, antes da intervenção na YPF ser anunciada. A agenda do encontro era basicamente o cancelamento de uma concessão da Petrobras na província argentina de Neuquén, confirmada pelo governo provincial há duas semanas. Depois do encontro, nesta sexta-feira, o ministro de Planejamento da Argentina, Julio de Vido, disse que as negociações com a província de Neuquén sobre uma área explorada pela Petrobras "estão muito bem encaminhadas", indicando que deve haver em breve uma solução para a concessão da estatal brasileira no país.
- Esta pequena diferença que surgiu, estamos em vias de resolvê-la. Estamos otimistas de que deverá haver uma solução - afirmou Vido.
A concessão da Petrobras na área de Veta Escondida foi cassada no início do mês, com a província alegando baixos investimentos da estatal brasileira. Vido disse que conversou nesta manhã com o governador de Neuquén, e que "as negociações estão muito bem encaminhadas". Em 2008, a Petrobras havia renovado o contrato de concessão de Veta Escondida até 2027, segundo a empresa. A petroleira, que é a operadora e tem ainda 55% da concessão na área argentina, informou que no último triênio realizou desembolsos de mais de US$ 10 milhões para buscar novas reservas de hidrocarbonetos.
A Petrobras atua em 19 áreas de produção em terra na Argentina, além de 14 áreas de exploração, três delas marítimas. Com produção de 102 mil barris de petróleo e gás natural por dia no país, a Petrobras prevê investimentos de 1,8 bilhão de dólares na Argentina entre 2011 e 2015, segundo informações da estatal brasileira.
Apesar da necessidade de resolver o impasse, o principal ponto da pauta nesse encontro passou a ser a relação entre as duas petroleiras, YPF e Petrobras - com a presença de Graça Foster no encontro. Segundo o "El Cronista", o oferecimento dos argentinos sobre uma possível parceria na nova YPF também será discutido.
- Vim também, como interventor da YPF, falar com a presidente da Petrobras e discutirmos assuntos em comum das duas empresas - afirmou o ministro argentino, sem dar mais detalhes.
"O objetivo do governo argentino de avançar em associações com importantes empresas petrolíferas para aumentar a produção de hidrocarbonetos da YPF foi ratificado ontem (anteontem) pela presidente Cristina Kirchner num encontro na Casa Rosada com representantes dos sindicatos petrolíferos e governadores das províncias produtoras de petróleo", comentou o jornal argentino.
A recuperação da produção de gás e petróleo é, de fato, uma das metas da nova estatal argentina. Segundo dados do Instituto Argentino de Energia (IAE), desde que os Kirchner chegaram ao poder, em maio de 2003, as reservas de petróleo do país recuam 6% e as de gás despencaram 41%. No mesmo período, a produção de petróleo caiu 18% e a de gás 7%. Com este cenário de crise energética, o governo Kirchner precisa conseguir novos investimentos no setor e a Petrobras, segundo disse Cristina ao ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, em março passado, é uma das apostas de seu governo.
Questionado sobre a revogação da concessão da Petrobras na cidade argentina de Neuquén, de Vido se limitou a dizer que "está negociando".
Edison Lobão afirmou recentemente que o governo brasileiro não está preocupado com uma potencial estatização da Petrobras na Argentina:
- Não estamos vislumbrando nenhum problema com a Argentina. Não há temor. Eu mesmo nem tocarei nesse assunto. Não me cabe entrar na intimidade da decisão argentina.
Fonte: O Globo

3- Magda Chambriard, Diretora Geral da ANP: "Quero me cercar dos mais capazes"
Primeira mulher à frente da Agência Nacional do Petróleo ANP) e primeira indicação sem ligações partidárias do órgão, a engenheira Magda Chambriard, de 54 anos, tem um tom de voz doce e firme - o mesmo que usa em suas cobranças. Há um mês no comando da ANP, Magda promete mais fiscalização nas áreas ambiental e de segurança. Entre o fim de 2011 e abril de 2012, houve três vazamentos de petróleo no mar. "Não pretendo ter um fiscal em cada poço, mas quero estar ciente do que acontece em cada um deles", disse Magda a ÉPOCA. Funcionária de carreira da Petrobras, casada há 27 anos e mãe de duas gêmeas de 19, ela foi guindada a uma vitrine mundial: o Brasil tem 25% da produção de petróleo em águas profundas e se tornará um dos maiores produtores com o pré-sal.

ÉPOCA - Desde o governo Lula, a ANP esteve na cota das indicações do PCdoB. Isso deu margens a críticas, suspeitas e denúncias. A senhora pretende fazer trocas para valorizar os técnicos?
Magda Chambriard - A ANP regula e fiscaliza um dos setores mais dinâmicos da economia brasileira. Para fazer isso com competência, precisa de profissionais preparados e dedicados. É isso que espero de quem trabalha na ANP, servidores ou não. Não vou demitir uma pessoa por ela ser filiada ao partido A, B ou C, como também não vou contratar ninguém por esse motivo. Sei que na ANP existem pessoas filiadas a partidos políticos. Isso não me interessa, como também não me interessa a etnia ou a religião. Hoje, mais de 90% dos superintendentes da ANP são concursados ou funcionários cedidos de outros órgãos. Divido as pessoas em menos capazes, capazes e mais capazes. Sei que existem pessoas muito capazes no serviço público. Pretendo me cercar das mais capazes.

ÉPOCA - A senhora é a primeira indicação para a diretoria-geral da ANP sem respaldo de um partido. Sente-se fortalecida ou fragilizada, já que também não há uma bancada defendendo-a, mas muitas querendo seu lugar?
Magda - Sinto-me honrada. Imagina se, ao me formar, podia pensar que um dia seria indicada pela presidente da República? Se me sentisse fragilizada, não teria aceitado.

ÉPOCA - Como a senhora conheceu a presidente Dilma?
Magda - Ao longo de 2009, participei de muitas reuniões do grupo interministerial do pré-sal para esclarecer alguns pontos. Não dá para dizer que somos amigas, mas temos uma relação de respeito,profissionalismo e até de confiança.

ÉPOCA - O vazamento de petróleo da Chevron, na Bacia de Campos, não foi o pior acidente no país, mas virou um marco por mobilizar o país e as autoridades. Essa é a tônica que vai reger os acidentes daqui para a frente?
Magda - Aquele foi um incidente de porte médio. Vazaram 3.600 barris. Não é tão pequeno, mas não podemos chamar isso de catástrofe. A reação mais forte se deu pelo momento. Os ânimos ficaram exacerbados, e atribuo essa reação à dificuldade de comunicação da Chevron com todos os
órgãos envolvidos. O caso foi um alerta de uma mudança que começou lá atrás. Sem dúvida, vamos apertar cada vez mais a fiscalização. Desde o afundamento da P-36 (plataforma da Petrobras que explodiu em 2001) e o adernamento da P-34, no ano seguinte, a ANP estudou esses incidentes. Até que, em dezembro de 2007, aprovamos um regulamento moderno sobre práticas de gestão, que dava dois anos para as empresas se adequarem. Entramos fiscalizando de forma pesada em 2010. Só então o mercado percebeu que era para valer.

ÉPOCA - Em sua gestão, a ANP será tão dura com a Petrobras quanto foi com a Chevron?
Magda - A interrupção de produção da Chevron foi voluntária, só interditamos um poço. Da P-33 e da P-35, plataformas da Petrobras, interrompemos a produção toda no ano passado. A mesma coisa com a P-27. Portanto, acho que fui mais dura com a Petrobras do que com a Chevron. Gabrielli (ex-presidente da Petrobras) até se queixou publicamente. Sabe o que vem acontecendo? Depois da visita do fiscal da agência, as empresas começaram a se antecipar e parar a produção voluntariamente para corrigir os problemas encontrados. Isso aconteceu com nove plataformas da Petrobras, uma da OGX (empresa de Eike Batista) e outra da ONGC (estatal indiana). Em 129 auditorias, identificamos cerca de 1.000 não conformidades em um ano e meio.

ÉPOCA - A ANP pediu para ver o contrato do consórcio Chevron-Petrobras no Campo de Frade para saber como ficou a divisão de responsabilidades ali?
Magda - Não, porque o contrato de concessão diz que as partes se comunicam entre ANP e operadora. Os sócios têm instrumentos particulares para regular a relação entre eles, um documento que nem precisa ser submetido à ANP. Sem novos leilões, na virada de 2015 para 2016 o Brasil não terá mais áreas exploratórias.

