quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 71

I- NOTICIAS

1- Descoberta Gigante da Repsol Sinopec
A perfuração de um terceiro poço no bloco BM-C-33, atingindo o pré-sal da bacia de Campos, levou a Repsol Sinopec a divulgar a descoberta do que seria "um grande núcleo de hidrocarbonetos, similar ao existente na Bacia de Santos". Ao perfurar o poço apelidado de Pão de Açúcar, distante 195 quilômetros da costa do Rio de Janeiro, a Repsol encontrou uma coluna de hidrocarbonetos com quase 500 metros de espessura, dos quais 350 metros têm permoporosidade suficiente para permitir que o óleo flua, informou a companhia.
O pré-sal da bacia de Campos é conhecido pela Petrobras, onde já foram perfurados inclusive poços secos. Mas apesar do trabalho já realizado pela estatal na região, o nível de conhecimento e as possibilidades da área ainda são insuficientes.
Trata-se da terceira descoberta anunciada no mesmo bloco. As primeiras foram Seat e Gávea. Este último, onde foram encontrados dois reservatórios, foi anunciado em 2011 pela Repsol como uma das dez principais descoberta do mundo no ano passado, sem esclarecer o ranking ao qual se referia. A multinacional informou que os testes de produção permitiram a produção de 5 mil barris de óleo leve e 807.349 metros cúbicos de gás por dia, limitados pelo equipamento utilizado na operação.
A espanhola é operadora da área com 35%, tendo como sócios a norueguesa Statoil (35%) e a Petrobras (30%), que opera os maiores reservatórios do pré-sal brasileiro. Repetindo um comportamento que está virando praxe, a Repsol Sinopec não deu detalhes adicionais, informando apenas que não tinha um porta-voz ontem para dar explicar a nova descoberta.
Com isso não é possível entender algumas questões importantes como se foram encontrados três reservatórios diferentes no bloco BM-C-33 ou se o Pão de Açúcar é uma extensão do Gávea, por exemplo. Também não foi informado a distância entre os três poços perfurados no bloco e nem a profundidade perfurada no poço Pão de Açúcar, onde a plataforma Stena Drill Max estava estacionada em uma lâmina d'água de 2.788 metros.
O Valor apurou que ainda é cedo para afirmar se as descobertas pertencem ao mesmo reservatório, já que ainda está sendo avaliada a possibilidade de conectividade entre as áreas perfuradas.
Em um comunicado para investidores, o presidente da Statoil no Brasil, Kjetil Hove, disse que a descoberta é importante para os planos da companhia norueguesa no país. "A Statoil tem ambições claras para crescer no Brasil através de novas oportunidades de exploração. A descoberta Pão de Açúcar passará a ser um elemento importante em nossas ambições de crescimento", declarou o executivo.
A Statoil também informou a seus investidores que trata-se da sexta descoberta de alto impacto para a companhia nos últimos doze meses. A multinacional norueguesa considera de alto impacto as descobertas que correspondam a um volume superior a 250 milhões de barris de óleo equivalente (boe) ou aquelas que correspondam a uma fatia de 100 milhões boe líquidos para a Statoil.
Fonte: Valor Econômico/Por Cláudia Schüffner | Do Rio

2- Technip firma contrato com a Petrobras para fornecimento de soluções tecnológicas
Fonte: Redação TN Petróleo
Technip e Petrobras firmaram um contrato de desenvolvimento de soluções tecnológicas para os campos de Guará e Lula Nordeste, no pré-sal da Bacia de Santos, em lâmina d'água de 2.250 metros.
O contrato prevê a fabricação de 24 quilômetros de linhas flexíveis de injeção de gás de 6 polegadas, classificado para 552 bar (7.850 £ força por polegada quadrada). As linhas de injeção serão usadas para reinjeção do gás produzido no reservatório, de acordo com as novas regulamentações ambientais do Brasil.
Os dutos serão fabricados na Technip do Brasil e entregues em dois lotes, o primeiro em 2012 e o segundo no primeiro trimestre de 2013.
"Esta solução inovadora desenvolvida pela nossos tecnicos franceses e brasileiros de P&D leva a Technip a atender aos requisitos de corrosão e fadiga, o que aumentou com a evolução dos campos do pré-sal. O nosso sucesso neste projeto demonstra a posição da tecnologia Teta Clip que resiste à alta pressão interna destes dutos. Esta solução justifica nossos investimentos na construção de nossa nova planta de flexíveis no Superporto de Açu, em São João da Barra, no norte do Rio de Janeiro, que será capaz de fabricar este tipo de produtos high-end", declarou o vice-presidente executivo e COO Subsea da Technip, Frédéric Delormel.

3- No futuro, exploração de petróleo poderá dispensar plataforma
A Petrobras está em busca de novos sistemas de produção de petróleo, mais simples e compactos, de custos menores e maior produtividade. Essa combinação é fundamental para exploração cada vez mais distante da costa e em águas ultraprofundas no pré-sal brasileiro. O gerente-executivo do Centro de pesquisas Leopoldo Miguez (Cenpes), da Petrobras, Carlos Tadeu Fraga, disse que as pesquisas buscam simplificar os sistemas, reduzindo o número de equipamentos em cima das plataformas.
O objetivo é instalar verdadeiras fábricas submersas no fundo do mar, com custos menores, produção maior e menos impacto ambiental. Uma das novidades é o Separador Submerso de Água e Óleo (SSAO). O primeiro equipamento está sendo instalado para testes no Campo de Marlim (Bacia de Campos). Para muitos, é o primeiro passo para se produzir petróleo sem plataforma. O SSAO fica instalado no fundo do mar, e substitui os separadores em cima das plataformas.
A Petrobras duplicou o Cenpes, na Ilha do Fundão, no Rio, para desenvolver tecnologias, principalmente para o pré-sal. Para Carlos Tadeu, é fundamental desenvolver sistemas simples e de menor custo, porque considerando as atuais reservas do pré-sal de 15 bilhões de barris, cada US$ 1 de redução nos custos de exploração, traz economia de US$ 15 bilhões.
O SSAO foi desenvolvido para a Petrobras em parceria com a FMC Tecnologies, uma das gigantes fabricantes de equipamentos submarinos para o setor. O primeiro SSAO desenvolvido no novo Centro Tecnológico da FMC, no Parque Tecnológico da Cidade Universitária, fará em breve testes no Campo de Marlim e será conectado a um dos poços da plataforma P-37.
O equipamento pesa 407 toneladas, fica no solo marinho e separará óleo, gás e água. O petróleo, ao sair dos poços, é separado no SSAO e pode ir para um navio-tanque ou oleoduto. O SSAO traria ganhos ambientais ao reduzir emissões de gás carbônico.
"Estamos com o pé no acelerador para fazer uma nova geração de sistemas de produção de petróleo, tendo como meta minimizar (reduzir) tudo que existe em cima do mar (plataforma)", explicou Paulo Couto, vice-presidente de Tecnologia da FMC Technologies, para quem o SSAO pode ser um primeiro passo para produção sem plataformas. "A direção é essa. Mas é difícil saber se no futuro teremos plataformas menores, desabitadas, ou sistemas no fundo do mar e só navios para armazenar petróleo. Está se caminhando para isso."
Tecnologias para reduzir prejuízos ao perfurar poços
Aumentar a produção de forma mais eficiente também é preocupação da Baker Hughes, outra gigante internacional que instalou seu centro tecnológico para toda América Latina no Parque Tecnológico no Fundão.
"Um dos desafios tecnológicos é que a perfuração de um poço no pré-sal consiga atravessar uma camada de sal de dois quilômetros", disse César Muniz, diretor da Baker Hughes.
A Petrobras pretende adquirir um veículo autônomo, o Autonomous Underwater Vehicles (AUV), que trafega no fundo do mar com câmaras, comandos à distância, manda imagens e é capaz de fazer intervenções nos equipamentos. Desenvolvido pelo Cenpes, está em testes no pré-sal da Bacia de Santos um equipamento inédito que separa o gás carbônico do gás e o reinjeta nos poços.
Estudar reservatórios é a linha do Centro de Pesquisa e Geoengenharia da Schlumberger, no Parque Tecnológico do Fundão. Com tecnologias avançadas, pode-se evitar que a perfuração de um poço, que custa de US$ 50 milhões a US$ 70 milhões, não seja um tiro certeiro. Hoje, corre-se o risco de esse investimento ir pelo ralo, se o poço estiver seco .
Fonte: Gazeta do Povo,PR

4- Petrobras registra aumento de 2,6% na produção de petróleo e gás natural em janeiro
Fonte: Agência Brasil
A Petrobras informou que a sua produção média de petróleo e gás natural no Brasil e no exterior totalizou 2,73 milhões de barris de óleo equivalente por dia em janeiro. O volume é 2,6 % maior do que o registrado em janeiro de 2011 e 0,5 % superior ao de dezembro.
Nos campos brasileiros, a produção alcançou 2,49 milhões de barris de óleo equivalente por dia, com aumento de 2,8% na comparação com janeiro passado e de 1% em relação a dezembro. A produção exclusiva de óleo no país chegou a 2,11 milhões de barris por dia, 2% a mais do que em janeiro de 2011 e 1,2% acima do total de dezembro.
Segundo a Petrobras, o aumento da produção foi resultado da entrada em produção de poços nas plataformas P-57, no Campo de Jubarte, P-56, no Campo Marlim Sul, e do Teste de Longa Duração de Aruanã, no pós-sal da porção sul da Bacia de Campos.
A produção de gás natural dos campos nacionais atingiu 60,4 milhões de metros cúbicos por dia, um aumento de 7,6% ante janeiro de 2011. Em relação a dezembro, houve estabilidade.


