I - NOTICIAS DO MERCADO DE OIL & GAS & ENERGIA
A petroleira brasileira HRT Participações em Petróleo anunciou ter fechado um acordo para adquirir até 100% das ações da UNX Energy Corp., uma sociedade canadense com ações listadas na Bolsa de Valores de Toronto. A UNX é uma produtora independente de petróleo e gás natural, com foco na exploração de petróleo cru no mar da Namíbia, África.
Conforme o fato relevante divulgado pela companhia, "a operação representa uma atraente oportunidade para a HRT incrementar a sua já significativa posição de bacias subexploradas de alto potencial, existentes e novas, localizadas no mar da Namíbia, África". O comunicado diz ainda que a aquisição "garante à HRT aproximadamente 75 mil quilômetros quadrados em duas das mais promissoras fronteiras de exploração do hemisfério sul para a descoberta de campos gigantes e supergigantes de petróleo e gás".
Fonte: Valor Econômico
Depois de investir US$ 7,1 bilhões para comprar 40% dos ativos da Repsol no Brasil, a chinesa Sinopec quer participar das próximas rodadas de licitação de blocos exploratórios no Brasil, sejam elas no regime de concessão ou no novo regime de partilha de produção nas áreas do pré-sal. O presidente da Sinopec International and Production Brazil, Jingjun Ding, disse ontem que a China enxerga o Brasil como uma área estratégica.
"Entendemos que o Brasil tem um mercado estável", frisou Ding. A companhia chinesa poderá participar sozinha das rodadas da Agência Nacional do Petróleo (ANP), em parceria com outras empresas ou usando como veículo a Repsol Sinopec Brasil - nome da companhia constituída depois da entrada no capital da empresa espanhola no país.
O executivo informou que atualmente a chinesa ainda negocia com a Repsol como será feita a comercialização do petróleo produzido no país na sociedade entre as duas companhias.
Os Estados Unidos estão interessados em comprar petróleo brasileiro a longo prazo, declarou nesta o chanceler Antônio Patriota em Washington, após uma conversa com o secretário do Tesouro, Tim Geithner, e altos dirigentes americanos.
A questão energética, a cooperação no seio do G20, o setor de obras públicas brasileiro e o intercâmbio educativo estão entre os principais temas que serão abordados na visita do presidente Barack Obama ao Brasil, nos dias 19 e 20 de março, enumerou Patriota à imprensa pouco antes de encerrar sua visita de trabalho.
"Há interesse americano no potencial energético brasileiro. Foi mencionado que o Brasil poderia se converter em um dos importantes exportadores de petróleo no futuro", declarou Patriota.
Isso pode acontecer se o Brasil conseguir explorar suas grandes jazidas em águas profundas, na camada do pré-sal.
"Nós temos, em troca, interesse no intercâmbio de cientistas e em uma discussão avançada sobre biocombustíveis, inclusive na área de aviação", disse o chanceler.
O ministro das Relações Exteriores brasileiro e o embaixador em Washington mantiveram ao longo de dois dias reuniões com a secretária americana de Estado, Hillary Clinton, com Geithner e Michael Froman, um dos conselheiros econômicos de Obama.
A presidente Dilma Rousseff, que receberá Obama em Brasília no dia 19 de março, também tem um interesse particular no intercâmbio de cientistas e em promover a cooperação educativa, acrescentou o chanceler.
Patriota e Geithner abordaram também o tema cambial, um dos principais pontos de discussão no seio do Grupo de países ricos e emergentes (G20), e outras questões de cooperação financeira.
Os Estados Unidos seguem interessados em vender caças ao Brasil, uma operação que envolveria um total de 36 aviões no valor de 4 a 7 bilhões de dólares, confirmou Patriota, embora o governo brasileiro tenha adiado indefinidamente a operação.
"Eu abordei o interesse brasileiro em vender aviões Tucano à Força Aérea dos Estados Unidos. É uma manifestação de interesses simétricos", declarou o chanceler brasileiro com um sorriso.