ÉPOCA - Muitos especialistas consideram a legislação brasileira mais punitiva que preventiva, um erro numa indústria sujeita a tantos riscos. A senhora concorda?
Magda - Tanto o acidente de Montara, na Austrália (2009), como o vazamento da BP no Golfo do México (2010)trouxeram uma preocupação muito grande sobre a atuação em águas profundas. O Brasil tem 25% da produção em águas profundas no mundo, portanto somos vistos com atenção. O que estamos fazendo em relação a isso é justamente concentrar na prevenção. Acompanhamos todas as discussões mundiais sobre melhorias de equipamentos. Mais adiante podem surgir novas regras, mas a coluna vertebral disso é o aspecto humano. Todos os acidentes tiveram ingredientes humanos. Investir na cultura da segurança é fazer as partes envolvidas compreender o risco da atividade. A indústria tem sinais que, se ultrapassados, elevam o risco do projeto. Esse risco pode até ser aceitável para o dono do projeto, mas ele tem de saber que é intolerável para a sociedade.

ÉPOCA - Há medidas em estudo para melhorar a prevenção?
Magda - O novo regulamento, do fim de 2007, exige análise de risco. O concessionário submete os documentos à ANP para ter autorização e operar. Essa análise fica disponível na plataforma para ser auditada pela ANP, e as plataformas são auditadas a cada dois anos, dois anos e meio. Um dos pontos em avaliação é se obrigo o concessionário a expor à análise de risco com antecedência. Pode aumentar a segurança, mas atrasa a atividade. É possível que eu escolha algumas situações apenas. Se tiver de olhar todas as análises de todos os projetos, imagina, cerca de 900 poços são perfurados por ano. Pode ser também que os concessionários se sintam menos responsáveis pela atividade, algo que os reguladores têm de evitar. Quanto mais instruções, mais burocrático se torna o processo, menos responsabilidades os operadores assumem. O equilíbrio entre ser prescritivo demais e "babá do concessionário" é o ideal. A gente fiscaliza 95 mil agentes econômicos. Não dá para ter 95 mil fiscais.

ÉPOCA - Como será a intensificação da fiscalização?
Magda - No caso das plataformas, dobraremos nossas fiscalizações embarcadas e seremos mais exigentes nas auditorias, com os 152 servidores que pretendemos contratar em novo concurso, neste ano. Vamos criar a Superintendência de Segurança e Meio Ambiente, que substituirá as Coordenadorias de Segurança Operacional e de Meio Ambiente. O Brasil passará a ser um grande produtor de petróleo, e boa parte dessa produção virá do pré-sal, em águas ultraprofundas. Não pretendo ter um fiscal em cada poço, mas quero estar ciente do que acontece em cada um deles, inclusive em terra.

ÉPOCA - A senhora recebeu alguma garantia de que os recursos da agência não seriam bloqueados no Orçamento?
Magda - Uma das obrigações da ANP é fazer estudos das áreas sedimentares do país. Fizemos um plano de cinco anos e mostramos ao governo que precisamos de dinheiro. A verba para estudos era de R$ 2 bilhões por ano. Pedimos de 10% a 15% disso. Na décima rodada, licitamos áreas em Mato Grosso, adquiridas pela Petrobras. Que valor ela enxergou lá agora se ela mesma tinha devolvido aquelas áreas para a ANP? Foram nossos estudos e, como estão no PAC, não serão cortados.

ÉPOCA - O último leilão de áreas exploratórias de gás e petróleo foi realizado em 2009. Quando a ANP realizará a próxima rodada?
Magda - Ainda não está decidido, em função da discussão sobre a distribuição dos royalties do pré-sal e fora do pré-sal, no Congresso. Para mim é simples: tudo o que estiver contratado até 2011 fica como está. Muda apenas a cobrança de royalties do que acontecer de 2012 em diante. Só não sei como botar isso na lei. Tão logo se resolva isso, dará para falar na 11a rodada, que marcará a descentralização da atividade exploratória no país. O pré-sal está no litoral da parte mais rica do país: Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo. E os outros? Queremos puxar esses nvestimentos para outras partes do país, por isso fomos estudar as bacias sedimentares do Piauí. Poderia ser em outro lugar? Poderia. Mas, como não podíamos fazer tudo ao mesmo tempo, a ANP começou pelo menor IDH.

ÉPOCA - Qual o cenário da indústria sem novos leilões, já que as áreas sem descoberta vão sendo devolvidas para a ANP?
Magda - Sem novos leilões, na virada de 2015 para 2016 o Brasil não terá mais áreas exploratórias. Serão todas de produção. Dez anos é o tempo médio entre a assinatura do contrato e uma descoberta comercial. Além do mais, a atividade exploratória é investimento, gera empregos, renda. Nossa sugestão é que essa indústria parapetrolífera seja desenvolvida longe do pré-sal, para não deixar o Brasil para trás.

ÉPOCA - O desenvolvimento do pré-sal dependerá da Petrobras, operadora obrigatória dos contratos de partilha. Essa dependência não a preocupa?
Magda - Tudo isso foi muito discutido e se achou que era possível. Vamos trabalhar para viabilizar tudo isso. Acredito que ainda teremos muitas surpresas boas, mas o que não der certo a gente corrige. Como tudo na vida.

Isabel Clemente
Fonte: Revista Época

sexta-feira, 20 de abril de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 79

I – NOTÍCIAS

1- OSX atinge 21 encomendas com mais duas novas WHPS
Fonte: Redação  TN Petróleo
A OSX, empresa do Grupo EBX de soluções integradas para unidades offshore e serviços, recebeu de sua cliente OGX Petróleo e Gás a encomenda da construção e afretamento de duas novas plataformas fixas de produção de petróleo (Wellhead Platforms), WHP-3 e WHP-4, nos termos do Acordo de Cooperação Estratégica vigente entre ambas.
As duas novas unidades já serão construídas pela OSX Construção Naval na Unidade de Construção Naval do Açu, em implantação no norte do Estado do Rio de Janeiro, destinando-se a atender ao programa de produção de petróleo e gás da OGX. 
“A OSX está gerindo uma carteira de 21 unidades destinadas à produção de petróleo e gás no Brasil. A confirmação da encomenda de mais 2 WHPs pela nossa cliente âncora OGX reafirma o nosso compromisso com o desenvolvimento da produção brasileira de petróleo. Compromisso esse que está também refletido nos 10.000 brasileiros que já se inscreveram, até o momento, para estudarem no programa de capacitação técnica profissional em construção naval, que está sendo implementado pelo SENAI-FIRJAN em parceria com o nosso ITN – Instituto Tecnológico Naval. É o Brasil trabalhando e progredindo ! OSX, a serviço do desenvolvimento do Brasil.”, afirma Luiz Eduardo Carneiro, CEO da OSX. 
As encomendas confirmadas da empresa são os FPSO OSX -1, 2, 3, 4, 5, os WHP-1, 2, 3, 4, um PLSV - Sapura e um modelo 11MR - King Fish. 

