sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 117


I - NOTÍCIAS

1- Brasil entra na mira da Maersk Drilling
A perspectiva de o Brasil se tornar um grande produtor de petróleo e os investimentos em andamento de empresas instaladas no país, não apenas a Petrobras, estão atraindo mais empresas do grupo dinamarquês Maersk. Depois de a empresa de serviços de apoio marítimo anunciar que quer aumentar sua frota de navios no país, a Maersk Drilling, braço de serviços de perfuração, busca oportunidades para afretar sondas para empresas instaladas aqui.
O principal executivo da Maersk Drilling, Claus Hemmingsen, informa que a empresa já está conversando com companhias de petróleo e estaleiros, cujos nomes não revela, mas ainda vê restrições a investimentos no país devido às regras de conteúdo local. No seu entendimento, o cumprimento dos compromissos de conteúdo local das empresas obriga que elas aluguem apenas sondas construídas no país usando equipamentos e pessoal brasileiros, e isso aumentaria custos.
"O conteúdo local tem impacto no modo de se fazer negócios aqui. E isso complica a situação porque quando se tem que pensar em alocar recursos no Brasil ou em outros países as regras de conteúdo local podem ser restritivas e acabam aumentando os custos", afirma Hemmingsen.
O executivo chama a atenção ainda para outro desafio de investir no Brasil que é lidar com a falta de mão de obra qualificada, e ele vê como um desafio difícil a construção de sondas de perfuração complexas. "A tecnologia utilizada nessas embarcações é detida por empresas estrangeiras, principalmente da Noruega e dos Estados Unidos".
Ele cita como exemplo um acordo recentemente firmado entre o governo brasileiro e o dinamarquês para treinar cadetes da Marinha em navios de bandeira dinamarquesa, já que não existem navios brasileiros suficientes para esse treinamento.
Desde o acidente do campo de Macondo, no Golfo do México em 2010, as empresas de petróleo e as prestadoras de serviços, como é o caso da dinamarquesa, estão mudando procedimentos e padrões mais rígidos para se adequar às novas regras de segurança e também evitar indenizações bilionárias. A Maersk tem um centro de treinamentos em Svendborg, na Dinamarca, desde 1978 e depois da explosão da plataforma de sua concorrente Transocean em Macondo foram feitos mais investimentos para treinar equipes de perfuração, com simuladores. A ênfase é no controle de poços, emergências e gestão de crises.
A Maersk Drilling tem uma frota de 26 sondas de perfuração que estão operando sob contrato no Mar do Norte, África e Golfo do México, regiões que hoje competem com o Brasil pelos investimentos da indústria de petróleo. Existem ainda outras sete sondas em construção, quatro no estaleiro Samsung (Coréia) e três no Keppel (Cingapura), que vão custar US$ 4,5 bilhões. Mesmo ainda nos estaleiros, cinco embarcações já têm contrato de aluguel.
Mesmo apontando o que considera regras restritivas para investimentos, Claus Hemmingsen acha que é possível investir e até construir sondas no Brasil, desde que a empresa tenha contratos de longo prazo.
"O Brasil pode fazer parte da nossa próxima onda de investimentos. Mas queremos saber antes se os estaleiros são capazes de construir essas embarcações, já que nossas sondas têm um padrão de altíssima qualidade. Essa é uma regra nossa para o mundo inteiro e nos sentiremos confortáveis [para encomendar aqui] quando virmos que o estaleiro já fez esse trabalho antes", afirma.
Onze empresas do grupo Maersk já operam no Brasil em setores como navegação de longo curso (Maersk Line, Mercosul Line), apoio a plataformas (Maersk Supply Services), exploração e produção (Maersk Oil), terminais marítimos, tancagem e trading, entre outros negócios.
No ano passado a Statoil e sua parceira Sinochem pagaram US$ 1 bilhão à Maersk pela FPSO Peregrino, uma das plataformas de produção instalada pela norueguesa na Bacia de Campos. A venda faz parte da decisão do grupo de se desfazer de todas as suas cinco plataformas de produção. O grupo já investiu cerca de US$ 2 bilhões no Brasil, onde emprega 2,3 mil funcionários dos 108 mil empregados globalmente.
Fonte: Valor Econômico/Cláudia Schüffner | Noticiário cotidiano - Indústria naval e Offshore

2- Governo e Ibama convidam população para audiência pública sobre Estaleiro
Noticiário cotidiano - Indústria naval e Offshore 
O Governo do Estado de Alagoas, por meio da Secretária de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (Seplande), e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis já confirmaram para o dia 7 de fevereiro [uma quinta-feira] a audiência pública, em Coruripe.
Hoje, por meio de nota divulgada pela Seplande, toda a população interessada na discussão foiconvidada a comparecer ao povoado de Barreiras, no Centro Assistencial Barreiras, localizado na Rua Luiz Lima Beltrão, às 17 horas do dia 7, para fazer parte da discussão de interesse público.
Durante a audiência, o licenciamento ambiental do Ibama e os empreendedores do EISA discutirão com a população os estudos complementares e o Relatório de Impacto Ambiental do empreendimento que pede a instalação do Estaleiro na área atribuída entre os povoados de Miaí de Cima e Barreiras, no município de Coruripe.
Saiba Mais:
Essa é a terceira vez que uma audiência pública discute a instalação do Estaleiro EISA Alagoas em Coruripe. A primeira, conduzida pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA), foi realizada em março de 2010, mas foi desconsiderada pelo Ministério Público Federal (MPF) que entendeu que tão licenciamento era de competência do Ibama.
Matérias Relacionadas
- Ibama: novo Estudo sobre estaleiro é aprovado após correções no documento;
- Empreendedor solicita e Ibama autoriza estudos em nova alternativa locacional para o Estaleiro EISA em Alagoas;
- Exclusivo: PE teve acesso a detalhes sobre a 'polêmica novela' do licenciamento do Estaleiro EISA
A segunda audiência pública acerca do empreendimento foi realizada em abril de 2012. Uma mobilização de políticos alagoanos e a população do Estado, em especial de Coruripe, formaram uma corrente de súplicas para que o Ibama, que estava à frente desta audiência, aprovasse a instalação do empreendimento. Apesar das pedidos, a área escolhida para o empreendimento foi considerada ambientalmente inviável por se apresentar 55% em área de proteção permanente, manguezal.
Agora pela terceira vez, com área nova e Estudo de Impacto Ambiental aprovado, a expectativa é que o projeto seja finalmente licenciado, já que a nova área proposta apresentou um grau menor de agressão a natureza e, segundo informações extraoficiais, o custo de investimentos ainda menor para o empreendedor.
Serviço:
Audiência Pública Sobre o Estaleiro EISA Alagoas
Local: Centro Assistencial Barreiras, localizado na Rua Luiz Lima Beltrão, no povoado de Barreia, em Coruripe/AL
Data: 7 de fevereiro de 2013
Horário: 17 horas
Aberto ao público
Fonte: Primeira Edição/Jessica Pacheco/ Noticiário cotidiano - Indústria naval e Offshore

3- Primeiro leilão do pré-sal vai ocorrer em novembro, diz ministério 
A primeira rodada de leilão do pré-sal, sob regime de partilha, deve ocorrer entre 28 e 29 de novembro deste ano, informou nesta quarta-feira (23) o MME (Ministério de Minas e Energia). 
O leilão para exploração de óleo e gás não convencional, como o gás xisto, deve ocorrer entre 11 e 12 de dezembro. 
Segundo o MME, apesar de terem sido fechadas e divulgadas, as datas ainda podem sofrer alterações. 
O único leilão com data certa é a 11ª rodada para exploração de petróleo fora do pré-sal. 
Com 289 blocos anunciados pelo governo, esse leilão ocorrerá entre 14 e 15 de maio. 
"Algumas novas áreas para exploração do pré-sal ainda estão em estudo. Nada definido", disse o secretário de petróleo e gás, Marco Antônio Martins Almeida. 
Julia Borba
Fonte: Folha Online 

4- Comitiva britânica se reúne com Júlio Bueno no RJ
Fonte: Redação/ Agência 
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Julio Bueno, se reuniu  com o enviado especial do Primeiro-Ministro para Comércio Britânico, Kenneth Clarke, e uma delegação de 15 empresas do setor naval e offshore do Reino Unido. O encontro teve o objetivo de discutir as oportunidades de negócio no setor e apresentar os incentivos oferecidos pelo estado às companhias com interesse em se instalar no Rio.
As empresas interessadas em negócios no estado foram identificadas por representantes da Petrobras e do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) em visita feita ao Reino Unido em setembro de 2012. O potencial de investimentos britânicos no Rio chega a US$ 1 bilhão. Julio Bueno destacou que o desejo das empresas se instalarem no Rio mostra que as políticas empreendidas no Brasil estão dando resultado.
"O Rio de Janeiro é o grande alvo. Aqui, nós mostramos para eles as possibilidades e os instrumentos disponíveis para os investidores", explicou.
Os representantes assistiram a uma apresentação sobre o papel da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio (Codin) em auxiliar as empresas a encontrar o melhor lugar e os processos para se instalar, por exemplo, e da Agência de Fomento do Estado (AgeRio). O ministro Kenneth Clarke afirmou que esse é o melhor momento para investir.
"Nosso objetivo é incrementar os nossos investimentos no Rio de Janeiro e temos muitas empresas interessadas em vir para cá. O setor de petróleo daqui cresce e com grande destaque. O futuro do Brasil é empolgante e o do Rio também é muito empolgante", disse.
A delegação britânica visita ainda hoje empresas do setor naval e de petróleo da região

