segunda-feira, 27 de agosto de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 97

I – NOTÍCIAS

1- Para Gerdau, plano de concessões muda mercado
Noticiário cotidiano - Portos e Logística
O empresário Jorge Gerdau, presidente da Câmara de Gestão e Competitividade do governo federal, afirmou que o plano de concessões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos do governo federal vai permitir ao País ter índices de investimento mais elevados do que os atuais.
Segundo ele, isso poderá auxiliar na recuperação do crescimento do País. O plano de ferrovias e rodovias, anunciado pela presidente Dilma Rousseff, prevê R$ 133 bilhões em obras de infraestrutura nos próximos 25 anos.
“A definição de concessões já modifica o comportamento do mercado, mas os impactos desse processo não são de um dia pro outro. Percebe-se que está havendo uma reversão (do crescimento). O Brasil, comparado com outros países, está conduzindo bem esse processo. Com contratos inteligentes (do plano de concessões) vamos poder ter índices de investimento mais elevados que temos”, afirmou o empresário que participou de seminário no Palácio do Planalto.
Na avaliação de Jorge Gerdau, é preciso reconhecer que o País está crescendo, porém sofre com os reflexos da crise econômica internacional.
De acordo com o empresário Jorge Gerdau, a Câmara de Gestão tem sido consultada e apresentada aos principais pontos dos planos de concessões de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias.
Em relação aos projetos voltados aos aeroportos, o empresário se disse “extremamente bem impressionado”, a despeito de uma desconfiança inicial em relação às empresas vencedoras das concessões. Jorge Gerdau afirmou estar esperançoso quanto à ampliação dos serviços prestados e o aumento da qualidade.
“Vamos ter uma qualidade e uma capacidade de ampliação de serviços extremamente importante. Então, eu vi um grande debate de que as empresas vencedoras eventualmente não teriam capacidade, mas pelo fato de elas terem chamado as melhores do mundo para trabalhar junto na construção das soluções, eu criei uma esperança altamente positiva”, disse. Em relação ao plano de concessões de portos, o empresário afirmou que o importante é ampliar a competitividade e reduzir os custos.
Fonte: Jornal do Commercio/RS

2- Casco da P-74 realiza primeira manobra para conversão
A Petrobras realizo a primeira docagem do navio Petrobras 74 no Estaleiro Inhaúma, no Rio de Janeiro (RJ). A conclusão dessa manobra possibilita o início das obras de conversão do casco em uma Unidade de produção, a P-74 - anunciada há dois anos e com prazo de entrada no estaleiro em 24 de agosto de 2012.
Esta será a primeira conversão de casco dessa natureza a ser feita no Brasil. A P-74 será também o primeiro FPSO (navio-plataforma) com destino aos campos da Cessão Onerosa, no pré-sal na Bacia de Santos. A inspeção das chapas do casco e a desmontagem de equipamentos originais do navio serão as primeiras atividades da conversão.
A conversão também prevê o reforço estrutural do casco; a construção de novos módulos de acomodação, que terão capacidade para 110 pessoas; a substituição integral dos equipamentos originais, além da fabricação e instalação de 13 mil toneladas de estruturas novas necessárias para suportação dos módulos, das linhas de produção e do novo sistema de ancoragem entre outros. As obras de conversão da P-74 têm previsão de término em junho de 2014.
A Operação
O navio P-74, hoje um petroleiro do tipo VLCC (Very Large Crude Carrier), saiu na segunda-feira (20) às 9h do Porto do Rio de Janeiro, onde estava atracado desde sua chegada ao Brasil, em novembro passado. Durante as manobras e o transporte até o Estaleiro Inhaúma foram utilizados seis rebocadores, sendo quatro no reboque propriamente dito e dois de reserva. Após a passagem pelo vão central da Ponte Rio-Niterói o navio foi conduzido até o estaleiro. Para a entrada do navio no dique foram utilizados guinchos existentes no estaleiro. Toda a operação, desde a saída do porto até a entrada no dique, durou cerca de 6 horas.
O estaleiro ainda receberá as obras de conversão da P-75, P-76 e P-77, também destinadas aos campos da Cessão Onerosa. A Petrobras assinou o contrato de conversão para todas as plataformas em maio de 2012 com o Estaleiro Enseada Paraguaçu, consórcio formado pelas empresas Norberto Odebrecht S/A, OAS Ltda e UTC Engenharia S/A, e que possuem como parceiro tecnológico a empresa japonesa Kawasaki Heavy Industries. O valor global é de US$ 1,7 bilhão e as obras terão conteúdo nacional de 70%, com geração de cerca de 5 mil empregos diretos no pico das atividades.
Após a conclusão dessa etapa de conversão, cada casco será transportado até outro canteiro. A partir daí, será iniciada a etapa de integração, ou seja, a instalação de módulos da planta de processo sobre os cascos convertidos. Os contratos de construção e integração dos módulos serão assinados até abril de 2013.
Estaleiro Inhaúma
A primeira docagem do navio Petrobras 74 representa o início de uma nova era para o Estaleiro Inhaúma. Na década de 80, ele foi o segundo maior estaleiro do mundo na construção de navios. Porém, devido à decadência da indústria naval brasileira no final dos anos 80 e nos anos 90, acabou sendo abandonado e deteriorou-se durante mais de uma década sem atividades.
Para atender as crescentes demandas da Petrobras, a companhia arrendou o Estaleiro em junho de 2010 e assumiu a sua gestão por um período de 20 anos. Assim, a estatal iniciou a reforma do estaleiro e já reconstruiu importantes instalações como, por exemplo, o dique seco, que após um conjunto de obras de recuperação, encontra-se novamente em condições de uso.
A conversão do navio Petrobras 74 será a primeira grande obra realizada no Inhaúma após a sua retomada.
Fonte: Agência Petrobras

3- HRT comunica nova descoberta de hidrocarbonetos na Bacia do Solimões
A HRT O&G Exploração e Produção de Petróleo Ltda. encaminhou à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Notificação de Descoberta de gás no poço 1-HRT-9-AM.
Segundo a companhia, com base em indícios de hidrocarbonetos em amostras de calha, detector de gás e dados de perfilagem foram constatados reservatórios com três intervalos portadores de gás na Formação Juruá, entre 2.740 e 2.800 metros de profundidade, com cerca de 30 metros de espessura líquida.
“Sem dúvida este poço pode ser considerado o portador das melhores características de permo-porosidade e espessura líquida já constatada entre todas as perfurações anteriores da HRT”, comentou Milton Franke, diretor presidente da HRT O&G.
O poço 1- HRT-9-AM confirma mais uma vez a extensão do alinhamento gaseífero para sudoeste, abrindo portanto um novo potencial exploratório na área do bloco SOL-T-191. Esta descoberta juntamente com as três já realizadas pelos poços 1-HRT-2-AM, 1-HRT-5-AM e 1-HRT-8-AM confirmam o grande potencial do Pólo Gaseífero de Tefé e representam um importante avanço no objetivo da HRT de viabilizar a monetização do gás natural na Bacia do Solimões.
Iniciada em 16 de junho de 2012, a perfuração alcançou a profundidade final de 2.960 metros, atingindo o embasamento. A perfuração foi realizada em tempo recorde de 60 dias, constituindo, portanto, um marco histórico nas operações de perfuração da HRT.
Tal fato é produto de uma curva de aprendizado onde novas tecnologias foram aplicadas e permitirão que a HRT alcance melhorias significativas tanto em termos de custo como em quantidade de poços a serem perfurados na região. O poço será revestido para a realização de testes de formação visando avaliar o potencial de produção dos reservatórios.
O poço 1-HRT-9-AM está localizado no município de Carauari, Estado do Amazonas, e foi perfurado pela sonda QG-IX, da Queiroz Galvão.
HRT opera na Bacia do Solimões, juntamente com a TNK-Brasil, uma subsidiária da TNK-BP, esta uma joint venture Russa formada entre a BP e o consórcio AAR.
A HRT O&G Exploração e Produção de Petróleo Ltda. encaminhou à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Notificação de Descoberta de gás no poço 1-HRT-9-AM.
Fonte: Redação TN Petróleo

4- BP suspende produção no Golfo do México por tempestade
Fonte: Agência Estado - 24/08/2012
A BP informou que começou a retirar seus funcionários da plataforma Thunder Horse, no leste do Golfo do México, e vai suspender sua produção de gás e petróleo no local como medida preparatória para a chegada da tempestade tropical Isaac.
A empresa também disse que vai retirar funcionários não essenciais de suas instalações em alto-mar em Mississippi Canyon, dentre elas Na Kika, Horn Mountain e Marlin. A BP pode adotar medidas adicionais para garantir a segurança de seus funcionários nesses locais, dependendo da trajetória da tempestade.
Outras empresas petrolíferas no Golfo informaram que continuam a monitorar a tempestade. A tempestade tropical Isaac está a sudoeste da República Dominicana e se move para o oeste, segundo dados do Centro Nacional de Furacões dos EUA.
A expectativa é de que a tempestade tome a direção noroeste, informou o mais recente comunicado do centro. Avisos de tempestade tropical foram emitidos na República Dominicana, Haiti, em alguns províncias de Cuba e no sudeste das Bahamas.
Shell retira funcionários por tempestade
A Royal Dutch Shell declarou nesta sexta-feira que vai retirar funcionários não essenciais das áreas leste e central do Golfo do México, como medida preparatória para a chegada da tempestade tropical Isaac.
As operações de perfuração foram suspensas em partes da região, mas a produção de óleo e gás não foi afetada, informou a companhia.
A BP disse mais cedo que está retirando trabalhadores de algumas de suas plataformas no Golfo, à medida que a tempestade se desloca para o oeste.
Segundo o último relatório do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês), a tempestade ganhou alguma força ao se mover em direção à costa sul de Hispaniola, a ilha compartilhada por República Dominicana e Haiti.