II- COMENTÁRIOS

1- Sem aumento da gasolina e do diesel, Petrobras terá novas perdas
Na última semana, dois eventos trouxeram a política de preços de combustíveis da Petrobras para o centro do debate.
O primeiro foi a entrevista do ex-presidente da empresa José Sergio Gabrielli, na qual ele ponderou a necessidade de reajuste dos combustíveis no mercado doméstico.
O segundo foi a divulgação do fraco resultado da empresa no quarto trimestre de 2011, deixando claro o dano que a política de subsídio velado ao preço dos combustíveis causa à empresa.
O lucro líquido da estatal naquele trimestre atingiu apenas R$ 5,05 bilhões, 52,4% inferior ao do quarto trimestre de 2010, que foi de R$ 10,6 bilhões.
Parte significativa da piora veio da área de abastecimento, cujo prejuízo atingiu R$ 4,4 bilhões no quarto trimestre de 2011, ante lucro de R$ 1,4 bilhão no mesmo trimestre de 2010.
A transformação de lucro em prejuízo se deve ao fato de a empresa vender gasolina e óleo diesel no mercado doméstico por preços abaixo dos do mercado externo.
Em 2011, o forte aumento do consumo de gasolina C (que cresceu 24%, ante 2,7% do PIB) fez com que a empresa aumentasse em 300% suas importações desse combustível, uma vez que a capacidade de refino do país está esgotada.
Para 2012, não existe expectativa de melhora nesse cenário, sendo esperado novo aumento das importações, e, consequentemente, novo prejuízo para a Petrobras.
Em 2011, o consumo aparente de gasolina A ficou em 165 milhões de barris, e as importações atingiram 13,8 milhões de barris, gerando dispêndio de R$ 3 bilhões à Petrobras.
Ao vender esse volume de gasolina no mercado doméstico a preços abaixo dos do mercado internacional, a Petrobras registrou perda de R$ 655 milhões.
Para 2012, com o preço fixo no mercado doméstico, estima-se que as perdas poderão atingir R$ 2,2 bilhões.
No caso do diesel, as importações custaram R$ 13,8 bilhões. Como o subsídio, a Petrobras registrou perda de R$ 3,1 bilhões.
Para 2012, estima-se que o volume de importações de diesel gere dispêndio de R$ 17,5 bilhões.
Caso o preço do diesel se mantenha congelado no mercado doméstico, as perdas da Petrobras atingiriam R$ 3,9 bilhões.
Assim, a perda com a venda subsidiada de gasolina A e de diesel importados saltaria de R$ 3,7 bilhões em 2011 para R$ 6,1 bilhões em 2012 (aumento de 65%).
Esse cenário de aumento de importações de gasolina e de diesel tende a se manter nos próximos anos. A única forma de conter esse consumo e, consequentemente, das importações, seria a elevação dos preços dos combustíveis, o que parece pouco provável diante das declarações da nova presidente da empresa. A conferir.
* Artigo publicado originalmente na Folha de S.Paulo
Adriano Pires
Diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura)

2- Governo pretende consolidar etanol como o principal combustível de veículos leves
27/02/12 - O governo federal anunciou ontem a elaboração de um plano com o objetivo de consolidar o etanol como principal combustível usado pela frota de veículos leves. Para isso, pretende aumentar o plantio de cana no País entre 2012 e 2015, com a disponibilização de recursos por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), poupança rural, entre outras fontes.
O Plano Estratégico do Setor Sucroalcooleiro para os próximos quatro anos foi elaborado com base na manutenção da mistura de 25% de etanol anidro à gasolina e visa abastecer entre 50% e 55% da frota de veículos leves com etanol hidratado.
"O plano pretende propiciar as condições necessárias para atrair investimentos privados e, desta forma, a retomada de crescimento do setor sucroalcooleiro", afirma o secretário de Produção e Agroenergia, Gerardo Fontelles.
Uma das medidas a serem adotadas será o incentivo da renovação de 6,4 milhões de hectares de cana-de-açúcar até 2015, ao custo de R$ 29 bilhões. Balanço divulgado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em dezembro de 2011, apontou que em todo o Brasil já tinham sido colhidos 8,3 milhões de hectares de cana na safra atual, que ainda não terminou.
Ampliação
O governo pretende ainda investir R$ 8,5 bilhões em 1,4 milhão de hectares para atender a capacidade instalada das usinas, que estão atuando abaixo de sua capacidade máxima. A meta anual é de ampliar os canaviais em 355 mil hectares, com valor estimado em R$ 2,1 bilhões.
A estimativa é de que até 2015 seja necessário ampliar as áreas de canaviais em 3,8 milhões de hectares, o que custaria R$ 23 bilhões.
Estocagem
O governo informa que propôs uma linha de financiamento à estocagem de etanol para que as usinas produtoras possam distribuir a produção ao longo do ano.
A medida poderá diminuir as flutuações de preços e garantir o abastecimento estável do combustível. Seria necessário investimentos de R$ 4,5 bilhões ano ano para atender a demanda de 1,9 bilhão de litros por mês.
O plano também prevê a pesquisa de novas variedades de cana e a organização dos produtores rurais em associações e cooperativas, otimizando a participação na cadeia produtiva sucroalcooleira, inclusiva assumindo unidades de produção paralisadas.
Medidas
O presidente da UDOP (União dos Produtores de Bioenergia), Celso Junqueira Franco, vê como positiva a iniciativa do governo em manter o índice de 25% de etanol misturado à gasolina, mas entende que é preciso ver quais instrumentos serão criados para garantir o abastecimento a mais do que 35% do mercado de carro flex", comenta Franco.
Ele explica ainda que é importante investir nos canaviais, mas alerta que não se deve demorar para investir também na construção de novas unidades produtoras. "Não dá para esperar lotar a capacidade das usinas existentes para começar a fazer novas".
Lázaro Jr. - Fonte: Folha da Região - Araçatuba/SP