5- Casco da P-63 deve chegar em Rio Grande no final do mês
A Praticagem da Barra de Rio Grande vai apresentar para a Quip S/A, Capitania dos Portos, Superintendência do Porto de Rio Grande (Suprg) e Conselho de Autoridade Portuária (CAP) do porto rio-grandino, entre outros, o plano para ingresso do casco da plataforma P-63 no porto. O casco dessa plataforma, já com seis módulos, saiu de Dalian (China), em 15 de novembro, e deve chegar na área de Rio Grande de 27 a 30 deste mês. O ingresso no porto está previsto para o próximo dia 31 e exigirá a execução de uma mega operação.
Quando entrar no porto, o casco da P-63 irá atracar no canteiro da Quip, empresa responsável pela construção dessa plataforma, localizado na avenida Honório Bicalho, na ponta sul do Porto Novo. Porém, para isso, será preciso tirar a plataforma P-58 do local e atracá-la no cais do Tecon. Essa operação será necessária porque as duas embarcações são grandes e com apêndices, o que impede a passagem de uma pela outra. Em função disso, no início da manhã do dia 31, a P-58 será rebocada para o cais do Tecon e, por volta do meio-dia, deve ter início a entrada do casco da P-63.
Concluída essa operação, às 6h, do dia 1º de fevereiro, a P-58 retorna ao cais da Quip. A base da P-63 irá atracar na área de cais, hoje ocupada pela P-58, e esta, depois, ficará no cais novo da empresa. Após a chegada no porto rio-grandino, o casco da P-63, resultante da conversão do navio tanque BW Nisa, receberá outros módulos, construídos em Rio Grande, e sua integração será completada.
A P-63, cujo custo total é de 1,3 bilhão de dólares, terá capacidade de produção de 140 mil barris de óleo por dia e de 1 milhão de m³ de gás. Será operada por uma Joint Venture entre a Quip e o Grupo BW Offshore, por um prazo de 36 meses antes de ser entregue, definitivamente, à Petrobras. Ela deve ficar pronta para operar, ainda, no primeiro semestre de 2013.
Fonte: Jornal Agora (RS)/Por Carmem Ziebell/ Noticiário cotidiano - Indústria naval e Offshore


II – COMENTÁRIOS

1- O IX Congresso Nacional de Excelência em Gestão irá promover minicursos abordando diversas temáticas.
Os mini-cursos são uma oportunidade objetiva e prática de ampliar seus conhecimentos em determinado tema ou ferramenta de gestão.
Duração: 3:30 horas
Preço: R$ 50,00 (cada minicurso)
Data: 22 de Junho de 2013
Local: Escola de Engenharia da UFF, R. Passo da Pátria 156 bl D, São Domingos, Niterói / RJ
Acesse o site do IX CNEG 2013 (clica aqui), veja a programação completa, as inscrições estarão disponíveis à partir do dia 01 de Dezembro de 2012. É possível participar de até 2 minicursos, um na parte da manhã e outro na parte da tarde. Observe a agenda de horários disponível.

RELAÇÃO DE MINI-CURSOS
     MANHÃ (9h às 12:30h )
1. Sistemas de Gestão Ambiental
2. Introdução aos Systems Dynamics
3. Desenvolvimento Imobiliário – Fundamentos E Sustentabilidade
4. The Natural Step (TNS) aplicado à elaboração de projetos socioambientais
5. Simulação em Excel
6. Finanças Sustentáveis
7. Recrutamento e Seleção
8. Sistemas de Segurança em Instalações Offshore
9. CEPAC`s - A Mais Moderna Ferramenta para Financiar Projetos de Infraestrutura.
10. Estratégia para sustentabilidade: Técnicas de Diálogo com as partes interessadas
11. Construção Sustentável e Certificação Green Building
12.Introdução Gerenciamento de Riscos
13. Mapeando e gerenciando ativos intangíveis para agregar valor às organizações (da teoria à prática)
14. Ferramentas da Qualidade e 5 S
15. Gerenciamento de Projetos
16. Introdução à Eficiência Energética: Aplicação na Revitalização de Edifícios Existentes
17. Sistemas de Segurança em Instalações Offshore
     TARDE ( 13:30h às 17h)
18. Certificação LEED no Brasil, com Materiais, Tecnologias e Conceitos 
19. Gestão por Processo
20. Logística Empresarial
21. Gestão com base nos critérios de excelência do Prêmio Nacional da Qualidade
22. Indicadores de Desempenho
23. Ferramenta para apoio ao Gerenciamento de Projetos
24. Marketing Pessoal e Técnicas de Apresentação
25. Gestão do Conhecimento: Métodos e Ferramentas
26. Tecnologias de Produção usando Lego: MRP, JIT e Teoria das Restrições
27. Gestão por Resultados, foco em indicadores de desempenho
28. Criação coletiva
29. Fundamentos da Análise de Risco
30. Gestão por Competências
31. Fundamentos da Análise de Risco


2- As Perspectivas da Cana em 2013/14 
Este artigo tem como objetivo compartilhar as visões para a próxima safra, que se inicia em abril/maio deste ano, a chamada safra 13/14. Divido a análise em relação a produção de cana, produção e mercado de açúcar, de etanol, cogeração e outros aspectos relevantes ao momento do setor sucroenergético, concluindo com algum otimismo.
Em relação à produção de cana, fechamos a safra 2012/13 já em ligeira recuperação. A moagem no Centro-Sul ficou próxima a 540 milhões de toneladas, um crescimento ao redor de 7% em relação à safra anterior, porém com produtividade 1% menor em ATR. No ciclo 2013/14 as estimativas indicam que a safra de cana deve chegar a 580/590 milhões de toneladas no Centro-Sul. Com uma produção esperada em quase 60 milhões de toneladas no Nordeste, o Brasil colherá a maior safra de cana da história, cerca de 640 milhões de toneladas - ainda aquém, porém, do potencial de consumo existente na frota flex e aquém do necessário para voltarmos a conquistar mais de 50% do mercado mundial de açúcar.
O clima, bem como os investimentos feitos em renovação, vêm contribuindo para que possamos ter melhor produtividade também. Espera-se que a produtividade possa voltar a se aproximar dos patamares de 80 toneladas/hectare, consequentemente com alguma redução nos custos de produção, que se tornaram insustentáveis nos últimos anos.
A produção de açúcar no Centro-Sul, que nesta safra foi de pouco mais de 34 milhões de toneladas, quase 9% maior que no ciclo 11/12, deve chegar a 36 milhões de toneladas nesta nova safra no Brasil, mas é uma previsão complicada, pois tal produção é muito suscetível ao que acontecerá no mercado de etanol, onde as variáveis são de maior interferência e menos controláveis pelo setor privado.
Existe uma previsão de superávit de cerca de 7 milhões de toneladas no mercado mundial de açúcar, que deve contribuir para manter os preços próximos a US$ 0,20/libra-peso. O consumo segue forte na Ásia, devido a seu crescimento econômico e urbanização, e devemos ter boas importações originárias da China, Indonésia e outros países. Estima-se inclusive que já neste ano a Indonésia possa se tornar o maior importador mundial, com mais de 3 milhões de toneladas. Suas importações estão crescendo 10% ao ano. Como sempre, resta torcer pelo consumo, uma vez que o mundo deve crescer mais em 2013 que no conturbado ano de 2012.
Para comentar do etanol - onde, na minha visão, revela-se uma das maiores miopias do governo federal - antes temos que contar a triste história da gasolina em 2012. As importações de gasolina em 2012 foram de quase 3,8 bilhões de litros, 70% a mais que em 2011. Isto representou um desfalque de US$ 2,91 bilhões para a balança comercial brasileira em importações que poderiam ter sido evitadas. Comparando-se com 2011, o Brasil importou US$ 1,3 bilhão a mais em gasolina, algo absolutamente desnecessário se um bom planejamento tivesse ocorrido. Eu mesmo alerto sobre isso há quatro anos em textos na grande mídia.
Ao vender a preços inferiores aos pagos no mercado internacional, a defasagem por litro superou 30 centavos em média, o que comprometeu fortemente a capacidade de investimento e o valor da Petrobras. Parece que finalmente o governo foi sensibilizado por esse fato. Já foi veiculado o aumento de 7% para a gasolina, o que deve permitir alguma recuperação de margens e trazer ainda um maior consumo do hidratado pelos brasileiros. É um alento ao setor e à Petrobras. Pena que tenha vindo tão tarde, pois os prejuízos são enormes.
A volta da mistura na gasolina para 25% deve ocorrer ainda em maio/junho, o que pode trazer um consumo adicional de etanol de quase 2 bilhões de litros, além de contribuir para o caixa da Petrobras e ajudar para um menor impacto inflacionário. Como a safra deve começar mais cedo, o quanto antes forem anunciadas essas medidas, mais ganhará o Brasil pelos seus efeitos no mercado. É um governo teimoso - isto vem sendo dito há três anos. Se essas medidas viessem antes, a situação da Petrobras, da balança comercial e do setor de cana seriam muito mais saudáveis.
A produção de etanol na safra que se encerra no Centro-Sul foi de pouco mais de 21 bilhões de litros, quase 4% a mais que no ciclo anterior. Foram quase 9 bilhões de litros no anidro (cerca de 18% a mais que em 11/12) e 12 bilhões para o hidratado. Foi uma safra em que 50,3% da cana foi destinada a etanol.
Existem boas perspectivas de continuar a exportação de etanol para os EUA, um mercado de quase 50 bilhões de litros, onde o Brasil ocupou pouco mais de 3 bilhões de litros em 2012, representando importantes US$ 2,2 bilhões na balança comercial brasileira. Especialistas em clima dizem que a seca que atingiu a área produtora de milho americana em 2012 será mais frequente. Os estoques de grãos estão relativamente baixos, o que deverá manter os preços do milho em patamares mais altos. O Departamento de Agricultura (Usda) estima uma produção de etanol 10% menor nos EUA em 2013, algo próximo a 12,6 bilhões de galões, abrindo importante janela para a colocação de etanol brasileiro.
De tal forma, acredito que um impulso no etanol e uma safra bem mais alcooleira podem interferir já nos preços do açúcar e trazê-los de volta a patamares remuneradores, o que seria um alento para o setor e para as exportações.
Outro fator que deve jogar favoravelmente é que a Índia está iniciando um programa de adição de 5% de etanol em sua gasolina, o que deve também contribuir para a redução na oferta de cana.
No tocante à cogeração, estamos aí mais uma vez frente a uma possibilidade, ainda que remota, de racionamento de energia no Brasil. Mesmo que este não aconteça, estamos desperdiçando rios de recursos com as poluentes termoelétricas. Mais uma vez o país é surpreendido, pela sua dificuldade de planejar.
O BNDES concedeu US$ 350 milhões em 2012 para investimentos em cogeração, um número 18% menor que o volume de 2011. Estima-se que o custo desta energia esteja ao redor de R$ 150/MWh, muito acima dos preços de R$ 100/MWh ofertados em 2012.
Talvez o risco de apagão e o enorme custo político que isso trará possam sensibilizar o governo para a questão da eletricidade vinda da cana. As ferramentas de políticas públicas (estímulo financeiro aos investimentos, diferenciação na tributação, investimentos em transmissão) estão amplamente disponíveis ao governo. Estima-se que o setor hoje possa fornecer 6,5 mil MW, mas oferece cerca de 10% desse potencial. O impressionante é que em toda esta crise que aí está colocada, pouco se fala da capacidade do setor sucroenergético de suprir o equivalente a uma Itaipu, ou três Belo-Montes. Trata-se de mais uma miopia.
Entre os movimentos empresariais de destaque no período, vale ressaltar a compra, pela São Martinho, dos ativos agrícolas da Dreyfus na usina de São Carlos por um múltiplo próximo a US$ 50/tonelada. É um movimento que mostra que na produção de cana teremos uma concentração e especialização cada vez mais fortes, trazendo grandes mudanças.
Com todas as dificuldades existentes, foi anunciado pela Adecoagro um greenfield para processar 4 milhões de toneladas de cana na cidade de Ivinhema (MS). O grupo espera moer 9,3 milhões de toneladas em 2014. Obteve o financiamento do BNDES, na casa de US$ 480 milhões. É um sinal de que os investimentos estão voltando. O BNDES também deu declarações de que espera para 2013 a volta de investimentos. Não é possível que um setor tão crucial para o desenvolvimento brasileiro tenha tido, em 2012, um desembolso pelo BNDES de R$ 4,2 bilhões, quase 30% a menos que o valor investido em 2011. Algo está errado.
Vale destacar também os movimentos feitos pela Copersucar, que pelo controle da trading americana Eco-Energy, já conta com quase 20 usinas nos EUA (com contratos de exclusividade na comercialização do etanol). Um volume de 10 bilhões de litros levou a empresa a ter uma participação mundial de 12% no etanol comercializado em 2012, devendo chegar a 12,5 bilhões de litros em 2013. Tal como se observou nos setores de suco de laranja, carne bovina e frango, é uma empresa do Brasil avançando na comercialização mundial.
Outro assunto que voltou à tona nestas férias foi o da eficiência dos motores a etanol. Esta é de 68% em relação à gasolina, segundo o Inmetro, em ampla pesquisa. O melhor motor, de 327 modelos testados, teve apenas 72,8% de eficiência. A indústria automobilística está definitivamente nos devendo uma solução melhor, ainda mais quando o carro flex comemora já dez anos de vida.
Uma boa notícia é que a mecanização já atingiu 85% da colheita e 53% do plantio no Centro-Sul do Brasil. De acordo com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), o setor de cana já investiu R$ 14 bilhões neste processo, o que mostra o compromisso da cana com o setor público e com a modernidade, mesmo que a um custo e com perdas elevadas de produtividade, que foram totalmente absorvidas pelo setor privado.
Para concluir, acredito que superamos o fundo do poço no primeiro semestre de 2012, e que 2013 será melhor. A mensagem final é a de que quanto antes o governo anunciar o aumento da gasolina e da mistura do etanol para 25%, maiores serão os benefícios colhidos na balança comercial brasileira, pois substituiremos gasolina importada com produto nacional e aumentaremos os preços do açúcar no mercado mundial, recebendo mais pelas nossas exportações. Pode-se até receber o mesmo volume de recursos exportando menor quantidade de açúcar. Fora isso, trará a retomada de investimentos, revigorando o setor de bens de capital, gerando empregos e desenvolvimento no interior do Brasil. Coragem, minha gente!
*Texto originalmente publicado no Portal Nova Cana
Marcos Fava Neves
Professor titular de planejamento e estratégia na FEA/USP Campus Ribeirão Preto e coordenador científico do Markestrat

