domingo, 24 de fevereiro de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 121


I –  NOTÍCIAS

1- Setor de petróleo e gás movimenta os fornecedores 
O Rio Grande do Sul concentra esforços em torno de um objetivo ambicioso: o desenvolvimento de uma complexa indústria oceânica, envolvendo grandes estaleiros para construção de embarcações, cascos e plataformas de petróleo, inicialmente na área do Porto Rio Grande, no extremo Sul do Estado, mais recentemente no município de São José do Norte, em frente ao superporto e, agora, em Charqueadas, às margens do rio Jacuí, na Grande Porto Alegre.
Tudo em sintonia com fabricantes de equipamentos para o setor de petróleo e gás, que também pretendem aproveitar os volumosos investimentos previstos pela Petrobras, em torno de US$ 236 bilhões nos próximos quatro anos, prioritariamente, para exploração e produção de petróleo e gás natural.
O movimento é acelerado. Num terreno de 360 mil m2, próximo a Charqueadas, a IESA Óleo&Gás ergue sua planta para fabricação e montagem dos módulos de compressão de gás que serão instalados nas primeiras seis plataformas de exploração das jazidas do pré-sal. É parte do contrato da IESA com a Petrobras, de US$ 720 milhões, mas que pode chegar a US$ 911 milhões, com fornecimentos adicionais.
A IESA está gastando R$ 80 milhões na obra, que deverá estar pronta em março para o início de fabricação das estruturas metálicas. "O canteiro deverá ter aproximadamente 1,6 mil pessoas, mas já recebemos mais de 4,5 mil currículos de profissionais de várias regiões interessados em trabalhar no polo de Jacuí", diz João Alves de Oliveira, gerente de construção da empresa.
Mão de obra abundante e qualificada e boas condições geográficas favorecem a atração de investimentos para a criação de novos polos, avalia Aloísio Nóbrega, vice-presidente da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI). "A estratégia para consolidação da indústria offshore é apostar na ampliação de localização geográfica da indústria oceânica, espalhando o conceito para outros pontos da Bacia Hidrográfica Sul, ligada à Lagoa dos Patos, mitigando os impactos ambientais e urbanos", explica.
Uma das primeiras providências, segundo Nóbrega, é o desdobramento do complexo portuário em Rio Grande para o vizinho município de São José do Norte, que possui canal com calado acima de 14 metros e uma área ainda não explorada.
O Estaleiros do Brasil (EBR), associado ao grupo japonês Toyo Engineering Corporation, está prestes a ser declarado vencedor de uma licitação para construção de duas plataformas para a Petrobras - contratos estimados em US$ 1,3 bilhão - e deve investir R$ 1,2 bilhão na construção em São José do Norte de uma planta de 1,5 milhão de metros quadrados, um dique seco e dois pórticos, que, juntos, poderão içar 1,6 mil toneladas. Terá seis mil empregados.
"O superporto de Rio Grande já está congestionado e toda a área está saturada por investimentos públicos e privados", diz Nóbrega. De fato, no momento, quatro estaleiros ocupam a região de Rio Grande: a Quip, atualmente com três plataformas em construção, a Queiroz Galvão, com contratos de US$ 1,3 bilhão para uma plataforma, a Ecovix, com dois estaleiros para cascos do pré-sal e navios sondas, contratos no total de US$ 5,4 bilhões, e a Wilson Sons, que vai construir um estaleiro semelhante ao que tem em Guarujá (SP), para produzir e restaurar embarcações de apoio à exploração de petróleo e gás, como rebocadores e navios de médio porte. Seu investimento numa área de 120 mil metros quadrados será de R$ 259 milhões. 
Genilson Cezar
Fonte: Valor Econômico

2- Petroquímicas diversificam para driblar instabilidade 
Os investimentos em tecnologia, a expansão da planta industrial e a diversificação de mercado fazem parte de um receituário que tem sido seguido à risca por importantes setores produtivos do Rio Grande do Sul, como petroquímico e de material plásticos, para driblar as adversidades de um cenário interno marcado por desaceleração industrial, câmbio valorizado, concorrência de importados e elevados custos de produção, como listam os empresários gaúchos.
Os resultados têm sido satisfatórios. Fabricante de adesivos, plásticos de engenharia e equipamentos de proteção individual (EPI), a Artecola, por exemplo, fez uma revisão para cima da meta de receita líquida para 2015 por causa do bom desempenho registrado no ano passado, revela Eduardo Kunst, presidente da empresa.
Segundo ele, a previsão inicial era atingir uma receita líquida de R$ 480 milhões em 2015, mas as projeções subiram para R$ 590 milhões. O montante, se confirmado, representará um incremento de 22% ao que foi apurado no exercício passado. "Fechamos 2012 com uma receita líquida de R$ 494 milhões, 15% a mais do que em 2011", diz o executivo, que atribui o crescimento à estratégia de apostar na diferenciação dos seus produtos.
O principal foco da Artecola é a indústria de manufatura, mas como os indicadores mostram uma queda no ritmo de atividades desse setor no ano passado, a empresa buscou clientes de outros segmentos para sustentar o seu crescimento. Como exemplos, Kunst cita produtos com compósitos naturais, que são fornecidos para a indústria automotiva; partes e peças que abastecem produtores de energia eólica; e sistemas de construção alternativos, baseados em plásticos especiais, para a construção civil.
Os números consolidados do setor de transformação de material plástico do Estado apontam para uma alta de 3% do faturamento em 2012, totalizando R$ 4,9 bilhões, e geração de 29.281 novos empregos. Em contrapartida, houve uma retração no consumo de resina, de 511 mil toneladas para 501 mil toneladas na comparação entre 2011 e o ano passado. Além disso, a alta do dólar acarretou um aumento de 16% no custo da matéria-prima no ano passado.
A preocupação de Edílson Deitos, presidente do Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado do Rio Grande do Sul (Sinplast), é com a perda de competitividade das empresas, a maioria delas de médio porte. Segundo ele, o consumo per capita de plástico aumentou em nível nacional em decorrência das importações e o setor transforma atualmente menos de 9% dos materiais plásticos produzidos no Estado. "Isso é sinal de desindustrialização", alerta, acrescentando que a indústria gaúcha já atingiu índices de transformação superiores a 10% no passado.
No polo petroquímico de Triunfo, a Innova anunciou em fevereiro um aporte de R$ 700 milhões na expansão de sua planta. Controlada pela Petrobras, a empresa vai dobrar a produção de 270 mil toneladas etilbenzeno e de 250 mil toneladas de estireno, que são utilizados para fabricar poliestireno, embalagens e copos descartáveis. A estimativa é de que o projeto esteja concluído e em operação até o segundo semestre de 2016.
A vizinha Braskem mantém a todo vapor os trabalhos no seu Centro de Tecnologia e Inovação, que está completando dez anos e tem uma carteira de 200 projetos, dos quais a maior parte será entregue entre 2013 e 2016, segundo Patrick Teyssonneyre, diretor de inovação e tecnologia. O mais recente produto lançado pela empresa é a resina de EVA (copolímero de etileno e acetato de vinila), para a indústria calçadista do Rio Grande do Sul. 
Inaldo Cristoni
Fonte: Valor Econômico

3- Brasil bate novo recorde na produção de gás natural
Karolyna Gomes - 22/02/2013
Ao contrário do último mês de 2011, quando a produção de petróleo teve recorde mensal, chegando a aproximadamente 2.214 Mbbl/d, dezembro de 2012 apresentou o terceiro recorde consecutivo na produção de gás natural. A marca atingiu 76,2 milhões de metros cúbicos por dia, um aumento de 3,9% em relação ao mês anterior. Quando comparada a dezembro de 2011 o crescimento foi de 6,8%.
Segundo o boletim de produção do mês de dezembro, divulgado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o maior campo produtor de gás foi Manati, na bacia de Camamu (BA), responsável pela produção de 6,3 milhões de metros cúbicos diários. A queima do gás natural teve uma queda de 4,7% em relação ao mês anterior e de 15,2% em relação a dezembro de 2011.
Produção de petróleo aumenta, mas fica abaixo do resultado de 2011
A produção total de petróleo no Brasil em dezembro foi de aproximadamente 2.105 mil barris diários, um aumento de 2,9% em relação ao mês anterior. Porém o resultado teve redução de cerca de 4,9% se comparada com o mesmo mês em 2011.
O campo de Marlim Sul, na bacia de Campos, foi o que mais produziu petróleo e o segundo com maior produção de gás, apresentando média de 346,3 mil barris de óleo equivalente por dia.
Pré-sal
O pré-sal também registrou novo recorde de produção, alcançando a marca de 292,5 mil barris de óleo equivalente por dia, o que representa um aumento de 7,5% em relação a novembro. Desse total, a produção de petróleo corresponde a 242,7 mil barris diários e a de gás natural a 7,9 milhões de metros cúbicos por dia.
A produção foi oriunda de 15 poços, sendo 2 no campo de Jubarte, 4 no de Lula, 2 em Marlim Leste, 5 no de Baleia Azul, 1 em reservatório compartilhado pelos campos de Caratinga e Barracuda e 1 em reservatório compartilhado pelos campos de Marlim e Voador.
Durante todo o ano de 2012 foram produzidos cerca de 754 milhões de barris de petróleo (em 2011 foram 768 milhões de barris) e 26 bilhões de metros cúbicos de gás natural (em 2011 foram 24 bilhões de metros cúbicos), com média de produção diária de 2.067 mil barris de petróleo e 71,7 milhões de metros cúbicos de gás (em 2011 foram 2.067 Mbbl/d e 71,7 MMm³/d).