3- Alta do petróleo já ameaça economia global
Fonte: Valor Econômico
"Até recentemente eu começava as minhas manhãs verificando o rendimento dos bônus italianos", diz Ed Yardeni, que trabalha como estrategista financeiro em Wall Street. Não é mais assim. Agora, ele verifica primeiro o preço do petróleo Brent.
Na semana passada, quando os preços do petróleo subiram para mais de US$ 125 por barril, maior patamar desde a guerra civil na Líbia em 2011, a atenção dos investidores mudou nitidamente de direção: da crise na Grécia para a ameaça representada pelo petróleo mais caro.
Se continuar em alta - e a Vitol, maior comercializadora de petróleo independente do mundo, já alertou para a possibilidade de a cotação atingir US$ 150 - então, qualquer perspectiva imediata de recuperação econômica, especialmente na Europa, ela provavelmente perderá força.
Há vários motivos para a alta do preço do petróleo, sendo que o mais importante é a tensão cada vez maior em relação ao programa nuclear iraniano.
As sanções planejadas pela União Europeia (UE) e as ameaças do Irã, de cortar o fornecimento a alguns países europeus, vêm preocupando os operadores do mercado de petróleo.
O petróleo do tipo Brent chegou a recorde, em euros e em libras, na semana passada. Na sexta (24), atingiu o maior valor em nove meses, de US$ 125,32, impulsionado por um informe da agência de supervisão nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) apontando um grande aumento na produção de urânio de alto grau de enriquecimento pelo Irã.
"O petróleo encaminha-se para um ponto crucial", afirma Michael Lewis, chefe de análise de commodities no Deutsche Bank, em Londres.
O aumento nos preços do petróleo, justamente quando os EUA começam a dar sinais de sair do atoleiro econômico, é ameaçador para a economia mundial. Quase todas as recessões anteriores dos EUA foram precedidas por grandes aumentos no custo das fontes de energia. O valor da gasolina nos EUA aproxima-se da marca psicológica dos US$ 4 por galão (3,785 litros), nível que provavelmente enfraquecerá a confiança dos consumidores.
Para o economista James Hamilton, da Universidade da Califórnia, em San Diego, que estudou o impacto do preço do petróleo na atividade econômica, "todas as 11 recessões do pós-guerra [nos EUA], menos uma, estiveram associadas a aumentos no preço do petróleo, com a única exceção sendo a de 1960".
A Europa poderia sofrer impacto maior que os EUA. Apesar de todos os esforços das refinarias da região para assegurar fornecimentos alternativos, a alta desta semana afetará países como Grécia, Itália e Espanha, cujas economias já estão fragilizadas.
Didier Houssin, diretor de mercados de energia e de segurança energética da Agência Internacional de Energia (AIE), o órgão dos países ocidentais de supervisão do setor, disse em conferência nesta semana que os preços elevados do petróleo já agem como um freio ao crescimento econômico.
O "fardo do petróleo", que indica o custo do produto em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), está perto dos níveis de 2008, quando o petróleo chegou ao recorde, em dólares, de US$ 147.
O Deutsche Bank estima que, mesmo se os preços do petróleo continuarem no nível atual pelo resto do ano, esse indicador aumentará para 5,5%, acima dos 4,8% verificados em 2008 e o maior nível desde 1983.
A alta acentuada do petróleo decorre dos vários casos de interrupção no fornecimento, assim como dos temores quanto ao impacto que as sanções europeias e americanas terão nas exportações iranianas.
A forte demanda por petróleo na Ásia, particularmente no Japão, aumentou ainda mais a tensão no mercado.
Colin Fenton, chefe de análise de commodities no JPMorgan, em Nova York, diz que a onda de valorização é "guiada pela economia e tem raízes reais". A parcela no preço resultante dos temores com o Irã representa apenas "alguns dólares por barril", diz.
O Sudão do Sul parou de extrair cerca de 300 mil barris por dia de petróleo com baixo índice de enxofre, um dos mais cobiçados. Inquietações políticas e greves reduziram a produção em cerca de 250 mil barris diários no Iêmen. A Líbia está extraindo cerca de 1 milhão de barris por dia, o que ainda está bem abaixo do patamar pré-guerra civil, de 1,6 milhão de barris. Na Síria, a produção caiu cerca de 150 mil a 200 mil barris por dia, afetada pela agitação política no país.
Essas interrupções no fornecimento pressionaram o mercado físico - em que as entregas realmente ocorrem e não se negocia o petróleo apenas como investimento - a ponto de surpreender executivos de tradings de commodities na Suíça e muitos analistas experientes.
Paul Tossetti, da empresa de consultoria PFC Energy, em Washington, diz que o mercado físico está "apertado e parece que poderia ficar mais apertado".
O envelhecimento da infraestrutura e dos campos petrolíferos também influencia a alta. A produção de petróleo no Mar do Norte está em queda, e a da Venezuela também vem caindo de forma acentuada.
A demanda na Ásia cresceu, em grande parte porque as geradoras de energia no Japão recorreram ao petróleo como alternativa à energia atômica, depois do terremoto e do tsunami de 2011 e do desastre nuclear na usina de Fukushima.
O analista David Wech, da empresa de consultoria JBC Energy, afirma que o Japão consumiu um total de 635 mil barris diários de petróleo e derivados para gerar de energia em janeiro, mais que o dobro em comparação com um ano atrás.
A AIE, por sua vez, estima que o consumo mundial de petróleo aumentará 830 mil barris diários neste ano, acima da alta de 740 mil barris verificada em 2011.
"Permanece a perspectiva de duas velocidades", destacou a AIE em seu informe mensal mais recente, no qual antecipa "crescimento robusto na demanda por petróleo" nos países emergentes e continuidade do declínio do consumo na maioria dos países desenvolvidos.
Caso o petróleo encaminhe-se aos US$ 150 por barril, a elevação poderia ter vida curta, se houver repetição do verificado em 2008, quando a recessão levou de novo os preços para baixo. Isso, contudo, serviria de pouco consolo.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 70

I– NOTICIAS

1- Onip lança novo site para atender à crescente demanda por informações do mercado
Fonte: Redação TN Petróleo
A Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) colocou no ar seu novo site. Com o layout mais moderno e com ferramentas para facilitar a pesquisa, o site se compromete a reunir todas as informações do segmento referentes a números, estatísticas e tendências.
Entre os serviços estão notícias internacionais relevantes para o setor, conteúdo de palestras e workshops e o acesso aos cadastros de fornecedores de bens e serviços.
A Onip atua como fórum de articulação e cooperação entre as companhias de exploração, produção, refino, processamento, transporte e distribuição de petróleo e derivados, empresas fornecedoras de bens e serviços do setor petrolífero, organismos governamentais e agências de fomento.
Site: www.onip.org.br

2- Abraman explora Engenharia da Confiabilidade para melhorar a gestão estratégica de empresas
Fonte: Redação TN Petróleo
Melhor desempenho com menor custo. Este é o direcionador da Engenharia da Confiabilidade, que tem sido cada vez mais debatida pela indústria. A confiabilidade é bastante flexível e pode ser aplicada em diversas áreas, como engenharia e desenvolvimento de produtos, qualidade, pós-vendas, manutenção e linhas de produção. Mas o tema ainda precisa ser melhor difundido.
Para o presidente da Associação Brasileira de Manutenção (Abraman), João Ricardo Barusso Lafraia, é preciso mudar de abordagem, passando da análise da questão técnica relacionada a equipamento e da questão gerencial ou cumprimento de procedimentos, para a análise das atitudes e das emoções. "Temos uma necessidade de mudança de paradigma. A manutenção não é somente trabalhar com a parte operacional, mas integrar as ferramentas de confiabilidade na gestão de ativos. Mesmo em setores econômicos que demandam a aplicação das análises da confiabilidade - energia, óleo e gás -, os recursos ainda são pouco explorados" afirma.
De acordo com Lafraia, a Engenharia da Confiabilidade não pode ser tratada isoladamente no chão de fábrica. Os valores intrínsecos aos processos de gestão empresarial também passam pela confiabilidade, até mesmo no desenvolvimento de práticas sustentáveis.
A gestão de ativos, que abrangem o gerenciamento do custo de vida do ciclo total de produtos, ou mesmo de máquinas, não apresenta evolução no país. "Na área pública esta prática é quase inexistente no Brasil, diferentemente do que ocorre nos países saxônicos, em que a aplicação da confiabilidade em estradas e praças, por exemplo, já fazem parte do dia a dia das empresas".
A Abraman vem desenvolvendo e introduzindo soluções para reverter esse cenário. A associação fez a tradução da norma americana PAS 55 sobre sistemas de gestão de ativos, que será referência para empresas que queiram obter essa certificação, a ISO 55000, que chegará ao país em 2013. "Também fizemos um convênio com a Sociedade Americana de Profissionais de Manutenção e Confiabilidade, para dar acesso aos profissionais daqui ao Programa de Qualificação e Certificação. O programa será lançado ainda em 2012", completa Lafraia.

3- ANP mantém o mês de maio para definição da 11ª rodada
Fonte: Agência Estado
O diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), Allan Kardec, informou que o órgão continua trabalhando com o prazo de até maio para definir a realização da 11ª rodada de licitações de blocos para exploração de petróleo e gás. "A última informação que nós temos é a que vocês têm também, maio", disse ele, sobre declaração do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, dada em janeiro sobre o assunto.
De acordo com Kardec, a decisão é da presidente Dilma Rousseff, que encaminhará a previsão de data ao Ministério de Minas e Energia. "Estamos esperando uma definição por parte da presidenta", disse.
A nova presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, disse que, para a companhia, não há urgência na realização da 11ª rodada, sendo indiferente a realização neste ano ou no próximo.