5- Cosan, uma campeã em plena transformação
A Cosan mudou, mas não perdeu suas raízes. Com o foco do crescimento dos negócios voltado para energia e infraestrutura, a companhia tem se fortalecido, nos últimos anos, em setores de menor volatilidade no mercado do que o agronegócio. Este ano, com a oferta para entrar no bloco de controle da América Latina Logística (ALL) e a aquisição de 60,1% da Comgás, está se distanciando ainda mais de suas origens, mas sua liderança na produção de açúcar e álcool segue inabalável.
"Abrimos o leque de propósito. E queremos cada vez mais nos fortalecer nos setores de infraestrutura e energia", diz Rubens Ometto Silveira Mello, presidente do conselho de administração e fundador da Cosan, eleita a Empresa de Valor deste ano.
As mudanças começaram a ser arquitetadas em 2007, quando a companhia foi para a bolsa de Nova York - dois anos antes, tinha aberto seu capital na Bovespa, tornando-se a primeira do segmento sucroalcooleiro a ir para o mercado. Em 2008, poucos meses antes de a crise financeira global explodir, anunciou a compra dos ativos da Esso no Brasil, que pertenciam à ExxonMobil, marcando sua estreia na distribuição de combustíveis. "Lembro que os analistas achavam que eu iria me desfazer desses ativos [Esso] logo depois", lembra Ometto. No mesmo ano, criou seu braço logístico, a Rumo.
Em 2010, a Cosan deu um passo maior e se associou à Shell para a criação da Raízen. A nova empresa, com gestão compartilhada, passou a agregar os negócios de combustíveis e a produção de açúcar e etanol.
Muito criticada no início do processo de diversificação, a Cosan, com sua transformação, atrai cada vez mais a atenção do mercado, que acompanha de perto movimentos que até agora resultaram em uma empresa com divisões de negócios separadas e bem definidas, o que mudou o humor dos analistas. "O mercado começou a entender melhor nossos negócios", diz Ometto..
Com a associação com a Shell, as áreas de lubrificantes, logística (Rumo) e terras (Radar) ficaram sob o guarda-chuva da Cosan. A divisão de alimentos da companhia associou-se à Camil em maio - agora, a Cosan detém 11,72% dessa operação, cuja receita deixará de ser consolidada em seu balanço.
A decisão de ser sócia da ALL - o processo ainda está em negociação - já fazia parte dos planos de diversificação da companhia há anos. Ometto afirma que a expertise da Cosan em agronegócio dará uma nova dinâmica à companhia ferroviária. Em fevereiro, o grupo fez uma oferta de quase R$ 900 milhões para comprar uma participação de 49,1% do bloco de controle (ou 5,6% do capital total). "Nós conhecemos o agronegócio, o que nos permite tomar iniciativas que às vezes o administrador da área de logística não enxerga", afirma o empresário.
Em energia, a companhia também fez fortes investimentos. No início, em cogeração a partir do bagaço de cana, e o mais recente com a polpuda fatia de 60,1% da Comgás, que pertencia à British Gas (BG), que decidiu se desfazer desse ativo, por R$ 3,4 bilhões, para investir no pré-sal. A operação ainda depende, porém, do parecer final da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp).
No ano fiscal 2011/12, encerrado em março, a receita líquida da Cosan foi de R$ 24,097 bilhões, 33% maior que em 2010/11. A divisão de combustíveis representou 73% do total, seguida por energia (açúcar e álcool), com 15%, alimentos (4%) e Rumo (2%). A fatia dos "outros negócios" (lubrificantes e Radar) foi de 4%.
No atual ano fiscal, a divisão de alimentos não será mais consolidada na receita. A Comgás terá sua receita incluída (a partir da aprovação da Arsesp), assim como ALL, quando o negócio for fechado. Marcos Lutz, CEO da companhia, disse que o grupo estuda mudar o calendário de divulgação de seu balanço - que é de abril a março, em razão da safra da cana - para ano civil (janeiro a dezembro), uma vez que a divisão sucroalcooleira vem perdendo bastante peso com as transformações. Consolidadora, sobretudo no segmento sucroalcooleiro, Ometto diz que a companhia avalia ativos que façam sentido a sua expansão, descartando, pelo menos por enquanto, a entrada em mais um novo negócio.
De tradicional família de imigrantes italianos, o engenheiro mecânico formado na Universidade de São Paulo (USP) até tentou outros rumos. Começou a trabalhar como assessor da diretoria do Unibanco e aos 22 anos foi para a Votorantim, onde se tornou, aos 24, diretor-financeiro. Foi o primeiro presidente do conselho da TAM, antes conhecida como Táxi Aéreo Marília, que pertencia a sua família até os anos 70, antes do comandante Rolim Amaro assumir os negócios. De volta à terra, criou, na década de 90, a Cosan.
Fonte: Valor / Mônica Scaramuzzo


II – COMENTÁRIOS

1- Brasil quer mais profissionais estrangeiros
O governo brasileiro está explorando maneiras de aliviar as regras de imigração para atrair até 10 vezes mais profissionais estrangeiros e ajudar a estimular o crescimento econômico, disse à "Reuters" o secretário de Ações Estratégicas da Presidência da República, Ricardo Paes de Barros.
A falta de trabalhadores qualificados é um dos muitos gargalos que ultimamente têm conduzido a sexta maior economia do mundo à beira da estagnação. De canteiros de obras a plataformas de petróleo e centrais de tecnologia da informação, as empresas têm dificuldades para encontrar trabalhadores qualificados para melhorar as suas operações no Brasil. A gigante da Internet Google, por exemplo, tem atualmente 39 posições em aberto no Brasil.
"A gente está em um país que, do ponto de vista do mercado de trabalho, está muito isolado do resto do mundo. A gente acha que isso está afetando a competitividade do país", afirmou Paes de Barros.
"A gente tem vontade de reverter esse quadro. O Brasil ser mais um país de imigrantes e um país mais conectado com o resto do mundo em termos de transferência de conhecimentos".
Ex-colônia portuguesa, o Brasil tem uma longa história de acolher imigrantes de todo o mundo, semelhante a dos Estados Unidos. Nos últimos séculos, o país recebeu ondas de imigração da África, Europa, Japão e, mais recentemente, dos vizinhos mais pobres, como a Bolívia.
Mas os problemas econômicos na segunda metade do século passado reduziram as chegadas a quase nada. Estrangeiros hoje representam apenas 0,3% da força de trabalho do Brasil, abaixo dos 7% no início do século 20. Na Austrália, um país de tamanho similar que por muito tempo atraiu imigrantes, os estrangeiros representam cerca de 20% da força de trabalho.
O debate sobre um quadro de imigração mais flexível reflete o novo status do Brasil como potência econômica emergente. A proximidade do pleno emprego impulsionou a popularidade da presidente Dilma Rousseff, ela própria filha de um imigrante búlgaro.
"A gente tem que pensar em ir para um patamar de dois, três por cento da força de trabalho brasileira formada por pessoas de fora do país. Isso seria multiplicar por 10. Se a gente conseguir isso, vamos estar muito bem", afirmou Paes de Barros, economista formado na Yale.
O momento, no entanto, pode não ser ideal. Até a hora que um projeto de lei finalmente chegar ao Congresso, a eleição presidencial de 2014 estará bem próxima, o que pode tornar mais difícil para Dilma desviar a sua atenção de uma campanha pela reeleição.
"A outra variável a ter em mente é que muito vai depender de uma recuperação do crescimento econômico em 2013 e 2014. Porque se estivermos em um ambiente onde o desemprego começa a decolar e os mercados de trabalho começam a arrefecer, isso se torna mais difícil de vender", disse Chris Garman, analista da empresa de consultoria Eurasia Group.
"O governo, infelizmente, está percebendo isto um pouco tarde".
A economia do Brasil deve crescer menos de 2% este ano, mas ganhará velocidade de novo em 2013, conforme uma enxurrada de medidas de estímulo do governo fazem efeito. A taxa de desemprego, no entanto, permanece perto de um nível recorde de baixa, em torno de 5,8%.
Déficit de talentos
O Brasil concedeu 70.524 vistos de trabalho a profissionais estrangeiros em 2011, 25,9% a mais do que em 2010, segundo o Ministério do Trabalho. Isso é quase três vezes mais do que os 25.400 vistos emitidos em 2006.
No entanto, segundo algumas estimativas, o país ainda precisa de mais 20 mil engenheiros por ano para atender aos ambiciosos planos para modernizar sua infraestrutura obsoleta e explorar as enormes reservas de petróleo.
Isso levou a gigante de mineração Vale a criar os seus próprios programas de treinamento para engenheiros e é declaradamente uma das razões que atrasam um investimento de 12 bilhões de dólares pela Foxconn para a fabricação de iPads no Brasil.
Os críticos culpam décadas de subinvestimento no sistema de educação pública do Brasil, o que deixa os brasileiros em desvantagem no mercado de trabalho.
Dilma lançou no ano passado o programa Ciência Sem Fronteiras para combater o déficit educacional que empaca o desenvolvimento tecnológico e de engenharia do Brasil, A iniciativa vai enviar 100 mil brasileiros para estudar por um ano nas melhores universidades do mundo.
O déficit de talentos tornou-se ainda mais urgente à medida que os preparativos do Brasil para a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 parecem estar atrasados.
O debate ocorre no momento em que muitos profissionais espanhóis e portugueses sem trabalho por conta do agravamento da crise da dívida da zona euro estão desembarcando no Brasil em busca de oportunidades.
Mas os líderes empresariais se queixam de que a burocracia brasileira torna difícil e caro contratar estrangeiros.
Para contratar profissionais de outros países, as empresas devem primeiro provar que não foram capazes de encontrar trabalhadores adequados no país. Eles também são obrigados a treinar brasileiros para, eventualmente, substituir os estrangeiros.
Estrangeiros enfrentam uma papelada aparentemente interminável em ministérios do governo e delegacias de polícia. Conseguir um registro de identidade temporário muitas vezes pode levar mais de seis meses.
"Contratar um estrangeiro no Brasil é complicado. Exige muita burocracia, tempo, e incerteza sobre se será concedido", disse Luiz Fernando Alouche, um advogado de imigração na Almeida Advogados, em São Paulo.
Uma força-tarefa criada esta semana irá preparar um relatório sobre as vantagens e os desafios de uma regulação nova e mais flexível para atrair trabalhadores estrangeiros qualificados. Paes de Barros espera ter os resultados em sua mesa em seis meses.
O governo espera ter uma proposta final pronta em meados de 2013. Depois disso, afirmou Paes de Barros, ficará a cargo dos políticos. Um projeto de lei de imigração menos ambicioso introduzido pelo governo em 2009 tramita no Congresso desde então.
Para Paes de Barros, tudo se resume a matemática simples - o número de imigrantes no Brasil é a metade do que se tinha no início do século 20, quando a população era 10 vezes menor.
"Estamos preocupados que estamos perdendo vantagens comparativas", disse ele.
endo vantagens comparativas", disse ele.
Fonte: Agência Reuters

