segunda-feira, 27 de setembro de 2010

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 08

1- DEFINIÇÃO DO PREÇO UNITARIO DAS AÇÕES
O Conselho de Administração da Petrobras, em reunião realizada na  sexta-feira (23/09) aprovou o preço de emissão unitário das ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal, de emissão da Companhia (“Ações Ordinárias”), e o preço de emissão unitário das ações preferenciais, nominativas, escriturais e sem valor nominal, de emissão da Companhia (“Ações Preferenciais” e, em conjunto com as Ações Ordinárias, “Ações”), incluindo sob a forma de American Depositary Shares (“ADSs”), sendo cada ADS representativo de duas Ações Ordinárias ou duas Ações Preferenciais, conforme o caso, e representado por um American Depositary Receipt (“ADR”), no âmbito da oferta pública de distribuição primária de Ações a ser realizada simultaneamente no Brasil, em mercado de balcão não organizado (“Oferta Brasileira”), e no exterior (“Oferta Internacional” e, em conjunto com a Oferta Brasileira, “Oferta Global”), mediante os competentes registros na Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”), nos termos da Instrução CVM nº 400, de 29 de dezembro de 2003, conforme alterada (“Instrução CVM 400”), e na Securities and Exchange Commission, nos termos do U.S. Securities Act of 1933, conforme alterado. 
O preço de emissão de R$29,65 por Ação Ordinária e o preço de emissão de R$26,30 por Ação Preferencial foram determinados após a conclusão do procedimento de coleta de intenções de investimento junto a investidores institucionais (“Procedimento de Bookbuilding”), nos termos do artigo 23, parágrafo 1º, e do artigo 44 da Instrução CVM 400, e em consonância com o disposto no artigo 170, parágrafo 1º, inciso III, da Lei das Sociedades por Ações. 
Adicionalmente, o Conselho de Administração da Companhia aprovou a emissão de 2.293.907.960 Ações Ordinárias e 1.788.515.136 Ações Preferenciais, incluindo Ações sob a forma de ADSs.
Nos termos do artigo 24 da Instrução CVM 400, a quantidade de Ações inicialmente ofertada no âmbito da Oferta Global, incluindo sob a forma de ADSs, poderá ser acrescida de um lote suplementar de até 187.997.094 de Ações, incluindo sob a forma de ADSs, equivalentes em conjunto a até 5,0% das Ações inicialmente ofertadas, nas mesmas condições e aos mesmos preços de emissão inicialmente ofertados e aprovados pelo Conselho de Administração da Companhia, conforme opção outorgada pela Companhia aos Coordenadores Globais da Oferta, no âmbito da Oferta Brasileira, e aos Coordenadores Globais da Oferta Internacional, no âmbito da Oferta Internacional, as quais serão destinadas a atender um eventual excesso de demanda que vier a ser constado no decorrer da Oferta Global.
2- Petrobras Biocombustivel e o Óleo de Fritura
A Petrobras Biocombustivel assinou, em Fortaleza (CE), convênio com a Rede de Catadores de Resíduos Sólidos Recicláveis do Estado do Ceará, em um evento que reuniu cerca de 130 catadores e representantes de instituições parceiras. O objetivo é desenvolver ações em conjunto com associações para a coleta de Óleos e Gorduras Residuais (OGR), em especial, o óleo de fritura, que será destinado à produção de biodiesel na Usina de Quixadá.
Na solenidade de assinatura, o diretor de suprimento agrícola da Petrobras Biocombustivel, Jânio Rosa, afirmou que o objetivo é estabelecer uma estrutura que permita qualificar a coleta desse óleo, geralmente jogado na natureza, e aproveitá-lo como fonte de matéria-prima para biodiesel, gerando postos de trabalho e agregando valor e renda a uma atividade já realizada pelos catadores. “Iniciamos com 250 pessoas e sete associações. Mas isso é só o começo. Vamos ainda desenvolver parcerias para a difusão de conhecimento e tecnologia, contribuindo com a gestão da entidade por meio de treinamento e ferramentas de gestão”.
O gerente de desenvolvimento agrícola da Petrobras Biocombustivel, Paulo Roberto Moreira Dias, destacou a importância das entidades e instituições parceiras para o sucesso da iniciativa que, na solenidade, estavam representadas. São elas: Sebrae, Semam (Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Fortaleza), Coelce (Companhia de Energia Elétrica do Ceará), Cagece (Companhia de Água e Esgoto do Ceará) e Universidade Federal do Ceará, entre outras.
Sobre o potencial de aproveitamento de OGR, um levantamento feito pelo Grupo de Estudo e Pesquisa em Infra-estrutura de Transporte e Logística de Energia, da Universidade Federal do Ceará, mostra que 52 milhões de litros de óleo de cozinha são despejados nos esgotos todo ano. Desta forma, iniciativas como esta pode contribuir para reduzir a poluição da água e do meio ambiente.

3- UCP estuda implantação de uma Unidade de Processamento de Óleo de Fritura em Petrópolis

A Universidade Católica de Petrópolis (UCP) está empreendendo estudos em conjunto com a COMDEP, empresa do Município e ÁGUAS DO IMPERADOR e Cooperativas de Coletadores, para a implantação em Petrópolis de uma Unidade de Processamento de 30 mil litros mensais de óleo de fritura usado.