4- 8 Empresas disputam integração de Replicantes
A Petrobras recebeu propostas de dez grupos para a licitação que contratará as obras de integração dos oito FPSOs replicantes que serão instalados no cluster do pré-sal da Bacia de Santos. Disputam a concorrência a OSX, Ecovix, Estaleiro Mauá, Keppel, Quip, Jurong, Estaleiro Atlântico Sul (EAS), Construção e Montagem Offshore (CMO) e os consórcios CNO/UTC/OAS e Technip/Technit.
A previsão da Petrobras é abrir os envelopes da concorrência ainda esta semana. A empresa analisa o licenciamento de cada estaleiro e, no caso dos virtuais, as certidões de posse dos terrenos.
O pacote 1 da licitação da Petrobras prevê, além da contratação da integração dos cerca de 80 módulos para as plataformas, o fornecimento de módulos de remoção de CO2, sulfatos, injeção de água e utilidades. Também serão contratados serviços de automação elétrica e de flare.
Os cascos dos oito FPSOs estão sendo construídos pela Ecovix, empresa do Grupo Engevix, no estaleiro Rio Grande, no Rio Grande do Sul. A previsão é que a primeira unidade esteja operacional em 2015.
Fonte: energia hoje

5– Posse dos Novos Diretores da Petrobras
Os novos diretores de Exploração e Produção, José Miranda Formigli, e de Gás e Energia, José Alcides Santoro, tomaram posse em cerimônia realizada na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro. Participaram do evento a presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, o diretor de E&P, Guilherme Estrella, que transmitiu o cargo, além de gerentes e técnicos da companhia.
Segundo o novo diretor de E&P, é preciso atenção redobrada com a previsibilidade de resultados de curto prazo. “A Petrobras tem um futuro brilhante, como poucas empresas de petróleo no mundo podem almejar ter. Seja pelo acesso a reservas ou pelo mercado brasileiro, que eu considero uma das maiores vantagens que temos”, destacou Formigli.
Em seu discurso, Santoro falou sobre o trabalho realizado ao lado da atual presidente da empresa. “Quando fui trabalhar no Cenpes conheci uma engenheira de perfuração, especialista em cimentação, com uma capacidade de trabalho que eu nunca vi igual. Era a nossa hoje presidente, Maria das Graças Silva Foster"
Carreiras
José Formigli é engenheiro civil formado pelo Instituto Militar de Engenharia em 1982, com especialização em engenharia de petróleo na Petrobras, onde foi admitido em 1983. Trabalhou em várias atividades relacionadas à completação de poços e engenharia submarina. De maio de 2008 a fevereiro de 2012, Formigli atuou como gerente executivo do pré-sal na área de exploração e produção, dedicado ao planejamento e à implantação dos projetos de desenvolvimento da produção das descobertas do Pólo Pré-sal da Bacia de Santos.
José Alcides Santoro é engenheiro de petróleo, formado no Curso de Engenharia de Petróleo pela Petrobras (1980-1981), pós-graduado em Geotecnia pela PUC-Rio e em Planejamento de Sistemas Energéticos pela Unicamp. O novo diretor de Gás e Energia anteriormente ocupava o cargo de gerente executivo de Operações e Participações em Energia, sendo o responsável pela gestão de todo o parque gerador do gás e energia, coordenando as atividades relacionadas com a operação das termelétricas, negócios de energia e participações da Petrobras em empresas coligadas e controladas da área de energia.


II – COMENTARIOS

1- Grupo Gerdau
O grupo Gerdau confirmou durante audioconferência, investimentos da ordem de R$ 10,3 bilhões entre 2012 e 2016, montante R$ 500 milhões menor do que o aporte do ciclo anterior (2011 a 2015). Do total, 70% (R$ 7,21 bilhões) serão destinados às operações da companhia no país e parte significativa nas atividades em Minas Gerais.
O diretor-presidente do grupo, André Gerdau Johannpeter, explica que entre as operações do grupo no Estado que receberão aportes está o start up, até o final deste ano, da Açominas, em Ouro Branco (Campos das Vertentes), a monetização de ativos no Quadrilátero Ferrífero e a autossuficiência em minério de ferro.
A entrada da Gerdau no mercado de aços planos, através da fabricação de chapas grossas utilizadas pela indústria naval, pode, segundo analistas de mercado, fazer com que a companhia conquiste parte importante da fatia de aços importados pelo segmento, já que a demanda cresceu em função da exploração do pré-sal e de existir até então apenas um player nacional, a Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), que produz esse tipo de insumo.
A usina de Ouro Branco também está recebendo um novo laminador de bobinas a quente, cuja capacidade instalada será de 770 mil toneladas por ano. As bobinas são utilizadas principalmente na indústria da construção civil (construção metálica), petrolífera, naval e de máquinas e implementos.
Perfis - Além disso, o grupo já está estudando ampliar para 1 milhão de toneladas anuais a capacidade de produção anual de perfis estruturais - usados na construção civil, na indústria petrolífera e de máquinas e equipamentos - na Açominas. No ano passado, a Gerdau já havia expandido a carga instalada do produto de 520 mil toneladas para 700 mil toneladas por ano.
"Em relação à produção própria de minério de ferro, a Gerdau segue com a meta de alcançar a autossuficiência da Gerdau Açominas, principal unidade consumidora do insumo", afirma o CEO (chief executive officer). Ele também confirma que as reservas dos ativos da companhia no Estado são da ordem de 2,9 bilhões de toneladas.
Para a monetização das jazidas de minério em Minas, a Gerdau, conforme destaca Johannpeter, segue negociando no mercado para a captação de um parceiro. "Em princípio, a ideia é mantermos o controle dos ativos na composição acionária, mas isso pode mudar dependendo do parceiro e do negócio. Estamos abertos a várias possibilidades", esclarece.
Segundo o CEO, o projeto é de longo prazo e não foram traçadas datas limites para a definição do negócio. No entanto, Johannpeter revela que "a lista de interessados é grande. Acreditamos que o minério de ferro continuará sendo um investimento rentável no longo prazo", justifica.
O CEO também confirmou que o banco de investimento Goldman Sachs é o advisor do grupo na prospecção dos possíveis parceiros. Informações de mercado dão conta de que a instituição já procurou mineradoras e multinacionais especializadas nas vendas de commodities e as primeiras propostas devem ser recebidas em breve. Estima-se que o negócios deve custar cerca de R$ 2 bilhoes para o novo sócio.
Fonte: Diário do Comércio/MG - Leonardo Francia

2- O álcool em crise
Com razão, crescem as apreensões de que haverá durante os próximos dois ou três anos escassez de álcool no mercado nacional. O motivo é a confluência de um conjunto de fatores diversos, o que torna praticamente inevitável a crise que se avizinha.
Pior ainda. Se medidas imediatas não forem tomadas pelos empresários e pelo governo, a crise vai durar décadas, em vez de anos.
Certamente, o primeiro fator adverso, e talvez o mais importante, é a crescente demanda de açúcar no mercado global e consequente aumento de preços dessa commodity.
Devido possivelmente ao aquecimento global, a alteração do regime de chuvas denominado monções, na Índia (segundo maior produtor de cana), compromete a produção de açúcar daquele país.
A produção indiana, em função da sua estrutura familiar, com mais de mil produtores, dificilmente poderá se reorganizar para enfrentar as mudanças climáticas. Outro problema é a China, que, devido à sua ascensão econômica, faz com que a demanda por açúcar aumente.
No início do Pró-Álcool, prevendo essa possibilidade, os investimentos foram direcionados, através de empréstimos públicos subsidiados, para as destilarias ditas autônomas -ou seja, aquelas restritas à produção de álcool.
Hoje, porém, elas foram reformadas para produzir também açúcar ou estão sucateadas. Essa versatilidade entre álcool e açúcar é fundamental. Trata-se de um grande trunfo para o empresário do setor sucroalcooleiro. Tentar restringir esse instrumento estratégico por qualquer meio, mesmo que justo, seria uma medida condenada ao fracasso.
Por outro lado, tudo indica que a demanda internacional por açúcar continuará crescendo e que ela preenche uma vantagem competitiva para o Brasil.
O segundo problema que a oferta de álcool combustível encontra é a preferência obsessiva que o governo brasileiro dirige ao pré-sal.
Ele tem natureza antieconômica (a produção de um litro de gasolina do pré-sal vai custar, na melhor das hipóteses, entre duas e três vezes mais do que um litro de álcool) e antiecológica -será que alguém ainda duvida que o aquecimento global será, muito em breve, uma catástrofe incontrolável? (Se é que ele já não é...)
O pré-sal ainda oferece inerentes riscos ambientais locais, como também incertezas financeiras relacionadas a uma tecnologia ainda em desenvolvimento. Apesar de tudo isso, o fascínio pelo pré-sal parece não ceder tão cedo.
Como consequência dessa obsessão idiossincrática, a ampliação da infraestrutura que reduziria os custos de produção e de distribuição do álcool tem sido sistematicamente negligenciada pelo governo brasileiro. O pré-sal continuará sugando, consequentemente, muito dos recursos disponíveis para investimentos públicos e privados.
O terceiro componente que, reduzindo a oferta interna, vai causar aumentos nos preços do álcool é, ironicamente, a tão almejada redução dos dispositivos protecionistas europeus e americanos.
Essa tendência já está em curso. No Brasil, a competitividade do álcool é determinada pelo preço da gasolina. No exterior, as exigências de frações mínimas de biocombustíveis a serem adicionados nos derivados fósseis e os custos locais de produção de álcool muito mais elevados do que os brasileiros deverão sugar o álcool do nosso mercado.
Pois bem, no curto prazo e no médio prazo não parece existir remédio para a escassez de álcool no mercado brasileiro.
Somente os ingênuos continuarão a depositar esperanças no carro flex, que já pareceu tão promissor. A longo prazo, para derrotar tantas ameaças, investimentos em tecnologias como a segunda geração e a cogeração serão imprescindíveis, assim como a ampliação de área plantada e novas usinas.
Mesmo assim, será necessário esperar algumas décadas. O álcool já foi derrotado várias vezes e ressurgiu de suas próprias cinzas, com mais vigor.
Texto orgininalmente publicado na Folha de S. Paulo, em 12/02/2012
Rogério Cezar de Cerqueira Leite Físico, professor emérito da Unicamp