2- Prazo para oferta pelos ativos da Vale E&P termina em 6 de setembro
As empresas Ecopetrol, Petronas, Statoil, Total e OGX são algumas que já visitaram a sala de informação (data room) aberta pela Vale para avaliação dos ativos de exploração da Vale Exploração e Produção de Gás Natural no Brasil que estão à venda. No dia 6 de setembro se encerra o prazo para entrega das propostas.
No início do ano a Vale deu início ao processo de venda de participações acionárias em 18 blocos nas bacias de Santos, Espírito Santo, Parnaíba e Pará-Maranhão, esses últimos em terra. A empresa tem fatias de no máximo 30% e não opera nenhuma área. Nesses blocos, a companhia tem como sócias a Petrobras, RepsolSinopec, BP, Ecopetrol e Woodside. A decisão de sair da área de exploração e produção de óleo e gás é uma guinada em direção contrária à iniciativa tomada na gestão de Roger Agnelli de diversificar o portfólio e garantir o suprimento principalmente de gás para atender ao consumo de energia da companhia.
As empresas Ecopetrol, Petronas, Statoil, Total e OGX são algumas que já visitaram a sala de informação (data room) aberta pela Vale para avaliação dos ativos de exploração da Vale Exploração e Produção de Gás Natural no Brasil que estão à venda. No dia 6 de setembro se encerra o prazo para entrega das propostas.
Uma fonte a par do assunto informou que até agora tudo indica que os ativos serão vendidos separadamente e não em um pacote fechado.
No início do ano a Vale deu início ao processo de venda de participações acionárias em 18 blocos nas bacias de Santos, Espírito Santo, Parnaíba e Pará-Maranhão, esses últimos em terra. A empresa tem fatias de no máximo 30% e não opera nenhuma área. Nesses blocos, a companhia tem como sócias a Petrobras, RepsolSinopec, BP, Ecopetrol e Woodside. A decisão de sair da área de exploração e produção de óleo e gás é uma guinada em direção contrária à iniciativa tomada na gestão de Roger Agnelli de diversificar o portfólio e garantir o suprimento principalmente de gás para atender ao consumo de energia da companhia.
Fonte: Valor Online

sábado, 18 de agosto de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 96

I – NOTÍCIAS

1- Presidente da Transpetro inaugura Estaleiro em Araçatuba
O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, afirmou à Agência Estado que a companhia inicia ainda neste mês as operações do Estaleiro de Araçatuba (SP) para a produção de barcaças de transporte de etanol pela Hidrovia Tietê-Paraná. "Em janeiro de 2013, devemos entregar o primeiro comboio com um empurrador e quatro barcaças", disse, durante evento da revista Isto É Dinheiro, em São Paulo
Machado afirmou não estar preocupado com a crise de oferta de etanol nos últimos dois anos. "Com a área que temos, em quatro anos, produzimos qualquer quantidade de etanol e havendo demanda teremos a infraestrutura", disse.
O projeto da Transpetro prevê a construção de 20 empurradores e 80 barcaças, num custo total de R$ 432 milhões.
16/08/12
Gustavo Porto e Francisco Carlos de Assis
Fonte: Agência Estado

2- Cientistas identificam material que reduz poluição de veículos a diesel
Engenheiros da Universidade do Texas, nos EUA, afirmam ter identificado um material capaz de reduzir a poluição produzida por automóveis movidos a diesel.
O elemento, um tipo de mineral chamado mulita, pode substituir a platina, metal caro usado em motores a diesel para controlar a quantidade de poluição lançada no ar.
O estudo foi publicado na revista "Science". Segundo os pesquisadores, uma versão sintética da mulita reduz até 45% mais poluição do que a platina usada em catalisadores de veículos.
Um dos responsáveis pela pesquisa, professor Kyeongjae Cho, da Universidade do Texas, enfatizou a facilidade de produção da mulita, em entrevista ao site da instituição. O mineral é raramente encontrado na natureza e pode ser produzido a partir do topázio.
"Muitos métodos de controlar a poluição de carros ou de usar energias renováveis requerem metais raros ou preciosos", disse Cho. "Nosso objetivo é acabar com a necessidade de usar estes metais e substitui-los com minerais e óxidos que possam ser encontrados ou obtidos facilmente."
O material "alternativo" vai ser comercializado com o nome de Noxicat, afirma o professor. Ele e sua equipe esperam identifcar outros usos da mulita, como para a criação de baterias.
Fonte: Globo Natureza

3- Montadoras querem discutir eficiência energética
O vice-presidente da Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, disse que as montadoras concordam com o programa de melhoria de eficiência energética proposto pelo governo, mas querem discutir os detalhes da sua implementação. Moan se reuniu com o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, para discutir a regulamentação do novo regime automotivo, que entrará em vigor a partir de 2013.
Ele argumentou que não adianta trazer para o País um modelo de eficiência energética europeu, sem considerar os combustíveis utilizados na Europa e no Brasil. Segundo Moan, 40% da frota europeia usa o diesel como combustível, que é o mais eficiente. Ele explicou também que, na Europa, cada empresa tem uma meta de emissão de CO2 de acordo com o perfil dos veículos produzidos. Para Moan, esse é o ponto mais sensível na negociação, e uma nova reunião foi marcada para a próxima semana, em Brasília.
Emissão controlada
A proposta do governo é exigir que as empresas produzam carro com emissões de no máximo 135 gramas de CO2 por quilômetro rodado, até 2017. O ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, deu sinais, nesta semana, de que não pretende flexibilizar esse índice, como querem as montadoras. Pimentel afirmou ser natural que as empresas queiram mais prazo para se adaptar, mas argumentou que esse índice de eficiência energética que será exigido em 2017 já é o praticado na Europa pelas mesmas montadoras instaladas no Brasil.
Moan negou que o setor tenha pedido ao governo a prorrogação da redução do IPI para o setor produtivo, que vence no final deste mês. "A preocupação com a questão do IPI não é para hoje. Me fio na declaração do ministro Mantega de que não pensa na prorrogação do IPI", afirmou. Moan informou que os estoques do setor automotivo já caíram de 43 dias, em maio, para 24 dias agora. Ele estimou também que as vendas do setor devem crescer entre 3% a 4% este ano, em relação a 2011.
Fonte: Agência Estado

4- Grandes negócios com microgeração à vista
O Brasil está bem em qualquer ranking quando o assunto é o potencial para exploração de energia limpa. A diversidade energética, como energia eólica, pequenas usinas, biomassa e, nos próximos ano, energia solar, abre um bom caminho para a microgeração de energia.
Agentes do mercado de energia acreditam no avanço mais forte deste segmento com a aprovação da legislação que estabeleceu regras para desburocratizar a instalação de geração distribuída de pequeno porte, que incluem a microgeração, com até 100 KW de potência, e a minigeração, de 100 KW a 1 MW.
Aprovada há quatro meses, a resolução nº 482 cria um sistema de compensação de energia que permite ao consumidor instalar pequenos geradores em sua unidade consumidora e trocar energia com a distribuidora local.
A norma é válida para geradores que utilizem fontes incentivadas de energia %4 hídrica, solar, biomassa, eólica e cogeração. A resolução estabelece as condições gerais para o acesso dos sistemas de microgerçaão e minigeração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica.
Na perspectivas de especialistas, esta legislação vai impulsionar o avanço da energia solar no país. Segundo estimativas de mercado, o Brasil possui, atualmente, cerca de 20 MW de capacidade de geração solar fotovoltaica, com a maior parte sendo utilizada para atender sistemas isolados e remotos.
"Hoje o entendimento é que a geração distribuída está mais próxima da viabilidade comparativamente à centralizada, já sendo inclusive viável em alguns casos. No entanto, não é objetivo da análise comparar a competitividade deste tipo de energia, ainda incipiente no país, com outras fontes que já possuem uma maturidade significativa, mas sim, caso se opte pela promoção desta tecnologia, discutir a melhor forma de incentivos capazes de facilitar sua inserção", diz o documento Análise da inseração da geração solar na matriz energética brasileira, publicado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Projeta-se que os sistemas de geração distribuída acrescentarão 30 mil MW de capacidade instalada à matriz energética até 2020. Segundo a Cogen (associação que reúne as empresas do segmento), cerca de 10 mil MW desse total serão provenientes da biomassa e 7,5 mil MW de energia solar.
Fonte: Ambiente Energia

5- Eike pode não cumprir promessa de Ebitda de US$ 1 bilhão
As empresas do Eike Batista tiveram no segundo trimestre um prejuízo quase tão grande quanto as perdas em todo o ano passado. Os resultados ameaçam a promessa feita pelo empresário de fechar 2012 no azul.
A OGX Petróleo & Gás Participações SA, a MMX Mineração & Metálicos SA, a OSX Brasil SA, a MPX Energia SA e a LLX Logística SA, todas com ações na bolsa, tiveram uma perda total de R$ 926,5 milhões no segundo trimestre, contra um prejuízo de R$ 941,8 milhões em 2011. Pelo critério de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, ou Ebitda, o prejuízo total foi de R$ 160 milhões para as cinco empresas no período.
Os resultados, que vieram depois dos problemas de produção na OGX e da queda nos preços do minério de ferro que afetou a MMX, colocam sob risco o compromisso assumido em março por Eike de gerar um Ebitda de US$ 1 bilhão este ano, como parte de uma “grande virada”. Analistas preveem que seis empresas do grupo EBX, incluindo a CCX Carvão da Colômbia SA, que estreou na bolsa em maio, fecharão 2012 com um Ebitda negativo de R$ 111 milhões, segundo dados compilados pela Bloomberg.
“É um caso de apresentar resultados, que está exigindo paciência de investidores, e os catalisadores não estão presentes de fato”, disse Eric Conrads, que ajuda a administrar US$ 1 bilhão em ações no ING Groep NV, em Nova York. “Eles precisam apresentar pelo menos em linha com as expectativas.”
As empresas controladas pela EBX estão em uma fase de investimento, disse a holding por e-mail em resposta a questionamentos, se negando a fazer comentários adicionais.
Fonte: EXAME.com