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 116


I – NOTÍCIAS

1- BTG Pactual e Deep Sea formam joint venture para operar navios de apoio no Brasil
Duas companhias decidiram se unir e criar uma joint venture no Brasil. Tratam-se do banco BTG Pactual e da Deep Sea Supply. A nova empresa irá controlar e operar navios de apoio à plataforma (PSV), além de embarcações AHTS, especializadas em manuseio de âncoras, reboque e suprimento a unidades offshore.
Cada uma terá direito a 50% de participação na associação, que vai operar, a princípio, 15 instalações. A joint venture permite também que sejam adquiridos mais seis PSVs de grande porte para a Deep Sea Supply (que já possui uma frota de 24 navios), com previsão de entrega ainda para este ano.
As 15 instalações que serão operadas pelas duas companhias são:
AHTS: Sea Tiger, Panther Sea, Sea Leopard, Mar Cheetah, Jaguar Sea, Sea Fox, Mar Chacal, Sea Vixen e Mar Stoat;
PSV: Mar Halibut, Mar Pike, Robalo, Linguado, Mar Pollock e Mar Brasil.
Fonte: Petronotícias/ Noticiário cotidiano - Navegação

2- Obras do Estaleiro Brasil em São José do Norte começam em fevereiro
A população da tranqüila São José do Norte experimenta um clima de euforia com o anúncio da chegada do estaleiro da EBR. O empreendimento avaliado em R$ 1,2 bilhão é o assunto em pauta entre grande os 25 mil habitantes da cidade. Alguns temem por eventuais prejuízos que a iniciativa possa trazer para a pesca e o cultivo da cebola, principais atividades econômicas do município. Outros têm a expectativa de que o investimento tire o município da estagnação.
Um estudo de avaliação de impacto regional do empreendimento foi entregue, na quarta-feira (16), ao governo do Estado. O levantamento contempla, entre outras melhorias, a implantação de infraestrutura básica e qualificação dos acessos hidroviário e rodoviário. As obras de estrutura começarão em fevereiro. O estaleiro ocupará uma área construída de 1,5 milhão de metros quadrados e será três vezes maior que o de Rio Grande. Quando estiver em plena atividade o estaleiro gerará 4 mil empregos. 
Fonte: Revista Amanhã

3- ANP: reservas vão dobrar em dez anos
"Se tudo aconteccer como planejado e e de acordo com o desenvolvimento pretendido no pré-sal, em dez anos o Brasil poderá exportar 1,5 milhão de barris por dia". A afirmação sobre o crescimento das reservas de petróleo do Brasil foi feita pela diretora-geral da Agència Nacional de Pertróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, neste quinta-feira (17).
A executiva acompanhou a entrega do navio de produtos Rômulo Almeida, a quarta embarcação do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) a entrar em operação.
Ela confirmou ainda a realização de uma rodada de leilões para exploração de gás em terra em 2013. Segundo disse, as reservas brasileiras de xisto são importantes demais para serem desprezadas. Magda disse que a realização do leilão foi um pedido da presidente Dilma Rousseff.
"Se tudo acontecer como planejado e de acordo com o desenvolvimento pretendido no pré-sal, em dez anos o Brasil poderá exportar 1,5 milhão de barris por dia". A afirmação sobre o crescimento das reservas de petróleo do Brasil foi feita pela diretora-geral da Agència Nacional de Pertróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, neste quinta-feira (17).
A executiva acompanhou a entrega do navio de produtos Rômulo Almeida, a quarta embarcação do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) a entrar em operação.
Ela confirmou ainda a realização de uma rodada de leilões para exploração de gás em terra em 2013. Segundo disse, as reservas brasileiras de xisto são importantes demais para serem desprezadas. Magda disse que a realização do leilão foi um pedido da presidente Dilma Rousseff.
Fonte: Redação TN Petróleo

4- OGX demite cerca de 30 funcionários
A OGX, empresa do setor de petróleo do grupo EBX, começou o ano com cortes. Em torno de 30 pessoas foram demitidas da petroleira essa semana, segundo a assessoria de imprensa da companhia.
De acordo com a assessoria, as demissões fazem parte de uma “pequena reestruturação”, que acabou por conduzir a uma redução no quadro de funcionários da companhia.
A empresa não informou mais detalhes sobre os motivos dos cortes e salientou apenas que os cortes são “ajustes” no quadro de funcionários da empresa.
A OGX, empresa do setor de petróleo do grupo EBX, começou o ano com cortes. Em torno de 30 pessoas foram demitidas da petroleira essa semana, segundo a assessoria de imprensa da companhia.
De acordo com a assessoria, as demissões fazem parte de uma “pequena reestruturação”, que acabou por conduzir a uma redução no quadro de funcionários da companhia.
A empresa não informou mais detalhes sobre os motivos dos cortes e salientou apenas que os cortes são “ajustes” no quadro de funcionários da empresa.
Fonte: Valor Online