2- Novos risers do pré-sal na pauta do E&P
A Petrobras deve divulgar em duas semanas o resultado final da licitação destinada à contratação do sistema de risers de produção e de exportação de gás de quatro FPSOs das áreas do BM-S-9 e BM-S-11, no cluster de Santos. Desenvolvido sob o modelo de design competitions, o processo está sendo disputado pela Subsea 7, Saipem, Technip e Odebrecht e envolve o fornecimento de PLETs e de uma solução técnica para os projetos. 
Como o processo está sendo conduzido sob o modelo de JOA (Joint Operating Agreement), com os sistemas sendo destinados às unidades de produção das áreas de Guará Norte, Cernambi Sul, Lula Alto e Lula Central, a Petrobras não divulga o valor das propostas apresentadas. Segundo apurado, a Subsea 7 concorre no processo com a tecnologia de boia de superfície, a Technip com lazy wave, a Odebrecht com torre e a Saipem com duas tecnologias: lazy wave e boia. 
A licitação é dividida em seis pacotes, sendo quatro para os risers de produção e dois para os de exportação de gás. Estima-se que o valor total dos quatro pacotes gire próximo de US$ 2 bilhões. 
Para permitir o julgamento e comparação das diferentes soluções tecnológicas, a Petrobras criou uma regra de equalização para analisar as propostas. Na opção do lazy wave, o fornecimento do riser flexível ficará a cargo da Petrobras, enquanto nas alternativas de boia e torre, em função das muitas interfaces e do proponente ter que ofertar o pacote completo, os valores serão mais altos. 
Essa é a segunda vez que a Petrobras vai ao mercado para contratar sistemas riser para o pré-sal. Em março do ano passado, a petroleira fechou contrato com a Subsea 7, no valor de cerca de US$ 1 bilhão, para os sistemas de Guará e Tupi Nordeste, utilizando a solução de boia de superfície.
Fonte: energia hoje 

3- Presidente da Petrobras está entre as pessoas mais influentes do mundo segundo a Time
A presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, foi eleita uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista americana Time. O ranking anual é dividido em categorias que englobam artistas, pesquisadores, empresários, ativistas políticos e chefes de Estado. 
Graça Foster é engenheira química e a primeira mulher a comandar a Petrobras. Assumiu a presidência em fevereiro de 2012 após 32 anos de carreira na Companhia. Foi presidente da Petrobras Distribuidora e Diretora de Gás e Energia da Petrobras. 
Entre os brasileiros, também estão no ranking a presidente Dilma Rousseff, que já estava na lista da Time de 2011, e o empresário Eike Batista.     Fonte: Agência Petrobras de Notícias 

4- Reservas de petróleo crescem mais de 70% em 11 anos, diz Petrobras
A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou que as reservas de petróleo e gás no Brasil, entre 2000 e 2011, cresceram 73% ante uma expansão de 38% no mundo, na mesma base de comparação. 
“Temos as reservas, o mercado consumidor e o conhecimento”, disse Graça durante palestra, promovida pelo Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), no Rio. 
Graça destacou ainda, em seu discurso, a importância das empresas estrangeiras e brasileiras no trabalho a ser desenvolvido no país, na área de petróleo e gás. 
A estatal vai receber 13 sondas até o fim do ano, somando um total de 40 sondas até 2013, segundo a presidente. Estamos “o tempo todo cobrando estas sondas”, disse Graça. “Esse é um trabalho que precisa ser feito para que a gente não perca tempo.” 
Segundo Graça, este ano e o próximo serão muito importantes para o desenvolvimento da infraestrutura, que viabilizará o crescimento da produção no país. Graça destacou que sete sondas estão contratadas com a Sete Brasil, no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), e que todo o processo está sendo acompanhado de perto. 
“Estamos junto à Sete Brasil para que não haja inequívocos na construção”, disse. “Vamos participar ativamente desse processo.” 
A presidente da estatal disse que, diante deste cenário, não é o momento para construir gasodutos. “Não vou fazer outro gasoduto tão cedo. Não tenho gás que demande um gasoduto”, disse. 
Reajuste de combustíveis 
Para Graça, não há indicativo de que nos próximos meses ou nos próximos anos o preço do barril do petróleo Brent possa voltar a US$ 70 ou US$ 80. “Hoje a Petrobras trabalha com projeção de US$ 119 o barril até o fim do ano”, disse Graça. 
A presidente da Petrobras citou conflitos no exterior que envolvem combustíveis e que interferem nos preços finais aos consumidores. A executiva reiterou que “a política de longo prazo é necessária”. 
O mesmo vale para a política da companhia em relação aos preços dos combustíveis, disse a executiva. Mas admitiu que, em algum momento, será necessário um reajuste, nos preços de gasolina e diesel, que pode ser este ano, em dois, três, ou seis meses, devido à trajetória ascendente no preço do barril de petróleo no mercado internacional.
Fonte: Valor Econômico 

5- Lucro da Halliburton excede US$ 600 milhões no 1º trimestre
Fonte: Valor Online 
O lucro líquido da Halliburton subiu 23,3% no primeiro trimestre de 2011, para US$ 630 milhões, ante os US$ 511 milhões reportados em igual período do ano passado. O lucro atribuível à companhia americna de serviços petrolíferos chegou a US$ 627 milhões, com avanço de 22,7%.
A receita total alcançou US$ 6,868 bilhões, o que implica uma alta de de 30% na comparação com o resultado dos três primeiros meses do ano passado, de US$ 5,282 bilhões.
Sobre as operações na América do Norte, a empresa destacou o crescimento da ordem de 40% na receita e no lucro operacional no trimestre em comparação ao mesmo período de 2011, reflexo de investimentos estratégicos realizados nos últimos anos combinados com a organização da cadeia de suprimentos.
Na América Latina, a Halliburton registrou um aumento de 27% na receita do primeiro trimestre, perante um ano antes, e de 61% no lucro operacional. "O Brasil foi o principal contribuinte para essa elevação, uma clara prova de nosso sucesso em executar nossa estratégia de águas profundas", destacou a empresa em nota


II – COMENTÁRIOS

1- Índia eleva produção de açúcar, e Brasil está perdendo mercado 
A Índia produziu 23,2 milhões de toneladas de açúcar entre outubro do ano passado e março deste ano, aumento de 13,4% ante o mesmo período da safra anterior, quando foram produzidos 20,45 milhões de toneladas.
Até o fim de março, 385 usinas de um total de 476 ainda operavam, ante 329 unidades de um ano atrás, o que sugere que a produção pode superar os 26 milhões de toneladas nesta safra.
No Estado indiano de Maharashtra, a produção de açúcar alcançou 8,01 milhões de toneladas, com crescimento de 11,1%, enquanto no Estado de Uttar Pradesh foram produzidos 6,63 milhões de toneladas de açúcar, ante 5,88 milhões em igual período da safra anterior. As usinas de outro Estado, Karnataka, também produziram mais: foram 3,5 milhões de toneladas, aumento de 16,7%.
Considerando que a demanda interna atinja 22,8 milhões de toneladas nesta temporada, a indústria local se diz apta a receber cotas adicionais de exportação, acima dos 3 milhões de toneladas já autorizadas até agora.
Há grande pressão para que o governo indiano libere a quarta cota de exportação, antes que o mundo volte a ser abastecido com mais intensidade pelo açúcar produzido no Brasil, a partir de maio.
Devido à maior abertura do mercado indiano para exportação, há sinais de que o plantio de cana continuará firme no país, dando a entender que a Índia poderá ser capaz de exportar açúcar pelo terceiro ano consecutivo, a partir de outubro próximo.
Enquanto isso, o Brasil exportou 994 mil toneladas de açúcar em março, 25,8% menos que em fevereiro e uma queda de 29,5% ante o mesmo mês do ano passado. Essa é a primeira vez que o Brasil exporta menos de 1 milhão de toneladas em um mês, desde abril de 2008.
Do volume exportado em março no Brasil, 625,3 mil toneladas foram de açúcar a granel e 369,9 mil toneladas de açúcar em sacos. Assim, em relação a fevereiro, houve redução de 39% nos embarques de açúcar bruto e aumento de 0,8% no ensacado.
Na soma de janeiro a março, as exportações de açúcar totalizaram 3,57 milhões de toneladas -ou 10,3% menos do volume exportado no primeiro trimestre de 2011.
Com essa performance, o Brasil, responsável por 51% das exportações mundiais de açúcar na safra 2010/11, deve encerrar a atual temporada 2011/12 com uma participação de mercado de 44,7%.
Diante desses números, não há como negar que o açúcar brasileiro perde participação no mercado internacional para outros países.
*Texto originalmente publicado no jornal Folha de São Paulo, em 13/04/12 
Plinio Nastari
Fonte: Folha de S. Paulo
Mestre e Doutor em economia agrícola e presidente da Datagro Consultoria.