6- China anunciou investimentos de US$ 28 bilhões no Brasil desde 2010
Com a crise em 2008 nos Estados Unidos e na Europa, o excedente da produção industrial chinesa, um dos motores do crescimento médio acima de dois dígitos registrado na última década pelo país asiático, foi voltado para outros mercados mais periféricos, como a América Latina e a África. Esse movimento se intensificou e se diversificou nos últimos dois anos, fazendo com que, de 2010 para cá, o anúncio de investimentos chineses no Brasil somasse US$ 28 bilhões.
A estimativa é do professor de economia do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Roberto Dumas, apresentada durante palestra sobre a economia da China promovida pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Segundo ele, com a menor demanda global por produtos manufaturados o governo chinês apostou no investimento para a economia continuar crescendo. O Brasil, para Dumas, está começando a sentir esse efeito, e a tendência é de que isso aumente.
“Eles precisam crescer muito anualmente para evitar conflitos sociais. O país passa por profunda transformação com mudança da população da zona rural para a urbana. Foxconn, Chery, ZTE, só para citar empresas ligadas à indústria, já estão nesse caminho de chegada ao Brasil. Também foram anunciados investimentos em energia renovável e agricultura, um dos pilares do próximo plano quinquenal deles”, afirmou Dumas.
Fonte: Valor / Rodrigo Pedroso

7- Petrobras não vai se transformar em uma empresa do pré-sal
O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Formigli, afirmou que a Petrobras não vai se transformar em “uma empresa do pré-sal” e que continuará expandindo suas atividades para as outras áreas potencialmente produtoras do país, inclusive em blocos terrestres.
A afirmação foi feita apesar da constatação de que o Plano de Negócios e Gestão da companhia para o período 2012-2016 destinará 51% dos investimentos para a área de Exploração e Produção - que totalizam US$ 131,6 bilhões - a campos e atividades de exploração e produção localizados no pré-sal da Bacia de Santos.
Formigli disse que a Petrobras, a partir das novas descobertas e dos projetos em fase de maturação, vai priorizar, no curto e médio prazo, o aumento da produção de petróleo a partir de campos já descobertos e das unidades que começaram a entrar em produção, mas que também não se descuidará da área de exploração para que não haja declínio em suas reservas.
“Ao mesmo tempo em que precisamos começar a colocar em produção os campos já descobertos, também temos que continuar avançando na procura de ativos novos - de novas descobertas. A prioridade hoje é colocar em produção as reservas já descobertas”, disse.
O diretor disse que a estatal deverá manter a produção dos próximos dois anos praticamente nos mesmos patamares, com crescimento de apenas 1% a 2% ao ano, mas que as previsões e os projetos em maturação indicam um salto no volume de produção a partir do início de 2014.
“Se você observar as unidades em construção verá que a P-55 estará entrando em fase de produção no segundo semestre deste ano, com o crescimento da produção do Lula Nordeste [no pré-sal da Bacia de Santos]. Tem Papa-Terra [na Bacia de Campos] entrando em produção no segundo semestre de 2013. Com isto, no final de 2013, início de 2014, nós teremos a decolagem da produção”.
No Plano de Negócios e Gestão da Petrobras para o período 2012-2014, quando os investimentos totalizarão US$ 236,6 bilhões, a empresa traçou como meta chegar a 2016 com produção de 3,3 milhões de barris de óleo equivalente (petróleo e gás natural). Atualmente, o recorde de produção da estatal foi 2,1 milhões de barris por dia, alcançado nesta semana.
O plano aponta que o maior crescimento da produção acontecerá a partir de 2014, com expectativa de aumento da produção de 5% e 6% ao ano no período 2014-2016. Para os anos de 2012 e 2013, a expectativa é a manutenção da produção.
Em relação à meta de longo prazo, a expectativa é alcançar em 2020 a produção total de 5,2 milhões de barris de óleo equivalente - volume que saltará para 5,7 milhões por dia considerando os ativos no exterior.
O consumo interno de petróleo no Brasil é de cerca de 1,2 milhão de barris e a produção, em geral, é próxima deste volume. O problema é que a maior parte do óleo produzido no país é de baixa qualidade e é necessário importar petróleo de qualidade para misturar e fazer o refino. Com o pré-sal, a expectativa da Petrobras é conquistar a autosuficiência na produção e refino do petróleo.
O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Formigli, afirmou na quarta-feira (15) que a estatal não vai se transformar em “uma empresa do pré-sal” e que continuará expandindo suas atividades para as outras áreas potencialmente produtoras do país, inclusive em blocos terrestres.
A afirmação foi feita apesar da constatação de que o Plano de Negócios e Gestão da companhia para o período 2012-2016 destinará 51% dos investimentos para a área de Exploração e Produção - que totalizam US$ 131,6 bilhões - a campos e atividades de exploração e produção localizados no pré-sal da Bacia de Santos.
Formigli disse que a Petrobras, a partir das novas descobertas e dos projetos em fase de maturação, vai priorizar, no curto e médio prazo, o aumento da produção de petróleo a partir de campos já descobertos e das unidades que começaram a entrar em produção, mas que também não se descuidará da área de exploração para que não haja declínio em suas reservas.
“Ao mesmo tempo em que precisamos começar a colocar em produção os campos já descobertos, também temos que continuar avançando na procura de ativos novos - de novas descobertas. A prioridade hoje é colocar em produção as reservas já descobertas”, disse.
O diretor disse que a estatal deverá manter a produção dos próximos dois anos praticamente nos mesmos patamares, com crescimento de apenas 1% a 2% ao ano, mas que as previsões e os projetos em maturação indicam um salto no volume de produção a partir do início de 2014.
“Se você observar as unidades em construção verá que a P-55 estará entrando em fase de produção no segundo semestre deste ano, com o crescimento da produção do Lula Nordeste [no pré-sal da Bacia de Santos]. Tem Papa-Terra [na Bacia de Campos] entrando em produção no segundo semestre de 2013. Com isto, no final de 2013, início de 2014, nós teremos a decolagem da produção”.
No Plano de Negócios e Gestão da Petrobras para o período 2012-2014, quando os investimentos totalizarão US$ 236,6 bilhões, a empresa traçou como meta chegar a 2016 com produção de 3,3 milhões de barris de óleo equivalente (petróleo e gás natural). Atualmente, o recorde de produção da estatal foi 2,1 milhões de barris por dia, alcançado nesta semana.
O plano aponta que o maior crescimento da produção acontecerá a partir de 2014, com expectativa de aumento da produção de 5% e 6% ao ano no período 2014-2016. Para os anos de 2012 e 2013, a expectativa é a manutenção da produção.
Em relação à meta de longo prazo, a expectativa é alcançar em 2020 a produção total de 5,2 milhões de barris de óleo equivalente - volume que saltará para 5,7 milhões por dia considerando os ativos no exterior.
O consumo interno de petróleo no Brasil é de cerca de 1,2 milhão de barris e a produção, em geral, é próxima deste volume. O problema é que a maior parte do óleo produzido no país é de baixa qualidade e é necessário importar petróleo de qualidade para misturar e fazer o refino. Com o pré-sal, a expectativa da Petrobras é conquistar a autosuficiência na produção e refino do petróleo.
Fonte: Agência Brasil


II – COMENTÁRIOS

1- Etanol é a solução brasileira
Depois da truculenta estatização da YPF, o governo argentino lançou mais um conjunto de medidas com o objetivo de aumentar a intervenção do Estado no setor de petróleo.
Um novo decreto presidencial, editado no dia 27 de julho, estabeleceu que as empresas do setor de petróleo, inclusive a Petrobras, ficaram sujeitas a uma regulamentação que vai determinar, até mesmo, a margem de lucro que terão nas vendas internas.
Para exportar petróleo ou derivados as empresas de petróleo, terão que pedir permissão ao governo. Com esta medida, o governo argentino torna o ambiente ainda menos amigável para as empresas, o que certamente se converterá em diminuição ou, até mesmo, eliminação dos investimentos privados no setor de petróleo e gás natural.
Como o governo argentino não tem recursos para investir e não tem acesso ao mercado internacional de crédito desde a moratória, fica difícil imaginar como financiar a atividade de exploração e produção de petróleo e gás natural. De fato, o aumento do intervencionismo já vem tendo impacto na produção de petróleo e gás, que atingiu seu ápice em 2004 com 1.56 milhão barris equivalentes de petróleo por dia (bep/d) e reduziu-se para 1.30 milhão bep/d no ano passado.
Em 2010, a Argentina já passou por um racionamento de gás no inverno e as exportações para o Brasil e o Chile estão suspensas. A experiência argentina deve ser olhada com atenção, como uma receita a não ser seguida. O populismo econômico intervencionista do governo Kirchner vai se traduzir em desabastecimento e aumento de preços.
Para fazer frente às recentes medidas de intervenção no setor petrolífero na Argentina, que terão como maior consequência o afastamento de investidores, foi noticiado na imprensa que, após a oficialização da entrada da Venezuela no Mercosul, os presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, e da Venezuela, Hugo Chávez, assinaram um acordo de cooperação entre as empresas petrolíferas de seus países.
O acordo de cooperação é uma tentativa do governo argentino de viabilizar o aumento da produção de petróleo e gás e evitar o desabastecimento. Só uma empresa como a PDVSA, que pertence a um governo avesso às leis de mercado, aceitaria ampliar seus negócios num país no qual o setor de petróleo é usado como parte da política de "populismo econômico".
Resta saber se este "acordo de cooperação" vai gerar algum resultado prático ou, apenas, se limitar a um evento diplomático. Cabe lembrar que, o novo "sócio" da Argentina também possui uma participação virtual num projeto brasileiro em conjunto com a Petrobras: a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
O projeto da refinaria já nasceu sem objetivos empresariais, uma vez que não foi uma decisão estratégica da Petrobras e sim de um projeto político do ex-presidente Lula, que por motivos políticos desejava uma sociedade com Hugo Chávez.
Até hoje, a empresa venezuelana ainda não contribuiu, com um real sequer, para a construção do complexo, que já tem 55% das obras físicas concluídas, totalmente financiadas pela Petrobras.
*Texto originalmente publicado no Jornal Brasil Econômico, em 16/08/12
Adriano Pires
Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE)