Também está sendo objeto de estudos uma campanha de divulgação junto ás comunidades locais.

4- Modelo Regulatório em Petróleo

Para dirimir duvidas, abaixo estão elencadas três perguntas cujas respostas são bastante esclarecedoras sobre o assunto.

4.1. O que é o modelo regulatório do petróleo?
É o conjunto de  normas , diretrizes  e legislação que regula todas as atividades relacionadas ao setor e que cria organismos e processos de fiscalização e controle dessas atividades.
4.2. Como funcionam os diferentes sistemas no mundo?
Cada país adota um sistema ou sistemas que agregam características específicas, de acordo com as peculiaridades e necessidades de cada nação.
Há três sistemas mais utilizados: concessão, partilha de produção e prestação de serviços. 
A principal característica do sistema de concessão é que as atividades são realizadas por conta e risco do concessionário, sem interferência ou maior controle dos governos nos projetos de exploração e produção, respeitada a regulação existente. Caso haja uma descoberta e ela seja desenvolvida, o petróleo e gás natural, uma vez extraídos, passam a pertencer aos concessionários após o pagamento de royalties e outras participações governamentais.
O sistema de partilha costuma ser usado por países com reservas abundantes e baixo risco exploratório. Nesses contratos, a companhia ou consórcio que executa as atividades assume o risco exploratório. Em caso de sucesso, tem os seus investimentos e custos ressarcidos em óleo (o chamado óleo-custo). O lucro da atividade, resultante da dedução dos investimentos e custos de produção da receita total da produção (que, convertido em óleo, é chamado de óleo-lucro), é repartido entre a companhia (ou consórcio) e o governo, em porcentagens variáveis.
 No sistema de prestação de serviços, uma empresa é contratada para realizar as atividades de exploração e produção e tem seus serviços pagos segundo metodologias contratuais pré-definidas. Nesse modelo, toda a produção normalmente é de propriedade do Estado.
 Atualmente, cerca de 80% das reservas mundiais estão em países que adotam o modelo de partilha ou sistemas mistos, que misturam características de mais de um modelo, mas com maior controle dos Estados sobre as atividades de exploração e produção. 
4.3. Qual é o sistema adotado no Brasil? 
Atualmente, as atividades são regidas pela lei 9.478/97, que adotou o modelo de concessão no Brasil e abriu a possibilidade de a Petrobras atuar em concordância com outras empresas nas atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural. A mesma lei criou o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) – órgão que assessora o Presidente da República para formular políticas e diretrizes de energia – e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) – autarquia vinculada ao Ministério de Minas e Energia e criada para regular, contratar e fiscalizar as atividades dessa indústria. 
Para as atividades de exploração e produção, a ANP passou a promover leilões públicos, abertos a empresas públicas e privadas (chamados de rodadas de licitação), visando a assinatura de contratos de concessão.. No sistema atualmente adotado pela ANP, vence a empresa ou consórcio que oferecer a maior pontuação em três fatores: o Bônus de Assinatura (valor em dinheiro ofertado à União pelo direito de assinar um contrato de concessão); o índice de nacionalização das compras de equipamentos e serviços para as atividades de exploração e desenvolvimento; e, finalmente, um programa de trabalho mínimo a realizar. 
Nesse sistema, as atividades são realizadas por conta e risco dos concessionários, sem interferência da União no ritmo dos projetos. Assim, as reservas pertencem à União até serem levadas à superfície, quando se tornam propriedade de quem as extraiu. 
Desde 1999, foram concedidos em rodadas de licitações mais de 500 blocos exploratórios, localizados em diferentes bacias sedimentares brasileiras, para grupos de controle nacional e estrangeiro.

5-Nova coqueria da Usiminas inicia operação na usina de Ipatinga (MG)

O coque é um combustível gerado a partir do carvão mineral e é utilizado como redutor do minério de ferro nos altos-fornos siderúrgicos.

A entrada em operação da nova coqueria é o primeiro passo para a auto-suficiência em coque na usina de Ipatinga, que deve ser alcançada em 2013. Até lá, a coqueria 2 terá sido reformada, elevando a capacidade total de produção de coque na usina para aproximadamente 1,9 milhão de toneladas - 250 mil toneladas a mais do que a capacidade atual.

Com toda a demanda da usina de Ipatinga suprida pela produção própria de coque, a Usiminas amplia sua blindagem contra movimentos bruscos do preço do insumo no mercado externo. Além disso, a substituição das importações de coque poderá significar uma economia de até R$ 250 milhões por ano, considerando a cotação atual do insumo.