5- GE e Petrobras fecham contrato de US$ 500 mi
P-74 no Estaleiro Inhaúma. Agência Petrobras
A GE Oil & Gas assinou contrato de mais de US$ 500 milhões para fornecer equipamentos e serviços de turbomáquinas para a Petrobras. Os equipamentos serão utilizados em quatro novas plataformas flutuantes de produção, armazenamento e descarga, chamadas de FPSOs (pela sigla em inglês) e identificadas pelos códigos P-74, P-75, P-76 e P-77. Todas estão localizadas na região da Cessão Onerosa nos campos do pré-sal da Bacia de Santos, no estado de São Paulo.
“Nosso foco é buscar parcerias como essa, em que a GE pode oferecer sua expertise para ajudar no desenvolvimento econômico do Brasil”, afirma Reinaldo Garcia, presidente e CEO da GE para a América Latina. “O país continua assumindo uma posição cada vez mais estratégica para os negócios da companhia no cenário global e a Petrobras é um dos maiores parceiros que temos”.
Os equipamentos e serviços de turbomáquinas vão gerar energia primária para as FPSOs. Para isso, serão utilizadas turbinas de gás aeroderivadas e geradores avançados, que vão mover o gás por dutos com a ajuda de compressores. O equipamento também vai reinjetar CO2 e gás natural de volta ao poço para auxiliar na recuperação do petróleo.
O contrato
Entre os equipamentos, estão 16 turbogeradores compostos de turbinas de gás e geradores elétricos de PGT25+; oito trens turbocompressores dirigidos por turbinas de gás aeroderivadas LM2500 para compressão de CO2; e 32 compressores elétricos motorizados para a exportação de gás e serviços de gas lift, assim como para a reinjeção de CO2 e gás natural. Este contrato também abrange o fornecimento de tecnologias de outros negócios da GE, como GE Power Conversion e GE Power & Water.
O acordo obtido pela GE com a Petrobras inclui ainda assistência técnica para instalação e comissionamento, start-up e serviços, como reparação, atendimento à equipe de engenheiros de manutenção e treinamento ao cliente.
“Este contrato com a Petrobras demonstra a liderança tecnológica da GE em offshore e a nossa capacidade de oferecer soluções para os desafios mais complexos de nossos clientes”, disse João Geraldo Ferreira, presidente e CEO da GE Oil & Gas para a América Latina. “A conquista desse projeto foi resultado da colaboração entre as diversas áreas de negócios da GE, demonstrando a força de integração da companhia”.
Produção local
Dos componentes a serem utilizados nos equipamentos da GE, uma parte será produzida no Brasil. Operações de embalagem, testes, logística e sourcing serão algumas das etapas totalmente executadas no país. 
As instalações onde serão realizadas essas operações começarão a ser preparadas ainda no início de 2013. A companhia também realizará treinamentos, com carga horária de 9.600 horas/homem, para fornecer as competências necessárias para operar e manter os equipamentos.
A GE Oil & Gas assinou contrato de mais de US$ 500 milhões para fornecer equipamentos e serviços de turbomáquinas para a Petrobras. Os equipamentos serão utilizados em quatro novas plataformas flutuantes de produção, armazenamento e descarga, chamadas de FPSOs (pela sigla em inglês) e identificadas pelos códigos P-74, P-75, P-76 e P-77. Todas estão localizadas na região da Cessão Onerosa nos campos do pré-sal da Bacia de Santos, no estado de São Paulo.
“Nosso foco é buscar parcerias como essa, em que a GE pode oferecer sua expertise para ajudar no desenvolvimento econômico do Brasil”, afirma Reinaldo Garcia, presidente e CEO da GE para a América Latina. “O país continua assumindo uma posição cada vez mais estratégica para os negócios da companhia no cenário global e a Petrobras é um dos maiores parceiros que temos”.
Os equipamentos e serviços de turbomáquinas vão gerar energia primária para as FPSOs. Para isso, serão utilizadas turbinas de gás aeroderivadas e geradores avançados, que vão mover o gás por dutos com a ajuda de compressores. O equipamento também vai reinjetar CO2 e gás natural de volta ao poço para auxiliar na recuperação do petróleo.
O contrato
Entre os equipamentos, estão 16 turbogeradores compostos de turbinas de gás e geradores elétricos de PGT25+; oito trens turbocompressores dirigidos por turbinas de gás aeroderivadas LM2500 para compressão de CO2; e 32 compressores elétricos motorizados para a exportação de gás e serviços de gas lift, assim como para a reinjeção de CO2 e gás natural. Este contrato também abrange o fornecimento de tecnologias de outros negócios da GE, como GE Power Conversion e GE Power & Water.
O acordo obtido pela GE com a Petrobras inclui ainda assistência técnica para instalação e comissionamento, start-up e serviços, como reparação, atendimento à equipe de engenheiros de manutenção e treinamento ao cliente.
“Este contrato com a Petrobras demonstra a liderança tecnológica da GE em offshore e a nossa capacidade de oferecer soluções para os desafios mais complexos de nossos clientes”, disse João Geraldo Ferreira, presidente e CEO da GE Oil & Gas para a América Latina. “A conquista desse projeto foi resultado da colaboração entre as diversas áreas de negócios da GE, demonstrando a força de integração da companhia”.
Produção local
Dos componentes a serem utilizados nos equipamentos da GE, uma parte será produzida no Brasil. Operações de embalagem, testes, logística e sourcing serão algumas das etapas totalmente executadas no país.
As instalações onde serão realizadas essas operações começarão a ser preparadas ainda no início de 2013. A companhia também realizará treinamentos, com carga horária de 9.600 horas/homem, para fornecer as competências necessárias para operar e manter os equipamentos.
Fonte: Redação

6- Petrobras procura parceiros para rodadas de petróleo 
17/01/13 - A Petrobras está procurando e sendo procurada por parceiros para as próximas rodadas de blocos de petróleo, disse a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, nesta quarta-feira. 
Na semana passada, o governo confirmou a realização da 11a rodada de licitação de blocos de produção e exploração de gás e petróleo em maio e que fará o novembro o primeiro leilão sob o regime de partilha para o áreas do pré-sal. 
Também foi anunciada na ocasião que até o final deverá ser realizado o primeiro leilão específico para áreas de gás e petróleo nao convencional, o chamado gas de xisto. 
"Ótimo. Perfeito. Estamos trabalhando a toda carga, vamos participar", disse a presidente da Petrobras sobre o leilão a jornalista após se reunir com o vice-presidente da República, Michel Temer. 
Graça Foster disse que veio falar com Temer sobre a situação do fornecimento de gás no Brasil. Ela reiterou o discurso do governo de que não há possibilidade de faltar gás no país. 
Ela citou a produção interna e o gás importado da Bolívia e disse que dois terminais de regaseificação que a Petrobras já possui estão trabalhando na metade da capacidade. 
Ela acrescentou que o terceiro terminal, que fica na Bahia, será inaugurado até setembro deste ano. 
Questionada sobre o eventual reajuste da gasolina e do diesel, Graça Foster disse que não comentaria o assunto. 
16/01/13
Fonte: Reuters 


II – COMENTÁRIOS

1- OTC Brasil faz chamada de trabalhos
A OTC Brasil, um dos maiores eventos de petróleo e gás offshore do mundo - organizado a cada dois anos, apresenta sua chamada de trabalhos para sessões técnicas (oral/poster), painéis e conferências plenárias. A próxima edição acontece de 29 a 31 de outubro no Riocentro, Rio de Janeiro.
De acordo com a organização, o prazo para apresentação das propostas é até o dia 26 de março para análise do Comitê Técnico do evento. Os trabalhos devem conter uma contribuição técnica relevante e de interesse para a indústria e não deverão conter qualquer tipo de material comercial e/ou publicitário. 
Os temas sugeridos pela organização são: Exploração e Reservatórios; Perfuração e Completação; Facilidades de; Superfície e Submarinas; Garantia de Escoamento & Operações; Desenvolvimento de Campos de Petróleo e Lições Aprendidas; Campos Maduros; Desempenho de Materiais; Logística e Cadeia de Suprimentos; Ambiente Local e Regulatório; Tecnologias Emergentes; e Segurança, Meio Ambiente e Saúde.
Os interessados devem acessar o site do evento: www.otcbrasil.org/2013. 
A OTC Brasil, um dos maiores eventos de petróleo e gás offshore do mundo - organizado a cada dois anos, apresenta sua chamada de trabalhos para sessões técnicas (oral/poster), painéis e conferências plenárias. A próxima edição acontece de 29 a 31 de outubro no Riocentro, Rio de Janeiro.
De acordo com a organização, o prazo para apresentação das propostas é até o dia 26 de março para análise do Comitê Técnico do evento. Os trabalhos devem conter uma contribuição técnica relevante e de interesse para a indústria e não deverão conter qualquer tipo de material comercial e/ou publicitário. 
Os temas sugeridos pela organização são: Exploração e Reservatórios; Perfuração e Completação; Facilidades de; Superfície e Submarinas; Garantia de Escoamento & Operações; Desenvolvimento de Campos de Petróleo e Lições Aprendidas; Campos Maduros; Desempenho de Materiais; Logística e Cadeia de Suprimentos; Ambiente Local e Regulatório; Tecnologias Emergentes; e Segurança, Meio Ambiente e Saúde.
Os interessados devem acessar o site do evento: www.otcbrasil.org/2013. 
Fonte: Redação TN