2- Os impactos da seca
Este texto tem o objetivo de discutir os prováveis impactos primários e secundários nas integradas cadeias produtivas de alimentos, bioenergia, fibras e outras advindos do fato das secas que atingem a produção norte-americana, principalmente, mas também as produções de Índia, Rússia, Ucrânia e Cazaquistão. Os EUA, principal produtor mundial de grãos enfrentam a maior seca dos últimos 50 anos, que já afetou 37% das propriedades e 43% da área agrícola.
Continuando a seca, os efeitos podem ser desastrosos em algumas cadeias produtivas, trazendo reflexos para mais de uma safra e inclusive mudanças de planejamento de plantio, de políticas públicas e estratégias privadas nas organizações. São 20 impactos aqui lembrados.
1 - Num primeiro momento houve grande aumento dos preços da soja e milho, e a partir destes aumentos, as cotações de outros grãos também subiram.
2 - Dependendo do volume de estoques que serão utilizados, seus níveis podem cair a volumes preocupantes, o que pode fazer esta situação de preços perdurar por mais de uma safra.
3 - Os efeitos nos países pobres importadores de comida podem ser devastadores, uma vez que preços de alimentos são diretamente ligados a estabilidade política e os orçamentos para programas assistenciais e os próprios orçamentos das famílias passam a ser insuficientes.
4 - Impacto também nos países de grandes populações de classe média, como China, cada vez maiores importadores de alimentos, que alocarão mais recursos para importações.
5 - Com maiores preços dos grãos, os impactos nos custos da alimentação animal são grandes, reduzindo as margens das empresas de carnes e lácteos, uma vez que a transferência de preços aos supermercados muitas vezes não é imediata.
6 - O mesmo efeito ocorre com as empresas produtoras de biocombustíveis a partir de grãos, pois com preços de insumos mais altos, as margens são menores.
7 - Se os biocombustíveis aumentarem de preços, há reflexos em seu consumo, migrando para o consumo de petróleo, aumentando as pressões também para que este aumente de preços.
8 - Petróleo aumentando de preços aumentam os custos de produção e de transporte de alimentos, trazendo outro impacto negativo das secas.
9 - O aumento de preços de alimentos nos supermercados vai forçar as empresas de alimentos a cortarem custos, podendo refletir em seus orçamentos para propaganda, embalagem e até inovação, postergando projetos.
10 - Da mesma forma, como o alimento é o último item a ser cortado do orçamento de uma família, devem migrar recursos a serem utilizados em outros mercados, como entretenimento, eletrodomésticos e outros, para o consumo de alimentos.
11 - Produtores não afetados pela seca terão margens significativamente maiores, o que pode trazer valorização de terras e até dar mais velocidade ao processo de concentração existente na agricultura.
12 - Há o risco de se reduzir os mandatos de mistura de biocombustíveis na gasolina em diversos países, mais notadamente nos EUA, onde a pressão de grupos contrários ao etanol é forte para liberar milho para alimentação, o que traria grave impacto as indústrias de etanol, mas seria também uma ameaça ao Brasil, provavelmente a maior.
13 - O uso de mais petróleo e menos biocombustíveis também vai agravar as emissões de carbono, trazendo mais poluição.
14 - Aumento de preços de alimentos traz mudança de hábito de local de consumo, aumentando a venda em supermercados e diminuindo os gastos na alimentação fora do lar (restaurantes)
15 - O hemisfério sul vai ser estimulado a plantar mais soja e milho, interferindo nas áreas de algodão, trigo, cana, girassol, entre outras, o que pode refletir preços maiores em virtude de menores áreas plantadas e consequentemente, menor produção.
16 - Por outro lado, bons preços trarão maiores investimentos em insumos e tecnologia, o que aumentará a produtividade nestas propriedades, contribuindo para repor estoques mundiais mais rapidamente que em condições normais.
17 - Seguradoras, principalmente nos EUA, terão grande impacto, bem como o orçamento dos Governos. Impacto também em pequenos municípios dependentes da agricultura, que com a seca, perdem importante renda.
18 - A menor produção de cana na Índia pode fazer este país voltar ao mercado comprador de açúcar, ou exportar menos, contribuindo para uma retomada dos preços do açúcar no mercado mundial, beneficiando o Brasil.
19 - Maiores preços de alimentos incentivarão o fortalecimento de programas para reduzir o alto desperdício nas cadeias agroalimentares. Haverá também mais pressão nas empresas de insumos para produção de plantas mais tolerantes às secas.
20 - Os efeitos econômicos nas balanças comerciais, taxas de câmbio e crescimento em diversos países tendem a ser grandes, o que motivará políticas regulatórias de cotas, taxas e outras a disposição de Governos, causando mais distúrbios nas cadeias produtivas integradas.
Aqui estão listados alguns dos possíveis impactos nas intrincadas cadeias produtivas mundiais de alimentos. Alguns pesquisadores têm alertado que estas secas tendem a ser mais frequentes, principalmente nos EUA, o que deve estimular o plantio no hemisfério sul, beneficiando o Brasil. Isto tudo vem junto com o grande crescimento do consumo mundial de alimentos, portanto está armado um quadro preocupante. Definitivamente o assunto da crise alimentar volta às mesas das famílias e das discussões privadas e públicas.
*Texto originalmente publicado no Portal Brasil Economico, em 13/08/12
Marcos Fava Neves
Professor titular de planejamento e estratégia na FEA/USP
Campus Ribeirão Preto e coordenador científico do Markestrat

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 95

I – NOTÍCIAS

1- INOVA PETRO
A Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciam no próximo dia 13/08 (segunda-feira), a partir das 10 horas, no auditório da Petrobras, um programa de R$ 3 bilhões (metade proveniente de cada instituição): o INOVA PETRO, voltado ao desenvolvimento de fornecedores brasileiros para a cadeia produtiva da indústria de petróleo e gás natural. A iniciativa tem apoio técnico da Petrobras. O objetivo é fomentar projetos que contemplem pesquisa, desenvolvimento, engenharia, absorção tecnológica, produção e comercialização de produtos, processos e/ou serviços inovadores ligados ao tema.
O programa tem duração prevista até o ano de 2016, oferecendo recursos para o desenvolvimento de tecnologias relacionadas às seguintes linhas temáticas: processamento de superfície – tecnologias aplicáveis no processamento que acontece em plataformas e embarcações; instalações submarinas – tecnologias aplicáveis aos diversos equipamentos e dutos que ficam abaixo da lâmina d’água; instalações de poços – tecnologias aplicáveis ao poço no fundo do mar.
A ideia é que o INOVA PETRO contribua para a política de aumento de conteúdo em âmbito local e para a competitividade e sustentabilidade da cadeia de fornecedores nacional. A Petrobras contribuiu com a seleção dos temas e participará da avaliação técnica e do acompanhamento dos projetos aprovados. O programa é o resultado do esforço de trabalho da FINEP, em parceria com a Petrobras e o BNDES, no intuito de oferecer à indústria nacional, por meio da integração de instrumentos financeiros e expertise técnica, uma oportunidade para desenvolver seus projetos de inovação em um setor estratégico, com grande demanda de mercado nas próximas décadas e hoje dominado por multinacionais estrangeiras.
O montante da Financiadora poderá ser oferecido nas modalidades de crédito, Subvenção Econômica e cooperativo entre Instituições Científicas Tecnológicas (ICTs) e empresas. Já o BNDES vai aplicar seus recursos na forma de crédito, participação acionária e FUNTEC.
Poderão participar do processo de seleção empresas brasileiras ou grupos econômicos brasileiros com Receita Operacional Bruta (ROB) superior a R$ 16 milhões, individualmente ou em associação. Projetos de empresas com ROB inferior a esse limite são elegíveis somente se desenvolvidos em conjunto com outra empresa ou grupo econômico com ROB superior a este valor.
No caso de associação entre empresa proponente de capital de controle nacional com outra empresa estrangeira e/ou controlada por matriz no exterior, poderá ser concedido o apoio a projetos que impliquem em efetiva transferência e absorção de competências e tecnologias pela primeira.
Os projetos devem ser desenvolvidos integralmente no território nacional. Não são passíveis de apoio projetos de tropicalização e/ou internalização de tecnologias já desenvolvidas no exterior pelas matrizes e/ou controladoras de empresas proponentes instaladas no Brasil.

2- Soja vai aumentar preço do biodiesel no leilão da ANP
O próximo leilão de biodiesel da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), cujo edital será publicado amanhã, terá um preço de referência maior do que o último leilão, devido ao aumento do preço da soja no mercado internacional.
De acordo com o diretor da ANP Allan Kardec, o preço da soja tem subido em Chicago, mercado usado como referência para o preço do leilão da autarquia.
O aumento do preço do biodiesel ocorre em um momento em que os produtores pedem maior mistura do combustível ao diesel, hoje limitado a 5% do litro vendido, e também quando o governo luta para conter a inflação.
O diesel teve também dois aumentos recentes de preço, elevando os fretes como consequência. No final de junho houve ajuste de 3,94% nas refinarias e, no dia 16 de julho, de 6%.
Kardec informou que a ANP vai recomendar ao CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) que não aumente o percentual da mistura no diesel até, pelo menos, 2014.
Denise Luna e Lucas Vettorazzo
Fonte: Folha Online

3- Opep alerta para riscos na demanda por petróleo; produção cai em julho
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) alertou que o "horizonte repleto de turbulências" pode implicar em um aumento menor que o esperado pela demanda da commodity em 2013, com o relatório mensal do grupo mostrando uma queda na produção em julho, para o menor nível desde fevereiro.
As incertezas com a economia global seguem representando riscos para a demanda por petróleo de membros da Opep em 2013, diz o documento. Uma piora do cenário pode reduzir a atual projeção de aumento em 800 mil barris por dia em 2013 em até 20%, afirma o grupo.
A produção da Opep caiu para 31,2 milhões de barris por dia no mês passado, segundo fontes secundárias compiladas por analistas do grupo. A baixa é principalmente reflexo da menor produção no Irã, Arábia Saudita, Líbia e Angola.
Os dados mostram que a produção do Irá caiu em 173 mil barris por dia em junho, o primeiro mês após o embargo da União Europeia.
Fonte: Valor Online

4- Petróleo fecha quase estável em Nova York, a US$ 93,36 o barril
Os preços dos contratos futuros de petróleo terminaram quase estáveis nesta quinta-feira em Nova York, sustentados por dados econômicos vindos dos Estados Unidos, que deram segurança aos investidores sobre um possível aumento da demanda de petróleo nesse país, o maior consumidor mundial da commodity.
O barril de "light sweet crude" (WTI) para entrega em setembro subiu US$ 0,01 e fechou a US$ 93,36.
Fonte: AFP

5- Refino de petróleo na China cresce 1,1% em julho
As refinarias chinesas processaram em julho 37,6 milhões de toneladas de petróleo, ou 8,85 milhões de barris por dia (bdp), alta de 1,1 por cento ante um ano antes, divulgou nesta quinta-feira o Escritório Nacional de Estatíticas da China.
Em uma base diária, houve crescimento de quase 1 por cento no refino, para 90 mil bdp, acima dos 8,67 milhões de bdp em junho.
Judy Hua e Chen Aizhu
Fonte: Reuters