6-Braskem inaugura fábrica de eteno verde em Triunfo-RS e assume a liderança global em biopolímeros

A Braskem inaugurou, no Pólo Petroquímico de Triunfo (RS), a maior unidade industrial de eteno derivado de etanol do planeta, que vai permitir a produção de 200 mil toneladas de polietileno verde por ano. Com o início das operações, a empresa passa a fornecer ao mundo resina de origem renovável e avança em sua estratégia de tonar-se líder mundial em química sustentável. 
“A realização desse projeto constitui um marco histórico para a Braskem, e materializa um sonho partilhado com nossos clientes, que passam a contar com a opção de um produto ainda mais sustentável”, afirma o presidente da empresa, Bernardo Gradin.
Isso porque o plástico verde apresenta um balanço ambiental muito favorável, ao retirar até 2,5 toneladas de carbono da atmosfera para cada tonelada produzida de polietileno desde a origem da matéria-prima.  “Pode-se dizer que o plástico verde da Braskem é feito de CO2, capturado da atmosfera na fotossíntese da cana-de-açúcar. É ainda o mais competitivo entre todos os plásticos de origem renovável, e isso tem sido amplamente reconhecido pelo mercado, que registrou demanda para 3 vezes a capacidade da planta”, acrescentou Bernardo Gradin.
II – COMENTÁRIO
1- OFERTA PUBLICA DE AÇÕES DA PETROBRAS
 A cerimônia de oferta publica de ações na BOVESPA contou com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, José Alencar, do ministro da Fazenda, Guido Mantega, do ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo e do diretor presidente da BM&FBOVESPA, Edemir Pinto. 
O presidente Lula ressaltou que esta data é um marco para o país, pois se trata da “decisão soberana de uma sociedade em capitalizar o seu futuro em benefício das gerações do presente e das que virão”.
O presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli informou que “a oferta pública de ações alcançou R$ 115,05 bilhões (ou US$ 66,9 bilhões) e que os recursos líquidos obtidos serão utilizados para o pagamento da cessão onerosa dos 5 bilhões de barris de óleo equivalente e para continuar desenvolvendo todos os segmentos de negócios da Companhia, financiando parte do Plano de Negócios da Petrobras de US$ 224 bilhões até 2014”, disse o presidente da Petrobras.
Os papéis da Companhia começaram a ser comercializados dia 24/09 na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), sob a forma de ADS. Na segunda-feira 27/09 teve  início a negociação das ações da oferta brasileira, na Bolsa de Valores de São Paulo. 
Entendendo a oferta 
A Oferta compreende a oferta pública de distribuição primária de 2.174.073.900 novas ações ordinárias e de 1.585.867.998 novas ações preferenciais, realizada por meio de um aumento de capital da Companhia, dentro do limite do seu capital autorizado, que observará a atual proporção entre ações ordinárias e ações preferências de emissão da Companhia (exceto a hipótese de emissão de Ações e/ou ADS do exercício de Opção de Lote Adicional e/ou opção de Lote Suplementar), e que excluirá o direito de preferência dos atuais acionistas da Companhia. 
À quantidade total das Ações inicialmente ofertadas poderá ser acrescido (sem considerar as Ações Suplementares e as ADS Suplementares) um lote adicional equivalente a até 20% das Ações Ordinárias e/ou Ações Preferenciais da Oferta Global, incluindo sob a forma de ADS, no momento em que for fixado o Preço por Ação, a critério da Companhia, nas mesmas condições e preço inicialmente ofertados. 
Sem prejuízo do exercício da Opção de Lote Adicional, a quantidade de Ações da Oferta a ser inicialmente ofertada poderá ser acrescida de um lote suplementar de até 187.997.094 Ações a serem emitidas pela Companhia, incluindo sob a forma de ADS, nas mesmas condições e preço inicialmente ofertados. A Opção de Lote Suplementar compreende: (a) a opção a ser outorgada pela Companhia aos Coordenadores Globais da Oferta; e (b) a opção a ser outorgada pela Companhia aos Coordenadores Globais da Oferta Internacional. Ambas opções somente serão destinadas exclusivamente a atender um eventual excesso de demanda referente às Ações e ADS que vier a ser constatado no decorrer da Oferta.
Público Alvo da Oferta 
A Oferta se direciona, na Oferta Prioritária, aos atuais acionistas, incluindo os Fundos Mútuos de Privatização – FGTS, pela sua posição de custódia ao final do dia 10 de setembro de 2010; na Oferta de Varejo, aos Investidores Não Institucionais, inclusive Empregados e Fundos FIA - Petrobras; e, na Oferta Institucional, aos Investidores Institucionais. 
Qual é o destino dos Recursos Captados
A Petrobras  pretende utilizar os recursos líquidos captados na distribuição de Ações, no contexto da Oferta, com o seguinte propósito: 
• aproximadamente, 68,0% em contrapartida à Cessão Onerosa; e
• aproximadamente, 32,0% para financiar os investimentos da Companhia, que, de acordo com o seu plano de negócios para 2010-2014, são da ordem de US$224 bilhões, assim como para manter uma estrutura de capital e índices de alavancagem adequados.
Principais eventos  da Oferta Pública de Ações: 
24 de setembro de 2010
Concessão do Registro da Oferta pela CVM;
Publicação da ata de Reunião do Conselho de Administração da Companhia que aprova o Preço por Ação;
Publicação do Anúncio de Início;
Disponibilização do Prospecto Definitivo nas páginas da rede mundial de computadores da CVM, da Companhia e dos Coordenadores Globais da Oferta;
Início da Negociação das Ações sob a forma de ADS, na NYSE;
Início do Prazo para Exercício da Opção de Lote Suplementar. 
27 de setembro de 2010
Início da Negociação das Ações da Oferta Brasileira na BM&FBOVESPA. 
28 de setembro de 2010
Encerramento do prazo para entrega de LFT para liquidação da Oferta Prioritária. 
29 de setembro de 2010
Data de Liquidação das Ações da Oferta.
25 de outubro de 2010
Encerramento do Prazo de Exercício da Opção de Lote Suplementar. 
29 de outubro de 2010
Data Máxima de Liquidação das Ações Suplementares e/ou ADSs Suplementares. 
24 de março de 2011
Data Máxima para Publicação do Anúncio de Encerramento.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 07

1-Crédito a fornecedores da Petrobras

A Petrobras lançou o Programa Progredir, que facilita a oferta de crédito que favorece o crescimento sustentável da cadeia de fornecedores.

