sábado, 26 de maio de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 84

I – NOTÍCIAS

1- Primeiro leilão do pré-sal poderá ocorrer em 2013
O secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Martins Almeida, afirmou, em palestra promovida pela Câmara Britânica de Comércio e Indústria, no Rio, ter esperança de que o primeiro leilão de blocos exploratórios do pré-sal possa ser realizado até o final do ano que vem, já pelo novo modelo de partilha.
Para ele, a realização desse leilão é "um dos desafios" do governo Dilma Rousseff. Martins Almeida disse ainda que a 11ª rodada de licitação de blocos promovida pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) poderá ser realizada este ano desde que a autorização da presidente ocorra até agosto. Este leilão não incluirá blocos na camada pré-sal. Haverá áreas em terra e outras marítimas no pós-sal.
REFINARIAS - Segundo o engenheiro, se quiser ser exportador de derivados de petróleo até 2020, o governo brasileiro terá que planejar pelo menos uma refinaria a mais, além das quatro já anunciadas.
De acordo com Martins Almeida, as quatro refinarias (Rio de Janeiro, Pernambuco, Maranhão e Ceará) foram concebidas para que o Brasil se tornasse exportador de derivados, mas o mercado interno cresceu tanto que o que elas vierem a produzir será consumido no Brasil.
O secretário falou rapidamente com jornalistas apenas à saída do evento, enquanto se dirigia ao táxi, disse que a construção de novas refinarias ainda não está decidida pelo governo, que apenas avalia essa necessidade.
AE - Agência Estado

2- Petrobras ampliará foco em exploração e produção
O Plano de Negócios da Petrobras para o período 2012-2016 terá como foco o segmento de produção e exploração, segundo informou o diretor-financeiro e de Relações com Investidores da estatal, Almir Guilherme Barbassa. O plano deverá ser divulgado até agosto.
"Agora estamos trabalhando na revisão do Plano de Negócios. Estamos redirecionando um foco maior para exploração e produção e para a execução de projetos. Fazemos o acompanhamento diário de cada projeto", disse o executivo durante debate sobre petróleo, gás e petroquímica no Rio Investors Day, evento realizado na capital fluminense.
Para Barbassa, a Petrobras prioriza o médio e o longo prazos em seus planejamentos estratégicos. "Temos um projeto de longo prazo, não é para amanhã. A maturação de um projeto de petróleo é muito longa", afirmou.
AE - Agência Estado

3- REPSOLSINOPEC anuncia assuas reservas do pré-sal
A RepsolSinopec anunciou, finalmente, as estimativas de reservas do bloco BM-C-33, no pré-sal da bacia de Campos, onde a companhia fez três descobertas. Segundo a espanhola, a soma das reservas encontradas nos reservatórios Seat, Gávea e Pão de Açúcar é de 1,2 bilhão de barris de óleo equivalente (boe) recuperáveis, sendo 700 milhões de barris de óleo leve e condensado e 3 trilhões de pés cúbicos (TCF's) de gás natural, equivalentes a 545 milhões de barris de óleo. A espanhola opera a área com 35% de participação, a mesma da norueguesa Statoil, enquanto a Petrobras tem 30%.
Depois do fracasso da ExxonMobil na busca por petróleo no pré-sal, que levou a americana a devolver o BM-S-22 em Santos, o bloco operado pela espanhola na bacia de Campos é a maior descoberta de uma companhia estrangeira no pré-sal brasileiro até o momento. É uma boa notícia para os investidores preocupados com a perda que a Repsol perdeu sofreu na Argentina com a renacionalização da YPF. Mesmo com essa descoberta, os maiores campos do pré-sal em volume estão com a Petrobras: Lula (5 bilhões de barris de óleo equivalente), Franco (4,5 bilhões de barris) e Cernambi (3 bilhões de boe), só para citar alguns.
No BM-C-33 as sócias farão mais dois poços para delimitação da área antes de apresentar um plano de desenvolvimento da produção para a Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Uma fonte a par do assunto explicou que os dois novos poços vão trazer mais informações sobre a produtividade e um grau de certeza mais razoável sobre as reservas. Uma parte do bloco fica fora da faixa do pré-sal delimitada e reservada para o regime de partilha de produção.
O BM-C-33 foi adquirido sob o regime de concessão na 7ª Rodada de Licitações, realizada em 2005. Um dos desafios deverá ser o escoamento desse grande volume de gás a uma distância tão grande da costa, já que o bloco fica a 195 quilômetros do Rio de Janeiro, entre Macaé e Campos. Dinheiro, aparentemente, não será problema.
A Repsol se capitalizou quando vendeu 40% de seus ativos exploratórios no país para a Sinopec por US$ 7,1 bilhões, o que permitiu que a empresa constituída a partir da associação nascesse com US$ 18 bilhões. Desde 2010, a companhia já investiu US$ 12,26 bilhões no Brasil, comprando 40% da empresa formada com os ativos da Repsol, e depois fez operação similar adquirindo 30% da Galp Brasil. Por meio da Repsol, a Sinopec também é sócia de Lula, Piracucá, Sapinhoá e Carioca, na bacia de Santos, e participa de mais doze blocos em fase de exploração.
Fonte:Valor Econômico/Cláudia Schüffner | Do Rio

4- Bioeletricidade produzida a partir de subprodutos da cana completa 25 anos no Brasil
Fonte: Redação TN Petroleo
A geração de bioeletricidade produzida com bagaço de cana-de-açúcar em usinas brasileiras para a grade nacional de distribuição está completando 25 anos. De acordo com diretor técnico e presidente interino da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, ainda há muito trabalho a ser feito para aproveitar todo o potencial desta energia limpa e renovável.
“Hoje temos potencial para atingir 134 milhões de MWh/ano, ou 15.300 MW médios até 2020. Feitas as contas, isto equivale a mais de três vezes o que a Usina de Belo Monte será capaz de produzir,” afirma o executivo. Ele lembra que este potencial ainda adormecido só será viabilizado com um esforço conjunto envolvendo empresários e setor público.
Na próxima sexta-feira (25), Rodrigues participa, ao lado de diversas autoridades e convidados especiais, do evento “25 anos de Bioeletricidade no Brasil", que acontece na Usina São Francisco, em Sertãozinho (SP), a partir das 10h.
“A história da Bioeletricidade tem que ser lembrada com quem de fato se empenhou para que ela se tornasse realidade, como forma de estímulo para que a importância dessa forma de gerar eletricidade seja devidamente reconhecida,” explica o diretor de Comunicação Corporativa da Unica, Adhemar Altieri, ao comentar a realização do evento.
São Paulo ocupa posição de destaque na produção nacional de bioenergia. Além de características favoráveis à produção, como clima e solo, o estado concentra a maior parte da pesquisa e do desenvolvimento tecnológico, reúne parte significativa das indústrias de bens de capital para produção de bioenergia.
Histórico e potencial energético
Em 1987, a Usina São Francisco, do Grupo Balbo, foi a primeira a exportar energia elétrica obtida de uma fonte 100% renovável para a CPFL Energia, empresa distribuidora de energia. Em seguida, a Usina São Martinho, de Pradópolis (SP), e a Vale do Rosário, em Morro Agudo (SP), hoje ligada ao Grupo LDC-SEV, também iniciaram seus projetos de geração de bioeletricidade, na época financiados com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para aquisição de máquinas e equipamentos utilizados pelas usinas.
No evento marcado para sexta-feira, além das três usinas que iniciaram a produção de bioeletricidade em 1987, três pioneiros foram selecionados para homenagens pessoais pelo esforço e envolvimento de cada um na época. São eles o presidente da Usina São Francisco, Jairo Menesis Balbo, o então presidente da Usina Vale do Rosário, Cícero Junqueira Franco, e o então diretor industrial da Usina São Martinho, Agenor Pavan, que será objeto de homenagem póstuma.

5- Engenheiro Marcos Assayag assume Gerência Executiva do Cenpes
Em cerimônia realizada na semana passada, na presença da presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, o engenheiro de equipamentos Marcos Assayag comemorou sua nomeação como gerente executivo do Centro de Pesquisas & Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes). Assayag substitui o engenheiro de petróleo Carlos Tadeu da Costa Fraga, que assumiu o cargo de gerente executivo do Pré-Sal na área de Exploração e Produção.
Em seu discurso, Assayag disse estar muito honrado pela confiança depositada pela presidente Maria das Graças Silva Foster ao indicá-lo para o cargo e demonstrou ter a consciência da responsabilidade que tem pela frente. “Assumo essa gerência executiva com humildade e simplicidade diante da grandeza do Cenpes e da Companhia, consciente dos desafios que nos aguardam e da responsabilidade de prover tecnologia e serviços que atendam a necessidade da Petrobras”, afirmou.
A presidente Maria das Graças Silva Foster destacou a importância do Cenpes para a Petrobras e o privilégio de ter iniciado sua carreira no centro de pesquisa. “Eu tenho certeza de que Assayag dará prosseguimento ao que o Tadeu fez tão bem. Muito obrigado por ter vindo ficar mais perto da diretoria da Petrobras”, afirmou.
Ao final do evento, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, entregou uma placa de agradecimento ao gerente executivo Carlos Tadeu Fraga. Também compareceram à cerimônia os presidentes da Petrobras Distribuidora, José Lima de Andrade Neto, e da Transpetro, Sergio Machado.
Agência Petrobras de Notícias

6- Toma posse o Engenheiro Jose Antonio Figueiredo
O engenheiro José Antônio de Figueiredo tomou posse na quarta-feira (16/5) como diretor de Engenharia, Tecnologia e Materiais da Petrobras. Ele substitui Richard Olm, que renunciou ao cargo por problemas de saúde.
José Antônio de Figureiredo ( Agência Petrobras )
"Não me programei para ser diretor. Ao contrário, sei que essa jornada será mais um desafio. Ser diretor é uma honra para mim", disse Figueiredo, que há duas semanas havia assumido a gerência executiva de Engenharia.
Figueiredo assume a Engenharia da Petrobras em meio a um rearranjo na área, que agora passa a contar com um gerente executivo para cada outra diretoria.
Foram criadas quatro novas gerências para a diretoria. A Petrobras confirmou os nomes de Renata Baruzzi (Corporativa); Braulio Bastos (E&P), Roberto Machado (Gás e Energia) e Maurício Guedes (Abastecimento)
Quem também tomou posse nesta quarta-feira (16/5) foi o engenheiro Marcos Assayag, que agora comanda o Cenpes. Ele substitui Carlos Tadeus da Costa fraga, que é o novo gerente executivo de E&P Pré-Sal da Petrobras.