4- Governo pode flexibilizar royalty de minério de ferro 
As exportações de commodities minerais, como o minério de ferro, deverão ser objeto da cobrança de uma alíquota variável, uma taxa que aumentará de acordo com a elevação do preço da matéria-prima no mercado internacional. A mudança nas regras de pagamento de royalty do setor mineral faz parte do texto do novo código de mineração que o governo pretende encaminhar ao Congresso em março.
A informação foi confirmada pelo ministro de Minas e Energia (MME), Edison Lobão. Em entrevista ao Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor, Lobão disse que o governo trabalha com a proposta de escalonamento da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), como é chamado o royalty da mineração. Hoje, para exportação de minério de ferro, o minerador paga uma taxa de 2% sobre o resultado líquido de suas transações, sem qualquer variação deste percentual. Os municípios ficam com 65% do que é arrecadado, enquanto os Estados retêm 23% e a União, 12%.
Segundo Lobão, a perspectiva é que a cobrança da Cfem para exportação de minério de ferro suba para até 6% sobre o faturamento das mineradoras, conforme a oscilação de preço do minério. Trata-se, portanto, de triplicar o recolhimento que é feito hoje pelas empresas.
A adoção do royalty flexível atende a reivindicações feitas pelo Pará e Minas Gerais, Estados que, juntos, respondem por 97% da produção nacional de minério de ferro, principal produto da balança comercial, responsável por cerca de 14% das exportações brasileiras.
"Recebemos esse pedido de flexibilização da Cfem de Minas Gerais e também do Pará. É uma proposta viável. Acredito que temos todas as condições de viabilizá-la", disse Edison Lobão.
A mudança também foi bem recebida pelo ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, que tem acompanhado de perto as discussões sobre o novo código de mineração. "Me parece uma proposta interessante. Já sabemos que o royalty precisa subir, mas ainda não definimos detalhes de como isso será feito", afirmou o ministro.
A produção brasileira de minério de ferro atingiu 398,1 milhões de toneladas em 2011 e respondeu por 14,2% do volume mundial. A mineradora Vale, que lavra minério de ferro nos Estados de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Pará, foi responsável por 81% de toda a produção em 2011. O restante ficou distribuído entre outras 34 empresas. Procurada pelo Valor, a Vale informou que não se pronunciaria sobre o assunto, pelo fato de o texto definitivo do novo marco regulatório ainda ser desconhecido em seus detalhes.
Em 2011, as exportações brasileiras de minério de ferro e pelotas totalizaram 330,8 milhões de toneladas, com movimentação de US$ 41,8 bilhões. Em quantidade de exportação, o volume foi 6,4% superior ao de 2010. Em valor, porém, a alta foi de 44,6%. É exatamente essa diferença que os Estados querem capturar, com a flexibilização da Cfem.
Nesta semana, representantes dos governos do Pará e de Minas estiveram reunidos com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para discutir detalhes da proposta que será encaminhada ao Congresso. A expectativa é grande em torno do novo marco regulatório do setor. No ano passado, o ministro Edison Lobão chegou a admitir que o governo está retendo a liberação de autorizações de pesquisa e lavra no Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM), até que entrassem em vigor as novas regras do setor.
Uma das medidas polêmicas que a União defende é a realização de leilões para conceder áreas de exploração mineral. Hoje o acesso às jazidas é dado por meio de uma autorização concedida pelo DNPM. A intenção do governo é gerar competição entre as empresas e, paralelamente, evitar especulações no controle de terras, como acontece hoje. São muitos os casos em que empresas conseguem autorizações de pesquisa de áreas no DNPM, mas passam décadas pedido a renovação daquela autorização, sem iniciar efetivamente a lavra mineral.
No setor, porém, a decisão de licitar as áreas de mineração não é unanimidade. Especialistas afirmam que, na prática, o governo não vai conseguir gerar a competição que procura, uma vez que, antes de submeter determinada região ao mercado, é preciso saber se aquela área, de fato, permite uma exploração economicamente viável. Como os estudos preliminares são complexos e, muitas vezes, levam anos para serem concluídos, o governo não teria condições de fornecer essas informações previamente aos interessados.
"Acredito que a licitação das áreas é um caminho positivo, desde que ela seja feita caso a caso", disse o vice-governador do Pará, Helenilson Pontes. "É uma regra que deve ser aplicada apenas a determinados minérios ou naquelas áreas em que o governo já tenha um bom conhecimento técnico de sua potencialidade."
Fonte: Valor Econômico

5- ANP pode arrecadar pelo menos R$ 500 milhões na 11ª rodada de licitações de blocos de petróleo 
A 11ª rodada de licitações para a concessão de blocos exploratórios de petróleo e gás natural deve render à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) pelo menos R$ 500 milhões. O valor se refere apenas aos bônus de assinatura dos 172 blocos já incluídos no leilão, caso todos sejam arrematados. 
O bônus é o valor pago pela empresa vencedora para garantir o direito de explorar e produzir petróleo em determinado bloco. Os recursos obtidos com os bônus de assinatura são destinados à ANP, mas podem ser contingenciados pela União. A rodada está prevista para acontecer nos dias 14 e 15 de maio deste ano. 
A diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, acredita, no entanto, que o valor vá ultrapassar R$ 1 bilhão, já que as empresas podem oferecer lances maiores do que o mínimo exigido pela agência, caso haja disputa nos leilões dos blocos. 
Se o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) incluir outros 117 blocos propostos pela ANP, os bônus de assinatura mínimos devem render pelo menos mais cerca de R$ 130 milhões à agência. A ampliação deverá ser analisada pelo CNPE ainda esta semana para que façam parte da 11ª rodada, atendendo a pedido da presidenta Dilma Rousseff. 
Dos 289 blocos que devem participar da rodada, o que tem valor mais baixo é um bloco em terra na Bacia de Sergipe-Alagoas, que pode ser arrematado por apenas R$ 25 mil. Já o mais caro fica no mar, na Bacia da Foz do Amazonas, e tem lance mínimo de R$ 13,6 milhões. 
Fonte: Agência Brasil


II –  COMENTÁRIOS

1- Strike do governo no setor de energia brasileiro 
O governo federal promoveu nos últimos dez anos um verdadeiro strike no setor de energia no Brasil. Para aqueles que não costumam jogar boliche o strike é aquela jogada na qual com um único arremesso você derruba todas as peças.
E o governo com uma única política baseada no populismo dos preços e na utilização política do setor conseguiu derrubar a segurança jurídica e a estabilidade regulatória do setor e consequentemente deixar o país vivendo o cenário do desabastecimento. 
O primeiro a ser derrubado e hoje o mais visível para todos foi o do petróleo, tendo como a principal vítima a Petrobras. A derrubada teve inicio quando foi anunciada a descoberta do pré-sal, fato que levou ao fechamento do mercado de petróleo no país. 
De lá para cá não ocorreram mais leilões, o governo aprovou um novo marco regulatório intervencionista, os investimentos privados tomaram a direção de outros países, deixaram de ser gerados aqui uma enorme quantidade de empregos e a produção de petróleo estagnou, e a velocidade do pré-sal tem sido a de um carro mil. Nos combustíveis a derrubada também foi geral. 
O governo congelou os preços da gasolina e do diesel, estimulou o consumo e com isso o Brasil passou a importar cada vez mais todos os derivados de petróleo. O pior é que com esse aumento do consumo e das importações os prejuízos da Petrobras têm crescido de forma espetacular, da mesma forma que a dívida da empresa. Nunca na história deste país a Petrobras esteve numa situação tão ruim. 
Não satisfeito em derrubar a peça Petrobras, o governo também fez o mesmo com o etanol e o biodiesel. Com os preços congelados da gasolina, o etanol perdeu competitividade, a produção cresceu pouco e o país passou a importar o produto dos Estados Unidos. 
E, o que é pior, passamos a exportar etanol de cana, ambientalmente melhor, e a importar o de milho. Ou seja, passamos a limpar o ar que os americanos respiram.
No caso do biodiesel, o setor está sem marco regulatório, sem previsibilidade de aumento da mistura no diesel e com isso as empresas, a cada dia que passa, encontram mais dificuldades para sobreviver. 
No setor elétrico, o governo também promoveu a derrubada total. Ao só se preocupar com a modicidade tarifaria e ao abandonar a segurança de abastecimento, bem como a preocupação com o uso eficiente da energia, o governo quebrou o caixa da Eletrobras, gerou insegurança jurídica e regulatória e incentivou o consumo de energia elétrica num contexto de escassez. 
Não entendeu que o aumento da oferta de forma estruturada só ocorre num contexto de concorrência e que não e através de decretos presidenciais que se abaixa os preços. Na realidade, o governo sempre confunde ou quer nos confundir entre o conceito de preços baratos e preços competitivos.
A energia, tanto no Brasil como no mundo, tende a ser cada vez mais cara, portanto, o que precisamos e estabelecer uma política tributária que ajude a energia a ser competitiva. 
Ao vender a ideia de energia barata o governo engana o consumidor e penaliza o contribuinte e o pior, no médio prazo promove o desabastecimento.
*Texto originalmente puplicado no Brasil Econômico, no dia 21/02/2013. 
Adriano Pires
Diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE)

2- A crise de energia e as soluções 
As causas da crise de eletricidade que enfrentamos têm sido amplamente discutidas na imprensa e parecem ser bem compreendidas: a expansão do sistema de hidrelétricas - a principal fonte de energia elétrica no Brasil - tem sido feita nas últimas décadas em usinas a fio d´água. Isto é, sem reservatórios de água que mantenham as usinas em funcionamento mesmo quando não chove durante longos períodos de tempo.
Isso não é culpa do atual governo federal, mas da incapacidade geral dos governos, desde 1990, de se engajarem num diálogo maturo com os ambientalistas e os movimentos sociais contrários à construção de barragens para a formação de reservatórios. A oposição ao governo Fernando Henrique Cardoso estimulou esses movimentos e paga agora o preço elevado que deles resultou.
Várias organizações ambientalistas, como a WWF-Brasil, tentaram iniciar esse diálogo, mas suas propostas foram recebidas com indiferença pelo governo, apesar de serem eminentemente razoáveis: escolher na Amazônia as bacias hidrográficas nas quais barragens e hidrelétricas poderiam ser construídas e preservar outras bacias em seu estado natural.
Atualmente os reservatórios das hidrelétricas estão praticamente no mesmo nível de 2001 e certamente teríamos um racionamento se não tivessem sido instaladas usinas termoelétricas, que usam gás, óleo combustível e até carvão. Sua construção foi iniciada no fim do governo Fernando Henrique e o governo Lula/Dilma Rousseff deu-lhes andamento. Mas energia gerada por elas é muito mais cara do que a das hidrelétricas.
Mesmo assim, o risco de racionamento não foi afastado, porque todas as termoelétricas disponíveis já foram acionadas e se a seca continuar faltará energia. A razão para tal é simples: as alternativas de geração de eletricidade disponíveis - que são as usinas eólicas (movidas pela força do vento) e as termoelétricas queimando bagaço - não foram estimuladas pelo governo, no fundo, por motivos ideológicos.
A partir de 2002 o governo decidiu expandir o parque gerador de eletricidade por meio de leilões que a Empresa de Planejamento Energético (EPE) realiza regularmente. Recebem as concessões as empresas que apresentam preços mais baixos para a energia produzida, seja ela hidrelétrica, térmica, eólica ou solar. A justificativa para esse procedimento é a de garantir a "modicidade tarifária", quer dizer, o preço mais baixo da energia produzida, que, em tese, favoreceria as camadas mais pobres da população.
Essa é uma visão equivocada: por motivos técnicos, diferentes formas de gerar eletricidade têm custos diferentes de produção e, também, fortes componentes regionais. Se a energia eólica for gerada no Estado do Piauí e consumida no Rio de Janeiro, é preciso construir as linhas de transmissão adequadas. Além disso, gerar eletricidade para ricos e para pobres custa o mesmo.
Se o governo federal deseja fazer programas sociais com eletricidade para beneficiar os pobres, deve fazê-lo na venda, e não na sua geração. Foi isso que o governo Franco Montoro fez em São Paulo, em 1982, estendendo as redes de eletricidade às favelas e cobrando preços reduzidos dos habitantes dessas áreas, por meio de subsídios cruzados, em que os mais ricos pagavam tarifas maiores do que os mais pobres.
Ao nivelar nos leilões da EPE todas as formas de energia, o governo federal tornou inviável, na prática, o uso de bagaço de cana para gerar eletricidade em grande escala no Estado de São Paulo. Essa energia pode até ser um pouco mais cara do que a das hidrelétricas, porém está perto dos centros de consumo, o que reduz significativamente os custos de transmissão.
Apesar dos esforços do governo paulista, menos de 20% do potencial do bagaço de cana-de-açúcar - que é comparável à potência da Usina de Itaipu - está sendo utilizado, por causa da falta de interesse do governo federal. O que torna a situação ainda mais paradoxal é que a ideologia da "modicidade tarifária" levou o governo a usar térmicas a gás, cujo custo da eletricidade é cerca de três vezes superior à média nacional.
Os problemas que enfrentamos na área de energia elétrica não serão resolvidos com medidas intempestivas como a Medida Provisória (MP) 579 e a redução forçada de cerca de 20% nas tarifas, que está tornando o Sistema Eletrobrás e outras empresas geradoras inviáveis. Como foi feita, essa medida tem claramente um conteúdo demagógico e o Tesouro Nacional - ou seja, toda a população brasileira - vai pagar por ela. Vamos ter agora, além da Bolsa-Família, uma "bolsa-eletricidade", que, aliás, vai beneficiar grandes indústrias eletrointensivas.
As consequências negativas da MP 579 já são evidentes na queda do valor das empresas, que terão, daqui para a frente, mais dificuldades para fazer investimentos, o que, como consequência, vai dar origem a mais "interrupções de fornecimento", na linguagem oficial.
Soluções para a crise atual existem.
No curto prazo, é preciso remover os obstáculos para que a eletricidade do bagaço de cana-de-açúcar possa competir nos leilões da EPE e tomar providências para completar a ligação de centrais eólicas ao sistema de transmissão.
No longo prazo, é preciso reanalisar o planejamento de novas hidrelétricas - incluindo reservatórios adequados de água - e acelerar medidas de racionalização do uso de eletricidade, que até agora são voluntárias. Não basta, por exemplo, etiquetar geladeiras alertando os compradores sobre quais são os modelos mais eficientes, é necessário proibir a comercialização das geladeiras com alto consumo de energia, como fazem muitos países.
Um pouco mais de competência na área energética é do que o País precisa agora.
*Texto originalmente puplicado no Estado de S. Paulo, no dia 18/02/2013. 
José Goldemberg
Professor emérito da Universidade de São Paulo
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domingo, 17 de fevereiro de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 120