O Programa abrange todos os fornecedores da Petrobras, diretos e indiretos, com foco nos que têm maior dificuldade para levantar financiamentos. O programa deve atender todos os fornecedores a partir de fevereiro de 2011.

A iniciativa foi desenvolvida em conjunto com seis dos maiores bancos de varejo em operação no Brasil, com o BNDES, e com o Programa Nacional de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás - PROMINP.

2-Oferta pública de ações

A Petrobras aprovou o aumento do limite da quantidade de ações que poderão ser emitidas, adicionalmente às ações inicialmente ofertadas no âmbito da Oferta Global.

O limite do lote adicional de ações ordinárias e/ou ações preferenciais de emissão da Companhia, incluindo sob a forma de ADS (American Depositary Shares), será equivalente a até 20% das ações da oferta global, e não mais até 10%, conforme Aviso ao Mercado publicado em 3 de setembro de 2010.

3-Petrobras adquire 50 % do capital da Bioóleo

A Petrobras Biocombustível adquiriu 50% do capital social da empresa Bioóleo Industrial e Comercial por R$ 15,5 milhões. A Bioóleo é uma empresa de extração de óleos vegetais, localizada em Feira de Santana (BA), com capacidade de processar 130 mil toneladas por ano de grãos de oleaginosas. A unidade tem capacidade instalada para armazenar 30 mil toneladas de grãos e de tancagem para 10 milhões de litros de óleo.

4-Usina de Biodiesel de Candeias

A Usina de Biodiesel de Candeias, na Bahia, completou dois anos de operação. Neste período, a usina teve sua capacidade de produção praticamente quadruplicada. Com a conclusão das obras de duplicação, na qual estão sendo investidos R$ 66 milhões, a unidade atingirá capacidade de 217,2 milhões de litros/ano ainda no segundo semestre. Esta é a segunda etapa da ampliação. A primeira foi concluída em novembro de 2009, quando passou dos iniciais 57 milhões de litros/ano para 108,6 milhões de litros/ano.

5-Desenvolvimento do Pré-Sal

O Presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, participou de debate promovido pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), em Brasília, sobre a proposta do novo marco regulatório do petróleo e os desafios tecnológicos para a exploração da camada pré-sal. Gabrielli disse que para produzir o petróleo da camada pré-sal será preciso desenvolver a indústria nacional e treinar mais de 240 mil profissionais até 2016. "Essas pessoas serão treinadas não para a Petrobras, mas para a cadeia de suprimentos que irá nos atender".

De acordo com Gabrielli, o treinamento desses profissionais envolve instituições de ensino brasileiras, com 29 redes temáticas e mais de 500 pesquisadores. “Isso cria, fora da Petrobras, laboratórios de alto nível, capacitação de análise e interpretação e capacitação das áreas de ciência básica e aplicada tendo um impacto não somente sobre a Petrobras, mas também sobre a engenharia brasileira, sobre o desenvolvimento dos projetos e a pesquisa em geral do nosso país”.

6-Vale reduz Preço do Minerio

Depois de sucessivas altas, os preços do minério de ferro terão queda no quarto trimestre. A Vale reduziu os preços do produto nos contratos com siderúrgicas chinesas em cerca de 10%, na comparação com o trimestre anterior, informou o jornal Xinhua Economic Information Daily, da China.

A queda tem por base o novo modelo de contrato firmado entre a mineradora e seus clientes em todo o mundo, já anunciado.

Segundo o modelo, o preço do minério de ferro passou a ter variações trimestrais de acordo com cálculos sobre o índice spot (à vista), do mercado chinês. Além da Vale, as concorrentes BHP Billiton e Rio Tinto, que seguem a mesma indexação, anunciaram reduções de 10% e 13%, respectivamente.


II – COMENTARIO

1- RIO OIL & GAS criou Painel sobre Biocombustiveis

O presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, destacou, durante apresentação na sessão plenária “Desafios dos Biocombustíveis”, realizada na tarde desta segunda-feira (13/9) na Rio Oil & Gas, o crescente papel que os biocombustíveis, ao lado de energias renováveis, como a solar e a eólica, terão na transição da matriz energética mundial.

“Esse potencial de crescimento em escala mundial é impulsionado pela demanda de produção de energia renovável puxada pela agenda ambiental”, afirmou. Nesta linha, a Petrobras prevê investimento de US$ 3,5 bilhões em produção, logística e pesquisa de biocombustíveis, de acordo com o Plano de Negócios 2010-1014.