II – COMENTÁRIOS

1- Estaleiro EAS entrega Navio João Candido
Com cheiro de tinta fresca e quase dois anos de atraso, o petroleiro João Cândido será entregue hoje pelo Estaleiro Atlântico Sul (EAS), de Pernambuco, em solenidade que contará com a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster. Apesar do clima festivo preparado, a entrega acontece sob um clima de desconfiança por parte da Transpetro, que tem outras 21 embarcações encomendadas e teme pela eficiência do estaleiro.
O presidente da estatal, Sérgio Machado, já cobrou publicamente a atração de novo sócio estratégico para o EAS, após a coreana Samsung deixar o corpo societário do estaleiro, em março. O principal temor da Transpetro é de que os próximos navios continuem saindo a conta gotas. "Demoraram quatro anos para fazer um, mas não podem levar quase um século para entregarem os 22", disse uma pessoa a par da situação.
Informações de bastidores dão conta de que os sócios do EAS - Camargo Corrêa e Queiroz Galvão - estariam negociando com estaleiros asiáticos, porém sem grandes avanços. Questionado sobre as cobranças feitas pela Transpetro, o Atlântico Sul informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não iria se manifestar.
Com a entrega do João Cândido, o desafio agora é terminar o Zumbi dos Palmares, petroleiro que está em fase de edificações. A previsão é de que seja entregue em dezembro deste ano, quase três anos e meio após o início de sua montagem, em agosto de 2009. Na avaliação da Transpetro, o EAS tem estrutura suficiente para montar pelos menos quatro navios por ano.
Instalado em 2007, o Atlântico Sul passou por problemas relacionados à mão de obra. A inexperiência dos trabalhadores contratados resultou em problemas sérios na soldagem do João Cândido, que tinha prazo original de entrega para agosto de 2010, mas teve que ser totalmente remodelado. Somente com esta embarcação, os sócios do estaleiro tiveram prejuízo de cerca de R$ 170 milhões, segundo a assessoria de imprensa do EAS. Em 2011, a empresa amargou uma perda de R$ 1,47 bilhão.
A principal justificativa é de que os contratempos do primeiro navio fazem parte da curva de aprendizagem de um setor que renasce no país, e que as próximas embarcações tendem a sair com maior rapidez. "A sequência de fabricação e de testes será importante para a otimização", afirmou o diretor de Comissionamento do EAS, Paulo Sergio Cardoso.
Ao fim da montagem, o navio ficou com índice de nacionalização de 70%, superior ao mínimo exigido (65%), mas inferior ao petroleiro Celso Furtado, entregue em dezembro pelo estaleiro Mauá, do Rio de Janeiro, que marcou 74%. Segundo Cardoso, o teste de mar realizado com o navio apresentou um resultado muito bom. "Ele foi totalmente testado em seus equipamentos e sistemas e está pronto para operar", garantiu.
Com 25 tripulantes, a embarcação, de 274 metros de comprimento e capacidade para 1 milhão de barris de óleo, inicia ainda hoje a sua primeira viagem. Após a solenidade, o petroleiro parte para a Bacia de Campos (RJ), onde será carregado na plataforma P-38. Depois, segue para o terminal da Transpetro em São Sebastião (SP), de onde o óleo será distribuído para as refinarias paulistas.
Fonte: Valor Econômico/Por Murillo Camarotto | De Ipojuca (PE)

2- A participação da GE aumenta o valor da EBX
A venda de 0,8% de participação na Centennial Asset Brazilian Equity LLC e outras holdings offshore do grupo EBX - do empresário Eike Batista -, por US$ 300 milhões, para a americana GE, mostrou uma valorização dos ativos do grupo de US$ 2 bilhões nos últimos dois meses, apesar do cenário de crise internacional. Em março, o Mubadala Development Company, empresa de desenvolvimento e investimento estratégico de Abu-Dhabi, nos Emirados Árabes, adquiriu uma participação acionária de 5,6% no EBX, por US$ 2 bilhões. A compra da fatia pelo Mubadala indicava valor de mercado de US$ 35,5 bilhões para a EBX. O negócio fechado com a GE aponta para um valor de US$ 37,5 bilhões.
O movimento reforça o esforço da EBX em busca de parceiros importantes no cenário global, além de ser estratégico para a GE, que tem contratos de fornecimento de US$ 1,5 bilhão firmados com MPX e OGX, empresas controladas pelo grupo. Outros "players" mundiais apostaram nos ativos da EBX. Em janeiro, a MPX, empresa de energia do grupo, anunciou um acordo com a alemã E.ON. Por meio de uma "joint venture", as companhias vão desenvolver projetos de geração de energia e atividades de suprimento e comercialização. Também são parceiros do grupo a IBM, a Hyundai Heavy Industries, a Wuhan Iron and Steel (Wisco) e a EDP.
O líder do centro de pesquisas global da GE no Brasil, Ken Herd, explicou que as duas companhias vinham conversando desde janeiro de 2011. Segundo ele, alguns resultados da parceria entre as duas empresas devem começar pela MPX, braço de energia do grupo, e pela petroleira OGX. Herd citou que o grupo pediu para que a GE desenvolva soluções tecnológicas para a geração de energia renovável. Um exemplo, segundo o executivo, é a aplicação da tecnologia desenvolvida pela americana para cooperar com a ampliação da capacidade da usina solar de Tauá, no Ceará, que tem hoje 1 megawatt (MW) e pode chegar a 4 MW de capacidade, segundo o executivo.
O executivo destacou que oportunidades com outras companhias do grupo, como MMX e LLX também serão exploradas. "A ideia é encontrar as melhores soluções para esses clientes", disse Herd. Além disso, destacou que prevê desenvolver soluções tecnológicas para a produção de energia a carvão com tecnologia menos poluente. Radicado no Rio há um ano e oito meses para implantar um centro de pesquisas da GE na cidade, Herd vê uma crescente importância do Brasil no cenário internacional.
O centro de pesquisas, o primeiro da empresa na América Latina e quinto no mundo, terá um papel importante para a relação entre o grupo e a GE. O empreendimento tem investimentos programados de R$ 500 milhões nos cinco anos seguintes à inauguração, prevista para 2013. Em novembro de 2010, a GE anunciou investimentos no Brasil de US$ 550 milhões. Desse montante, US$ 100 milhões seriam direcionados para a construção do centro global de pesquisa. Os outros valores seriam investidos na expansão da atuação da companhia no país e a inauguração de novas fábricas.
Fonte:Valor Econômico/Marta Nogueira | Do Rio

3- Começam as Obras do Estaleiro Paraguaçu
Cento e setenta operários já trabalham na construção do Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP), no município de Maragogipe, Recôncavo baiano. A obra está na fase inicial, com a realização dos serviços de supressão da vegetação, resgate da fauna e flora e terraplanagem. É o maior investimento da iniciativa privada na Bahia e na área da indústria naval com execução iniciada no Brasil, sob o comando de um consórcio formado pelas empresas Odebrecht, OAS, UTC e Kawasaki.
A conclusão dos trabalhos está prevista para 2014, e até lá serão investidos R$ 2 bilhões na construção e contratação de mais de três mil operários. Quando o EEP estiver pronto, o estado ganhará mais um ponto de produção de navios e plataformas de exploração de petróleo, reaquecendo a economia do Recôncavo e recolocando a Bahia no mapa da indústria naval brasileira.
O governo do Estado apoia o empreendimento com obras de infraestrutura rodoviária, além de auxílio na obtenção do financiamento, que é do governo federal, por meio do Fundo de Marinha Mercante. Ainda como parte dos esforços para resgatar a indústria naval, foi criada em 2009 a Secretaria Extraordinária da Indústria Naval e Portuária (Seinp), que centraliza as ações do estado voltadas à viabilização de empreendimentos na área.
Encomendas
De acordo com o secretário da Indústria Naval, Carlos Costa, o novo estaleiro baiano terá tecnologia e capacidade para atender aos mercados nacional e internacional. “O empreendimento terá condição de oferecer em tempo hábil equipamentos de ponta para todos os mercados. As empresas vão trabalhar com toda a tecnologia e atenderão não só encomendas de embarcações para a indústria naval civil, mas também para a indústria militar”.
Antes mesmo de começar a operar, o estaleiro já recebeu a encomenda de seis sondas de exploração de petróleo. As unidades fazem parte de um contrato com a Sete Brasil, empresa fornecedora da Petrobras. A estimativa dos empresários é de um faturamento anual de R$ 600 milhões.
Reabertura do São Roque Paraguaçu aquece economia do Recôncavo
A foz do Rio Paraguaçu, na Baía de Todos-os-Santos, é considerada um dos melhores lugares do país para a implantação de estaleiros. Com águas profundas e abrigadas, foi lá que a fabricação de navios teve início no Brasil. “A Bahia é o berço dessa atividade, que começou com a chegada de Dom Pedro ao Brasil”, afirmou o secretário Carlos Costa.
Ele explicou que durante muitos anos o estado prosperou na área, principalmente na década de 1970, “mas logo depois houve uma paralisia e agora voltamos a revitalizar a atividade”.
O início da retomada aconteceu em 2010, com a reabertura do Estaleiro São Roque do Paraguaçu, que já finaliza a construção de duas plataformas para a Petrobras. Mesmo com dimensões e capacidade menores que o Estaleiro Enseada do Paraguaçu, o São Roque já mexe com a vida dos moradores e com o comércio de cidades como Maragogipe e Nazaré das Farinhas. São cerca de três mil pessoas trabalhando e o efeito disso é percebido pelos lojistas.
Em Maragogipe, de onde partem alguns ônibus com operários todos os dias para o estaleiro, é fácil encontrar comerciantes que confirmam a melhoria das vendas. Para Rita Barbosa, proprietária de um pequeno mercado, “a cidade era mais parada e agora com o estaleiro parece que acelerou”.
Rita disse que tem mais gente circulando, o que foi bom para o seu comércio, porque aumentou o poder de compra dos moradores. “Ganhei clientes que têm o cartão de alimentação da empresa e fazem compras aqui, esses passaram a frequentar meu mercado depois do estaleiro”.
Para quem trabalha no Estaleiro São Roque do Paraguaçu, o emprego e o crescimento econômico proporcionado pela indústria naval na região são motivos de orgulho. “Eu aprendi uma profissão lá dentro, tenho a vantagem do plano de saúde, da segurança, cobertura de tudo e a empresa dá 100% de apoio. Estou noivo e a casa em construção prestes a terminar, o próximo passo é o filho”, disse o mecânico montador Uliam Costa, morador de Nazaré das Farinhas.
Além do salário dos trabalhadores, a contratação de serviços locais de transporte, alimentação e fornecimento de equipamentos vai beneficiar pelo menos cinco cidades da região, mas a área de influência pode ser considerada muito maior, com até 15 municípios. A expectativa é que o crescimento econômico e o desenvolvimento social associado à atividade de fabricação de navios, sondas e plataformas de exploração de petróleo dobre na região com a chegada do EEP.
Cuidados ambientais
Para evitar que o crescimento seja desordenado e traga impactos negativos tanto na área ambiental como social, o EEP está cercado de todos os cuidados. O consórcio responsável pelo empreendimento realiza estudos e licenciamentos e de acordo com a gerente de sustentabilidade do EEP, Caroline Azevedo, desde 2008 vêm sendo realizados encontros com as comunidades locais para definir ações que permitam a inclusão dessas pessoas.
“Além do licenciamento clássico ambiental, fomos licenciados também pelo patrimônio histórico, por meio do Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional], pela Fundação Palmares, pela característica de estarmos dentro de uma comunidade quilombola; pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, por estarmos vizinhos a uma área de proteção federal; e pelo Estado, por estarmos dentro da APA [Área de Preservação Ambiental] Baía de Todos-os-Santos”, disse Caroline.
Fonte: Secom Bahia