2- Estatização da YPF
A grande surpresa internacional verificou-se na Argentina e no anúncio de estatização da YPF pela Presidenta Cristina Kirchner. Bom, ainda é projeto em andamento no Congresso argentino, porém, visto pela acolhida junto à população, pode-se afirmar que a nacionalização é quase fato consumado. Os impactos dessa decisão ainda são incertos, mas já merecem algumas especulações.
Em primeiro lugar, devemos reconhecer que o momento não poderia ser mais favorável para a Presidenta Cristina exercer sua política nacionalista. Internamente, recebe apoio da população e ganha tempo junto a eleitores que referendaram a presidenta com grande apoio político e esperavam algum movimento de impacto. A YPF é a única empresa petroleira argentina com posições de mercado relevantes e simbolismo político. Lembrar que foi a primeira empresa de petróleo estatal com dimensões importantes na história da humanidade, símbolo de uma Argentina rica, forte e líder regional (a qual, porém, ficou no passado). 
O alvo também não poderia ser mais certeiro. A YPF estava sob o controle da espanhola Repsol desde a onda de privatizações dos anos 1990. Essa aquisição também foi cheia de simbolismo político, representando o avanço internacional de uma Espanha que saiu do casulo e expandiu-se globalmente (e principalmente na América Latina). Nossos nacionalistas locais jamais se conformaram com o crescimento, "dito de nova colonização", de capitalistas espanhóis (e também portugueses) comprando nossas empresas e conquistando nossos mercados (em SP também houve desconforto com a venda do Banespa para o Santander e da Telesp para a Telefônica). Nada, porém, compara-se à aquisição da YPF pela Repsol, pois uma empresa com "referências na história do petróleo e gás mundial" foi engolida por outra sem nenhuma relevância histórica. Porém, a onda mudou e a Espanha está literalmente de joelhos frente a crise econômica global. Quanto daquela expansão foi especulativa? O importante é que as empresas e spanholas parecem estar financiando suas atividades domésticas na Europa com suas posições na América Latina e isso contribui para legitimar processos nacionalistas com esse que ora vemos. E a Argentina não precisa temer nada, pois o poder de retaliação espanhol é reduzido. Depois do calote da dívida externa do início do milênio, trata-se apenas de mais uma decisão unilateral argentina que será digerida pelo capitalismo global. Não é possível impor sanções às exportações de petróleo da Argentina, pois o mercado global está demandante e pouco coeso. Os discursos de apoio que a Espanha receberá de seus aliados serão meramente bravatas e falsas palavras de intimidação (em verdade, creio que muitos desses mesmos aliados também se regozijam do desmonte espanhol e portugues na América Latina). A Argentina beneficia-se das mesmas vantagens do Irã (hoje) ou do México (nos anos 1930). Sempre haverá um comprador alternativo para seu óleo. A nova estatal YPF não morrerá na praia por fa lta de capital, pois os preços do petróleo em crescimento manterão sua capacidade de financiamento. Então, no curto prazo, tudo parecerá como um bom negócio.
A verificar, entretanto, as perspectivas de longo prazo. A estatal YPF ficará vulnerável a sua maior ameaça, isto é, o "populismo do governo argentino". Pode tornar-se incompatível a necessidade de se regatar grandes investimentos e exploração e produção com as ambições do governo de manter preços baixos da energia para a população, especialmente para mascarar ainda mais a inflação em aceleração. Vejam que isso já acontece moderadamente no Brasil e se dificulta ainda mais a capitalização do pré-sal pela Petrobras. Na Argentina, esse tipo de política pode ser catastrófica. Por outro lado, o governo Argentino necessita de recursos substanciais para financiar o Estado e suas políticas de cunho nacionalista. Não é muito viável aumentar carga tributária em um sistema econômico já titubeante e com problemas de competitividade. Levantar recursos com inflação também já está no limite da perda do controle. Nessa situação, poderá parecer "estratégia simples" (porém, simplista) descapit alizar a YPF para financiar o Estado (como ocorre com a Pemex no México) ou de utilizar a Estatal como braço do governo para todas as demais políticas (como ocorre com a PDVSA na Venezuela). O resultado final será mais do que previsível e conhecido. O aparente bom negócio tornar-se-á insustentável.
Por fim, a despeito das incertezas acima apontadas, acreditamos que a estratégia de nacionalização argentina conduz inevitavelmente a algumas consequências pouco positivas. Primeiro, YPF terá dificuldades para expandir suas reservas na mesma velocidade que poderá expandir sua produção. Ou seja, a empresa estatal deverá perder valor no longo prazo (e essa sempre foi uma crítica à Repsol-YPF). Segundo, é pouco provável que YPF possa sozinha alavancar a abertura e desenvolvimento de novas fronteiras petroleiras e gasíferas na Argentina. Creio que os sonhos argentinos de desenvolvimento da exploração offshore e de gás de xisto (shale gas) serão postergados por algumas décadas. Como a Argentina poderá ainda ser atrativa para investidores externos que poderiam materializar esses sonhos? Por fim, a Argentina cria um quadro no mínimo paradoxal em suas relações estratégicas petroleiras e gasíferas. Evidentemente espanta a Repsol, mas igualmente outro aliado estratégico fundamental, a Petrobras. Ambos estarão ainda mais dispostos a focar suas energias e recursos financeiros no desenvolvimento do pré-sal no Brasil. Assustam-se igualmente os chilenos e uruguaios. Já estavam começando a esquecer (parcialmente) das crises gasíferas que viveram no início do milênio por conta do mesmo nacionalismo argentino. Para eles, realmente, restabelecer confiança na Argentina será um projeto de muito longo prazo. Com isso, a Argentina, assim como tantos países latinos e africanos, dependerá crescentemente do único parceiro ainda viável em seu novo modelo, isto é, a China. Parece-me contraditório que o nacionalismo argentino torna-se igualmente dependente do capitalismo "quase colonial" chines. 
Os únicos que devem aplaudir o nacionalismo argentino (pelo menos no médio e longo prazo) são nossos colegas bolivianos. A Argentina candidata-se definitivamente a se tornar crescentemente dependente das importações de gás da Bolívia. Com isso, nossos colegas bolivianos terão menos a se preocupar com a quase inevitável perda de seus mercados no Estado de São Paulo. Isso nos leva, então, de novo ao Conselho de Petróleo e Gás Natural do Estado de SP e a seus esforços de construção de uma nova relação gasífera com a Petrobras.
Autor: Edmilson M. dos Santos

domingo, 15 de abril de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 78

I – NOTICIAS

1- Poço confirma extensão de descoberta no pré-sal da Bacia de Santos
A Petrobras concluiu a perfuração do poço exploratório de extensão 3-BRSA-1032-RJS (3-RJS-697), localizado na área do plano de avaliação de Iara, no pré-sal da Bacia de Santos. O poço está localizado a 223 km da costa do Rio de Janeiro, a cerca de 9 km do poço pioneiro descobridor, em profundidade de água de 2.150 metros.
Informalmente conhecido como Iara Oeste, o poço é o terceiro perfurado na área do plano de avaliação da descoberta do 1-BRSA-618 (Iara) e atingiu a profundidade final de 6.050 metros.
Os resultados obtidos, comprovados por meio de amostragens de petróleo de boa qualidade, entre 21 º e 26º API em reservatórios carbonáticos, situados a partir de 5.430 metros de profundidade, demonstram o elevado potencial dos reservatórios do pré-sal nesta área
O consórcio dará continuidade às atividades previstas pelo plano de avaliação aprovado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), incluindo testes de formação para avaliação da produtividade desse reservatório.
A Petrobras é a operadora do consórcio (65%), em parceria com a BG Group (25%) e Petrogal Brasil/Galp Energia (10%).
Agência Petrobras de Notícias

2- Perupetro prepara leilão de blocos de exploração
A diretoria executiva da Perupetro, agência de licenciamento para a exploração de hidrocarbonetos do Peru, aprovou o planejamento de um leilão de 22 novos blocos de exploração este ano, informou na última segunda-feira o presidente da agência, Aurelio Ochoa.
Segundo Ochoa, a conclusão de uma lei de consulta pública será necessária antes que a agência divulgue mais detalhes sobre os blocos. "A Perupetro tem tudo encaminhado. Só estamos aguardando a consulta pública", disse.
O leilão, que poderá atrair investimentos da ordem de US$ 1 bilhão, faz parte de uma estratégia do Peru de ampliar as operações do setor energético. A Perupetro planeja realizar o leilão no começo do quarto trimestre.
O número de blocos a serem oferecidos pode mudar dependendo dos resultados da consulta com comunidades indígenas, afirmou Ochoa. Os blocos ficam na região de selva e no litoral do Peru.
O presidente peruano, Ollanta Humala, afirma que a lei será um importante instrumento para a solução de conflitos sociais que têm atrasado uma série de projetos de energia e mineração no país.
Dow Jones