Sobre o setor sucroenergético, o presidente comentou que os movimentos realizados nos últimos dois anos contribuíram para reposicionar positivamente o setor. Entre eles está o zoneamento agroecológico, que sinaliza uma delimitação territorial de expansão regrada da cultura da cana-de-açúcar, a melhoria nas relações de trabalho, a venda crescente de automóveis flex fuel e o potencial para aumentar a presença do setor na geração de energia elétrica a partir do bagaço de cana.

2-Usiminas em Cubatão

A Usiminas movimentou R$ 27 milhões no comércio cubatense de janeiro ao início de setembro deste ano. O A informação foi divulgada durante a cerimônia de adesão e parceria da Usiminas aos programas Pró-Comércio, Agente Socioambiental e de intermediação de mão de obra da Baixada Santista pelo Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT) de Cubatão, assegurando prioridade de contratação aos candidatos cubatenses. A prefeita Marcia Rosa destacou que as três ações, integrantes do 2º Pacto pelo Emprego, valorizam o compromisso social da Administração Municipal. “Cubatão tem uma importância fundamental - social, cultural e economicamente - na história brasileira. A Cidade é praticamente uma ponte entre o porto e a Capital, local de trânsito de muitas riquezas. E a comunidade também tem o direito de participar desse processo de geração de riquezas. Por isso, a parceria da Usiminas confirmada hoje é um passo muito importante para o município”, afirmou a prefeita.

O evento além da prefeita Marcia Rosa, contou com a presença dos secretários de Emprego e Desenvolvimento Sustentável, Benito Santiago Martinez Gonzalez; e de Meio Ambiente, José Roberto Baldini; além de dezenas de líderes comunitários, políticos e funcionários da Usiminas.

Com a assinatura do termo de compromisso assegurando prioridade na contratação de candidatos cubatenses, com implementação dos procedimentos a partir de outubro, a Usiminas se comprometeu a qualificar a mão de obra cubatense e apoiar a revitalização da Fábrica da Comunidade, que deve atuar efetivamente na qualificação dos munícipes.

A Usiminas vem priorizando a contratação de trabalhadores de Cubatão e região, e o Pacto pelo Emprego vem confirmar esse compromisso da empresa com a Baixada Santista.

3-Parceria SCHULZ com a IMMBRAX

A alemã Schulz, líder no suprimento de conexões tubulares, tubulações de aço inoxidável e cobre-níquel, firmou uma aliança estratégica com a Immbrax visando agilizar a colocação de seus produtos no mercado. O objetivo do acordo, cujo valor não foi revelado, é assegurar a redução no prazo de fornecimento - hoje da ordem quatro meses - para uma pronta entrega.

Segundo o presidente da Immbrax, Rogério Barros, a empresa irá operar quatro centros de distribuição - Rio de Janeiro, Recife, Jandira (SP), e Camaçari (BA). O primeiro embarque de equipamentos da Schulz será feito na próxima semana e envolverá um total de 300 contêineres, a serem transportados por navio, cujo destino final é o Rio de Janeiro.

A Immbrax é especializada na comercialização de componentes industriais e tem como principal atividade a distribuição de produtos paras empresas que exijam altos padrões de qualidade. Também atua no setor de conexões, tubos inoxidáveis e válvulas industriais.

4-MAERSK vai produzir no Brasil

O presidente mundial da petrolífera dinamarquesa Maersk Oil, , Jakob Thomasen, disse ao Jornal Valor que a empresa "tem forte apetite para crescer no Brasil" e que projeta estar produzindo no país no prazo de 3 a 4 anos. "Nós reconhecemos o grande potencial do Brasil, em geral e no pré-sal em particular", disse Thomasen em entrevista por escrito.

Em relação ao pré-sal, ele ressalvou que antes de investir a Maersk quer conhecer exatamente os termos nos quais as áreas serão ofertadas antes de decidir entrar nas licitações que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) pretende começar a fazer já no primeiro semestre de 2011.

Segundo Thomasen, a Maersk já possui experiência positiva no Qatar, onde opera sob regime de partilha de produção, o mesmo que deverá ser adotado para o pré-sal brasileiro. A empresa opera também sob o mesmo regime em Angola.

A Maersk tem adotado a estratégia de associações com empresas brasileiras do setor. Ela é sócia, com 30% de participação, da Petrobras (40% e operadora) e da Vale (30%) nos blocos BM-S-66 e 67 da Bacia de Santos. Da OGX, do empresário Eike Batista, a dinamarquesa é sócia no bloco BM-S-29 (operadora com 35%), também na Bacia de Santos, e nos blocos BM-C-37 e 38 na Bacia de Campos (50% e operadora).

Em março ela adquiriu da americana Devon 20% do bloco BM-C-34, do qual a Petrobras é operadora e detém 50% de participação. Thomasen ressalva que para a aquisição tornar-se efetiva ainda depende da aprovação da ANP. Mas ele considera desde já que a compra feita à Devon é um exemplo do interesse da Maersk em crescer no Brasil.

A Maersk Oil é uma das empresas do gigantesco A. P. Moller - Maersk Group, que atua também em áreas como navegação marítima - a Maersk Line é a maior transportadora de cargas em contêineres do mundo -, terminais e apoio a operações offshore. O grupo faturou cerca de US$ 27,4 bilhões no primeiro semestre deste ano.