sexta-feira, 18 de maio de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 83

I – NOTÍCIAS

1- PLATAFORMA P-55 DEVERÁ ADIAR POR 12 MESES A ENTRADA EM OPERAÇÃO
A entrada em operação da plataforma P-55, da Petrobras, será adiada em um ano por causa do atraso na entrega pelo EAS (Estaleiro Atlântico Sul), de Pernambuco.
A plataforma terá capacidade para produzir 180 mil barris diários de petróleo.
De acordo com o Diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Formigli, a produção da plataforma, que seria iniciada no final deste ano, foi transferida para o final de 2013.
A plataforma P-55, que será instalada no campo de Roncador, na bacia de Campos, teve o casco construído no EAS. Está sendo finalizada no estaleiro do Rio Grande, no Rio Grande do Sul.
NAVIO
O EAS também atrasou em dois anos a finalização do navio João Cândido, com entrega prevista para a Petrobras para o próximo dia 25.
Fonte: Folha de São Paulo

2- LUPATECH SINALIZA SUA RECUPERAÇÃO
Em meio a uma crise que já dura mais de três anos, a Lupatech sinaliza para o mercado com metas de recuperação. A fornecedora de equipamentos e serviços para o setor de gás e petróleo aposta suas fichas na operação de aumento de capital em andamento, que pode chegar a R$ 700 milhões, e na incorporação da San Antonio Brasil.
Em teleconferência realizada ontem com analistas, o presidente da empresa, Alexandre Monteiro, disse que a meta é fechar 2013 com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de R$ 170 milhões e receita líquida de R$ 1,2 bilhão. Em 2011, a Lupatech teve R$ 62,22 milhões de Ebitda e receita de R$ 574 milhões.
No primeiro trimestre, a companhia registrou avanço de 11% da receita líquida na comparação com os três primeiros meses de 2011, para R$ 134 milhões, mas foi praticamente o único número que evoluiu. O Ebitda caiu 41% na mesma base de comparação, para R$ 9,5 milhões, e o prejuízo líquido no período foi de R$ 69 milhões ante prejuízo de R$ 8,9 milhões no primeiro trimestre de 2011. Na avaliação do presidente, foi um começo de ano "bastante duro" e as dificuldades ainda se arrastam. Em abril, foram cancelados dois contratos de prestação de serviços para a Petrobras, que somavam US$ 779 milhões até 2015.
Neste mês, a empresa elegeu um novo conselho de administração, com maioria dos membros independentes. A Lupatech pretende ganhar eficiência também a partir de sinergias com a San Antonio. Segundo Monteiro, em 2013 os ganhos com a junção das operações serão de R$ 4 milhões e, em 2014, saltarão para R$ 19 milhões.
A racionalização da estrutura de gestão, aliada ao aumento de capital e à expansão em portfólio na área de petróleo e gás sustentam o otimismo em relação ao futuro. Na semana passada, o presidente havia dito que a San Antonio tem potencial para gerar incremento de Ebitda de cerca de R$ 30 milhões nos 12 meses seguintes à conclusão da incorporação, prevista para ocorrer até junho.
O endividamento total ficou contido, mas ainda cresceu 3% nos primeiros três meses do ano, em relação ao patamar observado em dezembro. Ao fim de 2011, estava R$ 1,284 bilhão e alcançou R$ 1,324 bilhão em março. A direção justificou o aumento para atender à necessidade de capital de giro.
Fonte: Valor Econômico/ Ana Fernandes | De São Paulo

3- PETROBRAS TERÁ 20 SONDAS ATÉ FIM DESTE ANO
Até o final do ano a Petrobras (PETR3, PETR4) deverá ter 20 sondas em funcionamento no polo pré-sal da Bacia de Santos, divulgou a empresa em teleconferência com analistas ontem. Atualmente, são 13 sondas no local.
Dessa forma, segundo Almir Barbassa, diretor de relações com investidores da petrolífera, a empresa terá 40 sondas apenas para as águas ultraprofundas até o fim deste ano.
"Todas elas trabalharão no nosso processo de exploração e produção e já dará um grande suporte para o crescimento da produção futura do pré-sal", frisou o diretor, o qual também ressaltou que esses projetos serão atualizados no plano de negócios para os próximos anos, a ser divulgado até agosto deste ano.
Fonte: Info Money/Fernando Ladeira de Azevedo

4- Marcos Assayag assume a Gerência Executiva do Cenpes
Fonte: Agência Petrobras
O engenheiro de equipamentos Marcos Assayag foi nomeado gerente executivo do Centro de Pesquisas & Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) na quarta-feira (16), durante evento que contou com a presença da presidente da Petrobras, Graça Foster. Assayag substitui o engenheiro de petróleo Carlos Tadeu da Costa Fraga, que assumiu o cargo de gerente executivo do pré-sal na área de Exploração e Produção.
Em seu discurso, Assayag disse estar muito honrado pela confiança depositada em sua indicação para o cargo e demonstrou ter a consciência da responsabilidade que tem pela frente. “Assumo essa gerência executiva com humildade e simplicidade diante da grandeza do Cenpes e da companhia, consciente dos desafios que nos aguardam e da responsabilidade de prover tecnologia e serviços que atendam a necessidade da Petrobras”, afirmou.
A presidente Maria das Graças Silva Foster destacou a importância do Cenpes para a estatal e o privilégio de ter iniciado sua carreira no centro de pesquisa. “Eu tenho certeza de que Assayag dará prosseguimento ao que o Tadeu fez tão bem. Muito obrigado por ter vindo ficar mais perto da diretoria da Petrobras”, afirmou.
Ao final do evento, a executiva entregou uma placa de agradecimento ao gerente executivo Carlos Tadeu Fraga. Também compareceram à cerimônia os presidentes da Petrobras Distribuidora, José Lima de Andrade Neto, e da Transpetro, Sergio Machado.
Carreira
Marcos Assayag formou-se em engenharia mecânica em 1974, pela Escola de Engenharia da Universidade Federal Fluminense (UFF) e tem MBA em gestão empresarial pela UFRJ. Ingressou na Petrobras em 1975 e trabalhou, até 1981, com projetos de facilidades de produção em órgãos operacionais na Bahia e Sergipe. Nesse ano, foi designado chefe do Setor de Instalações de Produção no Serviço de Engenharia. Foi transferido para o Cenpes em 1982 e, em 1989, foi designado coordenador do Programa de Capacitação em Águas Profundas (PROCAP), que coordenou nas versões para 1.000, 2.000 e 3.000 metros de profundidade de água.
Em setembro de 2002 passou a ocupar a função de gerente geral de Engenharia Básica do Cenpes, responsável pelos projetos das unidades de produção marítima e por projetos na área de abastecimento e refino.
Em 2007, recebeu o prêmio “OTC Distinguished Achievement Award for Individuals”, o maior reconhecimento da indústria de petróleo no mundo, por sua contínua contribuição para o desenvolvimento tecnológico da indústria de petróleo.
Em agosto de 2008, foi admitido na Ordem do Mérito Científico, na classe de Comendador e na categoria Ciências Tecnológicas, que premia personalidades nacionais e estrangeiras que se distinguem por relevantes contribuições à ciência e à tecnologia do país.
Em 2010, foi designado para atuar na gerência de Equipamentos, Engenharia e Logística do escritório de E&P da Petrobras em Londres.