3- Presidente Dilma elogia biodiesel no fomento à agricultura familiar
A presidente da República, Dilma Roussef, mencionou em seu último programa de rádio "Conversa com a presidenta", o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) como forte indutor da agricultura familiar no país. "... a produção de matéria prima pelos agricultores familiares para as usinas de biodiesel tornou-se um excepcional programa de inclusão social", afirmou a presidente.
Segundo disse, em resposta a um ouvinte de Maceió (AL), o número de estabelecimentos de agricultura familiar que participam do PNPB passou de 16 mil em 2005 para 100 mil em 2010. De acordo com as estimativas citadas por Dilma, até o final do ano passado este contingente chegou a 110 mil famílias.
O faturamento delas também deu um salto, de R$ 68 milhões em 2006 para R$ 1,4 bilhão em 2011. "Ou seja, cresceu 20 vezes em cinco anos", destacou a presidente. Ela não detalhou a questão, mas pelos dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a cifra representa um crescimento de 32% sobre 2010 e supera em quase três vezes o orçamento para a reforma agrária em todo o país no ano passado, de R$ 530 milhões.
Para a presidente, o "extraordinário" crescimento da agricultura familiar no programa do biodiesel se deve à organização das cooperativas. De quatro em 2006 - ressaltou Dilma -, elas passaram para 70 hoje em dia. De acordo com sua fala, o Brasil tem hoje 56 usinas produtoras, das quais 37 (66% do total) possuem o Selo Combustível Social.
Mecanismo do MDA, o selo prevê incentivos fiscais para usinas que adquirirem até 30% de suas matérias primas de cooperativas de pequenos agricultores. O presidente da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (APROBIO), Erasmo Battistella, propôs na semana passada, em audiência com o titular da pasta, Afonso Florence, a criação de um sistema garantidor da comercialização como forma de ampliar o alcance do benefício e o fomento à agricultura familiar, qualificando mais usinas com o Selo Combustível Social.
Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que 20% do biodiesel produzido no país têm origem na agricultura familiar. E 90% desse volume vêm de soja cultivada por famílias de agricultores.
A FGV calcula que com 10% de biodiesel misturados serão gerados mais de 154 mil empregos diretos, incluindo pequenos agricultores. Com 20%, como está previsto para a Europa e alguns países da América Latina, este total chegará até 531 mil postos de trabalho.
De 2005, quando o PNPB foi criado, até 2010, foram criados 1,3 milhão de empregos. Até 2020, mantida a evolução da mistura do produto no diesel, o total de empregos gerados chegará a 4,7 milhões, cálculo que inclui as famílias de agricultores, pois eles são o primeiro elo da cadeia produtiva. Se forem levados em conta os empregos indiretos produzidos ao longo dela, esse número pode superar os 6 milhões.
A diversificação da biomassa, com o emprego de canola e palma, por exemplo, aumenta ainda mais o potencial de inclusão de famílias de pequenos produtores nos programas de incentivos do governo. Cada uma em sua região, explorando a vocação de seus solos e culturas.

Outros programas
A presença do biodiesel no crescimento da agricultura familiar no Brasil supera, também, outros programas do governo. Em 2011, o MDA destinou R$ 793 milhões a 200 mil famílias de pequenos agricultores com o Programa de Aquisição de Alimentos, metade do registrado pelas compras de soja e outras oleaginosas empregadas na produção do combustível.
O setor produz cerca de 2,8 milhões de toneladas do combustível verde e tem condições de dobrar esse volume, o que só aumentará ainda mais a renda da agricultura familiar.
Mesmo o repasse de R$ 1 bilhão do Programa Nacional de Alimentação Escolar, uma iniciativa poderosa de alavancagem do pequeno agricultor com compras de seus produtos para a merenda escolar, ficou abaixo do faturamento da agricultura familiar na venda de grãos para a produção de biodiesel.

Novo marco regulatório
As palavras da presidente da República revelam um esforço duplo do governo - o incentivo à agricultura familiar e à inclusão de um combustível verde na matriz energética brasileira -, no dia em que a Casa Civil confirmou a representantes da Frente Parlamentar do Biodiesel a apresentação do novo marco regulatório do setor em março.
A medida amplia o PNPB e dá um horizonte de previsibilidade para se investir no aumento da produção. Em seu primeiro estágio, já concluído, o Programa previa a mistura de 5% de biodiesel no diesel mineral comercializado no país. Agora, o trabalho é para aumentar esse nível, mas ainda sem uma fórmula definida.
Hoje (15/2) técnicos da Casa Civil reiteraram ao presidente da Frente, deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) que até março o grupo interministerial, que reúne técnicos dos ministérios da Agricultura, Minas e Energia, Meio Ambiente, Fazenda, Casa Civil, Trabalho e Emprego, Transportes, Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Planejamento Orçamento e Gestão, Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento Agrário, Integração Nacional e Cidades e da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República, finalizam os estudos para propor ao Congresso Nacional a nova lei.
O deputado se disse "convicto do compromisso do governo com a Frente Parlamentar e com toda a cadeia produtiva para ampliar o mercado brasileiro de biodiesel". O Brasil hoje é o maior consumidor mundial do combustível. O presidente da APROBIO, Erasmo Battistella, reafirmou sua confiança no apoio do governo ao novo marco regulatório. "A confirmação da apresentação da proposta da nova legislação nos incentiva a seguir investindo em um setor novo, moderno e precursor na introdução de alternativas ambientalmente renováveis na matriz energética do país, e que ainda contribui para fomentar a agricultura familiar".
Além do deputado Goergen, participaram da reunião de ontem na Casa Civil os deputados Elvino Bhon Gass (PT-RS), Valdir Colatto (PMDB-SC), Marinha Raupp (PMDB-RO), e o senador Valdir Raupp (PMDB-RO).
Fonte: Assessoria de Imprensa da Aprobio


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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 69

I – NOTICIAS

1- Lobão garante que novos diretores da Petrobras serão escolhidos por critérios técnicos
Fonte: Agência Brasil
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que os novos diretores da Petrobras serão escolhidos de acordo com critérios técnicos. Mas a definição dos nomes não deverá sair até a próxima reunião do Conselho de Administração da estatal. “Não se fará nenhuma nomeação na reunião do conselho de amanhã. A menos que, até lá, a presidenta [Dilma Rousseff] possa se definir sobre os nomes que estão sendo examinados. Quais são, eu não posso dizer”, disse o ministro ao chegar ao palácio do Itamaraty, para reunião da Comissão Nacional da Conferência Rio+20.
Um tema que deve ser decidido na reunião de hoje é a criação de uma diretoria para cuidar dos interesses corporativos da estatal. Lobão não descartou a indicação do ex-presidente José Eduardo Dutra para ocupar o cargo. “Dutra é uma hipótese e tem toda a qualificação para isso. Foi presidente da Petrobras, da BR Distribuidora, é um executivo muito bom, tem qualificação de sobra para isso. Não é um favor que se vai fazer a ele”.
O ministro confirmou a saída do diretor de Exploração e Produção da estatal, Guilherme Estrella, mas informou que ainda não há substituto definido. Também não há nome escolhido para a diretoria de Gás e Energia, que ficou vaga com a saída de Maria das Graças Foster, que vai assumir a presidência da Petrobras.

2- Produtores de biodiesel defendem expansão da produção e pedem marco regulatório
Fonte: Agência Brasil
Produtores de biodiesel discutiram com o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Afonso Florence, a expansão da produção do combustível alternativo que é misturado na proporção de 5% ao óleo diesel consumido no país. Eles pediram também a aprovação de marco regulatório para o setor.
De acordo com o presidente da União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio), Juan Diego Ferres, o Brasil tem condições de duplicar a produção do combustível, podendo estender para o Norte e o Nordeste as culturas utilizadas. No momento, a soja responde por mais de 70% da produção de biodiesel, cujo esmagamento resulta também em óleo comestível, glicerina e farelo.
Ferrés destacou a importância do farelo de soja para a alimentação do gado, argumentando que "é preferível o Brasil conseguir valor agregado com a soja do que exportá-la a preço barato para outros países. Eles só querem comprar matéria-prima do Brasil para gerar emprego e investimentos em seus países”.
De acordo com Diego Ferres, em 2011, foram produzidos no Brasil 2,5 milhões de litros de biodiesel, o que corresponde a 5% do óleo diesel consumido durante o ano. O ideal, segundo ele, é que, até 2015, o Brasil dobre essa produção. No ano passado, a soja manipulada no país rendeu R$ 10 bilhões, sendo que R$ 7,5 bilhões foram gerados só com a produção de biodiesel.
A soja utilizada para produzir biodiesel correspondeu a 10% de toda a safra do ano. Diego Ferres argumenta que é bom para o Brasil manipular a soja internamente, pois, enquanto ela é vendida a preço baixo no exterior, manipulada pode dar mais valor agregado para a carne, com o uso do farelo na ração. Ele também destacou que o aumento da produção da soja e do biodiesel tem impacto social, como, por exemplo, na agricultura familiar, com a melhora das condições de vida desses produtores.
No encontro com o ministro, os produtores receberam como resposta que, na próxima sexta-feira (10), haverá uma reunião multissetorial em Brasília para discutir o assunto, com a participação de parlamentares que defendem o segmento.