6- Controladora da Eletropaulo tem prejuízo de R$ 4 milhões no 2º trimestre
A AES Elpa apresentou um prejuízo líquido atribuível aos sócios controladores de R$ 4 milhões para o segundo trimestre. No mesmo período do ano passado, houve lucro líquido de R$ 62,6 milhões.
A holding controladora da Eletropaulo, com 78% do capital social da elétrica, teve alta de 2,5% na receita líquida, que chegou a R$ 2,45 bilhões. O custo de bens e serviços também subiu, avanço de 16,8%, até R$ 2,33 bilhões.
O resultado financeiro do grupo também pressionou a linha final do balanço. A soma entre despesas e receitas do segmento ficou negativa em R$ 40,1 milhões, contra R$ 25,4 milhões, também negativo, um ano antes.
Renato Rostás
Fonte: Valor Online

7- Cosan registra perdas de R$ 17 milhões no 1º trimestre
O grupo Cosan encerrou o primeiro trimestre do ano fiscal 2012/13 (de abril a junho), com prejuízo líquido de R$ 17 milhões. No mesmo período de 2011/12, foi reportado lucro líquido de R$ 2,3 bilhões, influenciado pela criação da Raízen (joint venture entre Cosan e Shell). Já o lucro líquido ajustado no primeiro trimestre de 2011/12 foi de R$ 167,5 milhões.
Uma média de projeções compilada pelo Valor apontava para um resultado negativo de R$ 16,5 milhões. Os dados foram fornecidos pelo Bradesco e pelo Deutsche Bank. O HSBC, por sua vez, estimava lucro de R$ 144 milhões.
No primeiro trimestre de 2012/13, a receita líquida do grupo foi 18,1% maior, de R$ 6,12 bilhões. No entanto, os custos também subiram em ritmo semelhante, avançando 22,8%, até R$ 5,65 bilhões. As despesas operacionais, por sua vez, ficaram relativamente estáveis. A estimativa dos relatórios prévios apontava receita líquida média de R$ 6,24 bilhões.
No entanto, uma base de comparação maior no primeiro trimestre do ano fiscal anterior por causa da associação com a Shell, trouxe maior discrepância entre as linhas finais dos balanços deste exercício e do anterior. Entre abril e junho do ano-safra 2011/12, a Cosan capturou ganhos de R$ 3,31 bilhões com a joint venture. Além disso, operações financeiras contribuíram para mitigar o resultado da companhia. A variação cambial trouxe gastos de R$ 198,5 milhões, contra receita de R$ 58,8 milhões doze meses antes. O resultado de derivativos também foi negativo, em R$ 314,1 milhões.
Mônica Scaramuzzo e Renato Rostás
Fonte: Valor Econômico


II – COMENTÁRIOS

1- Gasolina x álcool: números preocupantes
A Petrobras informa que o consumo de gasolina no país acaba de superar meio milhão de barris por dia, com expansão de 7% desde janeiro, em função de dois fatores: o primeiro é o aumento da frota de carros e veículos comerciais leves, com o emplacamento de 351 mil unidades só no mês de julho; o segundo, o fato de que, nos veículos "flex", a gasolina está sendo preferida pelo consumidor à razão de oito litros para um.
A importação da gasolina bate recordes, e as usinas adiam projetos de expansão. O quadro nos mostra uma realidade preocupante: o Brasil, maior produtor de etanol do mundo, não sabe valorizar um produto ecologicamente correto, renovável e 100% nacional, a atola-se na importações de um produto poluente e não renovável. É inegável a situação de insensatez por parte do governo diante da realidade energética do mundo: enquanto os Estados Unidos e os países europeus buscam alternativas à substituição da gasolina, o Brasil abandona o etanol à sua própria sorte, levando a falta de estímulo a um setor que deveria, por sua importância estratégica, não apenas ser valorizado como, sobretudo, estimulado.
Participei, em Sertãozinho, de uma reunião entre os prefeitos dos municípios canavieiros, na qual as preocupações da indústria e da agricultura ligadas à cana foram expostas com a necessária clareza. Faltam, lamentavelmente, ações concretas no sentido de estimular-se a produção da cana-de-açucar, considerando seu papel fundamental na geração de emprego e renda, não apenas na a região de Ribeirão Preto, mas em todo o Brasil. Se temos, no pais, um substituto natural para a gasolina, produzida por petróleo importado " com ônus significativos à nossa balança de pagamentos " por que fechar os olhos a uma realidade tão próxima e incômoda?
O governo federal acerta ao adotar medidas de estímulo à Economia, como no caso da redução do IPI para veículos automotores - e bens semi e não duráveis. Ainda assim, houve recuo de 12,5% na produção de bens de capital; de 9,4% na de bens de consumo duráveis, e de 2,5% na de bens intermediários. A balança comercial brasileira abriu o segundo semestre com superávit de US$ 2,879 bilhões, segundo maior saldo deste ano (em maio, US$ 2,950 bilhões), mas não muda a situação precária do comércio externo brasileiro, que registrou, ao final de junho, o pior resultado semestral dos últimos dez anos.
Essas bondades sazonais, no entanto, como o tipo da redução de custos com folhas de pagamentos em 15 setores da economia, minimizam mas não resolvem os problemas gerados por uma legislação trabalhista anacrônica e pelo paternalismo estatal interferindo em uma falsa economia de mercado, em que quem produz é sacrificado em beneficio de quem especula.
*Artigo originalmente publicado no Portal da Alesp, em 03/08/12.

2- Divisão dos royalties será ´moeda´ de pressão
Preocupada com a falta de investimentos da Petrobras na Região Nordeste, a bancada nordestina no Congresso cobrou da Petrobras um quadro comparativo entre os investimentos feitos pela estatal no Nordeste e o Centro Sul do país. Com base nestes dados, os deputados querem que seja apresentado um novo modelo para a região, que já foi responsável pela produção de 30% do petróleo brasileiro e hoje, sua produção não chega a 10%, no Brasil.
A forma de cobrar o aumento de investimentos já foi definida. Os 150 integrantes da Bancada do Nordeste vão barganhar com o governo, em cima da votação do projeto da divisão dos royalties do pré-sal.
Questão polêmica e de difícil condução no Congresso, a divisão dos royalties do petróleo saiu de foco neste período eleitoral, mas o projeto que trata da questão deve voltar à pauta, já na segunda quinzena de outubro.
"Outra medida que a bancada vai adotar é ir diretamente na presidente Dilma Rousseff pedir a liberação imediata dos editais de exploração de petróleo no Nordeste. Este é um investimento que já poderia estar sendo feito na região", avaliou o coordenador da Bancada, deputado José Guimarães (PT-CE).
Petrobras responde
Já o gerente de exploração Norte Nordeste da Petrobras, Cristovão Sanches, afirmou que os investimentos feitos na Região são proporcionais à sua produção.
"Realmente já houve um momento em que o Nordeste respondia por 30% da produção de óleo do país, isto hoje não chega a 10%, os investimentos na Região são na ordem de 16%, proporcionais à sua produção", afirmou. Segundo Sanches, a Petrobras ampliou o volume de recursos para o Nordeste em 245% de 2001 para 2012. Já os dados referentes ao Ceará foram mostrados juntos com os do Rio Grande do Norte porque os dois estados fazem parte da mesma unidade de exploração e produção com crescimento de 666% no volume de recursos destinados pela Petrobras. Para 2012, a projeção é de R$ 4 bilhões de reais para os dois estados.
Sanches afirmou que a exploração na região do Pecém foi a "grande descoberta" para a região Nordeste nos últimos anos, mas não adiantou quando terá início o processo de exploração para licitação.
Os nordestinos querem a imediata liberação da exploração em terra de petróleo, e citaram como exemplo os 28 blocos de exploração que chegaram a ser leiloados na Bahia, mas tiveram o processo interrompido por questões legais e ainda não foram retomados.
"Com certeza teremos no mínimo uns 25 blocos para serem explorados no Pecém, que é a maior descoberta setentrional, indo do Ceará até o Norte do país", afirmou Sanches. A ocorrência de petróleo a que ele se refere em águas profundas está localizada na chamada Bacia do Ceará. O poço 1-BRSA-1080-CES (1-CES-158), conhecido como Pecém, está a cerca de 76 quilômetros do município de Paracuru, em lâmina d´água de 2.129 metros. A profundidade atual do poço é de 4.410 metros e a perfuração prosseguirá até 5.500 metros.
Ausência de Foster
Irritada com a ausência da presidente da Petrobras, Graça Foster, a deputada Gorete Pereira (CE) foi uma das parlamentares mais pró-ativas quanto a usar o pré sal como moeda de cobrança do governo. "É preciso que a bancada faça votar logo os royalties e garanta uma distribuição equânime que beneficie a todos os estados, principalmente o Nordeste. A ausência da presidente da Petrobras foi uma falta de consideração, na minha opinião," criticou.
Refinarias
Os investimentos nas refinarias Premium I (Maranhão) e Premium II (Ceará) também foram pano de fundo na reunião de ontem da bancada. Os parlamentares voltaram a exigir agilidade da Petrobras para que os empreendimentos se tornem lucrativos para a Região.
Na avaliação do deputado Danilo Forte (PMDB-CE) o encontro de ontem não deixou de ter suas virtudes, mas em termos práticos não passou de uma exposição da Petrobras como empresa. "De concreto para a refinaria no Ceará temos o Termo de Compromisso que deve sair depois da última reunião com o Ministério Público,, aqui em Brasília.
Fonte: Diário do Nordeste

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 94

I – NOTÍCIAS

1- Consolidação da indústria naval fluminense é discutida no evento
Fonte: Redação Portal Naval
A consolidação do Estado do Rio de Janeiro na indústria naval foi apresentada durante a Navalshore, no Centro de Convenções SulAmérica. O diretor de Política Industrial e Novos Negócios da Companhia de Desenvolvimento Industrial (Codin), Alexandre Gurgel, participou da abertura oficial do evento. Gurgel mostrou que o Rio é reconhecido como berço da indústria naval brasileira, já que concentra a maior parte das atividades desse setor ao longo da história.
A proximidade com a Bacia de Campos, a existência da mão de obra especializada e a formação da cadeia produtiva do setor consolidaram essa posição do Estado. 
- O Rio de Janeiro responde hoje por 60% do processamento de aço do Brasil, detém 62% da mão de obra nacional do setor e concentra 22 dos 25 estaleiros mais importantes do país – explicou Gurgel.
O diretor falou ainda sobre a análise em andamento para instalação do condomínio industrial no entorno da Baía de Guanabara, para criação do polo de navipeças, que vai incentivar a atração de empresas fornecedoras de equipamentos para estaleiros. Além disso, também abordou o interesse do Rio na busca por estaleiros de reparo.
- As empresas precisam cada vez mais buscar conteúdo local e o Estado do Rio é grande candidato a oferecer soluções para reparo naval – afirmou o diretor da Codin.
Durante o evento, Gurgel entregou ao coordenador do grupo de dragagem do Sinaval, Jorge Faria, a carta enviada pelo governador Sérgio Cabral ao ministro dos Portos, Leônidas Cristino, solicitando a dragagem da parte Leste da Baía de Guanabara. O documento tem como objetivo ampliar o potencial dessa região, já que pelo menos 15 dos 22 estaleiros instalados no Rio de Janeiro estão situados ao longo da Baía.

2- Petrobras anuncia descoberta de petróleo em águas profundas da Bacia do Ceará
Fonte:  Redação TN Petróleo
A Petrobras comunicou a descoberta de petróleo em águas profundas da Bacia do Ceará. De acordo com a estatal, foi constatado indícios de hidrocarbonetos durante a perfuração do poço 1-BRSA-1080-CES (1-CES-158). Conhecido informalmente como Pecém, o poço está localizado a cerca de 76 km do município de Paracuru, na costa do estado do Ceará, em profundidade de água de 2.129m. A profundidade atual do poço é de 4.410m e a perfuração prosseguirá até 5.500m.
As amostras de fluido obtidas indicaram a presença de hidrocarbonetos líquidos, que serão caracterizados por análise de laboratório.
A Petrobras é operadora da concessão BM-CE-2, com 60% de participação, em consórcio com a empresa BP Energy do Brasil Ltda, que detém 40%. O Consórcio dará continuidade às operações para concluir o projeto de perfuração do poço até a profundidade prevista, verificar a extensão da nova descoberta e caracterizar as condições dos reservatórios encontrados

3- Combustíveis: alta "explosiva" na importação de gasolina 
Há um nó na política de combustíveis. No primeiro semestre, aumentou muito a importação de gasolina. Hoje, o Estadão publicou que até maio cresceu 315%; no ano passado tinha aumentado 322%; esse é o ritmo, houve um aumento "explosivo" da importação do combustível. O governo fez várias opções erradas.
Além do mais, a estrutura logística não aguenta, não tem onde mais estocar o produto, por exemplo. Importa-se por um preço, mas entrega-se na distribuidora por um preço menor.
O governo tem reduzido o imposto sobre a gasolina e o diesel - zerou a Cide recentemente, deixando de arrecadar R$ 400 milhões por mês para incentivar o consumo de gasolina, aumentando o desequilíbrio entre ela e o etanol. Vale lembrar que a redução da Cide foi anunciada no último dia da Rio+20.
Parte da crise do setor do etanol está relacionada à situação das empresas que, muito endividadas, quebraram. Também falta horizonte de investimento, por causa dessa política que incentiva o consumo do combustível fóssil. O etanol emite menos gases de efeito estufa.
A tendência mundial é colocar imposto sobre o carbono. Ainda não se sabe como fazer a transição para uma economia de baixo carbono. O governo deve usar vários incentivos, como favorecer o produto que emite menos gases de efeito estufa; punir com imposto o combustível que emite mais, para se caminhar na direção de redução das emissões.
Hoje, o setor de etanol tem queda de produção por vários motivos. Falta investimento, como sabemos. O setor se pergunta se o governo vai regular de forma que ele consiga competir. Quando faz renúncia fiscal à indústria automotiva, por exemplo, o governo não pede aumento da eficiência dos motores com etanol.
Há vários caminhos. O que não pode é deixar tudo como está; o aumento descontrolado do consumo de gasolina importada é insensato.
*Artigo originalmente publicado no Blog Miriam Leitão no Portal O Globo, em 30/07/12. 
Miriam Leião
Jornalista, atua na área do jornalismo econômico e de negócios 

4- CEF  apresenta soluções financeiras e Melhor Crédito  na Navalshore 2012
Fonte: Portos e Navios
A Caixa Econômica Federal participou  da Navalshore – Feira e Conferência da Indústria Naval e Offshore, que reúniu os principais fornecedores de produtos e serviços para segmentos do setor. O evento, no Centro de Convenções Sul América, no Rio de Janeiro (RJ),  apresentou as últimas novidades em produtos e serviços para construção e reparo naval, equipamentos e suprimentos para estaleiros, além de soluções para o setor de petróleo e gás, e palestras com especialistas no tema.
Considerando todo o mercado potencial da Navalshore, a CAIXA apresentou, em seu estande, às empresas do setor, da cadeia produtiva e empregados vinculados, soluções financeiras como capital de giro, antecipação de recebíveis, financiamento a investimentos e operações de mercado de capitais, dentre outros benefícios, como crédito pessoal e imobiliário voltados às pessoas físicas. Para atender a este segmento, foram criadas e treinadas equipes de especialistas em análise de projeto, análise de engenharia e crédito, além de toda a rede de atendimento da CAIXA estar preparada para atender às demandas do setor.
Para 2012, a CAIXA planeja dobrar os financiamentos à indústria do petróleo em geral. Em 2011, as operações de crédito, feitas pelo banco ao setor de óleo e gás, somaram R$ 10 bilhões. Neste ano, apenas os projetos em análise, da indústria naval, já chegam a R$ 15 bilhões. O principal produto da CAIXA, no portal Progredir, é a Antecipação de Recebíveis Petrobras, que permite às empresas a mobilização de seus contratos, fazendo frente às despesas iniciais para cumprimento das obrigações assumidas. O crédito é, em média, 40% mais barato que em linhas convencionais.


II – COMENTÁRIOS

1- Indústria naval brasileira terá 100 mil vagas de trabalho em 2016
Fonte: Redação Portal Naval
Banco de Imagens Woodgroup 
Índice revelado no primeiro dia do evento poderá ser quatro vezes maior se a projeção incluir as oportunidades geradas nos setores subsidiários de equipamentos e serviços A consolidação e crescimento da indústria naval provocarão grande impacto na geração de vagas de trabalho no País. Segundo dados da Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore), divulgados ontem (1) durante o primeiro dia da Navalshore 2012, o segmento terá, em 2016, 100 mil oportunidades de emprego, número de que pode até quadruplicar se a projeção incluir os postos gerados nos setores subsidiários de equipamentos e serviços. "Para cada trabalhador empregado por um estaleiro, há três ou quatro que são contratados por empresas que estão no elo da cadeia", explicou Sergio Luiz Camacho Leal, secretário-executivo do sindicato. 
Atualmente há 62 mil trabalhadores atuando diretamente em estaleiros nacionais. Outro índice que merece destaque, segundo Leal, e o número de postos gerados pela indústria naval náutica mais voltada ao lazer: 30 mil. A divulgação destes dados positivos para o segmento foi um dos destaques do primeiro dia da feira promovida pela UBM Brasil que reúne até sexta (3/8), no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro, 350 expositores nacionais e internacionais de 17 delegações estrangeiras. O evento é um dos maiores encontros do setor naval e offshore da América Latina e deve reunir 15 mil pessoas ao longo dos três dias, em um ambiente de oportunidades de negócios e networking para profissionais vindos de mais de 40 países.
O impulso na geração de empregos é reflexo da retomada da indústria naval. Há no País 26 estaleiros em operação e 11 em implantação, além de 385 obras em andamento no segmento. Atualmente há 570 mil toneladas de aço sendo processadas nestas unidades em funcionamento, número que chegará a 1,2 milhão em 2016, quando os 37 complexos estarão em operação integral. Além disso, serão necessários 287 barcos especiais e de apoio para atender o plano de negócios da Petrobras. Tudo isso soma um montante de R$ 180 bilhões em investimentos no setor até 2020. 
Para Milena Barcelos Soares, assistente de Marketing dos estaleiros Mauá, Eisa e Eisa-Alagoas, este cenário positivo está refletindo diretamente na Navalshore. "Este primeiro dia de feira surpreendeu pela quantidade de executivos com poder de decisão com quem estivemos reunidos em encontros de negócios", destacou. 
Consolidação - Presente na cerimônia de abertura, Tiago Lima, diretor da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), acrescentou outro fator com influência decisiva: o crescimento exponencial da atividade portuária no Brasil. "No ano passado nossos portos movimentaram 900 milhões de toneladas, um crescimento de 8% em relação a 2010. É importante destacar que 95% do comércio exterior do País passam pelos portos", ressaltou. Ele afirmou que agência continua agindo para fortalecer a indústria naval e citou como exemplo o programa de utilização temporário de portos ociosos no Norte e Nordeste para empresas que queiram instalar estaleiros para construção de plataformas offshore. 
Agenor Junqueira Leite, diretor de Transporte Marítimo da Transpetro, proferiu uma das palestras mais concorridas deste primeiro dia de Navalshore e reafirmou a importância da indústria naval para o desenvolvimento da exploração de petróleo e gás no País. "Estamos felizes de sermos, mais uma vez, patrocinadores da feira. Somos o maior armador da América Latina com 48 navios em operação. Temos 49 embarcações encomendadas e este evento é fundamental para reunir toda a cadeia produtiva do setor e fortalecer o conteúdo nacional, vital para o desenvolvimento da indústria brasileira", frisou. 
Para Gustavo Henrique Araruna Campos, analista de Comércio Exterior da Coordenação-geral das Indústrias de Transporte Aéreo, Aeroespacial e Naval do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Governo Federal está empenhado em consolidar o segmento. "O nosso grande desafio e meta agora são migrar o perfil de indústria montadora para encadeadora, ampliando e fortalecimento todas as empresas envolvidas no setor", explicou

2- Graça Foster apresenta PN 2012-2016 para empresários
A presidente da Petrobras, Graça Foster, apresentou para uma platéia de empresários e executivos, o Plano de Negócios e Gestão da Companhia para o período 2012-2016, durante almoço-palestra no Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef). Na ocasião ela reafirmou que a prioridade para os investimentos será a garantia do alcance das metas de produção de petróleo e gás, destacando a importância das refinarias em construção pela Petrobras e da Unidade de Fertilizantes III, em Três Lagoas (MS).
“Precisamos fazer uma gestão muito forte para atingirmos nossa meta de produção, pois sabemos que podem ocorrer variações nos dois sentidos, para mais ou para menos", afirmou Graça Foster. Segundo a presidente, o potencial de produção no pré-sal está se mostrando maior do que o inicialmente planejado.
Destacando, entre outros pontos, a disciplina de capital, Foster lembrou que a Petrobras receberá 24 sondas até 2016, sendo 14 delas ainda este ano. Sobre conteúdo local, afirmou não ser “um dogma” para a companhia. “Conteúdo Nacional é uma decisão gerencial que viabiliza ganhos operacionais”, declarou.
De acordo com Graça, a essência do plano é a mesma do anterior, e, por isso, todos os projetos foram mantidos. Ressaltou, ainda, que as novas refinarias são imprescindíveis para a Petrobras, reafirmando que os primeiros trens da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, deverão entrar em funcionamento em novembro de 2014, o Trem 1 do Complexo Petroquimico do Rio de Janeiro deverá começar a funcionar em abril de 2015, e os primeiros trens das refinarias Premiuns I e II, no Maranhão e Ceará, partirão, respectivamente em 2017 e 2018.
“Precisamos melhorar nossa capacidade de refino para não ficarmos tão expostos aos preços internacionais”, disse, declarando que a estatal tem uma história de aprendizado com a construção da Abreu e Lima, já que desde 1980 não construia uma refinaria.
A última refinaria construida pela Petrobras foi a Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP). Segundo a presidente da Petrobras, há espaço para novas refinarias por conta da grande demanda por derivados no mercado nacional.
Lições Aprendidas
"Na Petrobras sempre seguimos o principio de que as lições devem servir para nos ensinar", frisou a executiva. "Com a Rnest (Refinaria Abreu e Lima) foi assim. A Renest nos ensinou muitíssimo. Lições aprendidas devem ser escritas, lidas e jamais esquecidas. Isso vale para todos os projetos do Sistema Petrobras", completou.
A presidente da Petrobras fez questão também de destacar a importância da nova planta de fertilizantes - Unidade de Fertilizantes III - em Três Lagoas (MS), que deverá entrar em operação em dezembro de 2014. "Há necessidade de substituição de importações de uréia (o país importa 66% do que consome) e amônia (cuja importação é de 70% da demanda). Temos um grande mercado no Brasil, mesmo considerando a entrada em operação da Unidade”, afirmou.
A presidente da Petrobras, Graça Foster, apresentou, na quarta-feira (1º), para uma platéia de empresários e executivos, o Plano de Negócios e Gestão da Companhia para o período 2012-2016, durante almoço-palestra no Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef). Na ocasião ela reafirmou que a prioridade para os investimentos será a garantia do alcance das metas de produção de petróleo e gás, destacando a importância das refinarias em construção pela Petrobras e da Unidade de Fertilizantes III, em Três Lagoas (MS).
“Precisamos fazer uma gestão muito forte para atingirmos nossa meta de produção, pois sabemos que podem ocorrer variações nos dois sentidos, para mais ou para menos", afirmou Graça Foster. Segundo a presidente, o potencial de produção no pré-sal está se mostrando maior do que o inicialmente planejado.
Destacando, entre outros pontos, a disciplina de capital, Foster lembrou que a Petrobras receberá 24 sondas até 2016, sendo 14 delas ainda este ano. Sobre conteúdo local, afirmou não ser “um dogma” para a companhia. “Conteúdo Nacional é uma decisão gerencial que viabiliza ganhos operacionais”, declarou.
De acordo com Graça, a essência do plano é a mesma do anterior, e, por isso, todos os projetos foram mantidos. Ressaltou, ainda, que as novas refinarias são imprescindíveis para a Petrobras, reafirmando que os primeiros trens da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, deverão entrar em funcionamento em novembro de 2014, o Trem 1 do Complexo Petroquimico do Rio de Janeiro deverá começar a funcionar em abril de 2015, e os primeiros trens das refinarias Premiuns I e II, no Maranhão e Ceará, partirão, respectivamente em 2017 e 2018.
“Precisamos melhorar nossa capacidade de refino para não ficarmos tão expostos aos preços internacionais”, disse, declarando que a estatal tem uma história de aprendizado com a construção da Abreu e Lima, já que desde 1980 não construia uma refinaria.
A última refinaria construida pela Petrobras foi a Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP). Segundo a presidente da Petrobras, há espaço para novas refinarias por conta da grande demanda por derivados no mercado nacional.
Lições Aprendidas
"Na Petrobras sempre seguimos o principio de que as lições devem servir para nos ensinar", frisou a executiva. "Com a Rnest (Refinaria Abreu e Lima) foi assim. A Renest nos ensinou muitíssimo. Lições aprendidas devem ser escritas, lidas e jamais esquecidas. Isso vale para todos os projetos do Sistema Petrobras", completou.
A presidente da Petrobras fez questão também de destacar a importância da nova planta de fertilizantes - Unidade de Fertilizantes III - em Três Lagoas (MS), que deverá entrar em operação em dezembro de 2014. "Há necessidade de substituição de importações de uréia (o país importa 66% do que consome) e amônia (cuja importação é de 70% da demanda). Temos um grande mercado no Brasil, mesmo considerando a entrada em operação da Unidade”, afirmou.
Fonte: Agência Petrobras

3- Labirinto do etanol 
Roberto Rodrigues foi, inquestionavelmente, o maior ministro da Agricultura da República Brasileira e, ainda, é uma referência do agronegócio nacional. Filho do ex-vice-governador Antoninho Rodrigues, ele nasceu em Cordeirópolis, no interior paulista, e, prestes a completar 70 anos, ironiza a sua aposentadoria compulsória da Universidade Estadual Paulista (Unesp), na região de Jaboticabal, onde preleciona na cadeira de cooperativismo: "Isso não é aposentadoria compulsória, mas sim expulsória". 
Nos dias atuais, coordena o Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo e, recentemente, foi designado embaixador brasileiro junto à Organização das Nações Unidas para Agricultura e Abastecimento (FAO). Engenheiro agrônomo pela conceituada Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) de Piracicaba, possui um vastíssimo currículo e larga folha de dedicação e atividades voltadas à atividade econômica mais relevante da nação, o agronegócio. 
Na condição de ministro da Agricultura (2003/2006), encetou a reorganização da Pasta, implantando os alicerces de uma agricultura moderna e eficiente, com ênfase à energia da biomassa, notadamente da cana-de-açúcar. 
Em face das dificuldades encontradas com o setor econômico e financeiro do governo de Lula e sem condições de solucionar os desafios do agronegócio, resolveu deixar o ministério, estruturando, em seguida, o Conselho Superior do Agronegócio (Deagro) do sistema Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). 
Nas entidades das indústrias paulistas lançou o "SouAgro", movimento exitoso, visando a estruturar a comunicação planejada sobre a relevância e força do agronegócio. 
A ausência de Roberto Rodrigues do governo é sentida pela defesa intransigente mantida dos produtores rurais, mesmo que recebendo acerbas críticas, diante das posições assumidas em relação ao Código Florestal. 
Na sua gestão ministerial, Roberto Rodrigues procurou, exaustivamente, esclarecer que uma das mais relevantes descobertas brasileiras no setor energético: o etanol extraído da cana-de-açúcar poderia fracassar e isto aconteceria no bojo da Conferência da Rio+20 por falta de adequadas políticas governamentais. 
Ao contrário do que sucedera na Conferência do Rio 92 (Eco 92), chefes de Estado e de Governo, inclusive grandes produtores de petróleo, circulavam em carros movidos a gasolina, comprovadamente mais poluentes do que os veículos a etanol, quando o evento (Rio + 20) bradava a imperiosidade de implantação do desenvolvimento sustentável entre as nações. É contraditório. 
Atualmente, quem comprou um carro flex, veículo resultante do desenvolvimento da tecnologia brasileira, verifica que o abastecimento com o etanol não é mais compensatório. A gasolina, extraída do petróleo importado ou nacional, é a melhor escolha dos usuários nas bombas dos distribuidores. 
Com efeito, há uma enorme contradição. Enquanto se promovem infindáveis reuniões governamentais nas academias e universidades, a fim da promoção universal das energias ecológicas, mais limpas e renováveis, o governo brasileiro anda na contramão. 
Cada vez mais, torna-se inviável encontrar a saída do labirinto do etanol brasileiro, que tem de competir com o preço da gasolina congelado pelo governo, para manter a inflação dentro das metas fazendárias e com o preço remunerador do açúcar no mercado internacional. Não bastasse a defasagem do preço da gasolina, os preços dos derivados brasileiros encontram-se desalinhados com os valores internacionais. 
O Brasil já importou nos últimos 12 meses perto de 4 bilhões de litros de gasolina, o que ocasionou um prejuízo estimado à nossa principal estatal (Petrobrás) de perto de US$ 650 milhões. Os trabalhos mais recentes da Universidade Estadual Paulista evidenciam, ademais, que os canaviais paulistas estão mais velhos e menos produtivos, necessitando a sua renovação. Daí, a falta de matéria prima, a ser esmagada nas moendas. 
Conforme os especialistas, haverá a necessidade de construção no próximo decênio de mais 120 indústrias sucroalcooleiras, no sentido do atendimento da demanda do açúcar, para o mercado interno e do exterior, bem como do etanol anidro, para a mistura (25%) à gasolina ou hidratado nos carros flex, cujas vendas continuam aquecidas. 
O Brasil necessita passar dos atuais 555 milhões de toneladas de cana processados para 1,2 bilhão, em 2020, com o propósito de produzir 51 milhões de toneladas de açúcar, 69 bilhões de litros de etanol e 14 milhões médios de eletricidade, o equivalente a Itaipu. 
Após três décadas de criação do Proálcool, não temos etanol sequer para o uso interno e, vergonhosamente, passamos às importações mais caras do etanol de milho dos Estados Unidos, gerando empregos na grande Nação. Existem, ainda, os nossos cientistas que preconizam que a melhor solução constituirá no futuro fabrico do etanol celulósico, extraído do bagaço da cana, o que já acontece em planta piloto. 
Como preconizava, acertadamente, Roberto Rodrigues, o planejamento agrícola e industrial necessita ser realizado, com a antecedência devida, a fim de que as demandas sejam atendidas, com a implantação de um modelo econômico mais sustentável no Brasil nas áreas do etanol, açúcar e bioeletricidade. É o que esperamos. 
*Artigo originalmente publicado no DCI -Diário, Comércio, Indústria e Serviços , em 02/08/12. 
Luiz Gonzaga Bertelli
Vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo, conselheiro e diretor da Fiesp-Ciesp e presidente da Academia Paulista de História (APH)