A subsidiária petrolífera produz 700 mil barris por dia de petróleo e gás equivalente no Qatar, Argélia, Casaquistão e em áreas do Mar do Norte da Dinamarca e do Reino Unido. Além disso, a empresa, fundada em 1962, possui atividades exploratórias no Brasil, Noruega, Omã e Angola.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 06

Este numero será dedicado exclusivamente para se descrever o derrame de petróleo no Golfo e as lições que podemos tirar deste acidente ocorrido nos EEUU nas operações de petróleo em águas profundas.
Inicialmente, vamos detalhar o passo a passo dos acontecimentos, até a operação denominada de “top kill”, que estancou o vazamento.

Fevereiro 2001
A construção da Plataforma Deepwater Horizon iniciou-se em Ulsan, Coreia do Sul, pelo Estaleiro Hyundai Heavy Industries .
O equipamento avaliado em mais de U$ 560 milhões é entregue para a TRANSOCEAN, que negocia a operação com a BP no Golfo do México.

20 de abril de 2010
Acontece a explosão e incêndio na Transocean Deepwater Horizon . Onze pessoas foram dadas como desaparecidas e cerca de 17 feridos.

22 de abril
A Plataforma Deepwater Horizon afunda. Uma mancha de óleo de cinco quilômetros de extensão foi imediatamente detectado. Busca e salvamento, foram efetuadas pelo EEUU National Response Team.

23 de abril
A Guarda Costeira suspende a procura de trabalhadores ausentes, declarando que estão todos mortos.

24 de abril
O petróleo é encontrado em quantidades significativas no Golfo.

25 de abril
Guarda Costeira dos EEUU instala câmeras subaquáticas de operação remota e afirma que está vazando mais de mil barris de petróleo por dia (bpd). E aprova um plano de controle remoto de veículos subaquáticos para ativar um preventivo blowout e parar o vazamento.

26 de abril
As ações da BP caem 2% em meio a temores de que o custo da limpeza e reivindicações legais atingirá duramente a empresa . Cerca de 15 mil litros de dispersantes e 21 mil pés de sistemas de contenção são colocados no local do derramamento.

Abril 27
Os serviços de segurança interna dos EEUU anunciam planos para uma investigação conjunta da explosão e do incêndio.
A Guarda Costeira anuncia que vai incendiar o petróleo bruto derramado para retardar a propagação de petróleo no Golfo.

28 de abril
A Guarda Costeira diz que o fluxo de petróleo é de 5.000 barris por dia, cinco vezes maior do que o previsto anteriormente.
A queima controlada sobre a maré negra, já gigante, começa a ser deflagrada.

29 de abril
Presidente dos EEUU Barak Obama fala sobre o vazamento na Casa Branca, efetuando seus primeiros comentários públicos sobre o assunto. Ele garante que "todo recurso disponível, incluindo os militares , serão aplicados para conter o derramamento e propagação” , e também diz que a BP é responsável pela limpeza.
Louisiana declara estado de emergência devido à ameaça aos recursos naturais do estado, como o petróleo se aproxima de terra lisa.

30 de abril
Um assessor de Obama diz que não será permitida a perfuração em novas áreas até que a causa do acidente Horizon Deepwater seja identificada e as remediações concluidas.
O departamento de justiça dos EEUU. anuncia que uma equipe de advogados está monitorando o derramamento. As inspecções de segurança de todos os equipamentos de perfuração em águas profundas 30 e 47 plataformas de produção em águas profundas são ordenados.
O presidente da BP, Tony Hayward, diz que a empresa vai assumir a total responsabilidade pelo vazamento, e pagar todas as reivindicações legítimas e os custos para a limpeza.
Conservacionistas alertam para catástrofe iminente para a vida selvagem na zona do derrame.

01 de maio
A Guarda Costeira anuncia que o vazamento vai afetar a costa do Golfo.

02 de maio
Presidente Obama visita a costa do Golfo para ver os esforços de limpeza.
BP começa a perfurar um alívio.
Um adicional de 30 navios – tanques são destacados para a costa do Golfo.

04 de maio
Os Executivos da BP comparecem a uma sessão fechada do Congresso americano, A Casa Branca apóia uma proposta do Senado de aumentar o limite de pagamentos do passivo de U$ 75 milhões para U$ 10 bilhões para custear as conseqüências do derrame.

05 de maio
A Casa Branca tenta limitar as conseqüências políticas, documentando as ações realizadas desde o vazamento.

06 de maio
BP confirma a chegada de três cúpulas de contenção desenhadas para recolher a maior parte do vazamento de 5.000 barris diários do campo de Macondo.
O Departamento de Justiça pede á Transocean para preservar provas da explosão e afundamento da plataforma.
Analistas estimam que o custo total das remediações do vazamento para a BP alcance U$ 15 bilhões.

7 de maio
Engenheiros da BP usam robôs submarinos para mover a câmara de contenção sobre o maior dos dois vazamentos restantes no fundo do mar. Este método de contenção nunca antes foi tentada a tal profundidade, cerca de 1600 metros.
Os esforços para fechar as válvulas falharam e os robôs submarinos são abandonados.
A proibição da pesca para as águas federais fora do Golfo é prorrogada até 17 de Maio.

08 de maio
Um relatório do BP atribui a explosão a uma bolha de metano.