3- Rolls-Royce anuncia resultados globais e aumenta participação no Brasil
Fonte: TN Petróleo
A Rolls-Royce plc anunciou os resultados globais da empresa em 2011. De acordo com a nota divulgada pela companhia, a carteira de pedidos avançou 5%, saltando de £59,2 bilhões em 2010 para £62,2 bilhões em 2011 - grande parte deste volume se deu na divisão de aviação civil.
O faturamento da empresa também cresceu 4%, atingindo a marca de £11,3 bilhões com relação a £10,8 bilhões em 2010. Os números representam o dobro do faturamento em dez anos.
A empresa lucrou 21% a mais do que em 2010, somando £1,16 bilhão.
Dentre os projetos e investimentos que contribuíram os resultados, três foram destacados:
• A aquisição da fornecedora alemã de motores Tognum, em uma oferta em conjunto com a Daimler, o que complementou o portfólio de produtos e tecnologias, ampliando oportunidades nos mercados marítimo e de energia;
• A venda de parte da joint-venture IAE para a Pratt & Whitney, ao mesmo tempo em que se anunciou as intenção de formar uma nova joint-venture para fabricar motores para a nova geração de aviões de médio porte;
• A assinatura de um contrato de exclusividade para produzir um avançado motor Trent XWB para as aeronaves de grande porte Airbus 350-1000.
O Brasil aumentou sua importância no contexto global do grupo. Recentemente, a companhia fechou o maior contrato de sua história na divisão de Energia para fornecimento de turbinas à Petrobras e recebeu outras grandes encomendas, como da Navegação São Miguel - que encomendou quatro embarcações de recuperação de óleo e três navios-tanque do tipo bunker.
Também houve o investimento de U$ 100 milhões para a construção de uma fábrica de turbogeradores em Santa Cruz, no Rio de Janeiro, aumentando o índice de conteúdo local de produtos. Será instalado, nesse mesmo terreno, um avançado Centro de Treinamento, oferecendo capacitação para cerca de quatro mil pessoas ao ano. Além disso, a Rolls-Royce vai expandir a unidade de São Bernardo do Campo.

4- Opep prevê menor aumento da demanda de petróleo
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) cortou novamente nesta quinta-feira, 9, seus números de previsão de aumento na demanda para 2012. Em seu aguardado relatório mensal, o grupo reduziu em 120 mil barris ao dia sua estimativa de crescimento na demanda para o ano, para cerca de 940 mil barris ao dia.
O anúncio é feito no momento em que o crescimento da Ásia se desacelera e prosseguem os temores em torno do Irã. Até agora, a Opep cortou em quase um terço a quantidade que inicialmente esperava que os consumidores acrescentassem a suas necessidades para este ano.
No relatório, o grupo diz que os problemas nas economias desenvolvidas afetam negativamente o mercado de petróleo e geram uma considerável dose de incerteza no curto prazo. Também cita a preocupação com a capacidade de a Europa sobreviver a sua crise da dívida, e também o apetite menor por gasolina entre motoristas dos EUA.
Em um aspecto mais preocupante, a Opep advertiu que economias como Índia e China - motores da demanda global por combustível fóssil - crescerão agora menos que o esperado. No geral, o grupo cortou sua previsão para o crescimento mundial em 1 ponto porcentual em 2012, para 3,4%.
Enquanto o crescimento na demanda perde força, a Opep, cujos membros produzem mais de um terço do petróleo consumido diariamente no mundo, está produzindo em níveis não vistos desde os cortes decididos durante a recessão de 2008.
O grupo afirmou que sua própria produção de petróleo aumentou em 56.200 barris ao dia, para 30,898 milhões de barris ao dia, em janeiro. O número não está longe da meta fechada em meados de dezembro, e fica 1,3 milhão de barris ao dia acima das necessidades que a Opep estima para o petróleo no primeiro trimestre.
Nações do Golfo Pérsico podem produzir mais barris, no momento em que o Ocidente pressiona o Irã por seu programa nuclear. A União Europeia decidiu embargar o petróleo iraniano a partir de julho, e os EUA pressionam países a reduzir suas compras do país. Potências acusam o Irã de buscar secretamente armas nucleares, o que Teerã nega, garantindo ter apenas fins pacíficos.
Mesmo que os consumidores fiquem aliviados em saber que a Opep está criando um colchão confortável de petróleo, a tendência pode gerar divisões entre os integrantes do grupo. A produção do próprio Irã caiu em cerca de 200 mil barris ao dia em três anos e continuava a recuar em janeiro, segundo os números da Opep, com as sanções que já estavam em vigor afetando os investimentos.
Autoridades iranianas chegaram a advertir as nações do Golfo contra qualquer tentativa de substituir seu petróleo nos mercados globais. Os próprios países do Golfo afirmam que não é esse o caso, mas analistas dizem que essas nações estão tendo uma produção alta como um sinal de sua prontidão para compensar eventuais carências. As informações são da Dow Jones.
Fonte: Agência Estado

5- Noble Grupo nomeia José Luiz Glaser como CEO de unidade agrícola
O Noble Group informou que escolheu o brasileiro José Luiz Glaser para exercer o cargo de executivo-chefe da unidade agrícola, como parte de uma série de novas nomeações administrativas. O anúncio surge num momento em que a trading de commodities se prepara para desmembrar a Noble Agri por meio de uma listagem de ações em Cingapura.
Glaser, que antes atuava como gerente-geral da cadeia de abastecimento de grãos e oleaginosas da Cargill, será responsável por todos os negócios agrícolas da Noble, à qual se juntou em agosto do ano passado. Ele gerenciou as operações para Cargill na Suíça, nos Estados Unidos e no Brasil. O grupo também atribuiu a Ernesto Leon-Gambetta e a Jacques Gillaux os cargos de vice-executivo-chefe da Noble Agri. As informações são da Dow Jones.
Fonte: Agência Estado

6- Porto de Niterói em expansão para atender pré-sal e Comperj
Ao completar 100 anos de sua idealização, o Porto de Niterói prepara-se para a mais importante etapa de sua expansão, consolidando-se como uma das bases logísticas mais modernas da América Latina, principalmente porque destina-se a atender demandas do pré-sal e, em futuro próximo, do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). O processo, que inclui a própria revitalização de toda a área, desdobra-se agora para um desenvolvimento ainda maior e representa um passo a mais na direção tomada por Niterói de se converter em referência nacional mais destacada da indústria naval e offshore.
Situado na Baía de Guanabara, o Porto é fundamental para o escoamento de toda a produção do Rio. Em menos de sete anos, desde o seu arrendamento, ele ostenta uma estrutura moderna de excelência, de comprovada dinâmica e com profissionais reconhecidamente qualificados. Soma-se a tudo isso, sua localização estratégica para atender demandas nas Bacias de Campos (RJ), Santos (SP) e Vitória (ES). Pesquisa do Instituto IPEA de mostra que o Porto de Niterói ocupa a nona posição em todo o Brasil, com elevado valor agregado na média dos produtos movimentados, na base de 670 US$/t.
É uma expansão que caminha lado a lado com obras de infraestrutura e mais instalações. Os prédios já existentes, antes deteriorados, foram recuperados e equipados com alta tecnologia. O projeto do antigo prédio industrial do Moinho transformou-se em um prédio comercial para até 440 conjuntos de sala. No local, um grande condomínio está sendo instalado com empresas offshore e toda a cadeia de suplementos e serviços correlatos.
Para atender, em especial, a demanda do pré-sal, as obras de ampliação também chegaram ao terreno ocupado pela Escola Superior de Polícia Militar (ESPM) e Grupamento Aéreo Marítimo (GAM). Em fevereiro do ano passado, a Companhia Docas, que é responsável pela área, formalizou o pedido de devolução do terreno de cerca de 25 mil metros quadrados em poder da Polícia Militar, para realizar obras do projeto de ampliação da Nitshore, uma das empresas arrendatárias do Porto de Niterói.
Construção do Porto: estímulo ao desenvolvimento da cidade
Além da importância econômica, historicamente o Porto se fez essencial para o desenvolvimento da cidade. A ideia de construir um porto em Niterói começa a se concretizar em 1911, no governo de Feliciano Sodré. Mas somente em 1913 começam as obras, quando a sua construção foi oficializada por decreto. Junto com a edificação do Porto se deu todo o surgimento de infraestrutura na região, como a implantação de uma rede de saneamento e aterramentos.
Quando Niterói é instituída capital do estado, foi arquitetado o grande programa que visava, entre outras concepções, o planejamento de ruas e loteamentos. Na primeira década do século XX, é levantado o conjunto arquitetônico da Praça da República, que incluiu desmonte de morros para possibilitar o início do aterro do Mangue de São Lourenço. A finalização destas obras ocorreu então na década de 1920, com uma ampla esplanada urbanizada, em uma área de 357 mil metros quadrados, entre a Ponta D’Areia e a Enseada de São Lourenço (ou Mangue de São Lourenço). Em 1924, o Poder Executivo concedeu ao Estado a concessão para a exploração do Porto de Niterói por 75 anos.
Com a conclusão da Ponte Rio-Niterói, novamente a cidade se converteu em foco de investimentos públicos. Ao mesmo tempo, ocorreu uma expansão urbana regional e local ainda maior de Niterói, ampliando a estrutura básica já existente e aquecendo o mercado imobiliário.
Nesta mesma década, com a fusão dos estados da Guanabara e Rio de Janeiro, em 1974, a Companhia Docas passou a assumir a gestão do Porto. Em agosto de 2005, as empresas Nitshore e Nitport arrendaram o Porto através de contrato com a Companhia Docas do Rio de Janeiro. E agora Niterói volta a atrair interesses ainda maiores, com o Porto desempenhando papel de primeiro plano neste crescimento.
Fonte: Revista Intermarket