3- Presidente da Petrobras participa de painel sobre energia em Washington
A presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, participou no início da semana, do painel “Parcerias em Energia”, como parte da programação do “Brasil-EUA: Parceria para o Século XXI”, fórum organizado pela Embaixada do Brasil em Washington, nos Estados Unidos.
O evento, encerrado pela presidenta Dilma Rousseff, reuniu empresários brasileiros e americanos de diversos setores, com o objetivo de estreitar as relações comerciais e de educação entre os dois países.
“É de extrema importância continuar a trabalhar com as empresas americanas e universidades para encontrarmos novas soluções e caminhos, sendo cada vez mais competitivos no cenário global. Não podemos trabalhar sozinhos. Precisamos estar abertos a novas informações, novas tecnologias. Trabalhar conjuntamente é o segredo”, disse Graça Foster.
Crescimento no Brasil
Segundo a presidente da Petrobras, em 10 anos a empresa alcançará uma produção média de 6 milhões de barris de petróleo equivalente por dia. Para tanto, a Companhia estima que em 2015 serão necessários em torno de 200 mil novos trabalhadores qualificados em 185 categorias profissionais na cadeia de petróleo e gás, e investimentos, da Petrobras, de US$ 224,7 bilhões até 2015.
Graça Foster também projetou crescimento do mercado de etanol e biocombustíveis. “O preço do petróleo poderá abrir novas oportunidades para combustíveis alternativos. Acredito que em cinco anos seremos a número um em produção de etanol do Brasil”, afirmou.
O Painel “Parcerias em Energia” contou também com a presença de Vasco Dias, presidente da Raizen; Adriana Machado, presidente e CEO da General Electric Brasil; e Daniel Poneman, vice-secretário de Energia dos Estados Unidos.
Graça Foster participou, ainda, da abertura do fórum, juntamente com a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton; Antônio Patriota, ministro de Relações Exteriores do Brasil; Thomas Donohue, presidente da Câmara de Comércio dos Estados Unidos; e Robson Braga de Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria do Brasil.
Agência Petrobras de Notícias

4- OGX confirma presença de óleo leve na acumulação de Natal
O teste de formação realizado no poço 3-OGX-74-SPS, o primeiro de extensão da acumulação de Natal (1-OGX-11D-SPS), no bloco BM-S-59 da Bacia de Santos, comprovou a presença de óleo leve de 38º API, enquanto no poço pioneiro, OGX-11D, havia sido verificada a existência de gás e condensado.
“A comprovação da existência de óleo leve em reservatórios areníticos do santoniano corroboram as nossas expectativas iniciais em relação ao grande potencial de acumulações de óleo em nossos blocos na Bacia de Santos”, comentou Paulo Mendonça, diretor geral e de Exploração da OGX.
O poço OGX-74 foi perfurado até a profundidade de 4.439 metros e, juntamente com os poços pioneiros, OGX-11D e OGX-47, farão parte de um Plano de Avaliação de Descoberta (PAD), que delimitará as acumulações dos arenitos de idade santoniana, no bloco BM-S-59.
O poço OGX-74 está localizado a 115 km da costa do estado de São Paulo, em lâmina d´água de aproximadamente 196 metros, e foi perfurado a cerca de 4 km de distância do poço OGX-11D.
Fonte:  Redação TN Petroleo

5- Obras avançam na Unidade de Destilação do Comperj
As obras da Unidade de Destilação Atmosférica e a Vácuo (UDAV) no novo Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), localizado em Itaboraí (RJ), já atingiram aproximadamente 90% da construção civil e 30% da montagem eletromecânica. O projeto - realizado pelo Consórcio SPE – é liderado pela Skanska em parceria com as empresas Promon e Engevix.
A UDAV é a primeira etapa dentro de todos os processo do Comperj e terá capacidade para processar aproximadamente 150 mil barris por dia. “Todo o óleo bruto que ingressar na nova refinaria passará através desta unidade onde se destilará em diferentes componentes, que logo serão enviados às distintas unidades de processo”, explica Orlando Gavilanes, engenheiro da Skanska e Diretor do Projeto.
Atualmente, trabalham 2.300 colaboradores no projeto podendo chegar a 2.500 na fase de pico, em maio/2012. O Consórcio SPE implementa ao longo da execução do projeto diversas ações pautadas em ética, segurança, meio ambiente e responsabilidade social, explorando a conscientização e aplicação no dia a dia.
Estão sendo aplicados no projeto 15.916 m³ de concreto, 2.196 toneladas de estruturas metálicas, 3.347 toneladas de tubulação com válvulas, 320 toneladas de suportes, 7.520 toneladas de equipamentos mecânicos, 756 mil metros de cabos e 6.215 instrumentos.
Fonte: Redação TN Petroleo


II – COMENTÁRIOS

1- Encomendas à Lupatech superam R$ 2 bilhões com San Antonio
A Lupatech terá uma carteira de pedidos (backlog) acima de 2 bilhões de reais após a incorporação da San Antonio Brasil, como parte do acordo de aumento de capital de até 700 milhões de reais formalizado pela companhia na semana passada.
Fornecedora de equipamentos e serviços para o setor de petróleo e gás, a Lupatech também terá com a San Antonio um backlog com "dispersão maior em vários contratos", disse no início da semana o presidente da empresa, Alexandre Monteiro, em teleconferência com analistas.
"A junção Lupatech e San Antonio na área de serviço vai nos trazer grandes ganhos de sinergias e de desempenho", afirmou.
A Lupatech que vem passando por dificuldades financeiras e chegou a preocupar o mercado em relação à uma possível solvência é em grande parte dependente de encomendas da Petrobras, a qual cancelou contratos de 779 milhões de dólares com a empresa na semana passada.
Com isso, o seu backlog caiu de 2,3 bilhões de reais em dezembro para 935 milhões de reais, a maior parte no longo prazo.
A incorporação da San Antonio Brasil, empresa de serviços para setor de petróleo e gás controlada indireta da gestora de fundos de investimentos GP Investimentos, foi anunciada juntamente com o aumento de capital de até 700 milhões de reais da Lupatech.
A capitalização ocorrerá por meio da emissão de 175 milhões de novas ações ordinárias, ao preço de 4 reais por papel, sendo que a BNDESPar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, e a Petros, fundo de pensão da Petrobras, subscreverão, em conjunto, até 300 milhões de reais.
O presidente da Lupatech considera que o mercado recebeu bem o anúncio da operação de aumento de capital e avalia que a demanda pode até ultrapassar os 700 milhões de reais.
"O mercado tem dado sinal de que está entendendo bastante bem esse aumento de capital... como uma nova Lupatech", disse.
A ação da empresa chegou a subir mais de 10 por cento na segunda-feira. Às 15h08, o papel, que não integra o Ibovespa, subia 7,24 por cento, a 4,89 reais. O Ibovespa tinha queda de 1,42 por cento.
Monteiro acrescentou que a operação colaborará para a recuperação de caixa e da eficiência da empresa.
A companhia fechou 2011 com um caixa de 24,1 milhões de reais e um endividamento de curto prazo de 679 milhões de reais.
Monteiro disse que a empresa tem contado com apoio dos bancos para realização dos principais pagamentos e atividades.
Ele acrescentou que as vendas da divisão Microinox irão ajudar a empresa à fazer frente à necessidade de caixa até a entrada dos recursos do aumento de capital.
A Microinox atua na fabricação e no fornecimento de peças e componentes pelo processo de fundição de precisão para os mercados automotivo, de válvulas, indústria alimentícia, segurança, máquinas e construção civil.
Monteiro afirmou, ainda, que espera um 2012 "bastante melhor" para a companhia, inclusive no segmento de válvulas.
Fonte: Agência Reuters