A Brasil Ecodiesel vendeu 46,6 milhões de litros de biodiesel no leilão realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP). Segundo nota assinada pelo diretor executivo e de relações com investidores da Brasil Ecodiesel, Eduardo de Come, a empresa obteve uma participação de 7,1% no volume total vendido no leilão. A Brasil Ecodiesel teve um preço médio de R$ 2,064 por litro, deságio de 11,01% sobre o preço de abertura. O resultado oficial do leilão da ANP ainda não foi divulgado. O leilão para compra de 660 milhões de litros de biodiesel foi realizado entre quarta-feira e hoje pela ANP.
Eduardo Magossi
Fonte: Agência Estado
5-OTC 2011
O Consulado Americano já iniciou a formação da delegação brasileira que irá em Maio para a OTC 2011.
A Continental deverá lançar novo tipo de avião durante o evento.
6-Acordo de Cooperação Tecnológica
Chevron fechou um Acordo com a PUC-RIO , envolvendo recursos para 3 Laboratórios.
II – COMENTARIOS
Fonte: Agência Petrobras
A Petrobras iniciou o Teste de Longa Duração (TLD) do reservatório de Tracajá (pré-sal), por meio do poço 6-MLL-70, localizado a 124 km da costa do Rio de Janeiro, no campo de Marlim Leste, na Bacia de Campos. O objetivo do TLD é obter informações sobre as características do reservatório, para a definição do futuro projeto definitivo de desenvolvimento da produção.
O poço 6-MLL-70, que encontrou o reservatório com petróleo na profundidade de 4.442 metros em setembro de 2010, foi interligado ao navio-plataforma P-53, aproveitando capacidade de processamento e escoamento disponível. O teste começou com vazão de 23.300 barris por dia.
O objetivo do TLD é obter informações sobre as características do reservatório, para a definição do futuro projeto definitivo de desenvolvimento da produção. Em dezembro de 2010 a Petrobras iniciou teste semelhante, na acumulação conhecida como Carimbé, também em estrutura de pré-sal, na concessão de Caratinga.
A descoberta de Tracajá é mais um resultado conseguido pela estratégia do Planóleo, programa que busca intensificar os trabalhos de exploração e produção nas áreas próximas a campos que já se encontram em operação, com o objetivo de aproveitar a capacidade das instalações existentes, diminuir custos e agilizar a produção de novos volumes de petróleo.
O Plano de Avaliação de Descoberta (PAD) de Tracajá, apresentado à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em 2010, prevê ainda a perfuração de um ou dois poços de extensão para delimitação completa da acumulação.
Além de Tracajá e Carimbé, a Petrobras já descobriu petróleo no pré-sal em outras regiões da Bacia de Campos, onde a Companhia iniciará TLD, ainda em 2011, nas acumulações de Brava (concessão de Marlim), Aruanã e Oliva (bloco exploratório BM-C-36).
Na porção norte da Bacia de Campos, no litoral do Espírito Santo, a Petrobras vem produzindo petróleo no pré-sal, na região conhecida como Parque das Baleias, desde agosto de 2008.
O Brasil vive um ritmo acelerado de crescimento, fruto da estabilidade econômica, conquistada nos últimos 16 anos, oportunidades como a exploração do Pré-Sal, a realização da Copa 2014 e das Olimpíadas de 2016. Gigante pela própria natureza, recursos naturais em abundância, mercado interno aquecido, o Brasil tem a oportunidade real de se tornar um grande player no tabuleiro global.
Todavia, alerto que este crescimento pode ter "pés de barro", diante da precariedade da infraestrutura e do crescente processo de estatização na economia, fomentados por uma política econômica monetarista e por um ambiente institucional conturbado e pouco atrativo para alavancar novos investimentos.
Constatações que encontraram eco em recente seminário que realizei sobre os Gargalos da Infraestrutura, que reuniu especialistas do calibre do secretário Estadual de Energia, José Anibal; do secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes; do jornalista e comentarista econômico, Carlos Alberto Sardenberg; de José Roberto Bernasconi, presidente do SINAENCO/SP - Sindicato Nacional Empresas de Arquitetura e Engª Consultiva.
Alguns dados macroeconômicos saltam aos olhos e acendem um sinal de alerta se compararmos com as realidades de outros países emergentes. Temos uma dívida pública que chega a 40% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto a media nos países emergentes fica em 30%. Os gastos com a Previdência chegam a 11% do PIB, enquanto nos outros países em desenvolvimento a média é de 6%.