2- Shell se volta para negócio na área de gás natural
A Royal Dutch Shell PLC é um colosso moderno: uma companhia de petróleo e gás natural com ativos em 44 países e US$ 470,2 bilhões em receita anual fluindo de seis continentes. Embora ainda seja uma das maiores produtoras de petróleo do mundo, a empresa está cada vez mais concentrada em gás natural, convertendo-o em diesel limpo no Catar e construindo instalações gigantescas para exportação na Austrália, África e Canadá.
Peter Voser, que se tornou diretor-presidente em 2009, toma as decisões finais sobre investimentos estratégicos de bilhões de dólares que às vezes levam décadas para dar retorno, ao mesmo tempo em que se mantém a par dos acontecimentos políticos em todo o mundo. Seu enorme orçamento de US$ 32 bilhões em 2012 foi três vezes maior que os da Google Inc., Boeing Co. e International Business Machines Corp. combinados.
A Shell tem pela frente o desafio de descobrir mais petróleo e gás para substituir o que ela produz e vende hoje, principalmente porque muitas das melhores regiões ainda exploráveis ou são controladas por governos estrangeiros, ou são tecnicamente difíceis de acessar.
Depois de Voser ter concedido esta entrevista ao The Wall Street Journal em Nova York, o projeto de exploração da Shell em condições difíceis no Ártico sofreu uma série de reveses, incluindo danos a uma plataforma de perfuração que encalhou durante transporte no Alasca. A empresa disse que Voser não poderia comentar sobre o programa do Ártico, em parte porque a Guarda Costeira americana está investigando o acidente. Mas o executivo de 54 anos discutiu o futuro dos combustíveis, as operações nas áreas mais agitadas do mundo e as razões pelas quais as políticas de combustível da China podem ser mais inteligentes do que as dos países ocidentais. Seguem trechos editados:
WSJ: O cenário da energia está mudando e há uma incerteza crescente sobre o futuro dos combustíveis fósseis. Qual a sua visão?
Peter Voser: Prevemos que a demanda por combustíveis vai dobrar nos próximos 40 anos, comparada com a de hoje. Os renováveis serão cerca de um terço disso, [a energia] nuclear estará entre 5% e 10% e o resto ainda virá dos combustíveis fósseis, seja gás, petróleo ou carvão. São necessários ainda investimentos imensos para atender à demanda também no lado dos combustíveis fósseis. E o gás terá um papel dominante e um crescimento muito maior do que, digamos, o petróleo e, num prazo mais longo, também o carvão.
WSJ: A Shell está participando na exploração de gás de xisto na China. As agressivas metas de produção de gás de xisto da China são atingíveis?
Voser: Acreditamos que a China tenha reservas [de xisto] significativas. Elas poderiam ser até maiores que a dos Estados Unidos. A geologia é um pouco mais complexa, então vai custar um pouco mais. Diríamos que as metas deles são ambiciosas, mas estamos tendo apoio para conduzir o desenvolvimento desse xisto. A China está levando isso a sério e tem um histórico de normalmente atingir suas metas.
WSJ: Qual é a diferença entre a exploração na China e no Ocidente?
Voser: Num país como a China nós realmente temos uma política de combustível muito mais firme que na maioria dos países ocidentais. Veja os investimentos realizados em outras partes do setor, como o gás, como os feitos para diminuir o uso do carvão, por exemplo. Você tem uma ideia muito mais clara de onde precisa investir e qual é o objetivo final. E aí, como uma indústria, você pode realmente contribuir. Você dirige seus orçamentos de pesquisa e desenvolvimento; é isso que falta no Ocidente.
WSJ: Falando de política de combustível, o que o sr. precisa que o governo americano faça, principalmente com relação a regulamentar o fraturamento hidráulico?
Voser: Estamos procurando um ambiente de negócios com regras claras que estabeleçam os padrões corretos. Pessoalmente, se elas vêm do governo federal ou estadual, realmente não me importa. Só preciso de clareza sobre o que fazer.
WSJ: Os EUA descobriram muito gás natural dentro de suas fronteiras. O que o sr. acha que vai acontecer com todo esse gás?
Voser: O gás natural é um combustível barato e vantajoso que pode ser novamente usado na industrialização dos EUA. Ele pode trazer as indústrias de manufatura e petroquímica de volta e é lá que os empregos estão. Eu acharia inusitado se os EUA não aproveitarem essa oportunidade. Há vários Estados no meio do país que onde se poderia criar uma área muito industrializada que realmente traga um monte de empregos de volta, que nós terceirizamos em alguma parte do mundo.
WSJ: A Agência Internacional de Energia afirmou que o Iraque precisa produzir seis milhões de barris de petróleo por dia para impedir um aumento considerável nos preços mundiais. A Shell é muito ativa no Iraque. Esse volume é realista?
Voser: Do ponto de vista técnico, é possível. Mas você precisa de estabilidade política e, até agora, está tudo bem. Parei de fazer previsões sobre estabilidade política para além de 12 meses no futuro. Em Basra, a situação da segurança se estabilizou, mas não é um ambiente seguro. Ele melhorou. Não construímos mais instalações com tetos a prova de explosões.
WSJ: A Shell é o maior produtor estrangeiro na Nigéria. Está ficando mais fácil operar lá?
Voser: Se você olhar os últimos cinco, seis anos, o cenário está melhorando. Se olharmos só 2012, [o ambiente de negócios] está indo ladeira abaixo. Onde? Isso no aspecto da corrupção, mas principalmente da sabotagem e do roubo de petróleo. [O roubo de petróleo] é hoje um negócio do tamanho, mais ou menos, de uns US$ 6 bilhões a US$ 7 bilhões por ano. Está se tornando um real gerador de dinheiro no Delta [do Níger], um real gerador de emprego. Isso não é um bom sinal. (Colaborou Tom Fowler.)
A Royal Dutch Shell PLC é um colosso moderno: uma companhia de petróleo e gás natural com ativos em 44 países e US$ 470,2 bilhões em receita anual fluindo de seis continentes. Embora ainda seja uma das maiores produtoras de petróleo do mundo, a empresa está cada vez mais concentrada em gás natural, convertendo-o em diesel limpo no Catar e construindo instalações gigantescas para exportação na Austrália, África e Canadá.
Peter Voser, que se tornou diretor-presidente em 2009, toma as decisões finais sobre investimentos estratégicos de bilhões de dólares que às vezes levam décadas para dar retorno, ao mesmo tempo em que se mantém a par dos acontecimentos políticos em todo o mundo. Seu enorme orçamento de US$ 32 bilhões em 2012 foi três vezes maior que os da Google Inc., Boeing Co. e International Business Machines Corp. combinados.
A Shell tem pela frente o desafio de descobrir mais petróleo e gás para substituir o que ela produz e vende hoje, principalmente porque muitas das melhores regiões ainda exploráveis ou são controladas por governos estrangeiros, ou são tecnicamente difíceis de acessar.
Depois de Voser ter concedido esta entrevista ao The Wall Street Journal em Nova York, o projeto de exploração da Shell em condições difíceis no Ártico sofreu uma série de reveses, incluindo danos a uma plataforma de perfuração que encalhou durante transporte no Alasca. A empresa disse que Voser não poderia comentar sobre o programa do Ártico, em parte porque a Guarda Costeira americana está investigando o acidente. Mas o executivo de 54 anos discutiu o futuro dos combustíveis, as operações nas áreas mais agitadas do mundo e as razões pelas quais as políticas de combustível da China podem ser mais inteligentes do que as dos países ocidentais. Seguem trechos editados:
WSJ: O cenário da energia está mudando e há uma incerteza crescente sobre o futuro dos combustíveis fósseis. Qual a sua visão?
Peter Voser: Prevemos que a demanda por combustíveis vai dobrar nos próximos 40 anos, comparada com a de hoje. Os renováveis serão cerca de um terço disso, [a energia] nuclear estará entre 5% e 10% e o resto ainda virá dos combustíveis fósseis, seja gás, petróleo ou carvão. São necessários ainda investimentos imensos para atender à demanda também no lado dos combustíveis fósseis. E o gás terá um papel dominante e um crescimento muito maior do que, digamos, o petróleo e, num prazo mais longo, também o carvão.
WSJ: A Shell está participando na exploração de gás de xisto na China. As agressivas metas de produção de gás de xisto da China são atingíveis?
Voser: Acreditamos que a China tenha reservas [de xisto] significativas. Elas poderiam ser até maiores que a dos Estados Unidos. A geologia é um pouco mais complexa, então vai custar um pouco mais. Diríamos que as metas deles são ambiciosas, mas estamos tendo apoio para conduzir o desenvolvimento desse xisto. A China está levando isso a sério e tem um histórico de normalmente atingir suas metas.
WSJ: Qual é a diferença entre a exploração na China e no Ocidente?
Voser: Num país como a China nós realmente temos uma política de combustível muito mais firme que na maioria dos países ocidentais. Veja os investimentos realizados em outras partes do setor, como o gás, como os feitos para diminuir o uso do carvão, por exemplo. Você tem uma ideia muito mais clara de onde precisa investir e qual é o objetivo final. E aí, como uma indústria, você pode realmente contribuir. Você dirige seus orçamentos de pesquisa e desenvolvimento; é isso que falta no Ocidente.
WSJ: Falando de política de combustível, o que o sr. precisa que o governo americano faça, principalmente com relação a regulamentar o fraturamento hidráulico?
Voser: Estamos procurando um ambiente de negócios com regras claras que estabeleçam os padrões corretos. Pessoalmente, se elas vêm do governo federal ou estadual, realmente não me importa. Só preciso de clareza sobre o que fazer.
WSJ: Os EUA descobriram muito gás natural dentro de suas fronteiras. O que o sr. acha que vai acontecer com todo esse gás?
Voser: O gás natural é um combustível barato e vantajoso que pode ser novamente usado na industrialização dos EUA. Ele pode trazer as indústrias de manufatura e petroquímica de volta e é lá que os empregos estão. Eu acharia inusitado se os EUA não aproveitarem essa oportunidade. Há vários Estados no meio do país que onde se poderia criar uma área muito industrializada que realmente traga um monte de empregos de volta, que nós terceirizamos em alguma parte do mundo.
WSJ: A Agência Internacional de Energia afirmou que o Iraque precisa produzir seis milhões de barris de petróleo por dia para impedir um aumento considerável nos preços mundiais. A Shell é muito ativa no Iraque. Esse volume é realista?
Voser: Do ponto de vista técnico, é possível. Mas você precisa de estabilidade política e, até agora, está tudo bem. Parei de fazer previsões sobre estabilidade política para além de 12 meses no futuro. Em Basra, a situação da segurança se estabilizou, mas não é um ambiente seguro. Ele melhorou. Não construímos mais instalações com tetos a prova de explosões.
WSJ: A Shell é o maior produtor estrangeiro na Nigéria. Está ficando mais fácil operar lá?
Voser: Se você olhar os últimos cinco, seis anos, o cenário está melhorando. Se olharmos só 2012, [o ambiente de negócios] está indo ladeira abaixo. Onde? Isso no aspecto da corrupção, mas principalmente da sabotagem e do roubo de petróleo. [O roubo de petróleo] é hoje um negócio do tamanho, mais ou menos, de uns US$ 6 bilhões a US$ 7 bilhões por ano. Está se tornando um real gerador de dinheiro no Delta [do Níger], um real gerador de emprego. Isso não é um bom sinal. (Colaborou Tom Fowler.)
Fonte: Valor Econômico