I –  NOTÍCIAS

1- Petrobras encontra indícios de óleo na Bacia do Recôncavo, na Bahia
A Petrobras notificou à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) que encontrou indícios de petróleo durante a perfuração de um poço no campo terrestre de Araçás, na Bacia do Recôncavo, na Bahia. 
O poço 3BRSA1142DBA é o terceiro perfurado na região, onde a empresa já realizou descoberta de novas acumulações de petróleo. Os volumes encontrados na área durante as perfurações anteriores foram apropriados às reservas da companhia.
Fonte: Valor Online

2- Tridimensional Engenharia e a britânica DPS selam parceria
Um dos destaques é um separador de água/areia/óleo/gás para plataformas de produção, mais compacto do que os utilizados atualmente. Além de ser uma solução para a falta de espaço em plataformas, onde qualquer metro quadrado tem grande importância, pode ser utilizado em paralelo a separadores já existentes - nos casos em que a unidade esteja produzindo grandes quantidades de água e precise aumentar a produção.
Segundo Muller, a tecnologia pode ser uma alternativa interessante para auxiliar o Programa de Aumento da Eficiência Operacional da Bacia de Campos (Proef), lançado pela Petrobras em julho de 2012.
Um dos focos da parceria é ter o máximo de conteúdo local agregado possível, com o objetivo de fabricar os equipamentos no Brasil, conforme a demanda se desenvolva.
Outra tecnologia inovadora que deve ser implementada no mercado offshore brasileiro é um equipamento voltado para o tratamento de resíduos sólidos gerados em unidades remotas, como plataformas e navios. A tecnologia, utilizada pela marinha britânica em sua frota, trata os resíduos por meio de pirólise, transformando-os em cinzas, sem que haja emissão de gases poluentes. Com isso, é reduzida em muitas vezes a necessidade de barcos de apoio fazerem a descarga de resíduos, já que o volume ocupado passa a ser muito menor.
Fonte: Redação TN Petroleo

3- Minério de ferro fecha semana em US$ 155,25 na China
O mercado de minério permanece parado, sem negócios no mercado à vista da China nesta sexta-feira (15), por causa do feriado do Ano Novo chinês. A cotação da commodity fecha a semana em US$ 155,25 a tonelada referida ao Platts Iodex 62% Fe. 
A parada do mercado é tida como boa para um ajuste de previsões por parte dessas companhias. “Dependendo do consumo nesse período de feriado as usinas e portos chineses podem voltar com mais ou menos apetite ao mercado”, avaliam fontes do setor de mineração que têm se mantido otimistas.
As apostas são que os preços devem permanecer ainda na faixa atual entre US$ 140 a US$ 150 até março, por conta de um certo recuo da oferta devido ao inverno na China, ciclones na Austrália e chuvas no Brasil. A partir do segundo trimestre, o preço pode ter um ajuste para baixo, dependendo do nível de atividade das usinas de aço da China.
Os recentes balanços de 2012 das gigantes da mineração Rio Tinto e a Anglo American divulgados nesta semana mostram resultados no vermelho por conta de baixas contábeis de ativos e queda do preço do minério e não ferrosos. O ano que passou foi “desafiador” para essas empresas, que encaram 2013 com mais ânimo e melhores expectativas em relação a China.
A Vale deve divulgar balanço de 2012 no dia 27 fev Na expectativa de analistas, o resultado do quarto trimestre deve ser negativo por causa também de reavaliação contábil de ativos. Nos primeiros nove meses do ano, a empresa contabilizou um lucro líquido de US$ 8,1 bilhões.
Fonte: Valor Online

4- ANP vê esgotamento logístico na Petrobrás 
O aumento da importação de combustíveis está esgotando o sistema logístico nacional e traz risco de desabastecimentos pontuais no País, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Estudo sobre a evolução do mercado de combustíveis e derivados de 2000 a 2012, divulgado ontem, também expõe os prejuízos da Petrobrás com a defasagem de preços da gasolina em relação ao mercado internacional.
Um gráfico montado pela agência mostra que a Petrobrás teve mais prejuízo do que lucro desde 2004 com a política de não repassar as oscilações do mercado internacional aos preços da gasolina na bomba. 
O gráfico também revela que a companhia tem perdido com a defasagem de preços da gasolina desde o início de 2011. No primeiro semestre de 2012, a petroleira informou ter perdido cerca de US$ 1 bilhão por mês com a diferença nos preços de diesel e gasolina. A ANP não informou o cálculo sobre o prejuízo total da companhia no período, mas indica que a diferença entre o preço internacional e o praticado no Brasil estava em cerca de US$ 20 por barril em novembro passado, último dado disponível. 
A agência diz ainda que, caso a taxa de câmbio tivesse se mantido constante desde janeiro de 2011, os preços domésticos da gasolina estariam atualmente compatíveis com aqueles vigentes no mercado internacional. O estudo, de 23 páginas, mostra os efeitos do aumento do consumo e das importações. Diz, por exemplo, que a necessidade logística para desembarque dos derivados aumentou 70% em apenas três anos (2008 a 2011).
Para a ANP, esta tendência deve ser mantida caso não se alterem as condições de oferta doméstica e de crescimento da demanda verificadas nos anos recentes, já que terminais, bases e refinarias operam no limite da capacidade. "Apesar de não se vislumbrar risco de desabastecimento sistêmico, ele pode ocorrer pontualmente, como mostraram alguns episódios ocorridos em 2012", diz a agência.
Não há perspectiva de solução no curto prazo, diz a agência. E há inclusive dúvidas no longo prazo, já que há indefinição sobre a concretização de projetos de refinaria. As Premium I e II (Ceará e Maranhão) e a segunda fase do Comperj (RJ), por exemplo, não estão com investimentos confirmados pela Petrobrás, já que os projetos foram considerados caros demais.
Lógica econômica. "Deve-se frisar que a lógica econômica incentiva a Petrobrás, em contextos de escassez de recursos, a postergar os investimentos no downstream, para não prejudicar o andamento dos projetos mais rentáveis do upstream, sobretudo aqueles relacionados ao desenvolvimento dos campos do pré-sal", diz o relatório.
A ANP destaca que o diesel, que responde individualmente pelo maior volume de importações, e também pelo maior déficit comercial, pode trazer complicações adicionais para a logística de abastecimento com a entrada do S10 (diesel com menor teor de enxofre) no mercado, já que este requer ativos dedicados para armazenagem e transporte. 
"Problemas de contaminação do novo diesel ao longo da cadeia, deixando-o fora das especificações estabelecidas pela ANP, poderão se revelar como fontes adicionais de estresse logístico para o abastecimento nacional." 
Sabrina Valle
Fonte: O Estado de S. Paulo 

5- Codesa e Petrobras discutem terminal de gás natural
O presidente Clovis Lascosque, diretores, superintendente, e o coordenador de engenharia da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) se reuniram no último dia 5 de fevereiro com representantes da Petrobras, da Secretaria de Desenvolvimento do Espírito Santo (Sedes), e da Odfjell Terminais, empresa associada a Odfjell SE, líder no mercado global de transporte marítimo de químicos e outros produtos líquidos. O objetivo do encontro foi dar continuidade às discursões sobre as alternativas técnicas do novo terminal de gás natural que a Petrobras pretende construir em Barra do Riacho, município de Aracruz.
“A previsão é de que o terminal de GNL seja implantado em uma área da Codesa, ao lado do Terminal Aquaviário de Barra do Riacho (TABR), que embarcará gás liquefeito de petróleo (GLP) processado na Unidade de Tratamento de Cacimbas, em Linhares”, disse Lascosque.
Na ocasião, o secretário de Estado de Desenvolvimento, Nery Vicente Milani De Rossi, teve a oportunidade de conhecer as obras que estão sendo realizadas no Porto de Vitória. Nery De Rossi ingressou na Petrobras em 1983, onde desempenhou várias funções gerenciais até assumir, em 2008, o Ativo de Produção de Golfinho na Unidade de Operações de Exploração e Produção do Espírito Santo (UO-ES). Ele foi cedido pela estatal para atuar como secretário em janeiro de 2013