09 de maio
BP diz que pode tentar tampar o vazamento através de bombeamento submarino com materiais sob alta pressão, como pneus triturados e bolas de golfe dentro do poço, método chamado de um tiro de "lixo".

10 de maio
BP anuncia planos para colocar uma cúpula de contenção de pequeno porte, conhecida como um chapéu de "top", tal como um funil para o petróleo subir para a superfície.

11 de maio
Em uma audiência perante o comitê do Senado sobre a energia e recursos naturais, representantes das três companhias petrolíferas envolvidas na perfuração em águas profundas culpam um ao outro pelo acidente.


12 maio
A sessão do Congresso aponta que BP, Halliburton e Transocean ignoraram os avisos de segurança horas antes da explosão da Plataforma Deepwater.

13 de maio
Pesquisador Steve Wereley, da Universidade Purdue, diz que ele acredita que o poço está vazando 70 mil barris por dia.
BP libera imagens submarinas do esforço para conter o vazamento.
E o primeiro vídeo filmado debaixo de água de vazamento de óleo é distribuído para a imprensa.

16 maio
O tubo implantado para extrair óleo para a superfície funciona. O volume de petróleo que passa através do tubo é aumentada gradualmente para evitar a formação de hidratos.

18 de maio
Presidente Obama planeja estabelecer uma comissão independente para investigar o vazamento de petróleo.

20 de maio
BP emite relatório informando que está conseguindo extrair 5.000 bpd pelo tubo. Conclui-se que o vazamento deve ser muito maior do que o anteriormente estimado.
Especialistas testemunham em audiência no Congresso que o vazamento está situado entre 20,000-100,000 barris por dia.

24 de maio
O tubo de escape capta muito menos petróleo do que o esperado.

26 de maio
BP insere 7,5 milhoes de litros de lama no poço, através bombeamento denominado “ top kill” ,em uma tentativa de controlar o vazamento. No inicio não funcionou, pois a pressão não foi muito alta.

01 de junho
E.U. inicia uma investigação criminal sobre o vazamento de óleo.

03 de junho
BP inicia uma campanha publicitária nos EEUU, em jornais e televisões. destinadas a reforçar a opinião publica. .

04 de junho
BP tenta novamente colocar um tampão sobre as válvulas, mas não obteve sucesso.

07 junho
As viúvas de dois dos trabalhadores da plataforma petrolífera oferecem testemunho perante uma comissão do Congresso.

08 de junho
Em uma entrevista à NBC, Presidente Obama diz que teria demitido o chefe executivo da BP, se ele estivesse trabalhando para ele.

11 junho
David Cameron, ckanceler inglês, chama o presidente da BP, Carl-Henric Svanberg, para uma reunião em Downing Street para discutir o desastre do petróleo.

12 de junho
Os cientistas refazem seus estudos e estimam que a dimensão do derramamento alcance mais 40.000 barris por dia.

14 de junho
Presidente Obama compara o derramamento de petróleo da BP ao acontecido em 11/09.

16 de junho
BP compromete-se a constituir um fundo de US $ 20 bilhões para a indenização das vítimas do derramamento de óleo.

18 de junho
O rating de crédito da BP é rebaixado pelo Moody's.

19 de junho
Um dos parceiros da BP, Anadarko Petroleum, se recusa a aceitar qualquer responsabilidade pela explosão Horizon Deepwater apesar de possuir um quarto do poço.

23 de junho
Um acidente coloca a tampa de petróleo BP fora de ação, permitindo que o petróleo flua sem impedimentos durante várias horas.

25 de junho
As ações da BP atingem a maior baixa dos últimos 14 anos.

28 de junho
The Guardian publica uma carta de 171 artistas, críticos e escritores reclamando do patrocínio da BP da Tate Britain.
Manifestantes interrompem a festa da Tate Britain's que comemora 10 anos de patrocínio BP, jogando melaço sobre as galerias.

30 de junho
Furacão Alex causa mar agitado, prejudicando os esforços de limpeza da BP.

05 de julho
BP solicita aos seus parceiros, Anadarko e Mitsui Oil Exploration, para contribuirem com quase US $ 400 milhões.

07 de julho
Existem mais de 27.000 poços abandonados no Golfo do México, de acordo com uma investigação da Associated Press, que descreve a área como um "campo minado ambiental que tem sido ignorado durante décadas. Alguns deles datam de 1940.

09 de julho
Um tribunal de apelações rejeita esforço do governo federal para restabelecer uma moratória de perfuração offshore em águas profundas, abrindo a porta para a retomada da perfuração no Golfo do México.

11 de julho
BP começar sua última tentativa de selar a fuga. Robots remover uma tampa vazamento do poço, para permitir que um sistema de contenção de reposição para ser instalado.

12 de julho
Com a mais recente tentativa de estancar o vazamento teria indo bem, houve aumento nas ações da BP.

13 de julho
BP anuncia oficialmente o êxito na operação de estancar o vazamento, ao instalar uma nova tampa de contenção mais bem ajustados na cabeça do poço . O próximo passo é testar a pressão interna no bem para verificar se o fluxo foi interrompido.

15 de julho
BP interrompe o fluxo do petróleo pela primeira vez em 87 dias, aumentando as esperanças de que poderia ser selada para sempre. A empresa diz que terá de acompanhar a operação top kill , por mais 48 horas.