O aumento galopante nos gastos públicos, principalmente para custeio da máquina e contratação de pessoal, praticamente inviabilizam qualquer discussão para conter a "sanha arrecadatória federal" e comprometem sobremaneira a capacidade do setor público para investir em infraestrutura. Investimos cerca de 18% do PIB/ano, enquanto a média dos emergentes chega a 24% e a China, em especial, 30%. Não é a toda que o Brasil apresenta o menor índice de crescimento entre os países que formam os Brics (Rússia, China, Índia e Brasil).
Como se não bastasse, a qualidade da educação pública reflete diretamente na falta de mão de obra qualificada para atender uma demanda crescente no setor de infraestrutura. E ainda temos um ambiente institucional que inibe a participação de novos investidores privados em obras estruturais, diante da excessiva burocracia, da ausência de reformas como a Tributária, Previdenciária e Trabalhista, e de marcos regulatórios instáveis. Uma coisa é certa: é preciso aumentar a participação da iniciatiativa privada no setor de infraestrutura, pois o governo sozinho não tem como arcar com esta conta.
Basta observarmos o exemplo da Infraero que acaba de anunciar que vai investir R$ 6 bilhões na reforma e ampliação de 12 aeroportos para a Copa de 2014. Um investimento pífio diante da magnitude dos problemas enfrentados cotidianamente pelos brasileiros que viajam de avião. Só para se ter uma idéia, um grupo de investidores está disposto a investir o mesmo montante na construção de um terceiro aeroporto em São Paulo. Isso sem falar numa desastrada política cambial que, inclusive, foi objeto de um pedido meu para realização de uma Comissão Geral, no sentido de debater os seus efeitos sobre a competitividade das nossas exportações, que tem afetado o resultado da balança comercial, principalmente, em virtude do incremento das importações, além de estar desencadeando um processo de desindustrialização do setor produtivo nacional. Além do alto custo de mantermos reservas em dólar no exterior para tentar equacionar a desvalorização do dólar frente ao real.
Diante de tudo isso, aumenta a responsabilidade do Congresso Nacional em votar medidas fundamentais para destravar o desenvolvimento, tais como, a Lei 8.666, no sentido de agilizar e aperfeiçoar os processos licitatórios. Também é preciso aprovar a Lei das Agências Reguladoras para dar maior autonomia decisória e técnica para fiscalizar os serviços públicos delegados. E ainda, temos a proposta que estabelece uma redefinição da atuação do Cade - Conselho Administrativo de Defesa Econômica e da SDE - Secretaria de Direito Econômico, no sentido de torná-los, efetivamente, pró-ativos, ágeis e preventivos, sob a ótica do interesse nacional e dos consumidores brasileiros.No que tange a crescente dívida pública, retomo a discussão em torno de uma antiga proposta feita pelo próprio Governo Lula, no lançamento do PAC - Programa de Aceleração do Crescimento, mas que não foi levada adiante. A proposta de condicionar o aumento dos gastos públicos, obrigando-o a limitar-se num patamar inferior o aumento do PIB. Desta maneira estaríamos equacionando, no médio e longo prazo, os gastos e inibindo a farra das nomeações, além de criarmos o ambiente propício para uma redução na carga tributária e para avançarmos nas reformas estruturais tão necessárias para readquirirmos a nossa capacidade de investimento.
Enfim, um ambiente institucional capaz de oferecer estabilidade e previsibilidade ao investidor privado para acelerar as obras estruturais que até agora não saíram do papel. Além de equacionarmos o chamado "Custo Brasil", que tanto tem penalizado o setor produtivo. Grandes obras de infraestrutura demandam tempo e não podem estar submetidas ao calendário eleitoral. O Brasil precisa, urgentemente, não de um "PAC", mas de um Plano Nacional de Desenvolvimento para assegurar alicerces sólidos para um crescimento econômico sustentável e duradouro.
Arnaldo Jardim - Deputado federal
Um sistema mecânico capaz de transformar a água do mar em água potável utilizando energia renovável acaba de ser desenvolvido na Escola Politécnica (Poli) da USP. O equipamento poderá atender a necessidade de países como Cabo Verde, na África, onde a água potável não é um recurso tão abundante.
O projeto é de autoria do engenheiro Juvenal Rocha Dias, cidadão caboverdiano, que efetuou os cálculos e medições para o trabalho durante suas pesquisas de mestrado e doutorado na Poli. A ideia surgiu justamente pela observação das necessidades de seu país de origem.