II – COMENTÁRIOS

1- MPE e IESA fecham contratos de R$ 1 bi
Duas empresas da área de engenharia, a MPE e a IESA Óleo e Gás, fecharam contratos de R$ 1,16 bilhão para fazer a manutenção em 21 plataformas da Petrobras na Bacia de Campos, principal polo de produção de petróleo do país. As empresas vão prestar os serviços ao longo de três anos valendo-se de um modelo de manutenção em crescimento na indústria mundial do petróleo: o uso de navios-dormitório, com capacidade de acomodar até 300 pessoas, que ficam conectados por meses às plataformas de produção que vão passar pela reforma.
Essa modalidade de manutenção já foi utilizada pela Petrobras no passado, mas hoje é realizada em maior escala. A estatal segue assim tendência em expansão na indústria petrolífera que é a utilização de Unidades de Manutenção e Segurança (UMS), como são conhecidos os navios-dormitório, para fazer modernizações em plataformas nos campos em produção. As UMS são unidades de apoio à manutenção e produção de petróleo, que são conectadas às plataformas permitindo a utilização de facilidades diferenciadas e de grande contingente de pessoal para executar os serviços, disse a Petrobras em nota. Segundo a empresa, todo o serviço é feito mantendo a segurança operacional sem interromper a produção da plataforma.
Um executivo que presta esse tipo de serviço à Petrobras disse que a estatal afreta as UMS e às repassa às empresas responsáveis pelos contratos de manutenção. A Iesa Óleo e Gás, subsidiária da Inepar, vai fazer a manutenção em oito navios-plataforma que produzem, estocam e escoam petróleo e gás natural, as chamadas FPSOs. O contrato é de três anos no valor de R$ 620 milhões. A Iesa deverá utilizar duas UMS e vai fazer as atividades a bordo das plataformas e também em canteiro de obras, em terra, como a preparação de estruturas metálicas e tubulações.
Já a MPE acertou com a Petrobras contrato para fazer a manutenção em 13 plataformas fixas, ao longo de três anos, no valor de R$ 545 milhões, disse Renato Abreu, presidente da MPE. Com o contrato, a Petrobras busca revitalizar as unidades mais antigas de exploração e produção. Abreu disse que as UMS são embarcações equipadas com o que existe de mais moderno para esse tipo de serviço. Esses navios tem pontes que fazem a ligação com as plataformas e facilitam a transferência da mão de obra.
As UMS também possuem equipamentos de posicionamento dinâmico, com controle via satélite, para mantê-las "paradas", evitando desvios causados por ventos e marés. Segundo a MPE, as campanhas de manutenção preveem o apoio das UMS durante quatro meses, em média, por plataforma. A Petrobras informou que tem hoje, nas operações da Bacia de Campos, 15 contratos de manutenção assinados, os quais incluem 31 plataformas. "Os valores dos contratos variam em função do escopo e do número de plataformas atendidas", disse a empresa em nota. Novos contratos ainda serão licitados. A Petrobras afirmou ainda que o programa de manutenção da Bacia de Campos é contínuo.
"Os objetivos principais das campanhas de manutenção são a melhoria na eficiência operacional das plataformas e a manutenção das operações nos níveis de segurança para os quais as unidades foram projetadas, dentro dos parâmetros mundiais de mercado", disse a nota da estatal. De acordo com a Petrobras, as plataformas de produção da Bacia de Campos possuem tempos de operação variados. "Nesse contexto, a utilização de UMS, juntamente com as melhorias na eficiência e segurança operacionais, contribui para aumentar a vida útil dessas unidades, estendendo-a além do período inicialmente projetado, a exemplo do que acontece mundialmente".
O grande número de paradas programadas para manutenção em plataformas, no primeiro semestre, terá efeitos sobre a produção da Petrobras, como previu esta semana a presidente da estatal, Graça Foster. Ela afirmou que em 2013, devido às paradas programadas, será possível à companhia alcançar uma produção de óleo no mesmo patamar de 2012. Segundo Graça, as novas plataformas que entrarão em produção este ano contribuirão para o crescimento da produção a partir do segundo semestre. A produção nacional de petróleo e líquido de gás natural (LGN) da Petrobras em 2012 foi 2% inferior ao ano anterior.
Fonte: Valor Econômico

2- Brasil Offshore 2013 já tem 85% do espaço vendido
A 7ª edição da Brasil Offshore - Feira e Conferência Internacional da Indústria de Petróleo e Gás registra 85% do seu espaço total de exposição vendido. O evento, organizado e promovido em conjunto pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e Sociedade de Engenheiros de Petróleo (SPE), será realizado entre os dias 11 e 14 de junho de 2013, no Macaé Centro, na cidade de Macaé, no Rio de Janeiro.
O motivo do sucesso antecipado do evento está na evolução positiva e significativa da produção da Bacia de campos que impacta a economia local e internacional. Atualmente existem em Macaé cerca de 4500 empresas que trabalham no segmento de petróleo e gás e aproximadamente 65 mil profissionais estão vinculados com carteira assinada a empresas do setor petrolífero. A região da Bacia de Campos possui reservas em torno de 10 bilhões de barris de petróleo (sem contar a camada pré-sal).
Além, disso, a Petrobras anunciou, no semestre passado, uma nova fronteira na província petrolífera do pré-sal. Na área conhecida como Pão de Açúcar, a estatal irá promover a exploração junto com Repsol e Statoil. Anunciou também o Programa de Aumento de Eficiência Operacional da Bacia de Campos (Proef), cuja meta é consolidar o retorno da eficiência operacional da Unidade de Operações da Bacia de Campos (UO-BC) dos atuais 71% (registrado em 2011) para seus níveis históricos próximos a 90% até 2016.
Empresas confirmadas
Entre os confirmados estão Aalborg Industries, ABB, Air Liquide Brasil, Aker Solutions do Brasil, Akzo Nobel, Belgo Bekaert Arames, Brasbunker Participações, Cameron do Brasil, Cosan Lubrificantes e Especialidades, Estaleiro Mauá, FMC Technologies do Brasil, Henkel, Netzsch do Brasil, National Oilwell Varco, Odebrecht Óleo e Gás, Schlumberger, Sotreq, Tomé Engenharia, UTC Engenharia, V&M do Brasil e Wartsila Brasil.
Além disso, o evento vai apresentar mais de 10 pavilhões internacionais, dentre eles o destinado ao Reunido unido, Estados Unidos, Dinamarca, China, Alemanha e Noruega.
Outro dos destaques da exposição será a apresentação de lubrificantes da Mobil e do grupo internacional Technip que vai mostrar novidades em serviços e soluções tecnológicas para campos de desenvolvimento em águas profundas, instalações offshore e unidades de processamento onshore, com recursos integrados e navios de instalação de dutos submarinos.
No Brasil, a empresa atua com 3500 profissionais, projetando, fabricando e instalando dutos submarinos e equipamentos offshore, além de construir refinarias e plantas petroquímicas.
Fonte: Redação TN Petróleo

3- A Bioeletricidade encontra o seu caminho 
O cenário atual do setor elétrico lembra muito o verificado em 2000, quando os níveis dos reservatórios, indicavam riscos de segurança no abastecimento.
Depois do último apagão, em 2001, pela primeira vez, estamos enfrentando um período seco muito acima do normal, podendo ocorrer dificuldades no abastecimento.
Diferentemente daquela época, hoje temos um modelo hidrotérmico, com mecanismos de alerta para acionar as térmicas caras e poluentes, para se tentar evitar novo racionamento.
Mas, mesmo com as térmicas acionadas já há muito tempo, os níveis de água dos reservatórios continuavam caindo e é nesse cenário hidrológico desfavorável que a nossa Presidente, anuncia corajosamente, a redução das tarifas de energia elétrica.
Essa medida pode estimular o aumento do consumo, pois confere maior competitividade a nossa produção industrial e estimula o uso dos aparelhos elétricos pela sociedade, em função da redução das contas de luz.
Mas, por outro lado, sinaliza claramente que a importância da modicidade tarifária é nos relógios dos consumidores, que causa impacto na economia do país.
Outra interpretação, também importante, é que ao tomar a medida pressionada pelo cenário hidrológico, cria a necessidade de incentivar o aumento da geração de novas energias, rápidas no tempo de implantações e injeções no SIN, buscando mitigar os riscos resultantes de um possível aumento da demanda e eventual repetição das poucas chuvas.
Portanto, a bioeletricidade por atender esses requisitos, deverá ser uma fonte prioritária e estratégica para fornecer energia e dar segurança ao abastecimento energético do país.
No passado recente a bioeletricidade foi reconhecida como fonte importante, sua participação na matriz elétrica vinha crescendo, atingindo o pico de participação de venda de 600 MW no leilão de 2008.
A partir daí, quando se esperava que as vendas seriam crescentes nos leilões subsequentes, infelizmente, aconteceu o contrário, e nos três últimos leilões foram vendidos somente 90 MW.
A nova situação, deve reverter esse cenário, voltando a incentivá-la, inclusive dentro de uma política mais ampla de recuperação de todo o setor sucroenergético.
A entrada na geração dos projetos de bioeletricidade, permitiu a avaliação do ONS, chegando a conclusão de que a cada 1.000 MWm dessa energia, ocorria uma economia de 4% de água nos reservatórios das hidrelétricas, por consequência podemos prognosticar que um eventual aproveitamento de 5.000 MWm, teria um impacto na economia de água da ordem de 20% nos nossos reservatórios.
Essa constatação, se devidamente aproveitada, representa o reconhecimento definitivo do surgimento de um novo mecanismo de segurança para o abastecimento energético do país, a capacidade de economizar água dos reservatórios, inclusive mais importante que o acionamento das térmicas de reserva.
Paralelamente, um fato relevante e muito positivo aconteceu para o setor elétrico, o avanço tecnológico e ganho de competitividade da energia eólica alternativa e também renovável e limpa.
Acho que o ONS ainda não tem uma avaliação da contribuição de 1.000 MWm de energia eólica na economia de água, que pode ser maior, igual ou menor, que os 4% da bioeletricidade, mas devido a localização de sua geração e talvez necessidade de "back-up" pela sua característica de ser alternativa, por não ter o vento disponível o tempo todo e apresentar alta variabilidade, a sua complementariedade líquida indica que deve ser menor, mas mesmo assim pode contribuir para a economia de água no sistema, como energia complementar.
A bioeletricidade e a eólica, em conjunto, teriam custos menores do que as térmicas de outras fontes e ainda estariam contribuindo favoravelmente, para o meio ambiente.
Portanto, a combinação da geração da bioeletricidade e da eólica, serviria para se estabelecer uma meta de economia de água a ser alcançada, calculada tecnicamente, para mitigar ao máximo o risco hidrológico, reduzindo-se a necessidade de acionamento das térmicas mais caras e poluentes.
Por exemplo, definir se a busca para ter 20% ou mais de capacidade de economia de água nos nossos reservatórios, contribui mais ou menos para a modicidade tarifária ao consumidor do que o custo do acionamento das térmicas caras e poluentes.
Na primeira alternativa, o sinal de risco, para acionamento das térmicas caras e poluentes, não aconteceria tão frequentemente, ou até mesmo nem aconteceria, considerando-se os últimos cenários de precipitações pluviométricas, enquanto na segunda alternativa foram e estão sendo gastos bilhões de reais impactando custos no relógio dos consumidores. Alguns afirmam que o impacto resultante dessa geração adicional, em 2012 seria de 4,8% nas contas de luz dos consumidores.
Esses cálculos podem ser feitos, visando analisá-los sob o ponto de vista da modicidade tarifária aos consumidores, comparando-se de um lado a implantação da capacidade de economia de água, atribuindo ainda um "valor" para esse aumento da segurança no sistema e a mitigação dos gases de efeito estufa ao meio ambiente por serem geradas por fontes limpas.
Nessa análise, pode-se inclusive incluir uma comparação com a alternativa de se aumentar a capacidade de reserva, instalada com térmicas caras e poluentes, o impacto no custo no relógio dos consumidores. 
Agora se, definitivamente, o objetivo é a busca da modicidade tarifária a nível do consumidor, precisamos levar em consideração a análise de outros fatores ligados a geração das diversas fontes, ou seja, a contribuição da geração na segurança do sistema, considerar os custos advindos da necessidade de transferências de energia entre sub-mercados, por fatores locacionais e de transmissão, impactos em outras áreas produtivas da economia, geração de empregos, sinergia com produção de outros produtos, por exemplo etanol e açúcar, potencial de utilização para outros usos, importância da preservação da capacidade produtiva de equipamentos para geração no país: caldeiras, turbinas, aerogeradores, geradores, permitindo-se o desenvolvimento tecnológico em atividades com pouco tempo de utilização para esse objetivo e ainda as consequências para o meio ambiente.
Se tudo isso for feito, comprovando a importância da bioeletricidade e somando-se o atual cenário vivido pelo setor elétrico, o nosso setor pode se preparar para viabilizar os seus projetos de bioeletricidade, com gerações e ampliações aproveitando-se de potenciais existentes e inclusive térmicas de grandes capacidades para serem vendidos nos próximos leilões de energia nova.
Para vencer a descrença que se criou em relação a geração da bioeletricidade e o desânimo reinante pelas dificuldades por que o setor sucroenergético foi submetido, a melhor estratégia para essa retomada é o estabelecimento de preço teto atrativo, inclusive a aquisição de alguns projetos com base em remunerações atraentes, nos próximos leilões. É importante estar preparado.
Compreendido os argumentos aqui colocados, cabe para o futuro do setor sucroenergético, um planejamento, buscando racionalmente, contribuir com a bioeletricidade, para termos uma efetiva modicidade tarifária a nível do consumidor brasileiro. 
Onório Kitayama
Diretor da Nascon Agroenergia