2- Investindo na qualificação profissional
Investindo na qualificação profissional
27/03/12 - Sempre que enfrentamos uma crise nos voltamos para as bases e mais uma vez constatamos que reside no ser humano as saídas e o encontro de soluções para a superação das adversidades. Trabalhar a melhoria de condições e investir na capacitação de profissionais é sem dúvida um caminho seguro para sair da atual crise.
Encerramos 2011 com saldo positivo de cerca de 10 mil profissionais capacitados nos cursos de aperfeiçoamento tecnológico, operacionais e de pós-graduação da UniUDOP - Universidade Corporativa da UDOP, mantendo-nos como entidade forte na prestação de serviços voltados à qualificação e capacitação profissional.
Exemplos como o do Grupo ETH Bioenergia são importantes de serem seguidos. Mesmo em meio à crise porque passa o setor, com uma das piores safras das últimas décadas, o Grupo ETH investiu pesado na capacitação de seus profissionais, com investimentos estimados em mais de R$ 4 milhões somente para qualificar seus colaboradores.
Segundo Genésio Lemos Couto, diretor de pessoas e sustentabilidade do Grupo ETH, os investimentos em programas técnicos e operacionais do grupo, braço sucroenergético da Odebrecht, já qualificaram mais de 75,4 mil profissionais, além de 1.016 profissionais estratégicos que participaram de programas de ampliação de conhecimento, todos em parceria com universidades e centros de formação tais como a UniUDOP, CTC, Senar, Senai e Sesi.
Neste início de 2012, a ETH saiu novamente na frente e formou três novas turmas de pós-graduação In Company com a UniUDOP, nos estados de São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul, com objetivo de especializar 120 profissionais de seus polos bioenergéticos.
Esta visão estratégica de capacitar as pessoas para a obtenção de resultados cada vez mais positivos e melhoria constante da gestão do negócio, comunga com os objetivos da fundação da UDOP, que surgiu justamente da necessidade de expandir o conhecimento dos profissionais que acabavam de chegar ao setor, no início do ProÁlcool, na década de 1980.
Este investimento pesado na qualificação trouxe a nossa região uma nova realidade. Hoje, temos usinas modernas que nada têm a perder das unidades tradicionais de outras regiões onde o convívio com a cana é secular. Isto, por si só, comprova que investir no ser humano é de crucial importância quando se persegue bons resultados.
Os cursos de pós-graduação da UniUDOP, por exemplo, já formaram mais de 1 mil profissionais, que se destacam a cada dia em suas profissões, agregando sua expertise no desenvolvimento de gestões diferenciadas e na busca constante da superação profissional.
Como diz nossa coordenadora de Treinamento da UDOP, Vanessa Olivieri a iniciativa da ETH com a formação de mais três novas turmas de pós-graduação In Company é muito importante pois os mesmos priorizam as necessidades das unidades, focando nos problemas e desafios concretos de cada usina, com resultados imediatos nos números das unidades.
No portfólio de cursos de pós-graduação da UniUDOP, temos desde turmas de Gestão Agroindustrial no Setor da Bioenergia; Gestão Ambiental no Setor da Bioenergia; Gestão da Produção no Setor da Bioenergia - Ênfase em Sustentabilidade; Gestão Estratégica da Comercialização e Finanças no Setor da Bioenergia; Gestão da Produção Agrícola no Setor da Bioenergia; e Gestão da Produção Industrial no Setor da Bioenergia.
Assim, acreditamos que a contribuição do conhecimento especializado será vital para o setor neste momento de crise, afinal, a história comprova que: conhecimento, aliado à vontade e novos desafios, resultam em vitória.
* Artigo originalmente publicado na Revista da STAB, edição Jan/Fev - 2012
Antonio Cesar Salibe
Presidente Executivo da UDOP
Sempre que enfrentamos uma crise nos voltamos para as bases e mais uma vez constatamos que reside no ser humano as saídas e o encontro de soluções para a superação das adversidades. Trabalhar a melhoria de condições e investir na capacitação de profissionais é sem dúvida um caminho seguro para sair da atual crise.
Encerramos 2011 com saldo positivo de cerca de 10 mil profissionais capacitados nos cursos de aperfeiçoamento tecnológico, operacionais e de pós-graduação da UniUDOP - Universidade Corporativa da UDOP, mantendo-nos como entidade forte na prestação de serviços voltados à qualificação e capacitação profissional.
Exemplos como o do Grupo ETH Bioenergia são importantes de serem seguidos. Mesmo em meio à crise porque passa o setor, com uma das piores safras das últimas décadas, o Grupo ETH investiu pesado na capacitação de seus profissionais, com investimentos estimados em mais de R$ 4 milhões somente para qualificar seus colaboradores.
Segundo Genésio Lemos Couto, diretor de pessoas e sustentabilidade do Grupo ETH, os investimentos em programas técnicos e operacionais do grupo, braço sucroenergético da Odebrecht, já qualificaram mais de 75,4 mil profissionais, além de 1.016 profissionais estratégicos que participaram de programas de ampliação de conhecimento, todos em parceria com universidades e centros de formação tais como a UniUDOP, CTC, Senar, Senai e Sesi.
Neste início de 2012, a ETH saiu novamente na frente e formou três novas turmas de pós-graduação In Company com a UniUDOP, nos estados de São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul, com objetivo de especializar 120 profissionais de seus polos bioenergéticos.
Esta visão estratégica de capacitar as pessoas para a obtenção de resultados cada vez mais positivos e melhoria constante da gestão do negócio, comunga com os objetivos da fundação da UDOP, que surgiu justamente da necessidade de expandir o conhecimento dos profissionais que acabavam de chegar ao setor, no início do ProÁlcool, na década de 1980.
Este investimento pesado na qualificação trouxe a nossa região uma nova realidade. Hoje, temos usinas modernas que nada têm a perder das unidades tradicionais de outras regiões onde o convívio com a cana é secular. Isto, por si só, comprova que investir no ser humano é de crucial importância quando se persegue bons resultados.
Os cursos de pós-graduação da UniUDOP, por exemplo, já formaram mais de 1 mil profissionais, que se destacam a cada dia em suas profissões, agregando sua expertise no desenvolvimento de gestões diferenciadas e na busca constante da superação profissional.
Como diz nossa coordenadora de Treinamento da UDOP, Vanessa Olivieri a iniciativa da ETH com a formação de mais três novas turmas de pós-graduação In Company é muito importante pois os mesmos priorizam as necessidades das unidades, focando nos problemas e desafios concretos de cada usina, com resultados imediatos nos números das unidades.
No portfólio de cursos de pós-graduação da UniUDOP, temos desde turmas de Gestão Agroindustrial no Setor da Bioenergia; Gestão Ambiental no Setor da Bioenergia; Gestão da Produção no Setor da Bioenergia - Ênfase em Sustentabilidade; Gestão Estratégica da Comercialização e Finanças no Setor da Bioenergia; Gestão da Produção Agrícola no Setor da Bioenergia; e Gestão da Produção Industrial no Setor da Bioenergia.
Assim, acreditamos que a contribuição do conhecimento especializado será vital para o setor neste momento de crise, afinal, a história comprova que: conhecimento, aliado à vontade e novos desafios, resultam em vitória.
* Artigo originalmente publicado na Revista da STAB, edição Jan/Fev - 2012
Antonio Cesar Salibe
Presidente Executivo da UDOP

sexta-feira, 6 de abril de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 77