5- Queiroz Galvão tem maior lucro entre as petroleiras privadas
Entre as principais empresas brasileiras privadas do setor de petróleo com ações negociadas em Bolsa -QGEP, da Queiroz Galvão; OGX, do empresário Eike Batista; e HRT, do empresário Márcio Mello-, o melhor resultado ficou com a QGEP, mais antiga e única que já produz.
A QGEP, que é a sétima maior operadora do país e tem participação de 45% no campo de Manati, no qual é sócia da Petrobras, teve lucro de R$ 69,2 milhões no primeiro trimestre, crescimento de 72% em relação ao mesmo período do ano passado.
A empresa está também em blocos na bacia de Santos (BM-S-8 e BM-S-12) em parceria com a estatal e é operadora dos blocos BM-J-2 (bacia do Jequitinhonha) e BS-4 (bacia de Santos).
A QGEP produziu em março 2,3 milhões de metros cúbicos diários de gás natural, ou 15 mil boe (barris de óleo equivalente), ficando atrás só da Petrobras na produção de gás natural no país.
PRÉ-OPERACIONAL
Já a OGX, que iniciou este ano produção no campo de Waimea, agora denominado Tubarão Azul, registrou prejuízo de R$ 144,8 milhões.
A perda foi quase três vezes maior que há um ano, de R$ 33,8 milhões, refletindo a condição pré-operacional da companhia, parte do grupo de Eike Batista.
No primeiro trimestre de 2012, a OGX produziu em média 11 mil barris diários de petróleo, ficando em sexto lugar no ranking da produção de petróleo no Brasil divulgado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural).
A HRT, apesar de também pré-operacional, obteve no primeiro trimestre do ano lucro de R$ 53,3 milhões, depois de ter registrado prejuízo de R$ 13,8 milhões no mesmo trimestre de 2011.
O resultado é explicado por uma operação financeira de compra e venda de ativos na qual obteve lucro de R$ 186 milhões.
Apesar da melhor performance financeira, as ações da QGEP acumulavam queda de 19,7% no ano até março.
Já os papéis da OGX acumulavam alta de 10,9% e os da HRT, de 11,3%.
As ações da Petrobras acumulavam altas de 10,2% (PN) e 7,1% (ON) neste ano até o mês de março.
Fonte: Folha de São Paulo


II – COMENTÁRIOS

1- Por que a energia é cara no Brasil
O País vive hoje um grande debate sobre o preço da energia. Todos reclamam, com razão, de que o Brasil tem uma das energias mais caras do mundo. As associações e federações industriais têm elaborado uma série de estudos mostrando como o produto brasileiro vem perdendo competitividade, como as indústrias já procuram outros países para se instalar, e tudo isso está inteiramente ligado aos altos preços da energia no Brasil. Recentemente, o governo lançou um plano com medidas destinadas a aumentar a competitividade da indústria brasileira, e a frustração é que não continha nenhuma política para reduzir os preços da energia. Agora começamos a ver o governo anunciar que estuda fórmulas como a desindexação para baixar a energia no Brasil.
É curioso que um país como o nosso, rico em fontes de energia primária, tenha uma das energias mais caras do mundo. A razão principal para a energia ser cara no País é que o governo não acredita na famosa lei da oferta e da demanda e na concorrência. As políticas públicas no Brasil para o setor de energia têm se caracterizado por não incentivar o aumento da oferta, incentivar práticas monopolistas e encarar o setor como um grande coletor de impostos.
Na energia elétrica, resolvemos atender às pressões ambientalistas, em particular de ONGs estrangeiras, e abrir mão do nosso potencial hídrico, construindo somente usinas a fio d´água. Com certeza seremos cobrados pelas futuras gerações. Além disso, criamos uma metodologia de leilões de energia elétrica que não leva em conta as características de cada fonte nem a sua localização.
No setor de petróleo e gás natural, depois do anúncio das descobertas do pré-sal, a ANP parou de realizar leilões. O último ocorreu em 2008. Em paralelo, com o fim dos leilões, o governo criou políticas que reforçaram o monopólio da Petrobrás. Sem leilões e com uma política de cunho nacionalista, o crescimento da oferta de petróleo e gás natural ficou bem abaixo do seu potencial.
Na biomassa, a inexistência de uma política de longo prazo, tanto para derivados da cana-de-açúcar (etanol e bagaço) como para biodiesel, principalmente após o anúncio do pré-sal, criou uma instabilidade regulatória e uma insegurança jurídica que tiveram como consequência a redução na oferta de etanol, a pouca presença do bagaço nos leilões de energia e uma grande redução nas margens do biodiesel. Aliado à política pública de restringir a oferta, o modelo fiscal para o setor de energia ajuda a encarecer ainda mais o insumo, tanto pelo lado do governo federal quanto pelo dos estaduais, que usam o setor como uma das suas maiores fontes de arrecadação, seja o PIS/Confins ou o ICMS.
Pelo lado da demanda, as políticas do governo só fazem incentivar o consumo por meio da liberação de crédito para comprar automóveis e toda a chamada linha branca e, agora, exigindo dos bancos a queda dos juros.
Enquanto isso, nos EUA o governo promove uma política de incentivo ao aumento da oferta de energia e uma política tributária reversa à utilizada no Brasil. As consequências são a descoberta do chamado shale gas e o aumento da produção interna de petróleo. O preço do gás nos EUA é hoje de US$ 2/milhão de BTU, o que tem provocado uma conversão de térmicas a carvão para gás e começa a viabilizar o chamado gás líquido, que pode substituir o diesel em motores. O continente norte-americano passa por uma enorme revolução na oferta de energia. O Canadá, parceiro preferencial dos EUA, já é a 2.ª reserva de petróleo do mundo, atrás apenas da Arábia Saudita. O aumento da oferta está provocando uma queda exponencial do preço da energia nos EUA, o que, num segundo momento, vai levar à volta de uma série de indústrias ao país e ao retorno do crescimento econômico.
No Brasil, em vez de pôr em prática políticas públicas que incentivem o aumento da oferta de energia, a concorrência e o abandono da visão do setor como arrecadador de impostos, o governo parece optar pelo populismo tarifário e por uma maior intervenção do Estado no setor. É uma pena que não sigamos o exemplo americano.
**Texto originalmente publicado no jornal O Estado de São Paulo, em 17/05/12.
Adriano Pires
Fonte: O Estado de S. Paulo
Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura - CBIE

2- Propostas mais ousadas para a Rio+20
As diversas áreas do governo brasileiro envolvidas com a preparação da Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, que acontece no Rio de Janeiro em junho, precisam levar para a reunião um tema que seja de interesse global e que conte com o apoio de todos os países que participarão dos debates. Não é tarefa fácil, uma vez que as discussões que acontecerão na conferência envolvem interesses conflitantes, com os países desenvolvidos querendo priorizar somente os temas ambientais e o Brasil, ao lado dos países em desenvolvimento, firmando pé no tripé ambiental, social e econômico.
Apesar da delicada tarefa, nós, do agronegócio, entendemos que os negociadores brasileiros deveriam ousar propondo como tema central algo do tipo "Segurança Alimentar e Energética com Sustentabilidade". Ele tem um forte apelo humanitário, atacaria a questão da fome no mundo, que segundo dados da FAO, a organização da ONU para Agricultura e Alimentação, afeta atualmente 800 milhões de pessoas. Essa seria uma proposta concreta, factível, sem opositores e sobre a qual todos os países poderiam desenvolver ações graduais, como ocorre com a redução das emissões dos gases prejudiciais à camada de ozônio.
E, ninguém melhor que o Brasil para apresentar tal proposta, pois além de ser o anfitrião do encontro é, reconhecidamente, quem mais tem contribuições a dar em termos de produção de alimentos e energia a partir da biomassa de forma ambientalmente sustentável. Afinal de contas, nenhum outro país do mundo consegue mostrar o espetacular ganho de produtividade agrícola registrado pelo agronegócio brasileiro nos últimos 20 anos - aumento de 30% na área plantada contra crescimento de 180% na produção de grãos. Foi esse expressivo ganho de produtividade que impediu, por exemplo, que 57 milhões de hectares tivessem de ser desmatados para a produção.
Se isso não bastasse, vale recordar que o Brasil é o único país do mundo que instalou, desenvolveu e vem aprimorando a cadeia produtiva do etanol a base de cana, um combustível limpo. Nesse sentido, temos de fazer valer o peso de uma das nações que mais próximas está da matriz ideal de economia sustentável e sermos mais ousados. Além de recordar tudo o que o agronegócio já fez em favor da área ambiental, é importante também avançar no campo das propostas de medidas concretas e que não sejam meras promessas ou intenções. Aqui podemos relacionar, por exemplo: medidas tributárias na área de agroenergia, como imposto zero para a cadeia do etanol; desburocratização efetiva do Programa ABC - Agricultura de Baixo Carbono; mostrar que o código florestal é uma conquista do País e não um drama.
Outro fator de estimulo ao protagonismo brasileiro nessa questão da sustentabilidade vinculada a segurança alimentar é o fato de que, a partir deste ano, o diretor da FAO é o brasileiro José Graziano da Silva. O Brasil tem, portanto , a oportunidade de oferecer à ONU essa medida e até contribuir para reforçar a credibilidade da entidade no mundo. Por fim, além de mostrar os avanços em termos de agricultura sustentável, levar para a Rio+20 a proposta de segurança alimentar e energética com sustentabilidade reforçaria a posição de liderança brasileira num mundo atualmente carente de líderes.
Luiz Carlos Corrêa Carvalho
Presidente da Abag - Associação Brasileira do Agronegócio

sábado, 12 de maio de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 82

I – NOTÍCIAS

1- APROFUNDAMENTO DAS RELAÇÕES BRASIL - CINGAPURA
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, propôs ao ministro do Comércio e Indústria de Cingapura, Lim Hng Kiang, um aprofundamento das relações entre os dois países.
“Temos necessidade de uma maior aproximação, em função da capacidade tecnológica de Cingapura - especialmente na indústria naval e no setor de petróleo e gás - e da necessidade de modernização da infraestrutura de portos e aeroportos do Brasil”, disse Pimentel. Os dois ministros reuniram-se no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).
Para Kiang, os interesses de Brasil e Cingapura são coincidentes. O ministro asiático citou como exemplo dessa convergência o fato de mais de 50 companhias cingapurianas manterem escritórios no Brasil e reafirmou o interesse da empresa que administra o aeroporto de Cingapura de participar da próxima rodada de concessão dos aeroportos brasileiros.
Fonte: Portal Brasil