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 119


I –  NOTÍCIAS

1- Petrobras ainda sem data para início da obra Refinaria Premium II 
Após o governador Cid Gomes afirmar que o início das obras da refinaria Premium II só depende da Petrobras e que pedirá à presidente Dilma Rousseff que interceda no caso, cobrando um cronograma para as primeiras intervenções no terreno onde o empreendimento será instalado, a estatal ainda não apresentou um posicionamento sobre quando começará de fato a construção. 
Na última semana, conforme mostrou ontem, com exclusividade, o Diário do Nordeste, Cid Gomes disse que a desapropriação do terreno que irá compor a Reserva Indígena Anacé não é - e também nunca foi - impedimento para que as intervenções comecem. O verdadeiro entrave, comentou, é de ordem financeira. Ele também informou que solicitou uma audiência com a presidente para tratar do assunto. 
Questionada sobre as declarações do governador e se possui um cronograma para o início das obras, a Petrobras limitou-se a informar, por meio de sua assessoria de imprensa, que "o status do projeto continua inalterado. Ou seja, está em avaliação, como consta no Plano de Negócios 2012-2016". 
Cautela - Para o economista e diretor de Ciência e Tecnologia da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Francisco Lima Matos, um dos principais entraves para o começo da construção da refinaria é a cautela da Petrobras em relação a novos grandes empreendimentos. 
"Quando a nova presidente (Maria das Graças Foster)  assumiu, ela afirmou que a Petrobras estava num caminho não adequado", comenta, destacando o caso da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, a qual foi apontada por Foster como um exemplo a ser estudado para que não se repita. Ele frisa, todavia, o anseio, "não só da indústria, mas de todos os cearenses", pela concretização da Premium II, que deverá implicar na atração de diversas empresas para o Ceará. "Quanto mais cedo isso acontecer, melhor para o Estado". 
Pressão política - Segundo o deputado federal Danilo Forte (PMDB-CE), a participação da presidente Dilma Rousseff, neste momento, "poderá ser decisiva" para o começo das atividades no terreno destinado à Premium II. Para o parlamentar, uma pressão política maior, não só por parte da presidente, pode fazer avançar o projeto. 
Forte também ressalta que, apesar dos possíveis receios da Petrobras, o projeto da Premium II "tem tudo para ser rentável" para a empresa, que registrou, em 2012, seu primeiro prejuízo líquido em 13 anos. "O único senão seria se a Petrobras não tivesse capacidade de investir, mas ela tem. Com todas as dificuldades, é a maior empresa do País", salienta. 
Etapas iniciais - Para que as primeiras obras sejam iniciadas, a Petrobras precisa de novas autorizações ambientais, que estão sob análise da Superintendência Estadual de Meio Ambiente (Semace). Já a Fundação Nacional do Índio (Funai) está analisando o documento revisado do Plano Básico Ambiental (PBA) da refinaria. 
As intervenções a serem realizadas são de desmatamento para construção do cercamento, o próprio cercamento e instalação de guaritas e áreas de servidão. 
Fonte: Diário do Nordeste,CE

2- Ingresso do casco da P-63 
As condições climáticas impediram que a operação de ingresso do casco da plataforma P-63 no porto de Rio Grande ocorresse na ultima  quarta-feira, como estava programado. O vento e a corrente estavam com velocidade acima da adequada para a entrada da embarcação. Para a operação, o vento tem que ser de no máximo 15 nós. Já a corrente tinha velocidade de dois nós, quando a velocidade não deveria passar de um nó. Por motivo de segurança, a operação foi abortada e transferida.
Conforme o secretário executivo da Praticagem da Barra, Pedro Calixto Luppi Monteiro, a previsão é de que a partir de 07 fev,  o clima favoreça a operação. O vento, por exemplo, deverá ter velocidade de nove nós. A base da P-63 chegou em Rio Grande por volta das 12h de segunda-feira e ficou ancorada em uma área de fundeio, fora da Barra, aproximadamente 25 milhas do porto.
A P-58 já foi deslocada do cais da Quip para o Estaleiro Rio Grande (ERG1), para que a P-63 atraque no lugar em que ela estava. Posteriormente, retornará ao canteiro de obras da Quip e atracará na parte nova do cais.
Fonte: Jornal Agora,RS

3- Estaleiro de São José do Norte tem encomendas antes de existir 
Apesar dos temores da presidente da Petrobras, Graça Foster, com atrasos na entrega de sondas e plataformas para o pré-sal, o Brasil está prestes a ganhar mais um “estaleiro virtual” - como são chamados os canteiros que recebem encomendas, mas ainda não existem. Seria o nono a entrar em construção no País, numa corrida contra o tempo para entregar à Petrobras, sem atrasos, equipamentos que antes eram importados. A empresa Estaleiros do Brasil (EBR) apresentou o menor preço (US$ 1,374 bilhão) em concorrência para integração de duas plataformas da Petrobras (P-74 e P-76) e aguarda assinatura da companhia nas próximas semanas. 
Se o contrato for fechado, a pequena cidade gaúcha de São José do Norte, receberá um dos maiores estaleiros do País. A EBR precisará erguer o estaleiro a jato. Teria nove meses para reassentar famílias, abrir estrada de acesso e começar a construir os módulos na região à beira de um canal. As duas plataformas serão usadas pela Petrobras na área da cessão onerosa e não podem atrasar, sob risco de comprometer as metas de produção da empresa. Juntas, produzirão até 300 mil barris por dia, equivalente a 15% da atual produção nacional. 
A EBR apresentou preço cerca de 40% abaixo da média dos concorrentes, que alegam só ser possível fazer barato com atraso. “Fazer rápido não sai barato. Cada dia de atraso na produção de uma plataforma dessas seria uma perda enorme”, diz o presidente de uma das empresas concorrentes que prefere não se identificar. Interessado na próxima concorrência de plataformas que deve ser aberta neste trimestre, o presidente do Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP), Fernando Barbosa, disse que não teria condições de ofertar o mesmo preço. “Se fosse o EEP, não iríamos acompanhar preços baixos simplesmente porque alguém fez preço baixo. Vamos botar o preço que for o nosso preço, que atenda o nosso orçamento, não o de terceiros”, disse. 
Os “estaleiros virtuais” fazem parte dos esforços do governo de retomar a indústria naval brasileira, através de contratos bilionários de embarcações para a Petrobras. Antes, boa parte das encomendas era importada de países asiáticos. Há oito “estaleiros virtuais” em construção no País (EEP, Jurong Aracruz, CMO, OSX/UCN, Oceana, STX Promar, Rio Tietê e Wilson Sons). O EBR - uma associação da brasileira Setal Óleo e Gás (SOG) e da japonesa Toyo Engineering Corporation - seria um dos maiores. 
São José do Norte é uma cidade de 25.503 habitantes, numa área de península no Sul do País, a 360 quilomêtros de Porto Alegre. O principal atrativo da cidade é um canal de calado natural de 18 pés. A EBR e o governo local têm esperanças de iniciar as obras tão logo o contrato com a Petrobras seja assinado. Serão deslocadas 48 famílias que moram na região, incluindo pescadores, e haverá a construção de uma estrada de 9 quilômetros ligando a BR-101 à entrada do estaleiro. Hoje, não há acesso para veículos pesados. 
O vice-prefeito da cidade, Francisco Xavier, diz que a administração corre contra o tempo para resolver duas pendências: o reassentamento das famílias e a construção de um acesso temporário à área do estaleiro. Posteriormente, será construída uma estrada permanente, com recursos federais. “Estamos tomando todas as providências para viabilizar os investimentos. Esperamos que as obras comecem em fevereiro”, disse. A área de 1,4 milhão de m2 é três vezes maior do que a do estaleiro Rio Grande, polo naval já consolidado em cidade vizinha, onde são feitas plataformas para a Petrobras há anos. 
Fonte: Jornal do Comércio,RS

4- Greve atinge plataformas da Petrobras em Campos 
Uma greve nacional de 24 horas, realizada  por trabalhadores da Petrobras, afetou pelo menos 34 das 45 plataformas na Bacia de Campos, responsável por mais de 80% da produção da empresa no país. Os funcionários reivindicavam a definição de indicadores e de uma nova a metodologia para o pagamento de Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
O coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Norte do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-NF), José Maria Rangel, afirmou que as 34 plataformas com cerca de 5 mil funcionários, suspenderam a emissão de Permissão de Trabalho (PT) e serviços de rotina. As atividades com objetivo de manter a segurança foram mantidas. 
O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antônio de Moraes, disse que até 85% dos funcionários que trabalham em turnos, no país, aderiram à greve. Já os que trabalham em horário comercial, o percentual atingiu 60%. Moraes afirmou que houve adesão em terminais e refinarias da companhia, mas que não foi possível estimar a quantidade exata de participantes. 
Os sindicalistas não querem mais que a PLR seja calculada com base no lucro da empresa. Segundo o Moraes, em 2012, a Petrobras informou uma queda significativa nos lucros, mas mesmo assim não diminuirá o valor provisionado para os dividendos de seus acionistas. "Queremos os mesmos direitos", disse o sindicalista. 
O conselho deliberativo da FUP vai se reunir amanhã para avaliar a greve e as interlocuções com a Petrobras e com o governo. A FUP e seus 14 sindicatos filiados, que representam quase todos os 80 mil funcionários próprios da empresa, não descartam a realização de uma greve por tempo indeterminado, caso não haja avanços nas negociações. 
Em nota, a Petrobras informou que está aberta a negociar para chegar a um entendimento sobre a PLR 2012. Também disse que tomou, ontem, todas as medidas administrativas e operacionais para garantir a normalidade das atividades companhia e a segurança dos trabalhadores e instalações. No entanto, a empresa não respondeu quais as medidas que foram adotadas e se foi impactada pela greve. 
Fonte: Valor Econômico 

5- Cabral espera convite da Câmara e do Senado para tratar de royalties
Governador do RJ Sérgio Cabral inicia ano letivo na Alerj
O governador do Rio, Sérgio Cabral, diss que aguarda um convite dos novos presidentes da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para conversar sobre a questão da redistribuição dos royalties do petróleo.
“Nesses sete anos como governador eu tive uma relação muito positiva com os chefes dos poderes do Senado e da Câmara, respeitando muito as duas casas”, destacou Cabral. Perguntado se iria procurar os novos presidentes legislativos, ele respondeu: “Vamos esperar o momento [para reunir]. A agenda da Casa [Legislativa] quem faz é a Casa”.
A lei aprovada pela Câmara em novembro do ano passado, redistribuindo os recursos dos royalties do petróleo entre todos os estados da federação, foi parcialmente vetada pela presidenta Dilma Rousseff, em seu artigo 3º, que mudava a regra em campos petrolíferos já em exploração. O veto presidencial poderá voltar à pauta e ser mantido ou derrubado pelo Plenário.
O governador do Rio participou da abertura dos trabalhos na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Entre outros assuntos, Cabral afirmou aos deputados que ampliará este ano o processo de implantação de unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
Fonte: Agência Brasil


II –  COMENTÁRIOS

1- Custo de logística é estimado em 10,6% do PIB 
Para reduzir o custo de logística do país, estimado pelo Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos) em 10,6% do Produto Interno Bruto (PIB), quase 50% mais alto do que o verificado nos Estados Unidos, o governo federal irá acelerar a transferência de parte de sua malha rodoviária à iniciativa privada.
Em agosto, foi anunciada a retomada da terceira etapa de concessões, que envolve 7,5 mil quilômetros de estradas federais que cortam oito Estados (Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal). Os nove trechos a serem concedidos receberão no total R$ 42 bilhões, sendo que R$ 23,5 bilhões serão investidos em cinco anos, e R$ 18,5 bilhões em 20 anos. "A retomada é um sinal muito positivo para o setor", diz o presidente da Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR), Moacyr Duarte.
Segundo as regras estipuladas pelo governo nestas concessões, os investimentos nas rodovias serão concentrados nos primeiros cinco anos, com foco na aplicação de recursos em duplicações, contornos, travessias e obras de arte. O vencedor da licitação será o que oferecer a menor tarifa de pedágio, que só começará a ser cobrada quando 10% das obras estiverem concluídas. A expectativa é de que os primeiros lotes sejam leiloados até o fim do primeiro semestre.
Para gerenciar os projetos e as obras, o governo criou a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), em moldes semelhantes ao da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), que faz o planejamento do setor elétrico desde 2004. Se de um lado o governo busca conceder mais lotes de rodovias, de outro trabalha para colocar de pé mais de dez mil quilômetros de trilhos, para aumentar a participação das ferrovias no transporte de cargas, o que terá impacto sobre o modal rodoviário. "Se todos os projetos de ferrovias saírem mesmo, uma parte das cargas poderá ir para os trilhos e reduzir a participação geral das rodovias", diz o diretor do Ilos, Paulo Fleury.
Nos Estados Unidos, 43% da circulação de cargas é feita por ferrovias e 32% pelas estradas, enquanto na China 50% é feita pelas rodovias e 37% por trilhos. No Brasil, quase 60% das cargas trafegam sobre rodas. Pior: sem contabilizar o transporte de minério de ferro, feito exclusivamente por trilhos e um dos principais produtos exportados pelo país, o modal rodoviário responderia por 73% da circulação de mercadorias, com as ferrovias respondendo por 5% e o transporte aquaviário por 16%. As condições das estradas brasileiras são ruins. Dos 1,7 milhão de quilômetros que cortam o país, apenas 200 mil quilômetros são pavimentados, sendo que desse montante cerca de 50 mil quilômetros estão nas mãos da União. "O Brasil precisa melhorar muito sua malha rodoviária, e os recursos privados são importantes nessa equação de melhoria", afirma Fleury, do Ilos.
A ampliação dos investimentos em ferrovias e rodovias deverá manter uma tendência em alta: o crescimento dos serviços de operadores de logística, segmento que vem crescendo a dois dígitos anuais. "A multimodalidade tenderá a crescer, criando oportunidades para prestadores de serviços logísticos", afirma Fleury. Com a malha férrea crescendo no Centro-Oeste e no Nordeste, um produtor de soja que mandava toda sua safra pela rodovia agora ganha uma nova opção. "Se ele estiver a 300 quilômetros da ferrovia, precisará de transporte rodoviário e armazenamento da sua carga até os trilhos", exemplifica Fleury.
As 142 maiores empresas do setor faturaram R$ 48 bilhões em 2011, 20% de alta sobre 2010. A expansão tem se dado pela terceirização de operações a empresas especializadas na área. "Há espaço para ampliar esse mercado, porque as deficiências da malha de transporte pesam no bolso do setor produtivo", diz Fleury. Pesquisa do Ilos aponta que, em 2008, 37% das empresas faziam elas próprias sua logística, enquanto 63% contratavam prestadores de serviços. Três anos depois, 69% das consultadas contratavam serviços de terceiros. Nos EUA, esse percentual está em 47%. Há uma grande pulverização de operadoras logísticas no Brasil. No setor rodoviário, estima-se que haja mais de 200 mil transportadoras, sendo que 75% delas possuem até cinco caminhões. A idade média da frota de caminhões é antiga: estava em 17,6 anos em 2011. Diante de clientes cada vez mais exigentes, ganhar mercado pressupõe ter serviços diferenciados e maior profissionalização da gestão.
Fonte: Valor Econômico

2- Comédia de erros 
Não foi por falta de aviso. Inúmeros analistas alertaram para o jogo de perde-perde que o governo estava jogando na área de combustíveis. O consumidor acha que paga demais, o investimento no setor de transporte perdeu uma fonte de arrecadação, os produtores de etanol ficaram confusos. A Petrobras tem perdas, o déficit externo da empresa cresceu, a poluição aumentou.
O governo vem errando há anos no setor de combustíveis. Deu incentivo anos seguidos, através de redução do IPI, para o carro particular, sem investir na melhoria das vias urbanas e nas rodovias. Uma fonte importante para esse financiamento era a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, a Cide. Ela foi sendo reduzida para não aumentar o preço da gasolina na bomba.
O fato é que o consumidor não sentiu alívio porque ora foi o álcool que ficou mais caro, ora foram os postos de gasolina que elevaram preços. Mas a Petrobras ficou na estranha situação de ter que importar gasolina a um preço maior do que poderia cobrar das distribuidoras. Para diminuir a perda da estatal, o governo foi reduzindo impostos que incidem sobre o produto e assim o consumo foi aumentando. Incentivou o aumento da demanda de um combustível que precisava ser importado.
Incentivar a gasolina, cuja produção interna é insuficiente, já é bem esquisito, mas fazer isso aumentando o prejuízo da Petrobras e o seu déficit da balança comercial é realmente sandice. No ano passado, o Brasil importou US$ 9,1 bilhões a mais do que exportou no grupo combustíveis e lubrificantes. O rombo, na verdade, é maior, porque a Receita alterou as regras para o envio das estatísticas e grande parte das importações feitas em 2012 será contabilizada em 2013.
Além disso, esse produto cujo consumo o governo incentivou durante tanto tempo tem dois efeitos colaterais ruins: piora a qualidade do ar, aumentando doenças respiratórias; torna incerto o planejamento das empresas que fazem o combustível derivado da cana-de-açúcar. Canavieiros deixaram de investir em renovação de canavial, usinas programadas deixaram de ser instaladas, usineiros preferiram exportar açúcar. O etanol ficou mais escasso e, portanto, mais caro, até porque a gasolina estava subsidiada. Todo investimento feito em ter uma frota de carros flex foi inútil porque os carros, tendo duas opções, preferiam a gasolina. Houve um tempo tão maluco que o Brasil começou a importar etanol após passar anos brigando para derrubar barreiras ao etanol brasileiro no mercado americano.
Os equívocos da política energética vão muito além do setor em si. O vice-presidente da Abimaq, José Velloso, explicou que 35% das 1500 empresas que participam da associação estão direta ou indiretamente ligadas à cadeia de óleo e gás. Por isso, o fraco desempenho da Petrobras, com atrasos em projetos importantes, e também o travamento do setor sucroalcooleiro afetaram as encomendas de máquinas nacionais.
- Há cinco anos não há rodadas de licitação decampos de petróleo, a refinaria Abreu e Lima sofre atrasos constantes, o Comperj ainda não saiu do papel. O setor de álcool travou, porque o subsídio à gasolina tirou competitividade do produto. Mais de um terço das empresas da Abimaq têm relação com o setor de petróleo e gás. Então os equívocos da política energética nos afetaram bastante nos últimos anos. Houve menos encomendas de máquinas por causa disso - disse Velloso.
E como se tudo isso não bastasse, as ações da Petrobras despencaram durante esse período porque o mercado está convencido de que ela é usada para objetivos que não têm racionalidade econômica. Nada justifica, por exemplo, o gasto com uma refinaria feita sob encomenda para o petróleo venezuelano e na qual a Venezuela se negou a fazer os investimentos prometidos.
Os subsídios e isenções tributárias são dados para informar à economia sobre a direção que o governo pensa ser a mais adequada ao longo prazo. Até agora, os sinais dados foram que se deve consumir bastante gasolina, abandonar o álcool, emitir mais gases de efeito estufa, gastar o volume de dinheiro que for necessário para que o petróleo da Venezuela tenha uma usina no Brasil, e reduzir a tributação que seria destinada aos investimentos das rodovias e transportes coletivos. E o dono do carro continua achando a gasolina cara demais. Não teve o efeito político desejado.
*Artigo originalmente publicado no Blog Miriam Leitão no Portal O Globo, em 01/02/13. 
Miriam Leitão
Fonte: O Globo
Jornalista, atua na área do jornalismo econômico e de negócios

3- Petrobras prevê ano difícil; ação despenca 
Um dia depois da divulgação do balanço de 2012, que apontou lucro de R$ 21,2 bilhões, queda de 36% em relação ao ano anterior e o pior resultado em oito anos, a presidente da Petrobras, Graça Foster, disse que 2013 será ainda mais difícil.
Para preservar o caixa, a Petrobras anunciou que pagará um dividendo menor para as ações ordinárias (ON, com direito a voto), que historicamente recebem o mesmo que as preferenciais (PN). A notícia fez as ON cair 8,4%. As PN subiram 0,4%.
A executiva listou os problemas que a estatal vai enfrentar: começa o ano mais endividada do que no anterior; ainda enfrenta a defasagem do preço dos combustíveis, já que o reajuste autorizado foi menor do que o pedido; a produção, que teve queda de 2% em 2012, não vai crescer; e a importação de gasolina e de GNL (Gás Natural Liquefeito) para abastecer as usinas termelétricas vai se manter.
Graça afirmou que continuará pedindo ao Conselho de Administração, presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, paridade do preço dos combustíveis com o mercado internacional.
Mantega disse que a tendência é os preços internos acompanharem mais de perto os internacionais.
Entre 2012 e janeiro deste ano, a companhia aumentou três vezes o preço do diesel (alta acumulada de 16,1%) e duas vezes a gasolina (alta de 14,9%).
Os percentuais não corrigem a defasagem ante o mercado externo -de 6% para gasolina e 20% para o diesel, diz a SLW Corretora.
"Se há uma diferença no barril de petróleo de 17% por causa do câmbio, é nosso dever mostrar aos conselheiros o impacto negativo na capacidade de geração de caixa", disse Graça.
A Petrobras não foi a única entre as grandes petrolíferas a ter ganhos menores em 2012. Shell, BP e Chevron tiveram quedas de 14%, 55% e 3%, respectivamente. A exceção foi a Exxon (EUA), cujo lucro aumentou 9%.
Investimentos
Apesar de começar o ano mais endividada, a estatal vai investir R$ 97,7 bilhões para dar continuidade aos projetos já iniciados. Em 2012, foram R$ 84 bilhões.
"Os investimentos mais uma vez serão recordes e a geração de caixa vai continuar fraca", afirmou o analista da Àgora Luiz Otávio Broad, que elogiou a sinceridade de Graça:
"Melhor ser sincera do que passar para o mercado o que não existe, como era antes [na gestão de José Sergio Gabrielli]. O mercado quer isso".
Mas as perspectivas da empresa melhoram no segundo semestre, quando sete novas plataformas entrarão em operação.
A estimativa da estatal é que as importações de gasolina aumentem de 90 mil barris diários para 110 mil barris diários neste ano.
Para reforçar o caixa, a Petrobras terá a partir de abril uma sala virtual (data-room) com informações sobre seus ativos à venda (reservas, produção esperada, qualidade do óleo).
A empresa quer arrecadar US$ 14,5 bilhões com a venda e, com isso, reduzir o endividamento, que causa temor de que perca o grau de investimento da companhia pelas agências de classificação de risco.
A polêmica refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, cuja compra em 2006 está sendo analisada pelo TCU (Tribunal de Contas a União), fará parte da lista. 
Denise Luna e Pedro Soares
Fonte: Folha de S. Paulo

sábado, 2 de fevereiro de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 118

I – NOTÍCIAS

1- Casco da Plataforma P-63 está atracado no cais da Quip
Fonte: Redação Portal Naval 
A acertada operação de acesso da P-63 ao canal do Porto do Rio Grande terminou na quinta-feira por volta das 13h. A logística operacional teve início às 7 horas da manhã e o procedimento de atracação no cais da empresa Quip começou por volta das 12h, no local onde será integrada e comissionada.
A plataforma foi transportada até o canteiro da Honório Bicalho com o apoio de cinco rebocadores. A grande manobra foi promovida com a participação da BW Offshore, QUIP, Petrobras, Praticagem da Barra, Capitania dos Portos e Superintendência do Porto do Rio Grande.
No cais da Quip, a P-63 ficará ancorada no mesmo local onde estava ancorada a P-58, que por sua vez, ocupará a parte nova do cais construída pela empresa.
A plataforma será do tipo FPSO (Floating, Production, Storage and Offloading Unit), vai atuar no Campo de Papa Terra, na Bacia de Campos, e está a cargo da Joint Venture Quip e BW Offshore. Este é o primeiro projeto de topside completo de uma empresa nacional, já que a Quip executou desde o projeto básico, de detalhamento, construção & montagem e comissionamento. Sua capacidade de produção será de 140 mil barris de óleo por dia e 1 milhão de m³ de gás. Ela será operada por um consórcio entre Queiroz Galvão e BW Offshore por um prazo de 30 meses antes de ser entregue definitivamente à Petrobras.
O diretor-geral da Quip, Miguelangelo Thomé, disse ser um orgulho para a equipe participar de um projeto de tamanha grandiosidade. Segundo ele, a vinda da P-63 até Rio Grande foi desafiadora, mas graças a dedicação e trabalho das equipes envolvidas na Joint Venture, o resultado foi extremamente positivo. “Fazemos questão de agradecer a Capitania dos Portos, a Praticagem e ao MWS pelo entendimento de nossas necessidades e o esforço para que fizéssemos toda a operação com total segurança e dentro dos prazos requeridos”.
A programação das operações também foi lembrada pelo gestor executivo da P-63, Bartolomeu de Morais. “Toda a operação de entrada foi realmente muito bem executada e agora teremos quatro meses intensos de trabalho pela frente em um cronograma desafiador, mas sabemos da competência da nossa equipe”, finalizou.

2- Empresa de Eike inicia novo processo de aumento de capital
Fonte: Redação  Portal Naval
A OSX, empresa do Grupo EBX que atua na indústria naval e offshore, informa que seu Conselho de Administração aprovou novo aumento de capital equivalente a aproximadamente US$250 milhões em decorrência do exercício da Put anunciado em 17 de outubro de 2012.
O valor total desse segundo aumento de capital decorrente da Put será de R$ 508.775.003,52 com a emissão de 12.796.152 ações ao preço de R$ 39,76. O capital social da OSX passará a totalizar R$ 3.532.543.908,41, representado por 306.508.560 ações. O direito de preferência na subscrição desse aumento deverá ser exercido até 05 de março de 2013 (inclusive), conforme Aviso aos Acionistas a ser publicado pela companhia.
Como já divulgado, a ação decorre do exercício da opção de subscrição (Put ou Opção) pela companhia, no valor equivalente em Reais a US$ 500 milhões, tendo sido a primeira parcela de US$ 250 milhões recebida pela Companhia em dezembro de 2012. Adicionalmente, a companhia possui o direito de exercer até março de 2014 o saldo remanescente do valor da Opção, que soma US$ 500 milhões adicionais.

3- BP anuncia novo vice-presidente de segurança e risco operacional
A petrolífera britânica BP anunciou Bob Fryar como novo vice-presidente executivo para segurança e risco operacional. Segundo nota da companhia, ele se reportará diretamente a Bob Dudley, executivo-chefe da empresa. 
Atualmente, Fryar ocupa o cargo de vice-presidente executivo para produção na unidade de negócio "upstream" da BP. Ele fica nesse posto até 15 de fevereiro, quando assume a nova função, conforme informa a nota. 
Fryar vai substituir Mark Bly, que está se aposentando.
Fonte: Valor Econômico 

4- Petrobras entrega primeira carga de GNL à Sulgás
A Petrobras iniciou ontem, a entrega da primeira carga de Gás Natural Liquefeito (GNL), com 34 milhões de m³, à Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás) para abastecer a Usina Termelétrica (UTE) Uruguaiana. 
O navio Excalibur, afretado pela Petrobras para transportar o GNL, ancorou no Porto de Bahía Blanca, na Argentina, no início da manhã de ontem com o GNL importado de Trinidad e Tobago. A operação de descarregamento do GNL foi iniciada às 16h42 (hora de Brasília) e teve a duração de 10 horas. 
Outra carga com 34 milhões de m³ de GNL será entregue à Sulgás em fevereiro, para abastecimento da UTE Uruguaiana, totalizando 78 milhões de m³, volume suficiente para gerar 164 megawatts durante, aproximadamente, 60 dias.
Fonte: Agência Petrobras 

5- Petrobras vence licitação e volta a investir na Bolívia
Quase sete anos após a estatização de seus ativos pelo presidente Evo Morales, a Petrobras volta a investir na Bolívia. Em 30 de dezembro, a estatal venceu licitação para explorar um campo de 1,1 milhão de hectares no Departamento de Santa Cruz, região que abriga as maiores reservas de gás natural do país.
A Petrobras informou ao Valor que vai assinar contrato de prestação de serviço com a estatal boliviana YPFB e estimou que os trabalhos no local podem começar no segundo trimestre. Não divulgou, porém, dados sobre o investimento previsto ou o tamanho das reservas.
Uma preocupação do governo é que a produção nas jazidas hoje operadas pela Petrobras na Bolívia deve começar a declinar a partir de 2017. Em um quadro de alta do consumo torna-se fundamental encontrar novas reservas, uma vez que o gás boliviano continuará sendo estratégico para o abastecimento no Brasil. Essa importância aumenta à medida que o país vai batendo recordes na demanda por gás. Só em novembro foram 70,9 milhões de metros cúbicos diários, alta de 41,5% em relação ao mesmo período de 2011, por conta do acionamento de termelétricas devido ao baixo nível dos reservatórios. De janeiro a novembro, a alta foi de 18,2%.
Fontes do governo brasileiro disseram que interessa ao Brasil continuar contando com o gás da Bolívia após o fim do contrato atual, em 2019. Ao Valor, a Petrobras informou que "pretende negociar oportunamente a renovação".
Do ponto de vista boliviano, o governo Evo Morales tenta assegurar a manutenção de seu principal cliente. O contrato entre Petrobras e YPFB prevê a exportação de 30 milhões de metros cúbicos diários de gás ao Brasil, através do gasoduto Brasil-Bolívia. Só no ano passado, as exportações de gás da Bolívia somaram US$ 5,741 bilhões, sendo 75% desse valor ao Brasil. O gás é um produto essencial para a balança comercial do país vizinho, representando 48,8% de suas exportações.
Fonte: Valor Econômico/Fabio Murakawa  - Noticiário cotidiano - Indústria naval e Offshore

6- Chegada da P-63 a Rio Grande reforça time de gigantes no polo naval
Rio Grande, cidade-sede do polo naval gaúcho, recebeu mais uma gigante . A P-63 atracou durante a tarde no estaleiro da Quip, onde será finalizada e convertida em plataforma de petróleo. Pela primeira vez, três plataformas podem ser vistas ao mesmo tempo no porto do sul do Estado, enquanto um casco está sendo erguido dentro do dique seco do Estaleiro Rio Grande (ERG). E, mesmo sendo o maior volume de construções até agora desde o início da indústria offshore, a região ainda não vive o pico de contratações previsto para o setor.
O auge desta fase da indústria naval deverá ocorrer na segunda metade do ano. Por esta época, o Estaleiro Brasil (EBR), na cidade vizinha de São José do Norte, começará a ser construído, o que atrairá pelo menos dois mil trabalhadores ainda em 2013. Ao todo, cerca de 15 mil pessoas deverão atuar diretamente na indústria naval no sul do Estado.
A rigor, a chegada da P-63 não altera o panorama de empregos de Rio Grande. Isso porque a Quip já estava construindo os módulos antes de o navio atracar na cidade. Assim, as cerca de 1,5 mil pessoas envolvidas no projeto deverão continuar com suas funções. Também em razão desta antecipação, a tendência é que a plataforma fique pronta rapidamente. A previsão da Quip é que ainda no primeiro semestre de 2013 ela já possa começar a viagem para a Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, onde atuará no Campo de Papa Terra.
A P-63 traz duas diferenças em relação às demais plataformas construídas no Estado. A primeira é que o projeto é totalmente brasileiro. Desde a montagem do projeto básico até o comissionamento (início da operação), tudo foi executado pela Quip. A segunda é que ela será operada por um consórcio entre a Queiroz Galvão (uma das acionistas da Quip) e a BW Offshore por um prazo de 30 meses antes de ser entregue definitivamente à Petrobras. Normalmente, as plataformas são assumidas pela Petrobras assim que chegam ao local de extração de petróleo.
A manobra de entrada da P-63 ocorreu sem qualquer transtorno. Com boas condições climáticas e de maré, a gigante de 334 metros de comprimento por 58 metros de largura e 70 metros de altura foi transportada por cinco rebocadores desde a entrada da barra até o estaleiro. Lá, assumiu o lugar onde estava a P-58, que, por sua vez, foi levada para a parte nova do cais da Quip.
A plataforma será do tipo FPSO (sigla em inglês para unidade de produção, processamento e armazenamento de petróleo) e terá capacidade para processar 180 mil barris de petróleo por dia. O investimento é de mais de R$ 2,5 bilhões.

Obras em andamento

·         P-63 Construída pela Quip
334 metros de comprimento
58 metros de largura
70 metros de altura (equivalente a um prédio de mais de 20 andares)
Produção: 180 mil barris de petróleo/dia
1,5 mil empregos diretos
Operação: Campo de Papa Terra, na Bacia de Campos-RJ
·         P-58 Construída pela Queiroz Galvão
330 metros de comprimento (mais de três vezes a distância entre as traves da Arena do Grêmio)
56 metros de largura
56 metros de altura
Produção: 180 mil barris de petróleo/dia
Operação: Campo de Baleia Azul, no Espírito Santo
·         P-55 construída pela Quip
Quadrada, com 94,32 metros de lado (o equivalente a um quarteirão)
55 metros de altura
Produção: 180 mil barris de petróleo/dia
Operação: Campo de Roncador, na Bacia de Campos-RJ
Investimento: R$ 3,4 bilhões.
·         Oito cascos construídos pela Ecovix
23,2 metros de calado
288 metros de comprimento

O que ainda está por vir
Estaleiro Rio Grande 2
Navios-sonda (Ecovix)
Estaleiro Wilson Sons
Estaleiro EBR, em São José do Norte,
2 plataformas FPSO (P-74 e P-76)


Fonte: ZERO HORA


II – COMENTÁRIOS

1- Balança comercial tem maior déficit mensal da história
Fonte: Agência Brasil  
A balança comercial brasileira fechou o primeiro mês do ano com déficit de R$ 4,035 bilhões, pior resultado mensal desde o início da série histórica em 1993. Anteriormente, o resultado mais fraco havia sido déficit de US$ 1,7 bilhão em dezembro de 1996. O saldo negativo é três vezes superior ao déficit de R$ 1,3 bilhão registrado em janeiro de 2012. A diferença é resultado do forte volume de importações e à queda nas vendas para os principais parceiros comerciais do Brasil.
As compras do país ficaram em US$ 20,003 bilhões, resultado recorde para meses de janeiro, contra exportações de US$ 15,968 bilhões. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (1°) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. As importações do Brasil cresceram 14,6% ante janeiro do ano passado e 3,9% em relação a dezembro.
Na comparação anual, aumentaram as compras de produtos dos Estados Unidos. Houve elevação de 32,1% na aquisição de gasolina, veículos de carga, veículos para via férrea, motores geladores elétricos, aviões, óleos combustíveis e outros. Do Oriente Médio vieram petróleo, produtos químicos e eletroeletrônicos, com alta de 2,7% e da África crescimento de 21,2% em função do petróleo, gás e da castanha de caju. Na comparação mensal com dezembro, a compra de combustíveis e lubrificantes do exterior teve alta de 55,7%.
As exportações retrocederam 1,1% na comparação com janeiro de 2012 e caíram 26,5% frente ao mês passado. A queda anual foi puxada pelo petróleo (-69,5%), café em grão (-16,2%), farelo de soja (-11,9%), fumo em folhas (-7,1%), minério de cobre (-8,9%) e pela carne de frango (-4,5%). O recuo deveu-se principalmente aos produtos básicos, já que as vendas externas de manufaturados e semimanufaturados cresceram 6,6% e 1% respectivamente. As exportações de bens básicos recuaram 5,9%.
De acordo com o ministério, nos últimos 12 meses, houve decréscimo nas vendas para os principais mercados que adquirem bens do Brasil. As exportações para os EUA caíram 19,6% na comparação anual. Os motivos foram redução das compras petróleo bruto, celulose, autopeças, partes de motores para veículos, café em grão, semimanufaturados de ferro e aço, motores, geradores elétricos e compressores.
O comércio com a China recuou 5,8% devido à retração nas vendas de medicamentos, partes de motores de veículos, plásticos, suco de laranja congelado e autopeças. Para a América Latina e Caribe as exportações caíram 5%, e para o Mercosul, 0,1%. A Argentina foi a maior responsável pela queda no comércio com o bloco latino-americano, com retração de 2,3% na aquisição de tratores, pneus, papel e cartão; de motores para veículos, veículos de carga e bombas e compressores brasileiros.
As exceções na queda das exportações brasileiras foram os mercados da Europa Oriental (alta de 50,9%), Oriente Médio (elevação de 25,5%), União Europeia (aumento de 9,1%) e África (alta de 2,6%).

2- Reajuste de Combustíveis e a Petrobras 
O governo anunciou  um aumento dos preços de gasolina e diesel na refinaria, de 6,6% e 5,4%, respectivamente,. Com o reajuste, o preço da gasolina na refinaria aumenta de R$ 1,26 por litro para R$ 1,34 por litro. Já o preço do diesel na refinaria, passou de R$ 1,30 para R$ 1,37. Como as margens brutas dos postos hoje são muito pequenas e não há mais CIDE para acomodar o reajuste, o preço da gasolina ao consumidor será impactado (calcula-se cerca de 4% de reajuste na bomba).
É importante lembrar que esse aumento só foi possível devido à queda das tarifas elétricas, uma vez que o governo está usando o controle de preços para conter a inflação. Ou seja, nesse caso houve uma transfusão de sangue da Eletrobras para a Petrobras.
Considerando a situação atual da Petrobras, o reajuste dos combustíveis deve trazer um aumento de receita em torno de R$ 540 milhões por mês. Por outro lado, a defasagem continua. A defasagem da gasolina, considerando o novo reajuste de 6,6%, com relação ao preço no Golfo do México é de -11%. Para o diesel, considerando o novo reajuste de 5,4%, a nova defasagem é de -20,7%. Ou seja, a Petrobras ainda vai ter muito prejuízo com a importação de combustíveis. Inclusive, a expectativa do mercado é que o volume de importações tende a aumentar, considerando atrasos previstos na expansão da capacidade de refino e crescente demanda doméstica.
Para completar, os recentes resultados frustrantes da empresa, a estagnação da produção de petróleo e o ambicioso plano de investimentos, estão levando a alavancagem financeira da empresa para os limites do chamado investment grade, ameaçando o acesso privilegiado da empresa ao mercado de capitais estrangeiro.
O reajuste de hoje, mesmo proveitoso para a Petrobras, ainda foi muito abaixo do que seria necessário para afastar preocupações com o fluxo de caixa, um reajuste de cerca de 15-20%. Foi também abaixo do que era antecipado pelo mercado, algo em torno de 7-10%. Por este motivo, a reação inicial do mercado foi bastante negativa, com as cotações das ações preferenciais da empresa caindo cerca de 4,5% no início da tarde. O anúncio antecede o resultado do 4º trimestre da Petrobras, que será divulgado semana que vem (04/02).
Fonte: *Texto originalmente divulgado no Portal O Globo em 31/01/2013. 
Adriano Pires
Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) 

3- Muito tarde e muito pouco 
O reajuste dos preços da gasolina e do óleo diesel não muda substancialmente as coisas. A Petrobrás segue arrochada pelo governo Dilma.
Os cálculos sobre as perdas com o atraso dos reajustes variam de um consultor para o outro. Mas, provavelmente, apenas em 2012, ultrapassaram os R$ 20 bilhões. Em vez de fazer da Petrobrás uma alavanca do desenvolvimento nacional, o governo Dilma continua usando o caixa da empresa para fazer política de preços. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reconheceu ontem que, desde 2006, os combustíveis foram reajustados em apenas 6% - "o que é menos do que a inflação", disse.
Tanto a Petrobrás, hoje dirigida por administradores fiéis à aliança de governo, como o próprio governo vêm repetindo que a política "busca alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado internacional em uma perspectiva de médio e longo prazos" - está assim no comunicado da Petrobrás divulgado na noite de terça-feira. Trata-se de repetição vazia, uma vez que não há critério. Os reajustes não obedecem a nenhuma regra e só são feitos quando a capacidade de geração de recursos da Petrobrás apresenta notórios sinais de deterioração. A qualquer momento, por exemplo, se espera o rebaixamento da qualidade dos títulos da Petrobrás. Sua capacidade de endividamento foi e continua sendo duramente atingida. Se houver melhora mínima nas condições da economia global, como se espera, as cotações do barril do petróleo Brent saltarão para acima dos US$ 115 por barril, nível em que estão hoje, e as distorções se ampliarão.
Essa política não está errada apenas porque dá um tratamento populista para os derivados de petróleo. Está errada, principalmente, porque sabota a política de investimentos da Petrobrás aprovada pelo próprio governo federal.
Há seis meses, a Petrobrás avisou em seus documentos que seu Plano de Negócios (investimentos), de US$ 236,5 bilhões até 2016, só poderia ser cumprido caso houvesse reajuste de 15% em seus produtos. Foram autorizados apenas 6,6% para a gasolina e 5,4% para o óleo diesel, acompanhados pelo aviso de que não haveria outros em 2013. São reajustes de longe insuficientes para recompor as perdas passadas da Petrobrás. Pelos cálculos dos analistas Bruno Montanari e Guilherme Bellinetti, do Grupo Morgan Stanley, ouvidos pela Agência Estado, mesmo com essa correção, os preços internos em relação aos pagos pela Petrobrás nas suas importações ficarão cerca de 10% mais baixos, no caso da gasolina, e de 20%, no do diesel. 
Além disso, a gasolina se manterá subsidiada à custa da saúde financeira da Petrobrás. Preços assim vantajosos no varejo continuarão estimulando o consumo de gasolina, pressionando importações e deteriorando a capacidade de investimentos da Petrobrás. Ao mesmo tempo, os preços artificiais da gasolina seguirão achatando os preços do etanol e desestimulando investimentos em cana-de-açúcar e na expansão das destilarias.
Ontem, o mercado financeiro voltou a punir as ações da Petrobrás como forma de mostrar a política irracional a que está sendo submetida. As ações ordinárias caíram 5,12% e as preferenciais, 4,76%.
*Texto originalmente publicado no jornal O Estado de São Paulo em 31/01/2013 
Celso Ming - jornalista
Fonte: O Estado de S. Paulo