II -COMENTÁRIOS

1- Os grandes desafios do etanol brasileiro
O mundo vem buscando alternativas aos combustíveis fósseis há muitos anos. Diversas são as iniciativas, contudo, a maioria delas inviável financeiramente. O etanol brasileiro tem sido apontado como o único biocombustível com condições financeiras de substituir a gasolina. Porém, meus estudos indicam que, no médio prazo e nas condições atuais de mercado, a rentabilidade das destilarias brasileiras tende a ser fortemente afetada, o que pode colocar em risco o seu desenvolvimento sustentável.
Apesar da alta volatilidade dos preços do petróleo nos últimos anos, o preço da gasolina teve aumentos comportados, o que de certa forma tem contribuído para a contenção da inflação, o que beneficia consumidores, mas produz efeito inverso sobre a rentabilidade do etanol brasileiro. Grande parte dos consumidores optou por comprar carros flex nos últimos anos, tendo assim a possibilidade de uso tanto da gasolina como do etanol. A conta é simples: se o preço do etanol estiver abaixo de 70% do preço da gasolina, é vantajoso utilizar o etanol. Para o consumidor é ótimo ter essa opção. Entretanto, como o preço da gasolina teve reajustes moderados nos últimos anos, o preço do etanol tem superado o teto de 70% do preço da gasolina. O problema é que nos últimos 5 anos o preço da cana-de-açúcar subiu 50%, aumentando muito os custos dos produtores de etanol e diminuindo drasticamente sua rentabilidade.
Durante o ano de 2011, vimos o preço do etanol subir de forma acelerada, atingindo patamares superiores a R$ 2,50 por litro, o que trouxe enormes preocupações para o governo. Mas por que, apesar do alto preço do etanol e da enorme demanda pelo produto, poucos investimentos no setor foram anunciados? Não há resposta simples para essa pergunta, porém, a origem da controvérsia está na produção de cana, no preço do açúcar, no custo logístico brasileiro e no preço das terras.
O setor sucro-alcooleiro brasileiro tem por volta de 400 unidades produtivas, usinas e destilarias, sendo que 60% delas podem produzir açúcar e álcool. Como a rentabilidade do açúcar nos últimos anos tem sido muito mais alta do que a do etanol, os produtores têm destinado a maior parte do caldo de cana extraído para a produção de açúcar, em vez de utilizá-lo para fazer etanol. Em consequência, grande parte dos investimentos do setor tem sido destinada para aumento de capacidade de produção de açúcar e co-geração de energia. A margem operacional das usinas de açúcar tem se mantido alta, em torno de 30%, porém o mesmo não ocorre com as destilarias de etanol, com margens em torno de 15%.
Destilarias de pequena escala tendem a ter margens operacionais ainda menores, atingindo, em média, menos de 10%. Com esse nível de rentabilidade, diversas destilarias tiveram problemas para o pagamento de suas dívidas e foram obrigadas a refinanciá-las, ou mesmo, a parar suas atividades.
Grandes players nacionais e internacionais compraram nos últimos cinco anos por volta de 100 empresas em dificuldades, principalmente em função de sua alta alavancagem financeira. Neste momento são poucas as oportunidades de boas compras, porém o processo de consolidação ainda está em andamento. A maioria desses players continua cogitando aquisições, mas estão focados na integração dos negócios adquiridos e na expansão de suas capacidades de produção. O grande problema tem sido o acesso à matéria prima, a cana-de-açúcar. A competição por cana tem sido acirrada, uma vez que uma boa parte da cana utilizada pelas usinas é comprada de terceiros. O seu preço subiu quase 50% em 5 anos, de R$ 51,00 a tonelada, em 2006, para mais de R$ 70,00, em 2011. Isso se deu pelo aumento do custo de plantio e pela quebra de safra deste ano.
Outro fator que tem pressionado os custos e a rentabilidade dos produtores de etanol é o preço das terras e, por consequência, o preço do seu arrendamento. O Estado de São Paulo produz aproximadamente 60% da cana do Brasil, principalmente no nordeste do Estado, o que valorizou demais as terras na região. Esse fato dificultou ainda mais a expansão de novas capacidades produtivas de etanol e diminuiu a margem do produto.
Algumas companhias tentam deslocar sua produção e novas unidades para outros estados em busca de terras mais baratas e de menor concorrência na compra de cana de terceiros, contudo, o custo logístico aumenta consideravelmente. Diversos investimentos têm sido desenvolvidos para diminuir custos logísticos, inclusive a construção de dutos para transporte de etanol, porém sua evolução é gradativa e lenta.
Neste momento, o governo está concentrado em garantir a oferta de etanol para os consumidores a preços competitivos, o que é justo, uma vez que a população aderiu em massa à compra dos carros flex. A Petrobras tem papel fundamental para garantir esta oferta de etanol, porém o país não pode depender somente dela para isso. O BNDES, recentemente, lançou novas linhas interessantes de financiamento para renovação de canaviais e para etanol celulósico. Contudo, não resolvem o problema de rentabilidade das destilarias.
Existe um consenso de que não faltará demanda para o etanol brasileiro. O grande problema é como tornar sua produção rentável atraindo novos investimentos. É evidente que, para que haja uma resposta imediata dos empresários do setor em relação às novas expansões, é necessário um esforço do governo para que se aumente a rentabilidade dos investimentos, pois dadas as condições atuais, provavelmente no médio prazo teremos menos destilarias rentáveis, o que é insustentável. A solução para esta equação deve-se basear em três fatores: a desoneração tributária do etanol, a aceleração dos investimentos em logística para o deslocamento de produção para outros Estados e, principalmente, o incentivo para o aumento de plantio de cana-de-açúcar.
* Artigo publicado originalmente no Jornal Valor Econômico
Ricardo Mollo professor de Finanças do Insper, PhD candidate na University of London, ex diretor do Unibanco