19 de julho
O almirante Thad Allen, solicitou posicionamento da BP exigindo respostas para "anomalias indeterminado na cabeça do poço".
E com este anuncio, as ações da BP caem mais 5% .

20 de julho
Allen concede mais 24 horas para a BP testar a nova tampa de contenção, mas adverte que o governo pode insistir na reabertura do poço se houver intensificação do escoamento.

21 de julho
BP admite a usar o Photoshop para exagerar o nível de atividade no centro de comando do Golfo derramamento de óleo.

23 de julho
As forças de tempestade tropical Bonnie faz com que a BP suspenda temporariamente a perfuração . Os 65 navios envolvidos na resposta ao desastre estão deixando o local.

24 de julho
Revela-se que os alarmes da Deepwater Horizon estavam desligados no momento da explosão para permitir que os trabalhadores tivessem um sono tranquilo.

25 de julho
À medida que a tempestade passa, acontece o regresso das tripulações para o local, a fim de terminar o trabalho em poços alívio, antes do início da temporada de furacões.

26 de julho
O executivo-chefe da BP, Tony Hayward, deixa a empresa, e é substituído por Bob Dudley.

27 julho
Ativistas do Greenpeace fecham 46 garagens da BP em Londres, em um movimento para forçar a empresa a se tornar mais verde.

02 de agosto
BP vai tentar travar o fluxo de petróleo, com um "kill estática" nas próximas 24 horas. O procedimento envolve o bombeamento da lama de perfuração pesados e de cimento para o poço.

03 de agosto
BP pulveriza 2 milhões de litros de dispersante sobre a mancha de petróleo.

04 de agosto
BP diz que a "tentativa do top-kill 'para parar o vazamento de petróleo foi bem sucedida, a lama que mais ainda pode ter que ser bombeada para o poço para fechá-la permanentemente.

11 de agosto
BP suspende perfuração de poço em face de uma tempestade tropical, que acredita-se estar indo para o Golfo do México.

15 de agosto
Barack Obama vai dar um mergulho com sua filha no mar do Golfo, e declara que a BP está fazendo a sua parte na limpeza do petróleo.

16 de agosto
A administração Obama solicita estudos ambientais para perfuração de águas profundas. O anúncio vem depois que um relatório revelando que a BP recebeu isenções ambientais com base em dados desatualizados.

19 de agosto
Bill Lehr, cientista sênior, alega que três quartos do petróleo derramado ainda permanece no meio do Golfo do Mexico, em águas profundas.

Em tempo real
Uma câmera operada pela BP permitiu que as tentativas de selar o poço de petróleo fossem acompanhadas ao vivo pela internet. Na imagem, um braço robótico é usado para controlar jatos de lama que escapam da tubulação.

Que lições deste derrame podemos extrair para o pré-sal?

A exploração de petróleo em profundidade oceânica superior a 1 000 metros, chamada de prospecção em águas profundas, ocorre em larga escala há apenas duas décadas. Hoje, 6% do petróleo produzido no mundo provém de poços com essas características e estima-se que essa porcentagem supere os 10% nos próximos quinze anos.
A falha da válvula de segurança da plataforma e os repetidos fiascos nas tentativas de estancar o vazamento de petróleo mostram que a prospecção em alto-mar é uma tarefa complexa e envolve riscos elevados para quem trabalha na operação e também para o meio ambiente.
Os Estados Unidos são o país que mais consome petróleo – mais de 3 bilhões de litros por dia. E o Presidente Obama suspendeu a perfuração de 33 poços no Golfo do México e dois no Alasca. Ele também vetou novas permissões de perfuração nos próximos seis meses – a exploração pela Petrobras de dois campos no Golfo do México, Cascade e Chinook, está suspensa.
A questão em aberto para reflexão é como foi possível a seqüência de erros no acidente do Golfo do México.
O Brasil terá de prestar atenção nas lições do desastre no Golfo do México. O país extrai do oceano cerca de 90% do petróleo que produz. São 826 poços marítimos, 200 deles em águas profundas. É preciso muita atenção por parte da Agência Nacional de Petróleo, da Petrobras e de todas as operadoras, para que se fixem regras de segurança e que seja feita uma revisão no Plano de Contingência em vigor.
Os desafios tecnológicos do pré-sal envolvendo materiais, equipamentos, tubulações, bombas, válvulas, arvores de natal, face ao ambiente corrosivo e abrasivo, e os desafios relativos à segurança, se tornarão críticos no Brasil quando começar a exploração do petróleo da camada pré-sal do oceano, pois nunca se extraiu petróleo de uma profundidade tão elevada. Para chegarem ao reservatório de petróleo, os dutos e as sondas de perfuração precisarão atravessar 2 quilômetros de oceano (média de profundidade na Bacia de Santos), 1 quilômetro de rocha (camada pós-sal) e mais 2 quilômetros da camada de sal, até chegar, então, ao pré-sal.
A temperatura onde se localiza a camada pré-sal pode atingir até 100 graus centígrados. O calor e a alta pressão, fazem com que as propriedades das rochas se alterem, amolecendo-as, dificultando a perfuração porque, se o poço não for revestido de concreto rapidamente, ele se fechará.