3- Competitividade brasileira 
Os custos logísticos da indústria sucroenergética tiveram elevação significativa ao longo de 2012 em todo o Brasil, especialmente em São Paulo.
Para o açúcar, o frete rodoviário com destino ao Porto de Santos, principal destino para a exportação, foi negociado em média a R$ 88,96 por tonelada em setembro. Foi o quarto mês seguido de alta do preço do frete de açúcar, com valorização de 8,2% acima do registrado em agosto. A elevação dos preços do frete de junho a setembro pode ser explicada pelo aumento gradual das exportações de açúcar ao longo dos meses, além da concorrência do transporte de açúcar com outras culturas agrícolas.
Em outubro, o preço do frete de açúcar para Santos estabilizou na cifra de R$ 88,86, em média, no Estado paulista, resultando em aumento de 20,7% no acumulado do ano. No mês, a estabilização foi incentivada pelo aumento do fluxo de açúcar para o mercado externo pelo modal ferroviário, aliviando a demanda pelo modal rodoviário, que ainda é dominante na matriz de transportes brasileira.
O frete de caminhões que transportam etanol no Estado de São Paulo em setembro registrou aumento de 10,7% em média, se comparado ao mês anterior. Outubro freou essa tendência de alta, com redução de 2%, e o frete foi negociado a R$ 90,72/m³, ponderado pelas microrregiões canavieiras. A mudança no cenário pode ser explicada pelo fato de que grandes produtores de etanol estão estocando o biocombustível para comercialização no período entressafra, especialmente de dezembro e janeiro, a fim de obter preços maiores. O preço médio do frete rodoviário de etanol com destino à distribuidora de Paulínia também apresentou redução, com índices apontando menos 5,1%, comparado a setembro. O aumento do frete de etanol acumulado no ano para o Estado de São Paulo chega a 24,5%.
A expressiva valorização no custo do transporte rodoviário ao longo de 2012 foi certamente influenciada pela lei trabalhista 12.619/2012, que entrou em vigor em setembro e estabeleceu novas regras para a jornada de trabalho dos motoristas de caminhão. Entre as principais medidas, a lei limitou a jornada diária dos caminhoneiros ao exigir descanso diário de no mínimo 11 horas para cargas acima de 4,5 toneladas, comprometendo o rendimento nas estradas. Considerando que o transporte de açúcar e etanol aos principais portos é feito, em grande parte, por rodovias, há poucas alternativas imediatas para mitigar os custos adicionais gerados pelas novas regras.
Como reação à lei, o setor de logística foi levado a reajustar, em alguns casos, em mais de 30% o valor do frete, a depender da região e da distância da rota. Além do aumento do frete, a introdução da lei trabalhista que regulamenta a profissão dos motoristas exigirá da indústria investimentos na aquisição de novos veículos aliados à contratação de mais funcionários para atender à demanda por transporte.
A elevação do preço do frete rodoviário em 2012 também é reflexo dos reajustes no preço do diesel na bomba. O governo federal autorizou dois acréscimos no valor do produto na refinaria: o primeiro, em junho, foi de 3,94%; e o segundo foi de 6%, em julho. Como medida para atenuar o impacto desses aumentos na inflação e também para o consumidor, o primeiro aumento foi acompanhado de redução a zero na cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). Ainda assim, os reajustes provocaram repasse de até 4% ao consumidor final.
O setor precisa recuperar competitividade no mercado interno e, especialmente, no externo, mas o aumento de custos do frete rodoviário e o subsequente agravamento causado pelas desvalorizações acentuadas que os preços de açúcar e etanol registraram ao longo do ano tornam a situação complexa. Mais do que nunca, é preciso que a indústria sucroenergética busque soluções tecnológicas e de gestão, de forma a atender às fortes demandas por açúcar e etanol do futuro. 
Guilherme Nastari
Mestre em agroenergia e diretor da Datagro.

sábado, 12 de janeiro de 2013

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 115


I –  NOTÍCIAS

1- Empresas que seguem no edital do Inova Petro serão anunciadas a partir do dia 15/01 
A partir do dia 15/01, serão anunciadas as empresas cujas Cartas de Manifestação de Interesse em participar do Programa Inova Petro foram aprovadas. As companhias que seguirem na chamada, estarão habilitadas a apresentarem seus planos de negócio.
Após o encerramento da primeira etapa do edital do Programa Inova Petro, no dia 30/11, as três organizadoras – FINEP, BNDES e Petrobras – receberam uma demanda de R$ 2,7 bilhões por meio de 38 Cartas de Manifestação de Interesse.
Este número ainda poderá apresentar variações, considerando que foi solicitado às empresas, nessa fase, apenas a indicação da estimativa de apoio necessário.
A distribuição de projetos por Linha Temática teve 23 propostas na Linha 1 (Tecnologias Aplicáveis em Processamento de Superfície), 24 na Linha 2 (Tecnologias Aplicáveis em Instalações Submarinas), e 15 na Linha 3 (Tecnologias Aplicáveis em Poços). Vale lembrar que, de acordo com o edital, na Carta de Manifestação poderia ser indicada a necessidade de apoio em mais de uma Linha Temática.
Os recursos solicitados estão próximos do orçamento total previsto para o Programa Inova Petro, que é de R$ 3 bilhões.

2- SKF terá centro de pesquisa no Rio
O grupo sueco SKF, um dos maiores produtores de rolamentos do mundo, vai inaugurar, este ano, um centro de inovação tecnológico em serviços, voltado para o setor de óleo e gás, na cidade do Rio de Janeiro. Será o quarto no mundo com esse perfil. A unidade deverá ser instalada na Ilha do Fundão, zona norte da cidade do Rio, onde diversas companhias de petróleo como Petrobras, Schlumberger, FMC e Halliburton têm centros de pesquisa e inovação.
Hamilton Porciuncula, gerente do segmento de óleo e gás da SKF na América Latina, disse que a expectativa é que o investimento total e o local escolhido para a unidade sejam definidos até março. Inicialmente o centro terá, no mínimo, 400 metros quadrados e abrigará cerca de oito funcionários, podendo atingir cerca de 24 pesquisadores em dois anos. "Nosso investimento em inovação está em linha com a estratégia tão enfatizada pela presidente da Petrobras, Graças Foster, de aumentar a eficiência reduzindo custos", disse o executivo.
Atualmente, a SKF tem três centros de inovação tecnológica em serviços com foco no setor de óleo e gás nos Estados Unidos, em Cingapura e na Escócia. A Arábia Saudita também receberá um centro como esse ainda este ano. O grupo investe cerca de 1,5%, ao ano, do faturamento global em pesquisa e concentra todos os projetos globais de inovação na Holanda.
Além das unidades focadas em óleo e gás, o grupo tem ainda 17 centros de pesquisa e desenvolvimento com foco na indústria pesada, em 15 países. Um deles fica no município de Cajamar (SP). Construída em 2009, a unidade custou cerca de R$ 5 milhões e tem hoje 2,5 mil metros quadrados.
A iniciativa de construção de uma unidade de pesquisa dirigida ao segmento de petróleo e gás faz parte dos planos da SKF, tradicionalmente fornecedora de equipamentos para a indústria automotiva no Brasil, de expandir suas atividades nos atuais setores brasileiros de destaque: naval, óleo, gás e energia. "Estamos buscando expandir nossas atividades ligadas ao petróleo. O Brasil está em um momento muito bom", afirmou Porciuncula.
O executivo reiterou que os setores de petróleo, gás, energia e naval devem responder juntos por um faturamento de R$ 50 milhões na SKF Brasil em 2015, mais de quatro vezes a receita esperada pela empresa nesses setores para 2012, de R$ 12 milhões.
Presente em mais de 100 países, com mais de 120 unidades industriais, o faturamento mundial da SKF atingiu US$ 9,5 bilhões em 2011. O grupo chegou ao Brasil em 1915, oito anos depois de sua fundação. Em 2011, faturou cerca de R$ 800 milhões no País, onde tem duas fábricas na unidade industrial de Cajamar (SP), que produz rolamentos para veículos leves e pesados.