Segundo Dias, já é possível que os governos de países menos desenvolvidos pensem numa alternativa menos custosa que a técnica mais comum de dessalinização, que funciona com energia elétrica obtida a partir da queima de combustível fóssil, como o Diesel. A nova alternativa propõe ser menos nociva ao meio ambiente e pode custar menos ao poder público, no que diz respeito aos gastos com a compra de combustíveis derivados do petróleo.
O sistema denominado "coluna de dessalinização" funciona basicamente como um filtro, utilizando Energia Eólica %4 fornecida pelos ventos %4 provinda de cataventos ou turbinas eólicas, e Energia Potencial Gravitacional, que existe por conta da força da gravidade, relacionada à massa dos corpos e à altura da qual se encontram. Dias explica que o processo de dessalinização se inicia com o bombeamento de água salgada para a parte superior de uma coluna, em formato cilíndrico, onde há um reservatório.
O peso dessa água impulsiona um êmbolo que pressiona o ar contido em uma câmara inferior do sistema. Esse ar exerce uma força sobre outro reservatório.
A água contida nele é pressionada e passa por uma espécie de membrana. A membrana é o "filtro" do sistema, que compõe o método conhecido como "osmose reversa". Assim, a água, antes salgada, passa pela coluna, é filtrada e transformada em água potável.
Para pensar nas soluções do projeto, Dias utilizou principalmente as leis da Física e da Termodinâmica. Segundo o pesquisador, a dimensão da coluna a ser construída depende do consumo de água potável desejado. Por exemplo, para a produção de 5 mil metros cúbicos (m3) de água, o que equivale, em média, à água utilizada por 10 pessoas ao longo de um dia, o sistema deve possuir cerca de 25 metros (m) de altura.
De acordo com os cálculos realizados , o consumo específico de energia no processo equivale a 2,8 kWh/m3 de água potável produzida, bem abaixo do consumo especifico de energia de sistemas convencionais, que apresentam valores em torno 10 kWh/m3 de água potável produzida a partir da dessalinização da água do mar.
A professora Eliane Fadigas, orientadora do estudo, diz que os possíveis gastos com a construção e instalação do sistema podem ser caros. Porém, a longo prazo, o investimento pode valer a pena, principalmente para países na situação econômica como a de Cabo Verde.
- O governo vai poder redirecionar o dinheiro que era utilizado com a compra de Diesel para outras necessidades, ligadas também à população. É evidente que tudo isso depende da vontade política -, explica Eliane.
- Além de servir para transformar a água do mar em água potável, a coluna também pode ser adaptada e reprojetada para outros fins. Por exemplo, a partir do uso de filtros apropriados, o sistema pode ser utilizado para a despoluição de riachos e lagos, ou mesmo como fonte de água para uso na agricultura ou produção de energia elétrica -, acrescenta a professora Eliane.
- Ao idealizar o sistema, pensamos não só na questão dos gases poluentes, mas também onde poderíamos depositar o sal retirado da água. Esse `resto´ pode ser, por exemplo, devolvido para o mar de uma forma controlada -, completa o engenheiro.
Durante o estudo na Poli, o pesquisador construiu um protótipo da coluna, utilizando materiais diversos para teste, como baldes, papelão e concreto, e obteve sucesso nos testes. Segundo a pesquisa, os modelos reais terão como principal material o aço. Ainda será testado um protótipo da coluna mais próximo do real, por meio do qual será possível medir, por exemplo, as perdas por atrito, o que pretende aprimorar o modelo.
Segundo o engenheiro, há sim algumas limitações no funcionamento do sistema.
- Uma vez que é movido à energia eólica, depende das condições dos ventos, e até mesmo dos requisitos dos catavendos, que, por sua vez, devem ser instalados próximos ao mar ou a fontes de água. Isso não acontece caso a fonte de energia seja a turbina eólica, de mecanismo diferente do catavento. Há portanto a limitação de espaço, já que quanto mais catavento, mais potência -, aponta Dias.
Mas já imaginando possibilidades de compensar essas limitações, a pesquisa também sugere utilização da chamada "bomba clark", que serve como reaproveitadora das energias `perdidas´ durante os processos do sistema.
Fonte:Correio do Brasil