2- Assimetrias no mercado brasileiro trazem efeitos indesejáveis
O mercado de combustíveis no Brasil vem apresentando uma série de assimetrias que trazem consequências importantes tanto para os consumidores quanto para as empresas.
Enquanto os consumidores têm a sua decisão atrapalhada por incentivos equivocados, as empresas não conseguem ocupar sua capacidade produtiva e rentabilizar seus investimentos.
A primeira das assimetrias é a forma como o mercado é visto pelo governo, pelas empresas e pelos consumidores.
Enquanto o governo insiste em formular políticas independentes para cada combustível, as empresas do setor aceleram seus processos de verticalização e diversificação, mostrando que o mercado deve ser visto de maneira global.
Até mesmo a Petrobras, que já é responsável pela quase totalidade da produção de gasolina no Brasil, entrou no mercado de combustíveis renováveis através de aquisições de usinas de etanol e biodiesel ou associações como a firmada em 2010 com a Guarani, pertencente ao grupo francês Tereos.
Do ponto de vista do consumidor, o mercado também é visto como um só, na medida em que o aumento da frota de veículos flex permite escolher livremente entre gasolina e etanol, gerando uma concorrência entre os dois.
Essa visão equivocada do governo leva a outras assimetrias. Um bom exemplo é a política de preços subsidiados da gasolina, que levou ao aumento da demanda pelo combustível fóssil em detrimento do etanol, que é limpo e renovável.
Essa assimetria é ainda reforçada pelo tratamento tributário desigual. Enquanto a tributação da gasolina vem caindo em termos proporcionais, a do etanol, que já era superior à da gasolina, pode ainda ser aumentada, uma vez que no final de 2011 foi editada uma medida provisória que elevou o teto da Cide incidente sobre o produto.
O resultado é a sobreutilização do combustível fóssil e a subutilização dos combustíveis renováveis.
Enquanto a capacidade de refino no Brasil se encontra esgotada, o que levou a aumento de importação de gasolina da ordem de 300% em 2011, existe capacidade ociosa nas usinas de etanol e de biodiesel. No caso do biodiesel, surge ainda a questão da redução da emissão de poluentes através da substituição do diesel S500 pelo S50. Essa medida deveria ser acompanhada de um cronograma de elevação do percentual de biodiesel, o que nos garantiria o uso de um combustível ainda mais limpo.
A elevação de cerca de 20% no consumo da gasolina em 2011 já mostra seus efeitos. Dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) mostram que, no ano passado, os índices de poluição do ar foram os piores dos últimos oito anos, fortemente influenciados pelas emissões de gases poluentes dos escapamentos dos carros.
* Texto originalmente publicado na Folha de S. Paulo, em 03/02/2012
Adriano Pires Diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura).

3- Especialistas debatem a infraestrutura do País
É urgente a necessidade de ampliação dos investimentos na infraestrutura de transportes, melhoria na qualificação da mão de obra e de intensificação da intermodalidade se o objetivo do País é de aumentar a competitividade logística. Essas foram algumas das constatações dos palestrantes do InfraBrasil Expo&Summit 2012, realizado entre os dias 30 de janeiro e 1 de fevereiro.
A ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, em sua apresentação, destacou que o Estado adotou um novo padrão de indutor do desenvolvimento e, em função disso, recuperou a prática de planejamento de longo prazo. Segundo a ministra, para o Brasil continuar uma nação mundialmente atrativa, com economia equilibrada, o governo pretende apostar em cinco pilares: na solidez fiscal; no fortalecimento do mercado interno; na ampliação da liberação de crédito; no aumento a competitividade através da melhoria da qualidade da mão de obra e no incentivo à inovação com ênfase em ciência e tecnologia; e em mais investimentos.
“Neste aspecto, a continuidade do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), em 2012, será muito importante para a manutenção do dinamismo da economia, não só para dar conta do crescimento da demanda, mas também para atender às necessidades de infraestrutura voltadas para os eventos esportivos que serão realizados no Brasil em 2014 e 2016”, afirmou Miriam.
O secretário de Política Nacional de Transportes, Marcelo Perrupato, afirmou que, através do PAC, o Ministério dos Transportes prevê a aplicação de um montante de R$ 300 bilhões até 2025 na melhoria dos portos brasileiros, na ampliação da malha ferroviária e das rodovias, bem como na reabilitação da navegação interior e da cabotagem brasileira.
De acordo com o presidente-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça, para o Brasil crescer e atingir o status de quinta potência econômica mundial, primeiramente precisa aprimorar a capacitação técnica dos profissionais, reduzir a burocracia pública, diminuir a tributação, melhorar o ambiente regulatório, injetar mais recursos em tecnologias e em obras de ampliação e retificação de gargalos operacionais. Vilaça destacou ainda que os modais precisam ser vistos de forma integrada.
O valor investido em infraestrutura, segundo o secretário-executivo e gerente de infraestrutura do Conselho Temático Permanente de Infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria, Wagner Cardoso, é de 2% do PIB, muito inferior ao que é praticado na Ásia, cuja média é de 7%. O mínimo a ser aplicado no Brasil, conforme Cardoso, deveria ser de 5%. “O PAC é um avanço, mas ainda é insuficiente, pois não executa todos os projetos autorizados”, afirma Cardoso.
Para solucionar os problemas de infraestrutura, Cardoso, diz que é preciso que a iniciativa privada invista mais e participe mais da gestão. Mas, para que as empresas se sintam atraídas para aplicar em novos negócios, o governo deve garantir a segurança jurídica dos contratos e aperfeiçoar os marcos regulatórios. “Hoje há muita politização nas agências reguladoras e isso está afetando o papel de regulador”.
Fonte: Jornal do Comércio, RS
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Sofitel Rio de Janeiro 


Steering Comittee
Ole Okland (Statoil),David Brokes (BP ), Michael Cunningham (Oceaneering), Antonio Critsinellis (Chevron), Luiz Olijnick (Shell ), Luc Riviere (Total), Paulo Couto (FMC), Murilo Vaz (COPPE – UFRJ) Carlos Moreira ( Genesis ) , David Morgan ( Cameron ) , Cezar Paulo, Guilherme Castro, Carlos Cunha, Marcos Guedes, Orlando Ribeiro, Maurício Diniz ( Petrobras)






Proposed Agenda
May/22/2012
18:30 – cocktail reception and registration
May/23/2012– Day 1
8:30 – Opening by keynote speaker – Solange Guedes, Production Engineering General Manger (Petrobras)


Subsea Processing and Boosting - Cezar Paulo, Orlando e Ole Okland
9:15 – Pazflor Subsea System Development and start-up (Total – Gilles LEMAITRE)
9:45 – coffee break
10:15 – Marlim SSAO - Subsea Oil-Water Separation System (Petrobras – Mauro Euphemio )
10:45 – Subsea Compression Systems (Statoil – Torstein Vinterstø, Aker Solution – Knut Nyborg)
11:15 – Caisson Subsea Boosting System (TBC)
11:45 – Discussion:
What is still to be qualified and how to save money and time through joint efforts for subsea technology qualification?
12:45 – lunch
Subsea Processing and Boosting – Part 2
14:30 –Subsea controls –Trying to communicate and Control (Paul Johnson , OTM)
15:00 – Subsea Power Distribution – Present and Future – (Chevron , Mike Alford)
15:30 – Subsea System Surveillance and Condition Monitoring (FMC , )
16:00 – Subsea Boosting (Total , Pierre-Jean BIBET) :
16:30 – Discussion: How to accelerate the technology application in the field?
17:30 – end of Day 1


May/24/2012– Day 2
Subsea Pipelines, Risers and Umbilicals
8:30 – Electrically heated subsea steel pipelines – the experience so far (Atle Børnes , Statoil)
9:00 – Electrically heated flexible pipes with temperature monitoring (Didier Hanonge , Technip )
9:30 – The Heat trace Pipe in Pipe flowline - Evaluation qualification and first application in Total UK (Total , Hervé DE NAUROIS )
10:00 – coffee break
10:45 – Ultradeepwater riser installation ( TBC )
11:15 – Deepwater Riser Solutions (TBC ) or Water Heated PiP – (TBC )
11:45 – Discussion: what are the main constraints for deepwater pipeline installations and what can be done aiming cost reduction?


12:45 – lunch


Subsea Pipelines, Risers and Umbilicals
14:30 – Deepwater umbilical with carbon fiber rods – the Chinook & Cascade case (Petrobras )
15:00 – Installation Experience of Clad and CRA Flowlines and Risers (INTETECH)
15:30 – The limits of fatigue life for field girth weld joints ( , TBC)
16:00 – Composite production risers – achievements and the way ahead (Airborne) –

16:30 – Discussion: is composite material technology a realistic alternative for future production risers?


May/25/2012– Day 3


Subsea Completion and Intervention
8:30 – Subsea tree installation by cable – the experience with a specifically designed vessel (Petrobras Rafael Nicácio)
9:00 – Innovative Subsea Intervention System Ax-S , ( Expro )
9:30 – Light Well Intervention (TBC )
10:00 – coffee break
10:45 – Subsea trees with electric actuators versus hydraulic actuators – K5F field experience ( Cameron)
11:15 – Completion and Workover Riser Alternatives (FMC )
11:45 – Discussion:
Subsea equipment standardization - should we move a little further?
How to reduce costs for subsea wells intervention?
How to use subsea intervention to achieve a better recovery from subsea wells?


12:45 – lunch


Field Operations and Integrity Management
14:30 – Forward Thinking in Subsea Technologies - (Schilling Robotics)
15:00 – Subsea pipeline inspection by AUV (Kongsberg)
15:30 – Subsea Integrity Management and Intervention (BP )
16:00 – ROV Operations: the Good, the Bad and the Ugly (Oceaneering)
16:30 – Conference wrap up:
So what is next for subsea ?
Are we in the dawn of a New Subsea era ?
Summary of key points & strong messages from all sessions
17:30 – end of Day 3 and conference.