2- CONTER DERRAME DE PETROLEO VIRA NEGÓCIO
Várias empresas que desenvolveram novas maneiras de conter derramamentos de petróleo em alto-mar após o desastre da plataforma Deepwater Horizon estão levando essas tecnologias para o mundo todo, esperando lapidar sua reputação e reduzir os riscos de uma atividade arriscada, mas lucrativa.
A principal delas é a BP PLC, gigante petrolífera do Reino Unido que esteve no centro do acidente com a Deepwater Horizon, há dois anos, que matou 11 pessoas, lançou uma enorme mancha negra no litoral dos Estados Unidos no Golfo do México e quase levou a empresa à falência.
A BP lançou um dispositivo de 500 toneladas para contenção de derramamentos de óleo, projetado para ser enviado de avião de imediato para qualquer parte do mundo onde a empresa perfura o leito oceânico buscando petróleo. O sistema pode ser baixado ao fundo do mar, em águas profundas, por uma sonda, e então montado em cima da boca do poço, no leito marinho, para estancar o jorro. Ele fica armazenado em uma antiga siderúrgica perto do Canal de Navegação de Houston, no litoral do Estado do Texas.
O sistema da BP,, que custou US$ 50 milhões para desenvolver, é um conjunto de caixas e cilindros mais ou menos do tamanho de uma casa, e parece um gigantesco Lego feito de peças metálicas amarelas. Esse grande peso é necessário para operar em profundidades de até 3.000 metros e suportar vazamentos de alta pressão. O kit pode ser colocado em cima de um preventor de explosão quebrado - aparelho que já é uma espécie de tampão - para cobrir um vazamento, ou colocar em cima da boca de um poço aberto que está vazando.
São necessários cinco enormes aviões de carga da Antonov Co. e ainda dois aviões B747-400 da Boeing Corp. para transportar o kit inteiro até seu destino.
Fonte: Valor Econômico/Por Ángel González | The Wall Street Journal

3- Transpetro promete fim da inércia com estaleiros
Os estaleiros com encomendas de navios e sondas para a indústria do petróleo serão cobrados com rigor a partir de agora para evitar que os atrasos nas entregas continuem, avisa o presidente da Transpetro, Sérgio Machado "Acabou a fase da inércia. Estamos entrando na fase do choque de produtividade", afirmou a jornalistas, após dar palestra no Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), no Rio de Janeiro.
Para o presidente da subsidiária de logística da Petrobras, os atrasos ocorridos até o momento decorreram do que chamou de "curva de aprendizagem". Esse período, segundo ele, será superado com o aperfeiçoamento da mão-de-obra e o desenvolvimento tecnológico dos estaleiros.
Machado citou o caso do petroleiro João Cândido, lançado ao mar há dois anos e que ainda não foi entregue à Transpetro pelo Estaleiro Atlântico Sul (EAS). "Está atrasada (a entrega) dois anos. Qualquer coisa pioneira é sempre difícil. Você nunca acerta de primeira. O navio foi acusado de estar furado, torto. (...) O navio está aí, bonito, na prova de mar", declarou.
A data de entrega do João Cândido, primeiro petroleiro construído pelo EAS no complexo portuário e industrial de Suape, na região Metropolitana do Recife, ficou acertada para o próximo dia 25, depois de Machado se reunir na última quarta-feira com o governador pernambucano Eduardo Campos (PSB).
A embarcação tem capacidade para transportar 1 milhão de barris de petróleo e começou a ser construída em setembro de 2008. Em maio de 2010, foi batizado e lançado ao mar - embora não concluído. No evento, o então presidente Lula comemorou a retomada da indústria naval brasileira. O petroleiro é o primeiro de 22 navios encomendados pela Transpetro ao EAS.
AE - Agência Estado

4- Petrobras licita módulos da cessão onerosa
A Petrobras abriu a licitação para a construção e integração dos módulos das plataformas P-74 e P-76, destinadas à operação nas áreas da cessão onerosa. O prazo para a entrega das propostas vai até o dia 31 de julho.
A concorrência compreende 19 módulos de processo em cada plataforma. Não há especificação de estaleiro para a execução da obra.
A construção e integração dos módulos das outras duas plataformas previstas para a cessão onerosa, P-75 e P-77, serão licitadas posteriormente em data a ser definida.
Já os módulos de geração e compressão das quatro embarcações estão sendo contratados pela Petrobras diretamente dos fabricantes dos equipamentos. O processo, que envolve um total de 56 turbomáquinas, está em fase de licitação. A GE lidera a disputa para o contrato de geração, enquanto a compressão ainda está na fase de qualificação técnica.
Conversão
Ontem (7/5), a Petrobras promoveu em sua sede a assinatura do contrato para a conversão dos cascos dos quatro FPSOs da cessão onerosa com o consórcio Enseada do Paraguaçu, formado por Odebrecht, UTC e OAS. As obras serão executadas no estaleiro Inhaúma, no Rio de Janeiro (RJ).
Agência Petrobras de Notícias

5- Opep diz que oferta global de petróleo está acima da demanda
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) está bombeando petróleo suficiente para manter os mercados mundiais mais do que abastecidos, e a elevação dos preços internacionais tem ocorrido principalmente devido ao risco geopolítico, disse o grupo nesta quinta-feira.
A Opep disse que sua própria produção aumentou em abril para 31,62 milhões de barris por dia (bpd), com um maior fornecimento do Iraque e também por conta da recuperação da indústria do petróleo na Líbia.
O aumento do fluxo ajudou a baixar o preço do Brent em 15 dólares desde o pico de 128 dólares por barril em março.
"O aumento da produção de petróleo da Opep destaca a tendência atual de uma abundante oferta acima das necessidades do mercado", disse a Opep em seu relatório mensal.
Fontes secundárias dizem que em abril a organização bombeou 1,62 milhão de bpd acima de sua meta de oferta e da demanda do seu próprio petróleo.
O óleo extra da Opep está preenchendo as lacunas causadas por uma série de interrupções inesperadas da oferta mundial de petróleo. A queda significou 1,3 milhão de bpd a menos no início de abril.
O grupo também tem compensado um declínio nas exportações do Irã, que enfrenta um agravamento das sanções ocidentais sobre seu polêmico programa nuclear.
Os números de produção relatados pelos membros da Opep à sede, em Viena, mostram uma taxa de bombeamento ainda maior.
Segundo dados de "comunicação direta" em março a produção da Opep foi estimada em 32,4 milhões de barris, contra os 31,3 milhões de bpd relatados pelas fontes secundárias.
Os níveis de produção informados diretamente pelos membros da Opep subiram mais em abril. O maior produtor, a Arábia Saudita, disse ter bombeado 10,1 milhões bpd em abril, cerca de 179 mil bpd acima dos volumes de março.
O Irã disse à Opep que sua produção em abril foi de 3,76 milhões de bpd, estável desde fevereiro, negando na prática, que o seu bombeamento foi afetado pelas sanções contra Teerã.

6- Otoniel Silva Reis assume o comando do Estaleiro Atlântico Sul
O executivo Otoniel Silva Reis assume a presidência do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), com sede em Ipojuca, Pernambuco. Reis é oriundo da holding Queiroz Galvão, na qual ocupava o cargo de diretor-executivo de mercado privado e óleo e gás. A Queiroz Galvão é acionista do EAS em parceria com a Camargo Corrêa. Reis vai substituir Agostinho Serafim Júnior, que retorna à holding, segundo comunicado divulgado agora há pouco pela assessoria do EAS.
Segundo o comunicado, Reis vai comandar um estaleiro que tem hoje em carteira encomendas de cerca de R$ 8 bilhões. É o terceiro presidente do EAS nos últimos anos, quando estaleiro foi construído e, ao mesmo tempo, começou a montar os primeiros navios petroleiros para a Transpetro, a subsidiária de logística da Petrobras.
Reis terá o desafio de fazer o estaleiro ser rentável depois de prejuízos que chegaram a R$ 1,47 bilhão no ano passado, perda que foi dividida entre os sócios. O EAS vem enfrentando problemas com atraso de encomendas, incluindo os 22 navios da Transpetro e sete sondas de perfuração encomendadas pela empresa Sete Brasil. O EAS também enfrentou problemas de gestão que levaram à saída dos sul-coreanos da Samsung da sociedade. A partir desse movimento, Camargo Correa e Queiroz Galvão passaram a buscar um novo sócio estratégico, processo que abriu negociação com estaleiros japoneses. No mercado, a aposta é que a favorita para a nova parceria seria a Mitsui.
Fonte: Valor Econômico