I - NOTICIAS

1- Fusões e aquisições em TI cresceram 41% em 2011, diz Ernst & Young
Fonte: Valor Online
Mesmo diante de uma ligeira queda no valor movimentado globalmente por fusões e aquisições em 2011, as cifras geradas por esse tipo de acordo no setor de tecnologia cresceram 41% no ano, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (5) pela Ernst & Young. As transações desse porte no setor envolveram US$ 167,7 bilhões no período, frente os US$ 119 bilhões registrados em 2010.
O destaque ficou com as negociações realizadas por private equity, que subiram 67%, para 317 acordos. Outro ponto ressaltado foi a participação das Américas, que registraram pouco mais da metade de todo o número global de fusões e aquisições e tecnologia em 2011.
Impulsionado por tendências como mídias sociais, computação em nuvem, mobilidade e explosão de dados, o mercado de tecnologia concentrou 3006 negócios em 2011, número 13% superior aos 2.658 realizados em 2010. Com 676 transações efetivadas, o quarto trimestre, no entanto, apresentou uma queda de 4% na comparação com um ano antes.
Segundo a Ernst & Young, mesmo com índices mais positivos que outros setores, essa desaceleração indica que a área de tecnologia não está imune aos efeitos do cenário de incertezas econômicas.
“As mesmas pressões sugerem que o crescimento poderá ser lento em 2012, mas a perspectiva de longo prazo continua forte devido à inovação tecnológica disruptiva em curso”, observa Ricardo Reis, líder de fusões e aquisições da Ernst & Young.
Em 2011, 34 acordos no mercado de tecnologia superaram a cifra de US$ 1 bilhão, sendo oito deles no quarto trimestre. A indústria de semicondutores, por exemplo, registrou cinco das dez maiores transações do ano, no valor combinado de US$ 21,2 bilhões.
Em outra frente, diversas transações de menor porte reforçaram a importância estratégica de tecnologias como redes sociais e de segurança, jogos on-line e para celular, além de recursos voltados a áreas como saúde e publicidade e marketing, informou a consultoria. Em cada uma dessas áreas, foram realizados entre 100 e 150 negócios, com muitos deles envolvendo mais de uma dessas tecnologias.
A Ernst & Young ressaltou ainda o crescimento dos negócios transnacionais, que movimentaram US$ 69,3 bilhões em 2011, contra os US$ 49,4 bilhões de um ano antes. O número de acordos nessa direção saltou de 907 em 2010 para 1.077 em 2011, alta de 19%.

2- BP Biocombustíveis prevê novo aumento de capital
Fonte: Valor Online
A BP Biocombustíveis, empresa sucroalcooleira da petroleira britânica BP, convocou seus acionistas para votarem no dia 12 de abril um novo aumento de capital no valor de R$ 51,240 milhões mediante subscrição de novas ações. Se confirmado, será o quarto aumento de capital feito pela empresa desde o dia 29 de dezembro de 2011, totalizando R$ 220,509 milhões.
A BP está no Brasil em biocombustíveis desde 2008, mas a maior parte de seus investimentos nessa área foi feito em 2011. Em março, a companhia desembolsou US$ 680 milhões para comprar 83% da Companhia Nacional de Açúcar e Álcool (CNAA), que conta com duas usinas em operação (em Goiás e Minas Gerais) e um projeto ainda em construção. No mesmo ano, investiu mais R$ 118 milhões (em assunção de dívidas) para assumir o controle total da usina Tropical, de Goiás, da qual detinha apenas 50%.

3- Debate FINEP será sobre meio ambiente carioca
A programação de abril da série Debate FINEP começa no dia 10 com palestra sobre a história da cidade do Rio de Janeiro e da Floresta da Tijuca. O evento abordará a evolução da ocupação humana e seus impactos no meio ambiente, ao longo dos quase cinco séculos de existência da cidade. Os palestrantes convidados são o arquiteto e urbanista Augusto Ivan de Freitas Pinheiro, professor da PUC e ex-coordenador do projeto de revitalização do Centro do Rio, e José Augusto Pádua, doutor em História e professor da UFRJ.
O debate acontece às 10 horas no Espaço Cultural FINEP, no pilotis da Praia do Flamengo, 200 (RJ). A entrada é franca.

4- ANP e Petrobras na Justiça sobre Royalties
Ambas ligadas à União, Petrobras e ANP (Agência Nacional do Petróleo) divergem na Justiça sobre o pagamento de royalties e participações especiais (cobradas de campos de alta produtividade).
De um lado, a agência cobra na Justiça R$ 125 milhões que teriam sido recolhidos a menos pela empresa, mas o pleito foi suspenso por liminar obtida pela estatal.
De outro, a petrolífera exige a devolução de R$ 140 milhões, pagos supostamente a mais sobre a produção dos campos Albacora e Albacora Leste, na bacia de Campos.
A disputa se refere à extração de óleo no período entre janeiro de 2007 e fevereiro de 2009. A estatal moveu ação na Justiça Federal do Rio contra a ANP para obter os recursos que teriam sido repassados em excesso ao órgão regulador. Por seu turno, a ANP contesta e quer receber mais.
O motivo da discórdia é a metodologia empregada na medição do volume de petróleo produzido pelos dois campos. A Petrobras sustenta, na ação judicial, que pagou mais royalties porque superestimou a extração de óleo.
Sócia da Petrobras em Albacora Leste, a Repsol-Sinopec (sino-espanhola) também quer de volta seu quinhão: R$ 12 milhões, pela participação de 10% no campo.
A estatal alega que um sistema de medição usado até 2007 "superestimava" a produção dos campos -realizada por meio da plataforma de produção de óleo e gás P-50.
A estatal diz, na ação, que a partir de 2008 mudou o método de aferição do óleo extraído, mas manteve o pagamento a maior -o que gerou o eventual crédito cobrado agora na Justiça.
O novo método de cálculo do fluxo de óleo extraído não foi aceito pela ANP. Assim, a agência não apenas rejeita devolver os recursos -administrados pelo Tesouro Nacional- como quer receber o que teria sido recolhido a menor.
A ANP diz que vai contestar a ação da estatal. De acordo com a agência, o prazo para recorrer à Justiça termina em meados deste mês.
Segundo a Petrobras, a ação foi impetrada há três meses e está "em fase inicial, ainda sem qualquer julgamento de mérito".
Fonte: Folha de São Paulo/PEDRO SOARES/EM SÃO PAULO/LUCAS VETTORAZZO DO RIO

5- EBX vendeu 20% da SIX AUTOMAÇÃO
O grupo EBX confirmou por meio de um comunicado, a venda de 20% do capital da SIX Automação para a IBM. A empresa é subsidiária da SIX Soluções Inteligentes, empresa de tecnologia do conglomerado de Eike Batista. O acordo prevê ainda a terceirização de atividades operacionais de tecnologia da informação (TI) do grupo EBX para a IBM na ordem de US$ 1 bilhão por um período de dez anos.
Pela parceria, deve ser implantado, na SIX Automação, um centro para criação conjunta de soluções tecnológicas e investimentos em P&D (pesquisa e desenvolvimento), voltado principalmente para os setores de recursos naturais e infraestrutura. O contrato de "outsourcing" relativo à parte operacional de tecnologia da informação da EBX estabelece que a IBM atenderá todas as empresas do conglomerado, inclusive as operações no exterior, como Chile e Colômbia.
Em comunicado, a EBX afirma que a parceria com a IBM vai potencializar a entrada da SIX Automação no mercado de soluções tecnológicas industriais, além de viabilizar o uso de recursos de pesquisa e desenvolvimento para as empresas do grupo. Segundo a empresa, a IBM contribuirá com soluções inteligentes de indústria, provendo novos produtos, softwares e serviços que complementam a expertise da SIX Automação para os setores de Petróleo e Gás, Mineração, Construção Naval, Portos e outros a serem definidos.
A sociedade prevê a realização conjunta de programas de pesquisa e propriedade intelectual com foco nos segmentos de recursos naturais e sustentabilidade e nas necessidades de negócios do grupo EBX e do mercado, informou a empresa. Será criado também um centro de soluções industriais conjuntas para que clientes dos quatro países da América Latina (Brasil, Chile, Colômbia e Peru) realizem testes, provas de conceito e customizem a tecnologia de acordo com suas necessidades.
A SIX Automação foi criada em outubro de 2011, após a compra da AC Engenharia, companhia com 18 anos de experiência no mercado.
Fonte: Agência Estado


II – COMENTÁRIOS

1- Cetrel e Grupo JB começam a produzir bioenergia a partir da vinhaça da cana
Fonte: Redação TN Petróleo
A Cetrel, em parceria com o Grupo JB, iniciou sua primeira unidade de produção de bionergia a partir da vinhaça, subproduto da produção do álcool. As instalações estão localizadas na unidade industrial da Companhia Alcoolquímica Nacional, usina do Grupo JB, em Vitória de Santo Antão (PE) e têm como finalidade a geração de energia elétrica limpa através de processo específico de biodigestão.
De acordo com a empresa, a eficiência e qualidade do biogás gerado por meio da tecnologia desenvolvida pela Cetrel é o grande diferencial do projeto. O gás produzido é composto em média por 80% de metano, o que lhe confere maior potencial de queima quando comparado ao biogás obtido a partir de outras fontes de resíduos tradicionais, que contêm de 50% a 70% de metano.
“Utilizamos o conhecimento adquirido em 33 anos de tratamento de efluentes e aplicamos os conceitos de biodigestão para desenvolver tecnologia específica e, deste modo, apresentar a vinhaça como uma excelente alternativa para produção de energia limpa no país”, afirma a gerente da área de bioenergia da Cetrel, Suzana Domingues. “Para termos a dimensão desse potencial, na safra 2010/2011 foram produzidos 25 bilhões de litros de álcool, o que corresponde à geração de cerca de 300 bilhões de litros de vinhaça ou 300 milhões m³. Este volume seria suficiente para gerar cerca de 1.600 MW, aproximadamente 45% da capacidade instalada de uma hidrelétrica como a de Jirau, com vantagem de produzir energia de forma descentralizada e sem impacto para o meio ambiente”, complementa.
Localizada em uma área de 7 mil m², o projeto ocupa, hoje, cerca de 6000 m², com oportunidade de ampliação após entrar em fase comercial. Nesta fase inicial, a unidade utiliza cerca de 20% da capacidade de geração de energia a partir da vinhaça, aproximadamente mil metros cúbicos de vinhaça/dia com capacidade de geração de até 0,85 MW de biogás em seus motogeradores. O resultado, nessa fase, são 612 MWh de energia comercializados no mercado livre por mês. Em escala industrial, a operação de Vitória de Santo Antão terá sua capacidade ampliada em até cinco vezes (cerca de 4,5 MW).
Também se destacam as diferentes aplicações do biogás como combustível: em caldeiras na própria usina, ou indústrias próximas; como biogás veicular, após tratamento para atingir a especificação; ou para produção de energia elétrica através de motogerador ou turbina, como é o caso do produto na usina do Grupo JB.
É por conta dessas possibilidades que o projeto da unidade deve ser feito de forma customizada, considerando o interesse do empresário parceiro para o uso do biogás a ser gerado. “Primeiro entendemos as necessidades do empresário e estudamos as condições da vinhaça produzida na usina, depois definimos qual o projeto mais adequado em termos de escala e aplicação para obter uma estimativa do investimento”, explica Suzana.
A gerente adianta, porém, que para ser economicamente viável, o volume de vinhaça disponível deve ser de, no mínimo, cinco a seis mil metros cúbicos/dia (5 a 6 mil m³/dia), a depender da aplicação e da qualidade do insumo.
Apresentada ainda em modo de demonstração, a tecnologia pode ser aplicada em grande parte das 440 usinas sucroalcooleiras do Brasil como fonte extra de geração de energia alternativa, proporcionando uma receita adicional ao setor.
O processo
Para cada litro de álcool produzido, em média doze litros de vinhaça são deixados como subproduto. Através do processo de biodigestão do conteúdo orgânico presente neste subproduto é obtido o biogás, que pode ser utilizado para produção de bioenergia em motogerador e entregue na rede de distribuição para ser comercializada, ou como biogás veicular, após tratamento para atingir a especificação exigida. A vinhaça tratada a partir deste processo retorna ao canavial para fertirrigação, mantendo os nutrientes importantes para o solo.
A fase de pesquisa teve início em 2009, com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), a partir da realização dos testes em laboratório e estudo de caracterização da vinhaça para a biodigestão. Um ano depois, foi desenvolvido o projeto para uma planta piloto na Destilaria Japungu (PB) para operação contínua e testes em diferentes configurações de reatores. Esta unidade, em operação desde 2011, processou vinhaça com diferentes características e superou os resultados esperados de eficiência de digestão e qualidade do gás gerado.
Mais informações: www.cetrel.com.br/bioenergia.aspx.

2- Bagaço Amarelando
Estivemos recentemente na Feicana FeiBio, em Araçatuba, até porque sentíamos algum saudosismo, das lembranças que a cidade, os amigos nos proporcionam e pensamos que podíamos resolver com a participação no evento da feira e dos CanaSauros.
Mas, efetivamente, o que sentimos foi uma grande mudança, em relação as nossas lembranças de anos anteriores, e ficou a dúvida se são meramente conjunturais ou estruturais, ou seja, consequência das dificuldades provocadas pela última safra ou então as transformações societárias ocorridas nas empresas do setor. Sobrou a garra e a vontade de lutar pelo setor, dos organizadores do evento.
Saímos com a esperança que elas sejam meramente conjunturais e que prevaleça a grande novidade anunciada pelos organizadores do evento, a constatação que a crise está chegando ao fim e que pela primeira vez na história o setor tem pela frente o desafio de abastecer um enorme mercado com seus produtos.
Mas, se a crise está terminando e temos um grande desafio de abastecimento , fica a indagação, quais as lições que a mesma está deixando para o setor poder atender o mercado?
Senti no ar junto aos empresários uma preocupação com a próxima safra, quando muitos afirmaram que o bagaço está amarelando, ou seja, está virando ouro.
Ora, se bagaço está se valorizando, é sinal que provavelmente a cana será pouca, e isso significa que a produção de etanol e açúcar também ficarão em níveis baixos, o que realmente é preocupante. Fica um consenso, se não chover...
Esse cenário, prioriza quais as lições aprendidas e como encontrar o caminho para superar a situação existente, pois o fato do bagaço estar amarelando significa registrar uma mudança ocorrida no setor, pois bagaço já não é tão bagaço assim.
Há unanimidade de que a cana é pouca, tornando o bagaço importante para atender a necessidade dos geradores de bioeletricidade, detentores de contratos de geração a cumprir, ou nos fabricantes de suco de laranja e se o motivo da baixa produção é consequência da falta de chuva, isto significa que os reservatórios também estarão com pouca água.
Mas, se isso está ocorrendo, também significa que já existem várias unidades que já inseriram esse novo produto no seu portifólio, portanto estão sofrendo, mas poderão no futuro se beneficiar do fato para uma recuperação mais rápida, pois poderão adquirir energia de outras fontes e atender suas necessidades.
A realidade predominante, é que a crise já aconteceu. O primeiro objetivo claro para os empresários do setor, é a necessidade de ter a cana, independente se resolve ou não a questão da remuneração da produção, principalmente do etanol hidratado.
Se a solução dessa remuneração do etanol hidratado, via preços ou via taxas e impostos, é uma questão política, estamos sentindo que alguns estão aprendendo na crise a buscar outras soluções, como produtos com maior valor agregado, redução dos custos fixos com produção por maior período, tanto de etanol como de bioeletricidade, ou seja priorizando o resultado.
Para se alcançar esses objetivo as dificuldades são imensas, mas primeiramente, é preciso ter a produção de cana e o governo está anunciando uma linha de crédito para essa finalidade, porém, é preciso que realmente os recursos existam e sejam acessíveis a todos.
Por outro lado, os investimentos para apontamento e melhoria do processo industrial ficarão postergados por algum tempo, pois nessa recuperação da produção, o nível de endividamento é importante.
Esse cenário mostra a necessidade de romper paradigmas, buscar soluções criativas e usar dos potenciais existentes no empreendimento, para equacionar esses desafios que se encontram a frente.
Percebemos alguma mudança nessa questão da busca do objetivo, pois infelizmente, aquilo que era uma expectativa de inverter a situação no curto prazo, hoje já parece mais distante, portanto a necessidade de aumentar a cana se transformou na grande meta, pois daí também será possível garantir o abastecimento do mercado, mercado esse que em muitos anos se apresenta tão grande.
Portanto, uma forma de resolver a segunda etapa das necessidades de manter o parque industrial atualizado e funcionando com eficiência seria buscar parcerias usando o potencial existente na área do bagaço da usina.
Se hoje o bagaço está pouco, a recuperação da produção de cana, terá como consequência o imediato aumento da oferta dessa matéria prima, o que torna importante a parceria com investidores específicos, com recursos que somente podem ser aplicados em energia e que paralelamente, poderão solucionar o problema de melhoria do processo industrial.
Hoje, já há uma certeza, com raras exceções, durante os próximos três anos é quase impossível se pensar em auto investimento por parte da usina em geração de bioeletricidade e há no mercado, propostas de parcerias com visam de análise de perfomance e não de crédito, por um período de 4 anos até 20 anos, que se devidamente analisados e negociados, podem representar oportunidades de sinergias altamente interessantes como estratégia para enfrentar a situação atual.
Onório Kitayama
Diretor da Nascon Agroenergia