3- Autorizada a realização da 11ª Rodada
Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão
A presidenta Dilma Rousseff reuniu-se na manhã desta quinta-feira (10) com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão para discutir a exploração de gás e petróleo no país. Na audiência, a presidenta assinou as disposições legais para a autorização da 11ª rodada de licitações de blocos exploratórios de petróleo e autorizou o cancelamento da 8ª rodada, suspensa desde 2009.
Em coletiva, Lobão destacou que o país passará a explorar o gás de xisto e que uma licitação especial deverá ser feita até dezembro deste ano. Sobre possível crise no setor elétrico, o ministro disse que o assunto não foi discutido e garantiu: "Estamos produzindo energia elétrica na medida da necessidade brasileira".
Segundo Lobão, a data divulgada no final de setembro do ano passado para a realização da 11ª rodada de licitações, maio de 2013, será mantida. Houve, no entanto, a redução da quantidade de blocos, que passou de 174 para 172, devido a questões ambientais. Os blocos estão divididos entre terra e mar. Em novembro, serão realizados novos leilões, incluindo pela primeira vez a região do pré-sal.
A questão dos royalties não deve ser impedimento para os leilões, segundo o ministro. "A discussão no Congresso não terá influência. A lei foi aprovada, a presidenta vetou partes e agora está em vigência", disse Lobão.
A exploração do gás de xisto, de acordo com o ministro, deverá receber destaque em 2013. A intenção será descentralizar a área de exploração. As bacias que participarão das licitações serão as do Parnaíba, nos estados do Maranhão, do Piauí e Tocantins; do São Francisco, em Minas Gerais e na Bahia; do Recôncavo, também na Bahia; e do Paraná, que compreende faixa que vai do Rio Grande do Sul a Mato Grosso.
O gás de xisto, conhecido como shale gas nos Estados Unidos, poderá tornar o país mais competitivo. O gás, de petróleo ou de xisto, é a principal matéria-prima para a fabricação de componentes básicos da indústria petroquímica.
Segundo a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, também presente à coletiva, recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) desde 2007 favorecem a exploração do solo brasileiro. "Precisamos nos apoderar do subsolo do nosso país", disse.
A presidente Dilma Rousseff reuniu-se na manhã desta quinta-feira (10) com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão para discutir a exploração de gás e petróleo no país. Na audiência, a presidente assinou as disposições legais para a autorização da 11ª Rodada de licitações de blocos exploratórios de petróleo e autorizou o cancelamento da 8ª Rodada, suspensa desde 2009.
Em coletiva, Lobão destacou que o país passará a explorar o gás de xisto e que uma licitação especial deverá ser feita até dezembro deste ano. Sobre possível crise no setor elétrico, o ministro disse que o assunto não foi discutido e garantiu: "Estamos produzindo energia elétrica na medida da necessidade brasileira".
Segundo Lobão, a data divulgada no final de setembro do ano passado para a realização da 11ª Rodada de licitações, maio de 2013, será mantida. Houve, no entanto, a redução da quantidade de blocos, que passou de 174 para 172, devido a questões ambientais. Os blocos estão divididos entre terra e mar. Em novembro, serão realizados novos leilões, incluindo pela primeira vez a região do pré-sal.
A questão dos royalties não deve ser impedimento para os leilões, segundo o ministro. "A discussão no Congresso não terá influência. A lei foi aprovada, a presidenta vetou partes e agora está em vigência", disse Lobão.
A exploração do gás de xisto, de acordo com o ministro, deverá receber destaque em 2013. A intenção será descentralizar a área de exploração. As bacias que participarão das licitações serão as do Parnaíba, nos estados do Maranhão, do Piauí e Tocantins; do São Francisco, em Minas Gerais e na Bahia; do Recôncavo, também na Bahia; e do Paraná, que compreende faixa que vai do Rio Grande do Sul a Mato Grosso.
O gás de xisto, conhecido como shale gas nos Estados Unidos, poderá tornar o país mais competitivo. O gás, de petróleo ou de xisto, é a principal matéria-prima para a fabricação de componentes básicos da indústria petroquímica.
Segundo a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, também presente à coletiva, recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) desde 2007 favorecem a exploração do solo brasileiro. "Precisamos nos apoderar do subsolo do nosso país", disse.
Fonte: Agência Brasil

4- Petrobras confirma acumulação de óleo leve no ES
Mapa da região. Agência Petrobras
A Petrobras comunicou que o poço de extensão 3-BRSA-1128-ESS, cujo objetivo é a delimitação de acumulação, confirmou a ocorrência de petróleo leve e gás em reservatórios arenosos no pós-sal da Bacia do Espírito Santo. A descoberta da acumulação já havia sido anunciada em 17 de dezembro de 2010, quando ocorreu a perfuração do poço 1-BRSA-882-ESS, conhecido como Indra.
O novo poço, informalmente denominado como Arjuna, faz parte do Plano de Avaliação do 1-BRSA-882-ESS (Indra), e está localizado a cerca de 130 km da costa do estado do Espírito Santo e a 0,9 km a noroeste do poço descobridor.
Os reservatórios com petróleo têm espessura total em torno de 200 metros e estão a aproximadamente 3.679 metros, em profundidade d’água de 2.143 metros.
Será realizado teste de formação, cujo objetivo é avaliar a produtividade do reservatório. Conforme constatado no poço descobridor, o óleo encontrado é de boa qualidade (29º API).
O consórcio da concessão BM-ES-22A (Bloco ES-M-527), formado pela Petrobras (75%), como operadora, e Vale (25%), dará prosseguimento às atividades e aos investimentos previstos no Plano de Avaliação da Descoberta (PAD), aprovado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A Petrobras comunicou que o poço de extensão 3-BRSA-1128-ESS, cujo objetivo é a delimitação de acumulação, confirmou a ocorrência de petróleo leve e gás em reservatórios arenosos no pós-sal da Bacia do Espírito Santo. A descoberta da acumulação já havia sido anunciada em 17 de dezembro de 2010, quando ocorreu a perfuração do poço 1-BRSA-882-ESS, conhecido como Indra.
O novo poço, informalmente denominado como Arjuna, faz parte do Plano de Avaliação do 1-BRSA-882-ESS (Indra), e está localizado a cerca de 130 km da costa do estado do Espírito Santo e a 0,9 km a noroeste do poço descobridor.
Os reservatórios com petróleo têm espessura total em torno de 200 metros e estão a aproximadamente 3.679 metros, em profundidade d’água de 2.143 metros.
Será realizado teste de formação, cujo objetivo é avaliar a produtividade do reservatório. Conforme constatado no poço descobridor, o óleo encontrado é de boa qualidade (29º API).
O consórcio da concessão BM-ES-22A (Bloco ES-M-527), formado pela Petrobras (75%), como operadora, e Vale (25%), dará prosseguimento às atividades e aos investimentos previstos no Plano de Avaliação da Descoberta (PAD), aprovado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Fonte: Agência Petrobras

5- Empresa nacional faz parceria com grupo francês para tecnologias
Algolix, empresa 100% nacional reconhecida na prestação de serviços de usinagem, firmou parceria com o grupo francês Europe Technologies, visando introduzir no país novas competências tecnológicas voltadas para os setores de energia, defesa, aeronáutica e agroalimentar, por exemplo, em crescente expansão.
A parceria que se baseia na área de atuação histórica da Algolix no mercado nacional proporcionará a expansão dos negócios como representante local de soluções completas de alta qualidade e custos competitivos da Europe Technologies, já reconhecidos por grandes clientes mundiais como Airbus, Safran, General Electric, DCNS, EDF, Renault, Valeo, Danone, Mars, entre outros.
Esse acordo que já se iniciou pela representação de produtos e pelo aprendizado entre as partes via colaboração técnica em projetos e compra de serviços entre as empresas, tem o foco no fortalecimento e na consolidação de ambas nos mercados brasileiro e global.
Em termos práticos, a parceria é a entrada no painel de fornecedores da Embraer com venda, via representação da empresa brasileira, de equipamento de corte por ultrassom.
Além da divisão mecânica, a parceria abrange negócios com as demais divisões da Europe Technologies, que contam com a disponibilidade de equipamentos de alta tecnologia para manutenção de grandes estruturas móveis e imóveis, tecnologias avançadas de 'shot peening' e alívio de tensão de soldas por ultrassom, máquinas e soluções para solda por ultrassom (peças plásticas, embalagens, corte alimentar, etc.), soluções para processos de materiais compósitos, contando com laboratório interno para validação de produtos e processos, entre outros.
Segundo Patrick Cheppe, CEO do grupo Europe Technologies, a parceria reflete o desenvolvimento de sua estratégia global a partir da diversificação geográfica, tendo o Brasil como um dos principais focos de sua atuação, além de responder localmente às necessidades dos clientes internacionais. “A escolha da Algolix nos pareceu óbvia ao se basear nos valores humanos e profissionais da direção da empresa, que conta ainda com um profissional experiente em ambas as culturas que nos suporta em todas as tratativas”.
A Europe Technologies quer promover sua inovação tecnológica em soluções junto com o reconhecimento de seu parceiro no mercado brasileiro, em setores como aeronáutica, energia e defesa.
Ao compartilhar dos mesmos valores e ideais, Reginaldo Finisguerra de Azevedo, CEO da Algolix, acredita no acerto dessa parceria e representação do grupo Europe Technologies no país. “Nós sempre buscamos a inovação e o desenvolvimento contínuo e este passo representa novos desafios para nós. Estamos certos que ambos ganharão com este acordo em termos sociais, econômicos e em satisfação de nossos clientes”, completa.
Algolix, empresa 100% nacional reconhecida na prestação de serviços de usinagem, firmou parceria com o grupo francês Europe Technologies, visando introduzir no país novas competências tecnológicas voltadas para os setores de energia, defesa, aeronáutica e agroalimentar, por exemplo, em crescente expansão.
A parceria que se baseia na área de atuação histórica da Algolix no mercado nacional proporcionará a expansão dos negócios como representante local de soluções completas de alta qualidade e custos competitivos da Europe Technologies, já reconhecidos por grandes clientes mundiais como Airbus, Safran, General Electric, DCNS, EDF, Renault, Valeo, Danone, Mars, entre outros.
Esse acordo que já se iniciou pela representação de produtos e pelo aprendizado entre as partes via colaboração técnica em projetos e compra de serviços entre as empresas, tem o foco no fortalecimento e na consolidação de ambas nos mercados brasileiro e global.
Em termos práticos, a parceria é a entrada no painel de fornecedores da Embraer com venda, via representação da empresa brasileira, de equipamento de corte por ultrassom.
Além da divisão mecânica, a parceria abrange negócios com as demais divisões da Europe Technologies, que contam com a disponibilidade de equipamentos de alta tecnologia para manutenção de grandes estruturas móveis e imóveis, tecnologias avançadas de 'shot peening' e alívio de tensão de soldas por ultrassom, máquinas e soluções para solda por ultrassom (peças plásticas, embalagens, corte alimentar, etc.), soluções para processos de materiais compósitos, contando com laboratório interno para validação de produtos e processos, entre outros.
Segundo Patrick Cheppe, CEO do grupo Europe Technologies, a parceria reflete o desenvolvimento de sua estratégia global a partir da diversificação geográfica, tendo o Brasil como um dos principais focos de sua atuação, além de responder localmente às necessidades dos clientes internacionais. “A escolha da Algolix nos pareceu óbvia ao se basear nos valores humanos e profissionais da direção da empresa, que conta ainda com um profissional experiente em ambas as culturas que nos suporta em todas as tratativas”.
A Europe Technologies quer promover sua inovação tecnológica em soluções junto com o reconhecimento de seu parceiro no mercado brasileiro, em setores como aeronáutica, energia e defesa.
Ao compartilhar dos mesmos valores e ideais, Reginaldo Finisguerra de Azevedo, CEO da Algolix, acredita no acerto dessa parceria e representação do grupo Europe Technologies no país. “Nós sempre buscamos a inovação e o desenvolvimento contínuo e este passo representa novos desafios para nós. Estamos certos que ambos ganharão com este acordo em termos sociais, econômicos e em satisfação de nossos clientes”, completa.
Fonte: Redação