II – COMENTÁRIOS

1- ANALISTAS ESTÃO PESSIMISTAS COM PETROBRAS
As expectativas para aos resultados da Petrobras no primeiro trimestre de 2012 não são as melhores. A média das projeções dos analistas indica queda de 27% no lucro líquido, para R$ 7,98 bilhões, e de 10,8% no Ebitda, para R$ 14,36 bilhões. O balanço, foi adiado para a próxima terça-feira.
Esse desempenho deve aparecer apesar de aumento de 20,2% previsto para a receita líquida, que deve ficar em torno de R$ 65,26 bilhões, segundo estimativa de cinco corretoras que acompanham a companhia: Credit Suisse, J.P. Morgan, Itaú BBA, Ágora e Deutsche Bank
Entre as projeções usadas como base pelo Valor, a do J.P. Morgan é a mais pessimista. O banco espera uma receita de R$ 65,88 bilhões, Ebitda de R$ 13,3 bilhões e lucro de R$ 6,8 bilhões, que os analistas da instituição admitem estar abaixo do consenso do mercado.
Os analistas Emerson Leite e Andre Sobreira, do Credit Suisse, ressaltaram que o resultado do primeiro trimestre será importante principalmente porque "vai proporcionar um melhor quadro de referência" para o mercado avaliar a capacidade de a Petrobras gerar valor.
"O quarto trimestre [de 2011] foi muito fraco, mas uma série de efeitos não recorrentes (impairment, depreciação de ativos, mudanças na forma de contabilizar os resultados das joint ventures, estoques formados no exterior e, ainda, o efeito cambial sobre os custos) tornou difícil conciliar os números com a performance verdadeira do negócio", diz o Credit Suisse em relatório.
O banco suíço espera receita de R$ 67 bilhões para a estatal, Ebitda de R$ 14,4 bilhões e lucro líquido de R$ 8,7 bilhões. Os números têm como base a produção estável no primeiro trimestre, apesar de o banco considerar preocupante a queda de 5% na produção de março em relação a fevereiro, e preços internos de derivados ligeiramente maiores no trimestre, refletindo aumentos de 10% e 2% na gasolina e diesel, respectivamente, que só tiveram impacto nos últimos dois meses do ano passado.
O Itaú BBA prevê que a companhia vai registrar um lucro líquido de R$ 7,78 bilhões no primeiro trimestre, 29% abaixo dos R$ 10,98 bilhões registrados no mesmo período de 2011. Como ressaltam os analistas do Itaú BBA, a receita líquida deverá ficar em R$ 65,38 bilhões, 19% acima da registrada no primeiro trimestre de 2011, mas, apesar do aumento do preço do petróleo, igual à do quarto trimestre.
No relatório, os analistas do Itaú BBA destacam que, como consequência dos preços elevados do petróleo, os mesmos fatores que afetaram o resultado do quarto trimestre estão mantidos no primeiros três meses de 2012. Entre os pontos destacados estão pagamentos mais elevados de participações governamentais (royalties e participação especial) e as despesas com importação de petróleo bruto e gasolina. Menores importações de diesel no período, por outro lado, vão compensar em parte os aumentos das despesas.
A projeção do Itaú BBA é que o Ebitda da companhia seja de R$ 14,5 bilhões, 10% abaixo do apurado no mesmo trimestre de 2011 e 6% acima dos R$ 13,66 bilhões do quarto trimestre. O aumento em relação ao último trimestre de 2011 se deve à ausência de itens não recorrentes. "Esperamos este resultado para confirmar a recorrência dos itens que afetaram os resultados no quarto trimestre", afirmam os analistas do Itaú.
O Credit Suisse ressalta ainda que vão contribuir para o melhor resultado o consumo estável de combustíveis, que permitiu uma queda de 27% nas importações de diesel, e também o aumento de 8,5% no preço do petróleo em relação ao quarto trimestre, que melhora o preço de venda da estatal.
Fonte:Valor Econômico/Por Cláudia Schüffner | Do Rio

2- Lupatech planeja ampliar presença em óleo e gás
Fonte: Valor Econômico
Mesmo passando por um momento de restruturação, por causa das dificuldades financeiras enfrentadas desde 2008, a direção da Lupatech está otimista quanto ao futuro dos negócios. A principal aposta da empresa é a ampliação do portfólio na área de serviços para petróleo e gás com a incorporação da San Antonio Brasil (SABR). Até aqui, o foco era em produção de equipamentos para o setor.
Em reunião com investidores e analistas realizada na terça-feira (8), o presidente da Lupatech, Alexandre Monteiro, disse estimar que a SABR gere um aumento de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) da ordem de R$ 30 milhões nos 12 meses seguintes à conclusão da incorporação. O valor é quase metade do Ebitda da Lupatech em 2011, que foi de R$ 62,2 milhões.
A empresa avalia que o mercado de serviços para petróleo e gás no Brasil chegue a R$ 9 bilhões até 2017, dos quais projeta responder por 12% a 14% com a anexação. Atualmente, a SABR tem de 4% a 5% desse mercado, no qual a participação da Lupatech é mínima.
Com a expansão do mercado de petróleo e gás no país, o entendimento é que o nicho de serviços vai crescer rapidamente. "A gente acredita com muita ênfase que esse movimento [de incorporação da SABR] tem capacidade de fato de colocar a Lupatech em um novo patamar, com um 'offering' mais amplo e com mais capacidade de competir com as grandes empresas do setor", disse o presidente da companhia.
A incorporação da SABR foi anunciada junto com o projeto de recapitalização da empresa, no fim de 2011. Aprovado no último dia 4, o aumento de capital está em andamento e terá valor de até R$ 700 milhões (R$ 350 milhões garantidos por Petros, BNDESPar e GP Investimentos). A absorção da SABR ainda precisa ser aprovada em assembleia de acionistas.
O prazo máximo para a operação é outubro. A direção da Lupatech, no entanto, avalia que o processo será adiantado. Segundo o presidente, a SABR será integrada em dois meses e, em julho, as operações estarão unidas formalmente.
A SABR tem R$ 1,1 bilhão de pedidos em carteira. A subsidiária da San Antonio Internacional, que é controlada pela GP Investimentos, foi avaliada em R$ 150 milhões, sendo R$ 100 milhões em dívidas. O saldo de R$ 50 milhões será pago à GP em forma de ações da Lupatech, ao preço de R$ 4 (o mesmo preço fixado para o processo de recapitalização).
Apesar do otimismo, a direção da Lupatech ressaltou que irá seguir o caminho de disciplina para se recuperar. Na semana passada, foi eleito novo conselho de administração, agora com nove integrantes, dos quais cinco são independentes. Ronaldo Iabrudi Pereira, apontado como membro independente, assumiu a presidência. "Vamos continuar reforçando a estrutura de gestão, com investimento absolutamente disciplinado e seremos obstinados com a questão de performance das nossas operações", afirmou Monteiro.
A Lupatech fechou 2011 com patrimônio líquido negativo de R$ 43 milhões. No fim do ano, a empresa tinha R$ 24 milhões em caixa, frente a passivos de curto prazo que somavam R$ 380 milhões. Em abril, a empresa sofreu outro revés, o cancelamento de dois contratos de prestação de serviços para a Petrobras, que somavam US$ 779 milhões até 2015.

3- A Embrapa em 2030
Há uma discussão salutar na mídia sobre a pesquisa agropecuária pública. A importância da agricultura brasileira é a razão. A agricultura também é foco da reunião do G8 e da Rio+20.
A importância da Embrapa para o Brasil, criando conhecimento e inovações, é indiscutível. A transformação dos cerrados em um celeiro de grãos talvez seja, ao menos em área, a sua maior contribuição nas quase 40 anos desde a sua criação.
Um apoio tecnológico aos empreendedores da agricultura brasileira que continua forte e diversificado, trazendo opções de produção e processamento que fizeram de nossos agricultores, pequenos e grandes, exemplo de pujança mundial.
Nesse período, o mundo, o Brasil, a sua agricultura e a Embrapa sofreram enormes mudanças.
A globalização, a preocupação com o social e com o ambiente, a expansão da fronteira agrícola nacional, o domínio de novas biotecnologias que permitiram a criação de organismos geneticamente modificados, a revolução das tecnologias da informação e comunicação e as leis de proteção de cultivares causaram revoluções no setor.
O governo respondeu criando mais centros de pesquisa da Embrapa -eram 15 em 1973, são 47 hoje.
Seu quadro pessoal foi fortalecido e renovado. São mais de 2.000 doutores. As parcerias aumentaram e são hoje 5.529 contratos de parceria público-privada. E o principal: o orçamento passou de R$ 607 milhões, em 2000, para R$ 955 milhões, em 2005, e chegou a R$ 2 bilhões em 2011.
Cabe ressaltar que o investimento em pesquisa pública pelos países industrializados é similar ao que investem todos os países em desenvolvimento no mesmo setor, estimado em US$ 12 bilhões. Países industrializados como Austrália e Japão investem parcela maior do seu PIB agrícola em pesquisa agropecuária pública do que o Brasil.
E a arquitetura do financiamento público, inicialmente com uma correspondência quase biunívoca entre o público e o nacional, hoje tem o nacional com o internacional e o público com o privado em uma arquitetura porosa e criativa.
Uma demonstração disso é o recente acordo que firmei com o Reino Unido, onde a Embrapa apoiará o desenvolvimento agrícola de pequenos produtores de países africanos, através de projetos de pesquisa e desenvolvimento com instituições irmãs na África, América Latina e Caribe, algo previsto como resultado da Rio+20 e que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento já está praticando.
A Embrapa de 2030 terá esforço maior na geração de conhecimento. A pesquisa será mais básica e feita em parcerias, em ousados arranjos institucionais. As tecnologias caracterizadas em insumos continuarão relevantes, inclusive como elemento estratégico do Estado, que deve evitar "caixas-pretas". A empresa continuará a apoiar as atividades de pequenos produtores não amparados pelo setor privado.
O crescimento nacional e internacional da Embrapa exigirá nova governança. Ajustes, necessários e difíceis, iniciados na atual administração, permitirão que, em 2030, nossos filhos possam continuar a se orgulhar desta grande empresa pública que é patrimônio nacional, a Embrapa.
*Texto originalmente publicado no jornal Folha de São Paulo, em 07/05/2012.
Mendes Ribeiro Filho
Fonte: Folha de S. Paulo
Advogado e ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

segunda-feira, 7 de maio de 2012

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 81

I-NOTÍCIAS

1- Petrobras pode entrar em projeto de R$ 5 bilhões
A Petrobras estuda participar da construção dos Terminais de Ponta Negra (TPN), na Praia de Jaconé, Maricá, região metropolitana do Rio de Janeiro. O terminal, desenvolvido pela empresa de logística portuária DTA Engenharia, prevê investimentos de R$ 5 bilhões até 2015, dos quais R$ 1,5 bilhão seriam empenhados pela DTA, na construção da infraestrutura marítima e terrestre, e R$ 3,5 bilhões por outras empresas que podem se instalar no local. Há cerca de 15 dias, o agora ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, confirmou ao 'Valor' que a companhia está em negociação com a DTA há seis meses.
O presidente da DTA Engenharia, João Acácio de Oliveira Neto, afirmou que a expectativa é de que a Petrobras construa um dos dois terminais de granéis líquidos que serão erguidos no empreendimento. Outras dez unidades de negócios estão previstas para serem instaladas e também são estudadas pela estatal, assim como por outras companhias. "Estamos avaliando as oportunidades em relação à parte de tancagem, à parte de ter até um estaleiro de reparos, e em relação à chegada do gás que vem do pré-sal", disse Costa.
O local escolhido pela DTA fica próximo à Rota 3, trajeto pelo qual passará o gasoduto que ligará os blocos BM-S-9 e BM-S-11 da bacia de Santos ao Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí. O que está em pauta é a ligação do gasoduto ao TPN. "Existe hoje um memorando de confidencialidade e estamos avaliando isso tudo", disse Costa. Com capacidade para receber cerca de 1 milhão de barris de petróleo por dia, o TPN terá como principal objetivo atender a demanda do pré-sal. "É uma área muito promissora. Eu preciso receber o petróleo para o Comperj", afirmou Costa.
O terminal terá também estrutura de apoio "offshore" e um "bunker", para abastecimento de embarcações. Oliveira Neto afirmou que quase 50% da capacidade do terminal para receber granéis líquidos deverão ser utilizados pela Petrobras. "É uma estimativa nossa, isso está sendo conversado ainda em fase de estudo", ponderou Oliveira Neto. O terreno para a construção do terminal, de 5,6 milhões de m², foi adquirido pela DTA em julho de 2011 e terá 65% de sua área transformada em reserva ambiental. Somando os aterros, o terminal terá ao todo 2,8 milhões de m².
As obras do terminal devem começar em 2013 e o início da operação está previsto para o fim de 2015. Os estudos ambientais estão sendo elaborados pela empresa Arcadis Logos, contratada pela DTA. Oliveira Neto espera dar entrada no pedido de licença ambiental, junto ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea), em meados do ano. Do investimento que será feito pela DTA, uma parte será de capital próprio e a outra financiada por bancos ou fundos. Segundo o executivo, o projeto será apresentado ao BNDES assim que estiver pronto. A estrutura financeira está nas mãos da gestora de recursos Vinci Partners, contratada em janeiro, que participa das negociações com empresas que estudam o projeto, como a Petrobras.
O diretor de política industrial e novos negócios da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin), Alexandre Gurgel, afirmou que o projeto foi apresentado oficialmente no fim de 2011 e tem total apoio do estado. "O projeto, no nosso entendimento, agrega valor à cadeia produtiva de petróleo e gás", afirmou Gurgel. Segundo o diretor da Codin, o empreendimento será ligado ao arco metropolitano, autoestrada que fornecerá acesso ao Porto de Itaguaí e ao Comperj.
Oliveira Neto acredita que o terminal venha gerar cerca de 12 mil empregos diretos e indiretos na construção e 9 mil quando entrar em operação. O prefeito de Maricá, Washington Quaquá, vem batalhando para a integração definitiva da cidade no circuito do pré-sal. A cidade, segundo o prefeito, tem quase 50% de confrontação com o campo de Lula, ex-Tupi, marco da produção do pré-sal. "Quando eu assumi a prefeitura, estava no início de produção do teste de longa duração de Lula. O pré-sal estava começando", disse Quaquá. A prefeitura, segundo ele, estuda também a privatização do aeroporto da cidade, até o fim do ano, para dar apoio aos helicópteros que vêm das plataformas "offshore".
Também de olho nas oportunidades do pré-sal, a prefeitura de Angra dos Reis, Sul do estado, lidera campanha pela ampliação do Terminal da Baía da Ilha Grande (Tebig), da Petrobras. Costa confirmou ao 'Valor', antes de deixar a diretoria da abastecimento, que a ampliação do Tebig está prevista, mas não estimou data ou investimentos. O controlador-geral de Angra, Luiz Gustavo Nunes, afirmou que a Petrobras "prevê US$ 1,4 bilhão em obras e serviços e US$ 600 milhões na aquisição de equipamentos". Nunes teme que, com a criação do TPN em Maricá, a ampliação do Tebig, em Angra, perca importância. "O assunto Tebig não tem nada a ver com o assunto Maricá. São coisas independentes e eu preciso das duas", frisou Costa.
Fonte: Valor Econômico

2- OTC 2012
A OTC 2012 foi muito concorrida, com 89.400 participantes, tendo grande destaque os eventos paralelos promovidos pela CAMARA BRASIL TEXAS, como dois belíssimos e bem coordenados cafés -da –manhã com a Enga. Solange Guedes e com o Eng. Joao Henrique Ritterhaussen. Também ocorreram o tradicional almoço na casa do casal Frimm, como sempre o ponto alto de encontro de brasileiros na tarde de domingo, o já tradicional coquetel da Petrobras no fim de tarde da 2ª feira, e o evento coordenado pelo SEBRAE-FIRJAN-ONIP na Petrobras America.
A organização das palestras técnicas e dos expositores foi muito bem planejada e a área destinada ao BRASIL foi muito procurada por empresas estrangeiras.
Outro destaque foi o importante acordo do IBP com a organização da OTC BRASIL 2013.
Ao final tivemos a tradicional foto dos brasileiros presentes no pavilhão BRASIL de expositores na OTC 2012, que em breve estará sendo disponibilizada por veículos de comunicação, em especial a TN PETROLEO.
Abaixo a convocação da BRATECC para a apresentação do Eng. João Ritterhaussen.

3- Espanha quer priorizar biodiesel europeu em retaliação à Argentina.
O impasse envolvendo os governos da Argentina e da Espanha ganha novos elementos. Segundo o jornal El Pais, o governo espanhol está finalizando uma proposta para dar prioridade a fornecedores europeus para compra de biodiesel. A medida deve reduzir as importações do combustível da Argentina, que cresceram de 90 milhões para 800 milhões de litros nos últimos anos. De acordo com a APPA, associação de produtores espanhóis, em matéria publicada em março pelo El Pais, as importações de biodiesel, quase inteiramente da Argentina e da Indonésia, abasteceram no último trimestre de 2011 uma fatia de 89% do mercado espanhol.
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, está no México para pedir o apoio dos líderes latino-americanos na ação que os espanhóis pretendem mover contra a decisão argentina de expropriar a petrolífera YPF, administrada pela Repsol. Rajoy participa do Fórum Econômico Mundial sobre América Latina, em Puerto Vallarta, na região de Jalisco. Rajoy participa de mesa-redonda sobre medidas adotadas pelos governos para reagir à recessão econômica global. Há ainda uma reunião com o presidente do México, Felipe Calderón. O primeiro-ministro pretende ir também à Colômbia para conversar com o presidente Juan Manuel Santos.
Porém, ainda na Espanha, Rajoy pretende se reunir com os três principais candidatos presidenciais - Enrique Peña Nieto (Partido Revolucionário Institucional, o PRI), Josefina Vázquez Mota (Partido Ação Nacional , o PAN) e Andrés Manuel Lopez Obrador (Partido da Revolução Democrática, o PRD).
Na segunda-feira, a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, anunciou a proposta de expropriação da YPF. Pelo texto, em discussão no Congresso Nacional da Argentina, 51% das ações da empresa petrolífera serão expropriadas - o governo federal ficará com 26,06% e as regiões produtoras com 24,99% -, enquanto os restantes 49% serão de responsabilidade das províncias (estados) nas quais a empresa atua. O governo argentino alega que a empresa Repsol, que administra a YPF, cometia uma série de irregularidades, como violações ao meio ambiente. As autoridades informaram que não pagarão o valor exigido pelos empresários espanhóis pela expropriação.
A iniciativa da Argentina gerou uma série de contestações na Espanha. As autoridades espanholas condenaram a medida e prometem levar o caso à Justiça internacional. Para as autoridades, a decisão ameaça a relação de cordialidade entre os dois países.
Fonte: O Globo

4- Petroleira BP concorda em pagar US$ 7,8 bi por vazamento no golfo do México
A BP anunciou que chegou a um acordo de 7,8 bilhões de dólares para cobrir o processo no qual a empresa é acusada pelo vazamento de petróleo ocorrido no golfo do México em 2010.
"O acordo extrajudicial, que ainda deve ser aprovado por um juiz, poria fim aos pedidos de indenização por cuidados médicos e perdas econômicas privadas, derivadas do acidente da plataforma Deepwater Horizon e do derramamento de petróleo", disse a BP em um comunicado.
O acordo não inclui multas e processos movidos pelo governo Federal americano, estados costeiros e governos locais afetados pelo vazamento e que devem atingir mais alguns bilhões de dólares.
Também não foram incluídas ações movidas por acionistas ou outros, que buscam ser compensados pela moratória na perfuração, imposta após o pior desastre ambiental da história dos Estados Unidos.
Os custos do derrame foram contabilizados em 37,2 bilhões de dólares, devastando a indústria pesqueira e turística da Costa do Golfo.
Fonte: UDOP

5- Presidente da Petrobras vê como certo aumento da gasolina em 2012
Os consumidores de gasolina e óleo diesel devem ficar torcendo para que os preços do petróleo no mercado internacional não superem a média de US$ 119 o barril até o fim do ano. A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, voltou a afirmar na tarde desta terça-feira que em algum momento no ano será necessário reajustar os preços dos combustíveis.
Segundo Graça Foster, a Petrobras trabalha com preço médio do óleo brente de US$ 119 o barril até o fim do ano. No ano passado o preço médio do brent foi de US$ 111 o barril. Quando esse patamar for superado o reajuste de preços será necessário.
- Com a mudança de patamar em 2012, a expectativa é que em algum momento tenha que se os preços. Se é daqui a um mês, dois ou seis meses, não está definido - explicou Graça Foster.
Em seu plano de negócios 2011-2015, divulgado em 2011, a Petrobras trabalhou com uma estimativa de preço para o petróleo Brent entre US$ 80 a US$ 95 o barril de 2012 em diante. O novo plano (2012-2016) não foi divulgado. Graça Foster, como prefere ser chamada a presidente da Petrobras, disse que "há um novo patamar de preço" do petróleo e que "está certo" que em 2012 haverá repasse do valor para os combustíveis.
"Expectativa de reajuste, se será em um, dois, três ou seis meses, eu não sei", declarou ela, ao responder pergunta após a palestra.
Ela acrescentou ainda que está "sistematicamente conversando com o controlador (da empresa, o governo)" sobre reajuste de combustível.
O governo, em geral, busca evitar algum repasse de preços de combustível, temendo o impacto inflacionário. Já a Petrobras tem a política de não repassar a volatilidade dos mercados internacionais para os preços do derivados.
No início de março, Graça disse que trabalhava com a possibilidade de os preços do petróleo perderem força, o que indicava na época que não haveria necessidade de repasse.
- Não se pode repassar as tensões políticas aos preços (do combustíveis), mas é fato que o preço do petróleo está em outro patamar... em determinado momento, há de se fazer o repasse para os combustívei s-, completou ela.
Ramona Ordoñez
Fonte: O Globo com colaboração da Reuters



II- COMENTÁRIOS

1- O que pode acontecer com o terreno da SETAL em Niterói?
A última área livre para a expansão da indústria naval em Niterói pode acabar nas mãos do mercado imobiliário. A prefeitura pediu autorização da Câmara dos Vereadores para negociar o terreno do antigo Estaleiro Setal, na Ponta da Areia, para quem quiser construir imóveis comerciais ou residenciais. Internamente, o Executivo trabalha com a ideia de construir ali um centro de convenções que seria bancado pela construção de um centro comercial no mesmo local.
- É a única área pública no Centro que ainda tem ligação com o mar. Seu destino merecia ser debatido, não só com a industria naval, que mostrou interesse e foi ignorada na audiência, mas também com os pescadores e marisqueiros da região e com os cidadãos em geral. Mas, como sempre, o município só pensa em construir mais prédios - diz o vereador Renatinho (PSOL).
A área de 112 mil metros quadrados já foi cobiçada pela Petrobras, que queria construir ali uma base naval para reparo e manutenção das plataformas do Pré-Sal. O terreno é considerado de alto valor pelo setor naval, já que tem bom calado para grandes embarcações, que não precisariam cruzar por debaixo da Ponte Rio-Niterói para atracar, diferentemente da maioria dos estaleiros da região.
- Queremos aproveitar essa área para a nossa atividade portuária, que está com 100% de sua capacidade utilizada - informa Paula Ribeiro, subgerente jurídica da Nitport Serviços Portuários S/A, responsável pela administração do porto.
Não é a primeira vez que o setor mostra interesse pela área. Em outubro de 2009, o Fórum Fluminense da Indústria Naval manifestou posição favorável à implantação de uma base da Petrobras no local. Na época, a estatal ofereceu cerca de R$ 25 milhões, mas o prefeito Jorge Roberto Silveira falou que só cederia a área por R$ 70 milhões - cerca de R$ 83 milhões em valores atuais.
Quem também é contra a venda do terreno são os pescadores da Colônia Z-8, que, desde o início dos anos 1990, ocupam a região. Eles temem pela retirada das 50 famílias que vivem no local.
- Estamos apreensivos. Estamos sendo cercados por obras de grande porte, como o a do Caminho Niemeyer, e a do futuro terminal do metrô. Daqui a pouco vão querer nos expulsar daqui - afirma o pescador Gilson Matos, que era diretor financeiro da Colônia Z-8 na época da transferência dos pescadores para o local.
Até o fechamento desta edição, a prefeitura não se manifestou. Segundo fontes ligadas ao Executivo, o município quer cerca de R$ 50 milhões ou permuta em obras pelo terreno. O objetivo seria viabilizar o fim da obras do Caminho Niemeyer. A prefeitura não confirma esta informação.
Fonte: Agência Estado

2- Sete Brasil faz aumento de capital e estuda IPO
A Sete Brasil, empresa de investimento que vai gerir 28 sondas de perfuração em águas ultraprofundas para a Petrobras, acaba de aprovar um aumento de capital de R$ 7,6 bilhões e já se prepara para o próximo, de acordo com o presidente da companhia, João Carlos Ferraz, que participa da feira de petróleo OTC, em Houston (EUA).
O executivo também afirma que a empresa - com apenas um ano de criação e 33 funcionários, já tem US$ 81 bilhões de pedidos em carteira - tem interesse em lançar ações na Bolsa de Valores. "Temos interesse e estamos prontos para isso, mas quando vai acontecer dependerá de uma série de fatores", afirmou Ferraz, egresso da área financeira da Petrobras.
O aumento de capital de R$ 7,6 bilhões foi aprovado em assembleia de acionistas na semana passada e eleva o capital próprio da empresa para R$ 9,5 bilhões. O aumento foi necessário após a efetivação do o contrato de 21 sondas fechado com a Petrobrás em fevereiro, que se somou a um outro de sete sondas em 2011. O rateio dos acionistas, definindo a participação de cada um na operação, sairá na próxima sexta-feira.
A Sete Brasil foi criada há um ano com o propósito de gerir sondas para a Petrobrás, que não tem capacidade financeira para comprar os equipamentos de perfurações. A petroleira optou pelo afretamento (aluguel) das sondas para a exploração da camada pré-sal. A própria Petrobrás é acionista da Sete Brasil (com 10% do capital), associada a fundos de pensão e bancos.
Novas áreas. Na última sexta-feira, os acionistas votarão a entrada da Sete Brasil em novos negócios. Hoje, a carteira é exclusivamente voltada para as sondas e, fechados os contratos em fevereiro, a intenção agora é iniciar a participação em negócios vinculados à atividade offshore, como barcos de apoio e FPSOs (navios-plataformas). Mas o novo nicho que deve ser inaugurado na sexta-feira é mantido, por enquanto, em sigilo pela empresa. "Se os acionistas aprovarem em assembleia, entraremos em outro negócio, que tem sinergia com a atividade das sondas", disse Ferraz.
Segundo o presidente da Sete Brasil, um novo aumento de capital se tornará necessário caso a empresa aumente seu portfólio. Os R$ 9,5 bilhões de capital são suficientes apenas para as sondas, com alguma sobra.
Disposição de acionistas e investidores parece não faltar, já que Ferraz afirma que as ofertas de interessados passaram de R$ 10 bilhões ao todo, acima dos R$ 7,6 bilhões almejados.
Não está descartada a abertura de capital nesta fase, o que seria interessante para os acionistas por dar liquidez às suas participações, além de baratear e agilizar capitalizações. Mas o projeto pode ficar mais para a frente e levará em conta a disposição do mercado em participar. Acionistas também precisam ficar no negócio por cinco anos. "Não sei quando vamos fazer a oferta, e, quando acontecer, decidiremos se será pública ou privada", disse o executivo.
Fonte:  Jornal O Estado de S. Paulo

3- O setor sucro energético é muito maior do que os obstáculos que tem pelo caminho
Sou um otimista nato e nada abala minha confiança que o setor sucro energético tem um futuro promissor pelos próximos 15 anos. O setor é muito maior do que os obstáculos que enfrenta pelo caminho.
Você mede o sucesso de uma empresa, de uma pessoa e de um setor, não pela quantidade de vezes que ele cai, mas sim pela quantidade de vezes que ele é capaz de se levantar. E neste ponto o setor é um grande exemplo de resiliência.
Possui expertise em produzir o melhor combustível renovável do mundo apesar de toda a turma do contra. Pessoas que querem ver o circo pegar fogo, para depois se apresentar como "bombeiros". É muito importante saber quem é quem neste jogo.
Mas o ponto que interessa é: O setor precisa reestruturar a sua imagem e criar uma nova concepção de negócio. Ser um produtor de energia limpa e renovável para conduzir as pessoas a um mundo mais sustentável. E para isso é necessário consolidar-se como uma "marca" de energia diferenciada e especial.
Certamente a fórmula do sucesso que nos trouxe até aqui, não será a mesma que nos levará até o futuro.
Nenhum mercado quer saber das tempestades que o setor atravessa. Ele quer saber se o setor será capaz de trazer o "navio sucroalcooleiro" em segurança até o porto e ainda com toda a produção prometida de etanol, açúcar e energia. É isso que importa. O mundo é generoso apenas com quem entrega resultados. E bons resultados.
E para fazer esta travessia do "navio sucroalcooleiro" neste mar turbulento é necessária uma rota bem definida (ainda não temos) uma tripulação bem treinada e capacitada (Isso já temos) e principalmente uma liderança assertiva, capaz, motivada e apaixonada pelo setor (temos em parte).
Não canso de repetir: Nada grandioso foi feito sem paixão. Para atuar neste setor o componente que realmente acende as "caldeiras" das realizações e faz toda a diferença é: A paixão. Com paixão as pessoas se preparam melhor e buscam as melhores práticas. Com paixão as pessoas buscam melhores relacionamentos. Com paixão as pessoas produzem mais. E com paixão é mais fácil atravessar as dificuldades e os obstáculos.
Precisamos despertar esta paixão também no consumidor que abastece seu veículo e transformá-lo em fã do etanol, demonstrando para ele que o etanol é um combustível diferenciado. E mais, toda a cadeia produtiva do setor sucroenergético gera muito, mas muito mais emprego do que a do petróleo.
Quando conseguirmos despertar no consumidor esta paixão, teremos os melhores defensores de nosso setor. Somente clientes e cidadãos satisfeitos são capazes de exigir de seus representantes políticos, que apoiem e defendam a causa do setor.
Outro fator que merece destaque é a valorização das pessoas. Existe uma grande onda tomando conta do setor e isso tem levado às empresas a se comprometerem ainda mais com o bem estar dos colaboradores, visando uma maior qualidade de vida e desenvolvimento para as pessoas.
Tenho certeza que dentro de 2 anos o setor será uma referência positiva nas melhores práticas de gestão de pessoas e despontará em todos os ranking de melhores empresas para se trabalhar. Podem anotar.
Pois através de trabalho dedicado de profissionais diferenciados da área, pessoas que além de dominar as melhores práticas e expertise de gestão, amam desenvolver e acompanhar o crescimento e a felicidade das pessoas e, de entidades como a UDOP, CEISE BR e Gerhai, que provocam, inspiram e desenham estratégias de futuro baseado em valores, princípios e métodos que nos ajudam a criar um ambiente cada vez mais produtivo e feliz.
É claro que como em qualquer setor existem pessoas, empresas e até sindicatos que ainda não enxergaram que estamos no século 21. Ficaram perdidos em algum lugar do século 19. Mas certamente encontrarão o caminho e somarão forças pelo bem de todos.
No mundo existem aqueles que transformam ideias em grandes construções e aqueles que preferem ficar criticando o que está sendo construído. Escolha construir sempre ! E acreditar que por mais escura que seja a noite o sol voltará a brilhar bem forte!!
Vamos em frente, um por todos e todos pelo bem do setor !
Aparecido Mostaço
Administrador, Diretor de Gente e Gestão, Sócio-Diretor Energia Humana Consultoria