II –  COMENTÁRIOS

1- Osório de Brito, do INEE: Esgota-se o modelo atual do setor elétrico brasileiro?
A necessidade de reservar quantidades expressivas de gás para as termelétricas vem causando distorções no mercado do combustível. O Setor Elétrico brasileiro desenvolveu-se a base da hidroeletricidade, alcançando, no passado, a quase 90% da geração elétrica do país; por uma dádiva da natureza, as principais usinas localizavam-se próximas dos centros de consumo, de certa forma concentradas no Sul-Sudeste-Centro Oeste. Concomitantemente, desenvolveu-se o aproveitamento hidrelétrico do Rio São Francisco e da própria Região Nordeste, permanecendo, apenas, a Região Norte não interligada. Esta característica exigiu a construção de uma rede de transmissão com dupla função, a de transmitir a energia para o seu consumo e a de interligar as regiões pois, como todas estas usinas estavam dotadas de reservatórios, tornava-se possível a transferência de energia de uma região para outra, de uma com alta pluviometria para outra sofrendo uma estiagem prolongada.
Ademais, o setor acostumou-se aos “favores” da natureza, isto é, se a demanda crescia, uma nova hidrelétrica era construída. O país pautou a sua estratégia de crescimento pelo lado da oferta e, de certa forma, desincentivou o desenvolvimento da autoprodução e, consequentemente, da geração distribuída. A medida que o sistema interligava-se, crescia e tornava-se complexa a rede de transmissão. O Sistema Interligado, então, passou a exigir um órgão central de controle, para organizar o despacho das diversas usinas em função das variações da demanda e da capacidade dos reservatórios. Originou-se, consequentemente, um sistema centralizado, como passou a ser o setor elétrico brasileiro.
Quando o gás boliviano chegou, o país, preso a uma cultura de “sistema centralizado”, ao contrário da maioria dos países europeus que o priorizou pela sua eficiência de uso, a cogeração, decidiu criar uma “Plano de Termelétricas”, a serem controladas centralizadamente; este Plano frustrou-se por razões várias.
É claro que, com uma base hídrica, com o crescimento do país e, obviamente, da demanda, o setor tornou-se refém do regime de chuvas. Em 2001, com os reservatórios vazios, sem capacidade de transferência de energia e com um parque térmico ainda pequeno, o país conheceu um racionamento. Na época, a média do acumulo de água nos vários reservatórios alcançou níveis mínimos, menos de 23% do total. Somente com a volta das chuvas, foi possível encerrá-lo e, embora forçado pela redução compulsória do consumo, a sociedade brasileira manteve, por longo tempo após este encerramento, uma eficientização no uso da eletricidade, inaproveitada pelas autoridades pois esta eficientização foi se reduzindo paulatinamente até que os níveis de consumo voltaram aos anteriormente obtidos.
O país, então, desenvolveu um parque térmico a fim de evitar novo episódio desta natureza. Gerou-se, então, ao lado do parque hídrico, um parque formado, hoje, por 68 termelétricas, cerca de metade a base da queima de gás e a outra metade a base de óleo combustível ou diesel, parque térmico este refém das chuvas pois as termelétricas só são despachadas diante da possibilidade de sua falta ou de aumentos desmesurados ou imprevisíveis de demanda. Esta característica tornou o gás também refém da pluviometria pois houve a necessidade de reservar parcela significativa deste gás para atender o setor elétrico, agora não mais só boliviano mas, também, brasileiro.
Observa-se, agora, a manutenção da base hídrica setorial com a continuação da construção de novas usinas só que, as de maior porte, (1) não se localizam mais próximas dos centros de consumo e, (2) por razões topográficas e, principalmente, ambientais, não são mais dotadas de reservatórios extensos ou são a fio d´água, além de se situarem majoritariamente na Região Amazônica. Reduz-se, consequentemente, a capacidade de transferência de energia das regiões densamente abastecidas por chuvas para as assoladas por estiagens duradouras.
2012: Situação extremamente perigosa para o setor: (1) Furnas apresentou-se em dezembro, inicio do período chuvoso, com apenas 12% de sua capacidade de reservação, apenas a 3,4 m acima do mínimo necessário para que a usina possa operar normalmente; (2) os demais reservatórios localizados no Centro-Oeste e no Sudeste, com apenas 30% de sua capacidade: (3) conclusão:: 68 termelétricas estão em plena operação. Esta estiagem levou o consumo de gás natural no país ao segundo recorde histórico: 70,9 milhões de metros cúbicos por dia demandados pelos consumidores em novembro, o que significa uma alta de 41,5% sobre o mesmo mês de 2011. Esta é a diferença para a situação de 2001 pois, hoje, o parque térmico, antes pouco desenvolvido, tem capacidade para sustentar a oferta de eletricidade na expectativa da presença de chuvas até o final do período chuvoso, que se finda em abril. Evidencia-se, assim, uma situação de risco, de como o país, hoje, voltando a crescer, tornar-se-á refém das chuvas.
Esta situação tem provocado uma distorção significativa no mercado de gás pois tem impedido a sua oferta firme para a indústria, que o utiliza seja como matéria prima, como, por exemplo, alguns segmentos químicos, seja como energético adequado para queima, como nos segmentos cerâmicos, de vidros e a cogeração. A necessidade de reservar quantidades expressivas para atender as estiagens, a exemplo do que está ocorrendo hoje, está obrigando este mercado gasífero a estabelecer uma parcela para atendimento interruptível, que não atende nem a indústria nem a cogeração e nem permite a expansão do mercado secundário ainda incipiente e limitado regionalmente. Somando-se a este aspecto altamente limitativo, o alto preço e os freios criados para os novos leilões mostram uma inadequação do emprego do gás e de sua real participação, como um energético nobre, na matriz energética brasileira.
Esgota-se ou não o modelo atual praticamente calcado na hidreletricidade? Não será o momento de alterar o emprego das termelétricas no sentido de criar um verdadeiro modelo termo-hídrico, onde elas complementam o parque hídrico na base do sistema? De incentivar a geração distribuída, como acontece em todos os países europeus e norte- americanos? De liberar o mercado de gás para que ele cumpra com as suas reais características, aquelas que permitem um fornecimento firme e não interruptível, como é o desejo de seus principais consumidores?
Fonte: Canal Energia

2- O mercado brasileiro de biocombustíveis em 2012 
A produção de etanol, até setembro de 2012, registrou uma queda de 11,3% em relação ao mesmo período de 2011. Tanto a produção de etanol anidro quanto a de hidratado sofreram redução de 7,5% e 13,6%, respectivamente, no período analisado. 
O volume comercializado de etanol hidratado foi o menor registrado nos primeiros dez meses do ano desde 2008, enquanto a gasolina registrou um crescimento de 12,9% no período. Com o preço da gasolina subsidiado, o uso do etanol perde competitividade deixando claro que a política de congelamento de preço da gasolina desequilibra o mercado de combustíveis.
Este período adverso para o setor de etanol se segue a uma época de grande crescimento, quando o elevado preço do petróleo e as pressões ambientais trouxeram o biocombustível para o centro das atenções, como um combustível renovável alternativo à gasolina. 
As idas e vindas do setor de etanol, que se repetem desde a década de 70 com o Proálcool, tiram previsibilidade do investidor, gerando custos e inviabilizando o aumento da produtividade no setor. 
Com relação ao mercado de biodiesel, a produção nacional até setembro em 2012 apresentou um leve decréscimo de 0,7% em relação a 2011, atingindo uma média de 218 mil megtros cúbicos por mês. A produção nacional, ainda, permanece concentrada nas regiões Centro-Oeste e Sul. 
O óleo de soja e a gordura bovina continuaram sendo as principais matérias-primas utilizadas, representando mais de 90% do total. A capacidade instalada continua crescendo, porém em um ritmo muito mais lento do que o observado nos últimos anos. Essa diminuição é reflexo da baixa utilização que o setor vem apresentando, com uma ociosidade média de 58% no ano. 
A principal mudança no mercado de biodiesel foi o estabelecimento de um novo modelo para os leilões do biocombustível. Nas novas regras, a variável preço não é mais o único determinante para escolha do vencedor, uma vez que serão considerados outros fatores como a qualidade do produto, as condições de logística e localização, além da garantia de entrega. 
Tanto o setor de biodiesel quanto o de etanol carecem de uma política de longo prazo. O estabelecimento de marcos regulatórios é necessário para a definição de um horizonte de planejamento destinado aos investimentos e ao crescimento da produtividade. O Brasil não pode abrir mão de sua vantagem comparativa na produção de biocombustíveis limpos e renováveis. 
A posição de vanguarda na produção de biocombustíveis é estratégica e exerce papel importante para a competitividade do país, principalmente num cenário no qual questões ambientais, como as emissões de gases do efeito estufa, se tornam mais relevantes.
*Texto originalmente divulgado no Portal Brasil Econômico em 10/01/2013. 
Adriano Pires
Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE)