sábado, 27 de agosto de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 48

I- NOTICIAS

1-Engevix prevê investimento de R$ 1 bilhão durante 2012
Na semana em que seu grupo venceu o leilão de concessão do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, o presidente da Infravix - braço de infraestrutura do Grupo Engevix -, José Antunes Sobrinho, teve uma agenda concorrida. Depois de ser alçada ao estrelato graças ao aeroporto - embora a participação em projetos de infraestrutura tenha se intensificado há cerca de seis anos -, a companhia já menciona investimentos de quase R$ 1 bilhão em 2012.
Em sua mesa, a presença de jornais do dia anterior, anunciando a vitória da empresa no leilão, somado aos comentários empolgados de funcionários sobre a exposição da companhia nos últimos dias, sinalizam a pouca intimidade em protagonizar projetos. Embora também animado com a vitória, Sobrinho faz questão de dizer que o aeroporto é apenas um dos vários projetos em que o grupo está metido. "Estamos em projetos 100 vezes maiores", garante, citando a participação na Usina Hidrelétrica de Jirau e o estaleiro em Rio Grande (cidade no litoral gaúcho) - por meio do qual fabricará oito cascos tipo FPSO (sigla em inglês para plataforma flutuante que produz, processa, armazena e escoa petróleo) de navio para a Petrobras. Os investimentos de R$ 1 bilhão estão focados, principalmente, nos navios, em energia e infraestrutura.
Antes focada em estudos e projetos de engenharia, a empresa deu uma guinada como construtora de grandes obras no final dos anos 1990, quando expandiu mais fortemente sua atuação, até então focada em projetos de engenharia, na construção das obras (característica geralmente chamada de EPC - da sigla engenharia, projeto e construção). Com isso, hoje o grupo atua em segmentos que vão desde estudos de impacto ambiental, como EIA/RIMA, passando pela construção propriamente dita de grandes obras, até investimento em tecnologia de logística.
O grupo está dividido em quatro empresas. Responsável pelo aeroporto, a Infravix atua em desenvolvimento imobiliário, além de infraestrutura e concessões. As outras companhias também atuam em EPC (sigla para engenharia, projeto e construção) e projetos (por meio da Engevix Engenharia); em energia renovável (Desenvix); além de construção de navios e plataforma de petróleo para a indústria de óleo e gás (Ecovix).
Em entrevista ao Valor, Sobrinho enfatiza a defesa aos parceiros argentinos (Corporación América) no projeto do aeroporto. "Tem se falado que o grupo obteve favores do governo argentino na crise de 2001. Na verdade, o governo foi o causador das complicações que grande parte das empresas e por isso tinha o dever de socorrê-las".
Para a construção, Sobrinho diz que não haverá presença de grandes empreiteiras na execução do projeto - suspeita recorrente quando o assunto é o projeto do aeroporto, já que os grandes grupos não participaram do leilão. "Nosso projeto não tem verba para agradar a essas empresas", conta. Ele reafirma que tem interesse em terminar o projeto antes da Copa do Mundo de 2014 - para aproveitar a receita oriunda do Mundial. Entretanto, faz pela primeira vez uma ressalva: "Podemos fazer, mas não é nossa obrigação", diz. Segundo edital, o consórcio vencedor tem três anos a partir da assinatura do contrato (previsto para ser feito em novembro) para terminar as obras.
Fonte: Valor Econômico

2-Queiroz Galvão ganha musculatura com área da Shell
Depois de entrar no pré-sal com uma fatia de 10% do bloco BM-S-8 da bacia de Santos, a Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP) voltou às compras. Vai levar 30% dos 40% detidos pela Shell no bloco BS-4, onde a anglo-holandesa descobriu os campos de Atlanta e Oliva. Com a venda, a Shell põe em prática os planos anunciados há um ano de se desfazer de áreas não estratégicas. Agora, só falta vender sua participação no BM-S-45 (Taquari).
Não há informação ainda sobre o preço da nova aquisição da Queiroz Galvão e nem definição de quem passará a ser operador da área, função que era da Shell.
Na nova configuração do BM-S-8 a Petrobras passa a ter a maior participação acionária (40%), seguida pela QGEP (30%), Chevron (20%) e Shell (10%). Como só pode operar quem tem 30% ou mais, o novo operador só pode ser a Petrobras ou a Queiroz Galvão.
O Valor apurou que os atuais sócios ainda têm um mês para exercer seu direito de preferência. Talvez essa seja a principal razão da forma discreta como a QGEP revelou o negócio ontem. Em relatório para clientes do Itaú BBA, os analistas Paulo Kovarsky e Diego Mendes destacaram como positivo o fato de a companhia estar adquirindo participações em áreas onde já foram encontradas reservas de óleo com potencial de produzir no médio prazo, cumprindo promessa feita quando lançou ações no mercado.
A empresa, também a segunda maior produtora de gás, com Manati (BA), vem ganhando musculatura desde que se lançou no mercado este ano. Em julho, entrou no pré-sal da bacia de Santos ao comprar 10% do bloco BM-S-8, onde foram descobertos os campos Bem-Te-Vi e Biguá, se tornando sócia da Petrobras (66%), Galp e Barra Energia. Também está perfurando uma área no bloco BM-S-12, de Santos, e no BM-J-2, do Jequitinhonha. Sobre a concentração de áreas na bacia de Santos, o diretor de E&P da QGEP, José Augusto Fernandes Filho, lembrou que o pré-sal é a area mais promissora hoje no Brasil.
Fonte: Valor Econômico

3-Brasil participa de intercâmbio promissor na indústria naval
Fonte: Redação TN Petroleo
A Wärtsilä, multinacional finlandesa da área de energia, é um dos organizadores do Brazilian Maritime Industry Visit, evento que acontece na Finlândia até 26 de agosto. Uma delegação composta por 55 brasileiros, entre representantes do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval (Sinaval), o embaixador Fernando Henrique Cardoso além estudantes e parceiros visitarão o país para um seminário organizado pela Finnish Maritime Cluster e Finpro, associação de empresas finlandesas. No evento, a Wärtsilä será representada não só pelos donos da casa, mas também pelo diretor da área de Ship Power no Brasil, Luiz Barcellos e por Mário Barbosa, gerente de vendas.
Para Magnus Miemois, Vice-presidente da área Offshore da Wärtsilä, trata-se de “uma magnífica oportunidade para que os países troquem experiências e debatam temas relevantes para o incremento dessa indústria para ambos os lados”. A programação do seminário, contempla uma apresentação do CEO da Wärtsilä e Presidente do Conselho de Administração da Confederação da Indústria Finlandesa, Ole Johansson, bem como apresentações do Sinaval e estaleiros que integram a comitiva. Também estão previstos um coquetel oferecido pela empresa e uma visita à cidade de Vaasa.
Maré de bons negócios
E em se tratando de indústria naval, a Wärtsilä atravessa um bom momento. O segmento da empresa com maior crescimento segundo o último balanço financeiro foi Ship Power no qual as encomendas totalizaram 306 milhões de euros, um crescimento de 44% em relação ao mesmo período do ano passado e 77% em relação ao primeiro trimestre do ano.
Foram cerca de 100 contratos por mês. Estaleiros asiáticos continuam dominando a indústria de construção naval com 89% dos contratos assinados neste ano, com China e Coréia com 40% de todos os contratos globais. As encomendas mais significativas foram para a entrega de soluções completas, incluindo ship design, propulsão e automação e outros equipamentos. Muitos desses navios serão equipados com motores Wärtsilä dual-fuel, destacando o pioneirismo e liderança da empresa em aplicações a gás. O segmento offshore continua ativo e representa 54% dos pedidos no período.

4-Alta no preço do petróleo amplia espaço para maior uso da biomassa e do etanol
O futuro do setor de bioenergia brasileiro é bastante promissor. Além da maior demanda potencial de etanol no Brasil, o biocombustível da cana também está no centro dos interesses externos pela busca de fontes mais limpas, renováveis e competitivas.
Só para o mercado interno há um potencial de consumo de até 60 bilhões de litros de etanol por ano até o fim desta década.
A tendência recente de reaquecimento dos preços do petróleo e a perspectiva de declínio das fontes fósseis, aliada ao estabelecimento de metas ambiciosas de redução das emissões de CO2, abrem um cenário extremamente atraente para a maior utilização da biomassa e do etanol.
É o caso do uso da cana como alternativa na fabricação de produtos químicos e petroquímicos, como solventes, intermediários químicos e resinas plásticas, como o plástico verde.
A implantação de projetos químicos no Brasil usando o etanol como matéria-prima ocorreu na década de 50, quase 40 anos à frente da indústria petroquímica.
A Rhodia, por exemplo, introduziu o uso do etanol em sua cadeia produtiva nos anos 40.
Já com o Proálcool, nas décadas de 70 e 80, a nova estrutura de competitividade do etanol permitiu que projetos fossem viabilizados, mas a atratividade do programa sofreu desaceleração no período em que o petróleo voltou a ter preços muito baixos.
Mais recentemente, a retomada dos preços do petróleo registrada a partir de 2004 e a crescente preocupação com a questão ambiental tornaram o negócio estratégico novamente.
Programas na União Europeia e nos EUA abrem cada vez mais espaço para o etanol e a biomassa da cana como fontes de matérias-primas.
No Brasil não é diferente. A Braskem decidiu, desde 2005, investir no desenvolvimento de produtos a partir de matéria-prima renovável e, em 2010, lançou o polímero verde.
Empresas de biotecnologia como a Amyris e a Solazyme executam arrojados programas de desenvolvimento de novas tecnologias de fermentação para produtos de alto valor agregado que atualmente têm origem fóssil.
O volume de etanol destinado para fins industriais -que hoje representa 5% da produção- deve saltar para 10% ou 15% nos próximos dez anos.
Isso exige ainda mais investimentos no aumento da capacidade produtiva, aprimoramento da gestão de todos os envolvidos e iniciativas para que o Brasil possa suprir as demandas da indústria química mundial.
- Texto originalmente publicado na Folha de S. Paulo em 19/08/2011
José Carlos Grubisch, presidente da ETH Bioenergia

5-Capacidade de geração eólica deve chegar a 7 GW em 2014
A capacidade de geração de energia elétrica por usinas eólicas deve aumentar sete vezes no país nos próximos três anos, passando dos atuais 1 gigawatt (GW) para 7 GW em 2014, projetou o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim.
Ele destacou a importância dos investimentos em usinas elétricas movidas a vento, principalmente no Nordeste, região com grande potencial.
Segundo o presidente da EPE, a crise econômica na Europa acabou incentivando que empresas estrangeiras se instalassem no país para aproveitar o seu crescimento.
- A crise na Europa paralisou o projetos por lá. Na China, só entram empresas que produzem equipamentos na China. As empresas estrangeiras se focaram no Brasil.
Segundo Tolmasquim, quatro companhias fabricam usinas eólicas no Brasil atualmente. Ele disse também que outras quatro empresas já anunciaram que vão se instalar no país.
Fonte: Correio do Brasil

6-Petra Energia muda estratégia
A Petra Energia iniciou em agosto a perfuração de dois novos poços exploratórios na Bacia do São Francisco. As campanhas estão sendo executadas neste momento por sondas rotopneumáticas, normalmente utilizadas na atividade de mineração.
As novas campanhas estão sendo executadas nos blocos SF-T-118 e SF-T-125, nos municípios mineiros de João Pinheiro e Presidente Olegário, respectivamente. A profundidade final dos poços irá variar de 2,7 mil m a 3,2 mil m.
A estratégia de utilizar sondas não-convencionais na primeira fase da campanha, postergando o uso de sondas tradicionais para o intervalo acima de 70 m, é nova e visa agilizar o trabalho de perfuração. As rochas da região apresentam nos intervalos mais rasos forte resistência, o que no caso do primeiro poço da Petra Energia resultou em um tempo maior de perfuração.
O primeiro poço a ter a sonda rotopneumática substituída deve ser o de Presidente Olegário. A unidade da Drillmac está em processo de desembaraço alfandegário no momento.
A continuidade da campanha no SF-T-118, em João Pinheiro, deverá ser feita com a sonda BCH-2, que hoje perfura o primeiro poço da petroleira no São Francisco, no bloco SF-T-128. As duas campanhas deverão se estender por cerca de 90 dias.
O poço pioneiro da Petra já detectou a presença de gás em dois intervalos distintos. A descoberta deverá ser testada assim que a perfuração for concluída.
Fonte: energiahoje

II- COMENTÁRIOS

1-Perspectiva de menor moagem faz o mercado explodir
O mercado de açúcar em NY fechou a semana com alta significativa seguindo as noticias do Brasil de que a safra no Centro-Sul poderia chegar a 479 milhões de toneladas de cana comparativamente a 510 milhões de toneladas estimadas pela UNICA na semana passada. Mercados bocejantes adoram notícias desse calibre para botar um pouco de fogo no marasmo que foram as sessões durante o início da semana. Qualquer notícia acaba sendo importante. Até a saída de um executivo de uma importante trading baseada na Europa acabou sendo usada como desculpa para a alta dos preços (algo como zerando os livros e recomprando futuros). Verdade ou não, a vida de qualquer executivo é sempre pautada pela sua última negociação. Voltando à cana, 479 milhões de toneladas é um número extremamente pessimista e acende a luz vermelha não apenas para esta safra, mas para a safra 2012/2013.
Bem, o mercado fechou com o vencimento outubro/2011 cotado a 30,96 centavos de dólar por libra-peso e alcançou 31,18 centavos de dólar por libra-peso durante a sessão da sexta-feira, muito próximo das altas do contrato (31,68). Na semana, a variação foi de mais de 68 dólares por tonelada no vencimento outubro/2011, quase 60 dólares por tonelada no vencimento março/2012 e 46 dólares por tonelada no vencimento maio/2012. Inacreditável. Você compraria ou venderia o outubro nesse nível?
O fato é que - objetivamente - nada mudou significantemente nos últimos dias que justifique essa alta expressiva, senão pelo fato dos números divulgados. Ou seja, se você tem alguma coisa ainda nos livros para vender, é melhor fazê-lo porque a alta não parece ter sido consistente da forma que foi. O único senão dessa afirmativa é que o Brasil está bem fixado em termos de volume e há, evidentemente, a possibilidade do mercado subir sem encontrar resistência. Se houver coberturas de opções ou livros sendo ajustados, mais alta pode vir por aí.
Por outro lado, como citado aqui por diversas ocasiões, não há razão imediata para que se pense em fixação de preços para a safra 2012/2013. A próxima safra não vai atender ao potencial de demanda que temos e a curva de preços vai continuar a ser construtiva, dentro da linha que comentamos aqui há algumas semanas, ou seja, o preço máximo do mês presente deverá se repetir no vencimento seguinte e assim sucessivamente. Quem vai sofrer são os consumidores industriais que continuarão a ter que pagar preços maiores para o açúcar no mercado interno. Pelo menos se livraram de comprar ESALQ que negocia a prêmio sobre NY.
Baseado no fechamento de sexta-feira, se alguém quiser fazer o hedge da próxima safra (tomando como base os meses de maio, julho e outubro de 2012 e março de 2013), fazendo o hedge da moeda, vai liquidar posto na usina o equivalente a R$ 44,54 por saca, um número atrativo se levarmos em consideração que o custo está R$ 34,19 por saca.
Veja isso: o total das vendas de veículos leves acumulado nos últimos 12 meses até julho/2011, de 3.474.198 veículos (dados da ANFAVEA), mostra um crescimento de 7,7% em relação a idêntico período do ano passado. O valor acumulado é o maior da história da indústria automobilística brasileira. A estimativa da Archer Consulting é que a frota de veículos leves ciclo Otto chegue ao final de 2011 em 30,5 milhões de veículos. Daqui a cinco anos serão 41,6 milhões de veículos, dos quais 65% serão flex. Vamos pular do atual consumo de combustível (2010) de 44,9 bilhões de litros, para 71,2 bilhões de litros. Ou seja, 26,3 bilhões de litros em 5 anos.
De onde virá esse produto? Mesmo baixando para 45% o percentual de veículos que escolhem o etanol como combustível, estimando o crescimento da frota brasileira em 4% ao ano (cresceu mais de 8% na média nos últimos 10 anos) e reduzindo a mistura na gasolina para 20%, ainda assim precisaríamos de 16 bilhões de litros de etanol em 2016. Só para atender a essa demanda, vamos precisar moer 900 milhões de toneladas (assumindo o mesmo mix), ou seja, precisaríamos de 80 novas usinas em 5 anos, investimentos da ordem quase US$ 60 bilhões. Quem se habilita dada a falta de transparência tão reclamada pelos estrangeiros que estudam entrar no setor.
Prosseguindo na rotina do governo Dilma, cai mais um ministro: o da Agricultura. Político brasileiro é sempre a mesma estória, são flagrados com a mão no dinheiro do Erário, suas falcatruas são expostas na imprensa e depois, pedem demissão com carinhas de Santo dizendo ter sua honra atingida e culpam a mídia pela execração pública. Dá uma pena que dói na gente, coitados. Aqui no Brasil, se o político é de esquerda ou de direita, a referência é somente à mão usada para roubar (sendo que os de centro são ambidestros). Triste sina.
Depois de quase 1.000 dias negociando o Fundo Fictício, vamos interromper a informação das operações. A Archer Consulting está desde março/2011 efetivamente gerindo um fundo focado exclusivamente no açúcar e em respeito aos investidores e por questões de conflito, suspende essa atividade. No futuro, nossa ideia é abrir para outros investidores assim que tivermos o registro de desempenho das operações.
Arnaldo Luiz Corrêa
Diretor da Archer Consulting
Fonte: UDOP

2-CPFL Renováveis avalia que PCHs voltarão a ser competitivas
Fonte: Agência Reuters
As pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) voltarão a ser competitivas, disse o presidente da CPFL Renováveis, Miguel Saad.
"A gente acredita que a PCH voltará a ser competitiva, em determinado momento", disse o executivo ao detalhar que a revisão de projetos de PCHs e a redução de custos com obras tendem a acontecer naturalmente.
"Como temos um grande potencial de PCHs no Brasil, elas terão que ser construídas."
A CPFL Renováveis, nova empresa formada pela associação da CPFL Energia com a Ersa, tem 307 megawatts (MW) de PCHs em operação, 20 MW em construção e 603 MW em estágio de preparação ou desenvolvimento.
A CPFL está revendo alguns desses projetos em preparação e desenvolvimento, com a intenção de torná-los mais baratos, reduzindo os custos de implantação.
Atualmente, Saad considera que as tarifas de energia praticadas nos leilões do mercado regulado são incompatíveis com os custos dos projetos de PCHs. "Mas existe oportunidade para melhorar os projetos", frisou o executivo, que considera a demora na obtenção de licenças ambientais uma das principais dificuldades para viabilizar PCHs.
A CPFL Renováveis anunciou a compra, na semana passada, da Santa Luzia Energética, detentora da PCH Santa Luzia, no interior de Santa Catarina.
Segundo Saad, a empresa continuará avaliando oportunidades de aquisição, em todos os segmentos nos quais atua, visando aumentar o portfólio da empresa que nasce como a maior da América Latina em geração de fontes renováveis, com um portfólio total de 4.454 gigawatts (GW).
"Aquisição é uma questão de oportunidade (...) Se for um ativo que seja um negócio interessante, a gente vai analisar", disse.
A CPFL Renováveis foi formalizada nesta quarta-feira, após a aprovação dos acionistas das empresas envolvidas na associação, em assembleia.
A CPFL Energia será a acionista majoritária da CPFL Renováveis, com 54,5% de participação.
Após a integração dos empreendimentos da Jantus, adquirida pela CPFL em abril deste ano, a CPFL Energia terá uma participação de até 63,6% no capital da nova empresa e os sócios da Ersa ficarão com 36,4%.
Eólicas
A CPFL Renováveis investirá cerca 480 milhões de reais nos quatro parques eólicos que serão construídos no Rio Grande do Norte, no total de 116 MW de capacidade instalada.
A construção dos parques foi anunciada na última quinta-feira (18) pela Ersa.
Saad disse que a companhia quer obter o máximo em financiamento permitido para esses projetos, que costuma ser de 70 a 75% do total, no caso de bancos de fomento como o Banco do Nordeste (BNB) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 47

I – NOTÍCIAS

1-Petrobras deseja financiar o desenvolvimento da cadeia produtiva brasileira
O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse nesta aos deputados da Comissão de Minas e Energia que o principal desafio da empresa nos próximos anos será financiar o desenvolvimento da sua cadeia de fornecedores no País. Em relação à mão de obra, a empresa deve promover, até 2014, o treinamento de 212.638 pessoas que trabalharão para os seus fornecedores. A maior parte dos cursos acontecerá nos estados do Rio de Janeiro, Pernambuco e Maranhão.
Outra inciativa é um programa de crédito aos fornecedores brasileiros da Petrobras com custos reduzidos, que vem sendo tocado por seis grandes bancos.
O deputado Luiz Alberto (PT-BA), autor do requerimento de realização da audiência, elogiou a prioridade para o conteúdo nacional anunciada por Gabrielli: "Em média, 60% ou 65% dos fornecedores de equipamentos e serviços serão de empresas brasileiras, particularmente na área de produção e exploração de petróleo. Isso terá um impacto muito grande do ponto de vista econômico e social no nosso País, com geração de emprego e renda."
Investimentos
Durante a audiência na Câmara, Gabrielli apresentou o plano de negócios da Petrobras de 2011 a 2015. Ele informou que o Brasil não é competitivo em 5 dos 13 setores mais importantes para a produção nas plataformas de petróleo. Dois deles — os de turbomáquinas e estrutura e sistemas navais — são os que mais pesam no custo total.
Porém, segundo ele, 57% dos 225 bilhões de dólares a serem investidos até 2015 serão aplicados em exploração e produção de petróleo. Sem considerar o pré-sal, a produção vai passar de 2,1 milhões de barris por dia para 3 milhões em 2015. Hoje, o pré-sal representa apenas 2% do total da empresa. Em 2015, já deverá representar 18%.
O deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) criticou a anunciada autossuficiência do País em petróleo, já que o Brasil importa gasolina. Gabrielli argumentou que as duas coisas não são incompatíveis: "O Brasil produz 2,1 milhões de barris e utiliza 1,8 milhão, e portanto exporta petróleo porque é autossuficiente. O governo nunca disse que o Brasil era autossuficiente em derivados, porque derivados precisam de refinaria, e a última foi feita em 1980. Éramos exportadores de gasolina, só que o mercado de gasolina cresceu 19% em 2010 e aí passamos a ser importadores."
Ele disse que a autossuficiência em gasolina deverá acontecer em 2020, com a construção de novas refinarias.
Fonte: Agência Câmara

2-Gabrielli diz que falta cana para etanol e sinaliza investimento
Fonte: Agência Reuters
O grande problema no setor de etanol, cujo mercado está apertado atualmente no Brasil, é a quantidade de cana disponível para produzir o biocombustível, disse o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que indicou que a Petrobras fará um anúncio de investimento.
"O problema é ter área plantada para produzir cana. A situação hoje é essa. Falta cana e sem cana não tem como produzir e não tem como fazer estoque", disse Gabrielli a jornalistas após participar de audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara.
Afetada por problemas climáticos e pelo envelhecimento dos canaviais, a safra de cana do centro-sul do Brasil vem sendo reduzida nos últimos tempos, e a produção na temporada atual cairá, segundo as previsões do setor.
Ele afirmou ainda que a Petrobras Biocombustível, braço da estatal para o setor de renováveis, fará um anúncio de investimento envolvendo a produtora de etanol e açúcar São Martinho, com quem a empresa já tem parceria.
"Vão anunciar alguma coisa positiva no etanol", afirmou ele, sem dar mais detalhes sobre o negócio.
As ações da São Martinho reduziram queda após a afirmação de Gabrielli. As da Petrobras operavam em baixa de 0,2%, enquanto o Ibovespa operava com leve alta, por volta das 13h05.
O executivo reiterou que a estatal pretende aumentar sua participação no mercado brasileiro de etanol de 5,3% para 12% em 2015.
A Petrobras Biocombustível prevê investir 30% do orçamento de 1,9 bilhão de dólares que dispõe para etanol - ou cerca de 570 milhões de dólares - em aquisições no setor, afirmou o presidente da subsidiária, Miguel Rossetto, na semana passada.
E, para isso, a empresa pode investir em novas plantas próprias ou aumentar os investimentos nos parceiros com os quais a Petrobras já atua nesse mercado, como a São Martinho e a Guarani, segundo Gabrielli.
Mais investimentos em etanol são vistos como prioridade pelo governo Dilma Rousseff, na medida em que os preços do biocombustível chegaram a afetar a inflação na última entressafra.
Além disso, o governo determinou que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) regule o setor, com o objetivo de garantir uma oferta satisfatória.
O governo está elaborando duas Medidas Provisórias para estimular tanto a formação de estoques quanto o aumento da produção de etanol.
Recentemente, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse à Reuters que as medidas em análise contemplam desonerações tributárias e financiamentos em melhores condições.

3-CPFL Renováveis compra PCH Santa Luzia
Fonte: Valor Online
A CPFL Renováveis anunciou a aquisição de 100% das ações da Santa Luzia Energética S.A., detentora da PCH Santa Luzia, localizada em São Domingos e Iguaçu, em Santa Catarina. O valor da negociação não foi informado.
Com a transação, a PCH Santa Luzia passa a ser a 34ª unidade em operação da CPFL Renováveis que alcança um total de 306,7 MW instalados apenas nessa fonte.
A PCH Santa Luzia, que começou suas operações em julho de 2011, conta com potência instalada de 28,5 MW e energia assegurada de 18,4 MW médios.
A CPFL Renováveis foi criada a partir da associação dos ativos da ERSA aos de fontes renováveis - PCHs, parques eólicos e usinas a biomassa - da CPFL Energia. A companhia está em fase final de integração.
A transferência das ações está sujeita à anuência prévia das instituições competentes, como da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

4-Sete Brasil critica índice de nacionalização
João Carlos Ferraz é presidente da Sete Brasil, empresa formada por bancos e pela Petrobras e que já encomendou sete sondas ao Estaleiro Atlântico Sul. Essa empresa surgiu como um vulcão no mercado interno. Foi criada sem muito alarde e já é responsável pela encomenda de sete navios-sonda ao Estaleiro Atlântico Sul. Recentemente aposentado da Petrobras, Ferraz era um dos responsáveis pela ágil estrutura financeira internacional da estatal.
De forma pragmática, Ferraz afirma que no Brasil, a certificação de origem nacional é exigida de toda a cadeia, do parafuso ao aço que o forjou. Cita que, no momento em que o Brasil começa a construir sondas, não é razoável se exigir nacionalização de 60%, quando, na Coréia, esse nível é de 40%.
- Não é certo iniciar a fabricação de uma sonda de 7a. geração, moderníssima, com conteúdo local tão alto. Isso precisa ser mudado.
Afirmou que, em sondas, as referências são coreanos e chineses e, na Coréia, o prazo de construção é de 24 meses. No Brasil, o prazo é o dobro e há ainda diferença no preço. No entanto, após as primeiras unidades, o preço brasileiro deverá cair, com aumento da escala.
Em relação ao Fundo Garantidor da Construção Naval (FGCN), considerou-o essencial, mas ponderou que, dos R$ 5 bilhões programados, o FGCN só conta com R$ 1,5 bilhão.
Outro item que precisa de mudanças - no caso de parte da Agência Nacional do Petróleo - também já está sendo solicitado. Informou que todas as plataformas ou sondas são empresas registradas no exterior, em geral na Holanda; pelas normas em vigor, independentemente do conteúdo local, por serem as plataformas inscritas na Holanda, o conteúdo local será considerado zerado.
Em relação ao câmbio, destacou que, apenas de maio até 5 de agosto, o custo brasileiro para as sete sondas da Sete Brasil já subiu 13%.
Fonte: Net Marinha - Coluna Sérgio Barreto Motta

5-ANDRADE GUTIERREZ terá novo Presidente
A Andrade Gutierrez confirmou que terá um novo presidente. O atual, Rogério Nora de Sá, deixará a empresa depois de 30 anos de atuação.
Leandro de Aguiar, presidente da Zagope Construção e Engenharia – empresa atuante em Portugal, fundada em 1967 e desde 1988 sob propriedade da Andrade Gutierrez –, assumirá o lugar de Sá em janeiro de 2012.
Rogério Nora de Sá, que preside a Construtora Andrade Gutierrez desde 2002, passará a integrar o Conselho Consultivo do Grupo.
Fonte: Valor

6-Schneider Electric lança ferramenta de controle para sistema de automação
Fonte: Redação TN Petroleo
A Schneider Electric, especialista global na gestão de energia, lança a ferramenta de engenharia denominada SET. O software é destinado aos engenheiros que vão projetar e manter uma subestação elétrica totalmente baseada na norma internacional IEC61850. O seu grande diferencial é o maior controle sobre a evolução e manutenção do sistema de automação, ao permitir a construção de um projeto a partir de aplicações e produtos tanto da Schneider Electric, como de diferentes fabricantes.
A apresentação será feita durante simpósio que acontece em Curitiba. Além do lançamento, serão demonstrados produtos como relés de proteção MiCOM (Areva D), Sepam (Schneider), V50 (Vamp), medidores ION (Schneider) e sinalizadores de falha com rádio-comunicação para linhas de distribuição, “Flite”.
A Schneider Electric apresentará, ainda, um artigo técnico em co-autoria com a CHESF, sobre uma nova tecnologia de comunicação entre equipamentos dentro das subestações elétricas (denominado “barramento de processo”), que segue a norma internacional IEC61850-9-2. Além disso, terá a participação de Damien Tholomier, diretor regional para Américas, em uma mesa redonda com especialistas internacionais, na qual debaterá a respeito dos impactos da geração distribuída nos sistemas de Proteção e Automação Elétricas.

7-Aker Solutions tem novo responsável pela divisão Subsea
Fonte: Redação TN Petróleo
Egil Boyum foi nomeado responsável pela divisão Subsea da Aker Solutions no Brasil. Boyum é norueguês, está na empresa desde 1984 e ocupou diversos cargos de gestão.
A Aker Solutions tem aumentado sua presença no Brasil, tornando-se o maior fornecedor de produtos, soluções e serviços subsea e outros sistemas avançados para uso na indústria de petróleo e gás com mais de 1200 funcionários.
“Dobramos nosso negócio desde 2008 e precisamos reforçar nossa capacidade de gestão para facilitar o crescimento contínuo. Por isso, recrutamos recentemente novos gerentes no Brasil e, agora, trazemos Egil Boyum ao Brasil, que é um dos nossos gestores mais experientes”, diz Mads Andersen, vice-presidente executivo da divisão de Subsea da Aker Solutions.
Boyum é um veterano da indústria e ocupou uma ampla gama de papéis, desde cargos técnicos no começo da carreira, até se tornar chefe global das operações, à frente de Subsea Lifecycle Service e como vice-presidente sênior de Subsea Systems. O trabalho atual de Boyum como vice-presidente sênior envolve o comando comercial e o relacionamento com os clientes nos grandes projetos de Subsea na Aker Solutions.
Boyum substitui Marcelo Taulois, que deixa seu cargo atual como presidente da divisão Subsea e como Country Manager no Brasil, posição ocupada desde 2001. Taulois desenvolveu novas oportunidades de mercado nas três bases da empresa no Brasil - Curitiba, Rio das Ostras e Rio de Janeiro - e também foi fundamental para a implementação bem sucedida das políticas e estratégias globais nestas regiões. A Aker Solutions irá analisar outras oportunidades para ele dentro da empresa.
Ao longo dos últimos dois anos, a Aker Solutions do Brasil contratou mais de 600 novos funcionários e a empresa espera recrutar outras centenas mais até 2015. A empresa também está em processo de contratação de um country manager para o Brasil.


II – COMENTÁRIOS

1- HYUNDAI visita Porto de Rio Grande
O porto do Rio Grande recebeu a visita de comitiva sul-coreana liderada pelo presidente da Hyundai Marinha Mercante, Suk-Hui Lee, que está no estado analisando as potencialidades de intercâmbio entre o Rio Grande do Sul e a Coreia do Sul. Acompanhados do secretário de infraestrutura e logística Beto Albuquerque e do secretário do desenvolvimento e promoção do investimento Mauro Knijnik, o grupo coreano conheceu a cidade do Rio Grande e o porto público além dos terminais privados, como o Tecon.
“A Hyundai Marinha Mercante é uma empresa com 160 navios próprios e viemos mostrar o Porto do Rio Grande porque aqui precisamos de parceiros que tornem o porto cada vez mais dinâmico”, ressaltou Beto Albuquerque. A visita do grupo sul-coreano ao Estado foi a resposta da missão gaúcha capitaneada pelo governador Tarso Genro em maio deste ano. Naquela oportunidade, foi firmada a vinda de uma fábrica de elevadores para o Rio Grande do Sul, confirmada nesta visita. A localização da empresa ainda está sendo estudada pelos investidores.
Sobre o porto rio-grandino, o grupo coreano mostrou-se bastante interessado nos potenciais da região. “Com todos os investimentos que os governos federal e estadual vêm fazendo no Porto do Rio Grande, o grupo Hyundai tem essa 'expertise'”, afirma o superintendente Dirceu Lopes, garantindo ainda que um grupo técnico está sendo formado para analisar aquilo que é possível oferecer a eles. “Temos um porto em operação e estamos sempre procurando novos parceiros”, conclui.
As intenções da Hyundai Marinha Mercante é instalar um terminal em portuário em Rio Grande. Sobre as áreas disponíveis, Lopes garante que o Porto do Rio Grande possui condições de abrigar novos investimentos. “Temos a área do Terra Pleno, o próprio Porto Novo e a extensão do cais sul. Por isso, constituímos corpo técnico que vão fazer os estudos necessários para que, dentro de seis meses, possamos apresentar um projeto”, explica o superintendente. Entre gentilezas e conversas, o porto rio-grandino foi apresentado aos representantes coreanos. Na visita coordenada pelo Badesul, o secretário de infraestrutura e logística utilizou-se da história para mostrar que é preciso inovar para manter o porto em condições competitivas.
“Há 14 anos, o porto passou por um processo, mas, desde lá, o mundo mudou barbaramente e há muita tecnologia nova para ser aplicada em Rio Grande. Precisamos pensar em redução de custos, produtividade e agilidade na operação. Nós que estamos aqui [na administração] precisamos exigir dos nossos parceiros custos menores e mais rapidez”, afirmou Albuquerque. Além do Rio Grande, parte da comitiva sul-coreana seguiu para Caxias do Sul e outra se manteve na capital. Para o Estado, ainda estão previstos investimentos no setor de gás natural que pretendem ampliar a oferta.
Fonte: Agora/RS

2-Veículo 100% elétrico conclui viagem de 20 mil km pelas Américas
Fonte: Redação TN Petróleo
Chegou ao fim em Foz do Iguaçu, a maior viagem já feita por um veículo 100% elétrico no mundo. O protótipo desenvolvido pelo Projeto Veículo Elétrico (VE), da Itaipu, rodou as três Américas, em um percurso de mais de 20 mil quilômetros.
A expedição, comandada pelo jornalista Paulo Rollo, especializado no setor automotivo, partiu no dia 9 de abril de Los Angeles, na Califórnia (EUA), e o fim da jornada é a no Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Montagem de Veículos Movidos a Eletricidade, o Galpão G5 da Itaipu.
O roteiro incluiu 15 países, passando pelos EUA, México, Guatemala, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Equador, Peru, Chile, Paraguai, Argentina e Brasil. No percurso, enfrentou oscilações de temperatura que passaram dos 45ºC do México até -17ºC no extremo norte do Chile.
A expectativa inicial era rodar 25 mil quilômetros, mas a expedição teve que cortar do roteiro a região patagônica por causa do frio intenso - o gelo cobriu as estradas - e das cinzas do complexo vulcânico Puyehue-Cordón Caulle, no Chile.
Segundo Paulo Rollo, o veículo elétrico respondeu 100% às expectativas. As únicas dificuldades foram a burocracia aduaneira da América Central e a baixa qualidade do asfalto - o VE enfrentou todo tipo de piso, como barro e cascalho. Já o veículo rodou os 20 mil quilômetros sem qualquer problema. Até em temperaturas extremas, 47 graus Celsius, no México, e 15 negativos no Norte do Chile, ele não decepcionou.
“Acho que o ponto-chave é a questão da robustez. Até agora a maior viagem que tínhamos feito com o veículo elétrico foi até a Assunção e agora ficou comprovado que ele está preparado para ir muito mais longe”, avaliou o coordenador brasileiro do Projeto VE, engenheiro Celso Novais. “Essa viagem é um grande insumo para o nosso projeto e pretendemos usar as informações para aprimorarmos o veículo”, acrescentou.

sábado, 13 de agosto de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 46

I – NOTICIAS

1-Clariant terá centro de pesquisa para o pré-sal
A fabricante de produtos químicos para produção de petróleo Clariant vai instalar no Brasil um centro de pesquisa voltado para as demandas do pré-sal. Entre os desenvolvimentos previstos está o de produtos polivalentes para aperfeiçoar a logística de suprimento às áreas mais distantes de exploração e produção.
Uma possível combinação será a de desemulsificantes (usados para separar o óleo da água) e sequestrantes de H2S, um contaminante encontrado em teores mais altos no pré-sal brasileiro. O produto já é comercializado pela Clariant no exterior, mas em aplicações com especificidades diferentes do pré-sal no Brasil.
Segundo o vice-presidente da Clariant, Carlos Tooge, a pré-sal no Brasil tem características diferenciadas em vários aspectos, como pressão, temperatura, salinidade e até nos sistemas de produção. “Não basta reformular os produtos, vamos ter que encontrar novas moléculas e novas composições”, ressaltou.
Entre os produtos que terão o desenvolvimento priorizado no novo centro estão desemulsificantes, inibidores de parafinas e inibidores de incrustação por sais. O local exato ainda não foi definido, mas o laboratório ficará na região metropolitana do Rio de Janeiro. O trabalho será feito com apoio de pesquisadores da Coppe/UFRJ.
Todos os equipamentos para a realização dos ensaios já foram comprados e a entrada em funcionamento do laboratório está prevista para 2012. Será a terceira unidade de pesquisa brasileira da empresa, que já está instalada em Macaé (RJ) e Suzano (SP). Toda a pesquisa para aplicações em áreas de pré-sal no mundo será centralizada no local.
Em dezembro de 2010, a empresa fechou o primeiro contrato de suprimento para uma operação no pré-sal do Brasil, no campo de Jubarte, na Bacia do Espírito Santo. O contrato prevê o fornecimento de oito produtos para utilização no TLD de um poço e nas plantas de processo da plataforma FPSO Capixaba.
Fonte: energiahoje

2-Fundos de investimentos aceleram negociações para participarem do mercado de petróleo
Fonte: Redação TN Petróleo
A Petrobras acabou de aprovar seu Plano de Negócios 2011-2015 com investimentos totalizando US$ 224,7 bilhões (R$ 389 bilhões) direcionados para mais de 650 projetos. Desse total, a maior parte do investimento é voltada para o segmento de Exploração e Produção com foco no Pré-Sal. Diante deste anúncio e do cenário positivo da economia brasileira, os fundos de investimentos aceleram suas negociações para participarem do mercado.
O Escritório Jurídico Jardson Bezerra (EJJB), por exemplo, é credenciado de um Fundo de Investimento em Participações (FIP) e recebeu a missão de identificar e proceder com a aquisição parcial de empresas do setor. Para isso, criou uma área chamada Advocacia de Resultados, com uma equipe destinada a realizar um diagnóstico profissional, minucioso e preciso das empresas de todo Brasil que tenham real potencial de crescimento e que seja inovadora.
“Com o crescimento vigoroso na demanda de derivados e em consonância com a Lei Federal do Petróleo nº 9.478/1997 e as regras contratuais que instituiu a obrigatoriedade do Conteúdo Local que garante aos fornecedores brasileiros condições amplas e equânimes de concorrência na contratação de bens, sistemas e serviços nas atividades econômicas relacionadas à fase de exploração e nas etapas de desenvolvimento, os fundos de investimentos apressam suas negociações para participarem do mercado”, explica Jardson Bezerra, sócio fundador do EJJB.
De acordo com ele, as empresas do setor que já atendam a Petrobras e que precisem acelerar seu crescimento para conquistar novos contratos encontram no EJJB soluções jurídicas aliadas a conceitos econômicos, como Project Finance, Sociedade de Propósito Específico (SPE), reestruturação societária e Gestão Tributária. Entendemos o Pré-Sal como propulsor da Indústria brasileira.
“Montamos as diretrizes para propiciar a capitalização de fornecedores de todos os elos da cadeia produtiva (E&P, Abastecimento, Gás e Energia, Distribuição, Petroquímica e Biocombustíveis) e sinalizamos com uma grande oportunidade para os empresários do segmento que estejam dentro do perfil”, afirma Bezerra.

3-Petrobras Biocombustível vai construir usina de etanol em Moçambique
Fonte: Agência Brasil
Uma usina de produção de etanol será construída pela Petrobras Biocombustível (PBio) em Moçambique. Segundo o presidente da PBio, ela vai atender exclusivamente o mercado interno do país africano. Ele não revelou o volume de investimento necessário para o empreendimento, mas disse que a iniciativa não tem como finalidade atender a questões geopolíticas do governo federal.
“A Petrobras é uma empresa que responde por seus investimentos e todos os nossos empreendimentos objetivam o retorno e o lucro em relação ao capital aplicado. Nós só investimentos em projetos que assegurem a rentabilidade esperada”.
O presidente da PBio informou que a Petrobras já tem uma usina em Moçambique, em parceria com a Guarani, para a produção de açúcar. Segundo Rossetto, como o governo moçambicano disciplinou o uso do etanol a partir de 2012, a Petrobras decidiu avaliar a construção da usina para atender ao mercado local.
“Eles vão iniciar com o E-10 [10% de adição de etanol á gasolina]. Moçambique é um país pobre que importa todos os derivados que consome. Então, nós estamos avaliando a construção da usina de etanol para atender ao mercado local. O empreendimento deverá se concretizar em 2012 por meio da Guarani”.

4-QGEP destaca início da perfuração de três blocos exploratórios
Fonte: Redação TN Petróleo
A QGEP, maior empresa de controle privado brasileiro no setor de Exploração e Produção (E&P), divulgou ontem os resultados financeiros deste trimestre, ressaltando os avanços no plano estratégico da companhia de longo prazo. A empresa confirmou o início da perfuração de três blocos exploratórios: bloco BM-J-2, na Bacia do Jequitinhonha, bloco BM-S-12, na Bacia de Santos, e o Bloco BM-S-8, na Bacia de Santos.
O fluxo de caixa de atividades operacionais atingiu R$ 101,8 milhões no primeiro semestre. Já a receita líquida totalizou R$ 60,8 milhões contra R$ 86,9 milhões, refletindo a redução temporária da produção de gás por conta do fechamento temporário para manutenção de poços no Campo de Manati. O EBITDAX foi de R$ 34,1 milhões, com margem de 56 %. O lucro líquido neste período foi de R$ 58,4 milhões, representando um aumento de 73% com relação ao mesmo período em 2010.
“Mantivemos uma trajetória de crescimento, progredindo em todas as principais áreas de nosso plano estratégico. Negociamos com sucesso um contrato de farm in no Bloco BM-S-8 e iniciamos a perfuração em três dos mais promissores ativos exploratórios”, afirma José Augusto Fernandes Filho, presidente da QGEP. Ele ressalta que com a aquisição de 10% de participação no Bloco BM-S-8, um dos maiores blocos exploratórios offshore na Bacia de Santos, a companhia se torna uma das primeiras companhias brasileiras de E&P a participar da área premium do pré-sal.
A produção de gás da QGEP no 2T11 foi de 142,4 MMm³ contra uma produção de 228,5 MMm³, no primeiro trimestre de 2T10. A expectativa da empresa, porém, é que a capacidade total de produção seja retomada ainda no segundo semestre de 2011, com a volta da operação dos poços que estavam fechados para manutenção.

5-Petrobras Biocombustível quer produzir biodiesel para a aviação até 2015
A Petrobras Biocombustível (PBio) investirá US$ 600 milhões, do total de US$ 4,1 bilhões previstos para ser investido pela subsidiária até 2015, no segmento de biodiesel e de suprimento agrícola. Com isto, a empresa espera manter nos próximos anos a participação de cerca de 25% do mercado nacional, disse nesta quinta-feira (11) o presidente da PBio, Miguel Rossetto, ao detalhar o Plano de Negócios 2011/2015 no segmento de biodiesel.
Nos planos da estatal, está a previsão de investir parte dos US$ 300 milhões, destinados à área de pesquisa, a fim de desenvolver tecnologia para a produção de biocombustíveis para a aviação, o bioqueresone, que a subsidiária espera colocar no mercado até o final de 2015.
Rossetto disse ainda que a PBio trabalha com a escolha entre duas rotas tecnológicas: uma via óleo vegetal e a outra a partir da sacarose (açúcar).
Fonte: Agência Brasil - AB

6-FLNG tem três propostas
Os grupos SBM/Chiyoda, Saipem/Hyundai e Modec/Technip/JGC apresentaram propostas técnica e comercial para a construção de uma embarcação do tipo FLNG (planta de GNL flutuante, na sigla em inglês) destinada ao cluster da Bacia de Santos. Apenas os envelopes técnicos foram abertos e a expectativa do consórcio Petrobras, BG, Repsol YPF e Galp Energia, que coordena o processo, é de que as propostas comerciais possam ser abertas no dia 25 de agosto, caso não haja contratempo.
A previsão é de que o resultado da classificação técnica seja divulgado na próxima semana, possivelmente, entre os dias 17 e 18 de agosto. Desde ontem (10/8), as empresas participantes tem acesso às propostas de seus concorrentes.
A embarcação será projetada para liquefazer 14 milhões de m3/dia de gás. O processo de confirmação da viabilidade técnica e econômica do FLNG foi aberto em 2009.
Fonte:energiahoje


II – COMENTÁRIOS

1-Fonte limpa coloca setor de energia em destaque
No setor de energia, o Brasil ostenta números invejáveis em relação a outros países. Sustentada pelo consumo de álcool nos veículos e pela geração hidrelétrica, 45% da matriz energética são formados por fontes renováveis, o triplo dos países desenvolvidos. Já na matriz de geração de energia elétrica, cerca de 90% provém de fontes limpas, enquanto no mundo esse percentual é de apenas 20%. Manter esses números nas próximas décadas não será fácil, segundo destacaram especialistas reunidos no debate sobre energia, realizado na Conferência Ethos 2011.
Um primeiro desafio é o paradoxo existente no setor. Com matriz baseada em hidreletricidade, o Brasil tem um dos custos mais baixos para gerar energia, mas a conta de luz é uma das mais elevadas do mundo. Na média mundial, a tarifa está em US$ 30 MWh. Aqui, chega a US$ 60 o MWh. Em paralelo, nos últimos anos, com a ascensão social das classes C, D e E, uma grande faixa da população vem saindo das tarifas subsidiadas, ao comprar mais equipamentos eletrônicos, consumir maisenergia - e gastar mais.
"Metade da conta é reflexo de encargos e tributos, que encarecem o preço final e também desestimulam a indústria, que passa a analisar investimentos produtivos em outros países", disse Augusto Rodrigues, diretor de comunicação empresarial da CPFL Energia.
A média de consumo per capita anual no Brasil está em 2.400 kWh, abaixo da média mundial de 2.900 kWh e de 3.330 kWh no Chile ou de 15 mil kWh nos EUA. Com a expansão da renda e a inclusão social, o consumo deverá aumentar, o que traz outro desafio: a expansão da matriz de energia elétrica.
Atualmente, a capacidade de geração está em 110 mil MW, sendo que mais de 80% proveem de hidrelétricas. "Para mantermos essa presença elevada nos próximos anos, é preciso avançar na Amazônia, onde são feitas licitações caso a caso de hidrelétricas, sem uma visão integrada", disse Pedro Bara Neto, líder da estratégia de infraestrutura da iniciativa Amazônia Viva da rede WWF, uma organização não-governamental dedicada à conservação da natureza.
Rodrigues, da CPFL, apontou outra dificuldade: hoje a ideia é que as hidrelétricas sejam construídas a fio d´água, ou seja, sem grandes reservatórios. "Como o governo tem um planejamento hidrotérmico, essa escolha exige uma energia de segurança térmica, pois sem água essas hidrelétricas param de funcionar", diz.
Em 2006 e 2007, em função do atraso na obtenção de licenças ambientais para hidrelétricas, o governo federal contratou térmicas a gás natural e a óleo diesel. "Tivemos de investir em térmicas por segurança. Mas é bom frisar: há grande capacidade de geração a partir da biomassa de cana, que poderia ser estimulada pelo governo", explicou Rodrigues.
Para Marcelo Furtado, diretor executivo do Greenpeace Brasil, a questão deve ser olhada de outra forma. "O modelo hidrotérmico é promovido até pela academia. As usinas de fio d´água não exigiriam a segurança das térmicas se houvesse uma matriz mais diversificada com fontes renováveis e linhas de transmissão cortando o país."
Segundo estimativas do diretor do Instituto de Eletrotécnica da Universidade de São Paulo (USP), Ildo Sauer, até 2043, a população brasileira deve atingir 220 milhões de pessoas e o consumo per capita chegará a 5 mil kWh por ano, mais que o dobro do atual. Isso exigiria a expansão de l mil Twh por ano. Grande parte da expansão poderia ser feita com hidrelétricas, usinas de biomassa de cana e eólicas, além de investimentos em racionalização do uso dessa energia. "O potencial de eólicas é enorme, podendo chegar a 300 mil MW, mas, para deslanchar, é preciso tornar essa tecnologia mais barata", disse.
Outro desafio do setor será decisão sobre a renovação ou licitação das concessões que vencem a entre 2015 e 2017, quando expiram concessões que abrangem 20% da geração de energia, 73 mil quilômetros de linhas de transmissão e 37 distribuidoras.
Boa parte dos contratos está nas mãos de estatais, como Cesp, Cemig e Eletrobrás. Trata-se em grande parte de ativos amortizados, que não necessitam de investimentos em expansão. O governo federal indicou que qualquer decisão irá se refletir numa queda dos preços da energia dos contratos. "O essencial é ter a melhor alternativa para ter o maior ganho dessas usinas amortizadas para a sociedade", disse Rodrigues, que se disse favorável à licitação dos ativos.
Para Sauer, é preciso discutir a questão com cuidado. "Grandes consumidores estão de olho em como se apropriar dessaenergia", analisou. O especialista é favorável à criação de uma estatal nos moldes da empresa criada para gerenciar o pré-sal. Essa companhia faria a gestão da venda de energia e usaria os recursos, que poderiam chegar a R$ 10 bilhões anuais, em investimentos em saúde, educação e gestão ambiental.
Roberto Rockmann
Fonte: Valor Econômico

2-Uma boa comemoração
Tenho tratado aqui, muitas vezes, de uma tese um tanto polêmica: não existem mais líderes planetários porque, com a economia globalizada, o que falta é um projeto global. Não há mais espaço para lideranças nacionalistas ou imperialistas como no passado, animadas por planos de poder. Isso explica também a inoperância de organizações multilaterais cujo protagonismo só fará sentido se ousarem propor temas que interessem a toda a humanidade.
Um tema assim e que vem sendo objeto de debates em todos os quadrantes é o da segurança alimentar e energética com sustentabilidade. Até mesmo a OCDE e o G20 têm se debruçado sobre este assunto com freqüência cada vez maior em função dos altos preços dos alimentos, que inibiriam seu acesso para a população mais pobre da Terra. E isso não elimina a fome, que é inimiga da democracia.
Portanto, um projeto de interesse global será, sem dúvida, aquele que propuser uma verdadeira Economia Verde, capaz de produzir alimentos, energia e fibras sem destruir os recursos naturais. Por outro lado, também se sabe que o Brasil já fez boa parte de sua lição de casa neste capítulo: em 20 anos a área plantada com grãos cresceu 20% enquanto a sua produção aumentou 179%. O número em si já é formidável, mas o que está por trás dele é mais notável: com esse aumento de produtividade por área, mais de 50 milhões de hectares de matas ou cerrados foram preservados. Adicionalmente, oetanol de cana, além de não competir com alimentos, ainda reduz em 89% a emissão de CO2 da gasolina, contribuindo de fato para a redução do aquecimento global. Muitos outros dados - como, por exemplo, os seis milhões de hectares de florestas plantadas - seriam comprovantes da sustentabilidade de nossa economia verde, o que poderia fazer do Brasil o grande condutor deste projeto formidável que se caracterizaria pela difusão de nossas tecnologias para países tropicais do nosso e de outros continentes. Nosso país, um incontestável líder mundial? Finalmente?
Sem dúvida, mas para tanto há uma vasta tarefa a executar, representada por políticas públicas e ações privadas ainda pendentes: são os problemas da logística, da política comercial, da defesa sanitária, da política de renda rural, o associativismo e outras questões já aqui exauridas. Em uma democracia como a nossa, políticas públicas só serão implementadas se a sociedade estiver convencida delas. E é aqui que o carro pega na questão agrícola: o desconhecimento da nossa sociedade sobre este tema é muito grande, sobretudo a total falta de conectividade entre o rural e o urbano. Não é visível para nenhum dos dois que há estreitíssima interdependência entre ambos: não há produtor sem consumidor nem há abastecimento sem produção. Agronegócio é tudo, desde a pesquisa até a gôndola do supermercado, passando por serviço, indústria, etc.
Por décadas foram feitos esforços para montar uma campanha institucional de esclarecimento tanto para as populações rurais quanto urbanas deste vínculo tão evidente. E na semana passada, finalmente, foi lançado um Movimento, o "Sou Agro", destinado a esclarecer para todo o mundo o papel notável que o setor rural representa para o desenvolvimento do Brasil. Com uma forte presença nas redes sociais através de dois portais (www.souagro.com.br e www.redeagro.org.br), o movimento também tem uma campanha ancorada por Lima Duarte e Giovanna Antonelli que vem sendo veiculada em TVs, rádios, jornais e revistas.A idéia é mostrar a verdade, sobretudo em termos transversais, comuns a todas as cadeias produtivas. Sem liderança de ninguém (mas patrocinado por instituições e empresas do agro), sem brigar com ninguém, a proposta é esclarecer e informar, mesmo que isto represente eventuais críticas a setores incorretos.
Anteontem foi o dia do Produtor Rural. Nada melhor para comemorar a data do que este movimento, que resgata o amor próprio do homem do campo brasileiro.
Texto originalmente publicado na Folha de S. Paulo, em 30/07/2011
Roberto Rodrigues
Coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, presidente do Conselho Superior de Agronegócio da FIESP e professor de Economia Rural da UNESP/Jaboticabal

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 45

I – NOTÍCIAS

1-Petrobras prepara eleição de empregado Conselheiro
A Petrobras convocou assembleia de acionistas para alterar seu estatuto social, com o intuito de viabilizar a eleição de um representante dos empregados para o conselho de administração.
A indicação de um funcionário para esse órgão está prevista na Lei 12.353, publicada no fim do ano passado, e vale para empresas federais estatais e de economia mista com mais de 200 funcionários. A mudança no estatuto será votada no dia 23.
Ao contrário do que ocorre com os demais conselheiros, a proposta apresentada pela Petrobras para a assembleia prevê o limite de uma reeleição para o representante dos empregados. Também diferente do normal para os demais administradores da petroleira, esse conselheiro não precisará ter diploma de curso universitário para tomar posse.
Os empregados conselheiros serão eleitos em votação direta de seus pares, em um processo organizado pela empresa e por entidades sindicais. A responsabilidade desse membro será igual à dos demais.
Procurada, a empresa disse que não tem mais detalhes sobre o processo que definirá o ocupante do novo cargo e que a data da eleição não foi marcada.
Após a mudança no estatuto, o conselho de administração da Petrobras passará a ter dez vagas. Na mesma assembleia do dia 23, será votada a indicação da ministra da Casa Civil, Miriam Belchior, para ocupar um desses postos, que ficou vago com a saída de Antonio Palocci.
Como o estatuto da Petrobras diz que a definição da política de recursos humanos está entre as atribuições do conselho de administração, a estatal incluiu um novo dispositivo para deixar claro que o representante dos empregados não poderá votar nem participar de reuniões sobre algumas dessas matérias.
Repetindo o que está escrito na Lei 12.353, o estatuto da empresa vai dizer que há conflito formal de interesse quando as discussões e deliberações em pauta envolverem "assuntos de relações sindicais, remuneração, benefícios e vantagens, inclusive matérias de previdência complementar e assistenciais".
O Banco do Brasil disse que deve mudar o estatuto ainda neste mês. O prazo para adequação dos estatutos sociais termina em meados de setembro.
Valor Online

2-Módulos dos replicantes vão ao mercado
A Petrobras deve lançar no próximo mês licitação para contratação da construção e integração dos módulos dos oito FPSOs replicantes que vão operar nos blocos BM-S-9 e BM-S-11, no cluster do pré-sal da Bacia de Santos. A informação foi dada no início da semana, pelo diretor de Serviços e presidente em exercício da empresa, Renato Duque. Exceto os módulos para remoção de CO2, todos os demais serão idênticos, apesar de haver variações nas características em diferentes áreas do pré-sal.
A concorrência foi dividida pela Petrobras em cinco pacotes e as plataformas terão capacidade para produzir 150 mil bpd de óleo. As duas primeiras unidades a entrar em operação, os FPSOs P-66 e P-67, devem produzir o primeiro óleo em 2015. A Petrobras vai fornecer seis itens, que serão comprados separadamente: turbo geradores, conjuntos de compressores, conjuntos de permutadores, guindastes offshore, sistemas de tocha e sistemas de remoção de CO2.
O primeiro pacote inclui os módulos para os sistemas de flare, remoção de CO2, remoção de sulfato, injeção de água e utilidades, automação e elétrico. No pacote dois estão os módulos de gás combustível e desidratação. Os módulos de injeção de CO2, exportação de gás, compressão e vapor fazem parte do pacote três. O sistema para processamento de óleo e tratamento de água produzida e os módulos de geração farão parte dos pacotes quatro e cinco.
Fonte: energiahoje

3-Petrobras viabiliza FPSOs do pré-sal
A diretoria da Petrobras decidirá a compra de quatro navios do tipo VLCC – petroleiros de carga – para conversão dos cascos nos FPSOs que serão utilizados nas áreas da cessão onerosa, no pré-sal da bacia de Santos. A informação é do diretor de Serviços, Renato Duque, que participoudo lançamento da seleção pública para projetos de esporte e educação da empresa.
Duque não quis adiantar o valor que será pago pelos cascos. Sabe-se, contudo, que um VLCC hoje custa em torno de US$ 30 milhões, o que geraria uma encomenda de cerca de US$ 120 milhões.
Os VLCCs serão obrigatoriamente convertidos no estaleiro Inhaúma, antigo Ishibras, arrendado pela Petrobras por 20 anos.
O serviço de conversão será licitado pela petroleira no próximo mês. As obras de integração e construção dos módulos das unidades devem ser lançadas no final do ano, ou no início de 2012.
A Petrobras pretende iniciar a produção na cessão onerosa em 2015. A área de Franco será a primeira da região a ser explotada e receberá um FPSO com capacidade de 150 mil bpd. As demais unidades entram em operação até 2020.
Fonte: energiahoje

4-HRT com grande potencial na Namíbia
Relatório elaborado pela consultoria DeGolyer&MacNaughton e divulgado pela HRT Óleo e Gás estima recursos potenciais totais líquidos de 815 milhões de barris de óleo equivalente (boe) para os blocos 2813-A, 2814-B e 2914-A, operados pela petroleira na Bacia de Orange, Namíbia. O relatório indicou potencial para 649 milhões de barris de óleo e 166 milhões de boe de gás natural.
A HRT possui hoje volume potencial certificado da ordem de 7,9 bilhões de boe, quase uma descoberta equivalente ao campo de Lula, operado pela Petrobras no cluster do pré-sal da Bacia de Santos. A maior parte do volume de recursos prospectivos está nos blocos que a empresa opera no país africano. São 6,92 bilhões de boe do total estimado. No Solimões, onde detém a concessão de 21 áreas, são estimados recursos prospectivos de 449 milhões de boe e 515 milhões de boe contingentes 3C.
A empresa pretende perfurar no próximo ano quatro poços exploratórios na Namíbia. Já foram adquiridos cerca de 5 mil km² de sísmica 3D na Bacia de Walvis e quase 3 mil km³ de dados 3D na área dos blocos 2813A e 2814B , 2713A e 2713B, todas na Bacia de Orange, estão sendo adquiridos no momento.
Fonte: energiahoje

5-Nova concorrente no segmento de pás – Energia Eólica
A Aeris Energy pretende inaugurar em dezembro sua primeira fábrica de pás eólicas – a segunda do Brasil – no complexo industrial de Pecém, no Ceará. A planta terá capacidade inicial de produzir 2 pás/dia, que será ampliada nos meses seguintes e chegará 8 pás/dia (2,9 mil pás/ano) até o fim de 2012.
Os equipamentos terão entre 45 m e 50 m e serão fabricados para turbinas de 2 MW. A empresa não revela quem são os clientes, mas espera que as primeiras unidades sejam entregues em dezembro ou janeiro.
“Vamos começar fazendo projetos de clientes, mas no médio prazo (3 a 5 anos) vamos oferecer pás tropicalizadas, mais adequadas às condições de vento brasileiras”, afirma Bruno Vilela, diretor executivo da Aeris Energy. “Temos parcerias com empresas, centros de pesquisa e institutos internacionais na Dinamarca, na Holanda e nos Estados Unidos (para desenvolver esses produtos).”
O empreendimento recebeu investimento de R$ 50 milhões na fase inicial e estão previstos mais R$ 30 milhões para a ampliação. O dinheiro é proveniente de um fundo de equity privado, controlado por Bradesco e Banco Espírito Santo. O empreendimento vai gerar 350 empregos inicialmente, que serão posteriormente ampliados para cerca de 1 mil.
A fábrica ocupará uma área de 32 mil m², sendo 20 mil m² na primeira etapa e 12 mil m² no fim da ampliação. Terraplanagem e fundações foram concluídas e já estão sendo colocados pilares e estruturas. “O cronograma de obras está dentro do esperado, estamos até com folga. No mais tardar em dezembro queremos começar a produção”, afirma Vilela.
Atualmente, há apenas uma empresa brasileira dedicada à fabricação de pás, a Tecsis. Instalada em Sorocaba (SP), a companhia atua desde 1995 no mercado nacional.
Fonte: Energia hoje

6-Fontes Alternativas terão 20% da matriz energética em 2020
Fonte: TN Petroleo
Fontes Alternativas de energia como PCHs, solar, eólica e biomassa terão participação de 20% do mercado energético brasileiro em 2020, segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel).
Segundo o executivo, há perspectiva de crescimento na matriz energética de todas as fontes alternativas, porém, a energia eólica é que mais deve receber investimentos e aumentar seu percentual de participação no mercado. Já as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), devem ser as que menos devem ter crescimento.
Carga tributária, condições de financiamento e desenvolvimento tecnológico são os principais desafios, segundo Dias, para uma entrada com mais força dessas fontes de energia. Além disso, a demora na avaliação de projetos básicos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) prejudica a competitividade das PCHs, que tem mais de 700 projetos a espera de aprovação.

II – COMENTÁRIOS

1-Eike Batista começa a produzir energia solar
Fonte: Agência Estado
O empresário Eike Batista inaugurou, em Tauá, na região conhecida como Sertão dos Inhamuns, no Ceará, a primeira usina de energia solar comercial do Brasil. "Concluímos a montagem dos painéis solares da usina de Tauá", destacou o empresário em sua página no Twitter. "No total, são 4.680 painéis, de 18 quilos cada, que somam 84 toneladas, agrupadas numa área de 12 mil metros quadrados. Fabricados pela japonesa Kyocera, os painéis captam a luz do sol para a conversão em energia elétrica."
Chamada de MPX Solar Tauá, a usina, que já vem operando desde abril, funciona quase como um projeto piloto para voos mais altos nesse segmento. Possui capacidade de gerar um megawatt (MW), o suficiente para abastecer 1,5 mil residências.
A MPX Solar já obteve autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Superintendência Estadual de Meio Ambiente do Ceará (Semace) para expandir sua capacidade até cinco megawatts. O investimento no projeto é de R$ 12 milhões, com apoio do governo do estado, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Prefeitura de Tauá.
"Tauá concorre para ser eleita uma das 100 mais importantes iniciativas de economia verde da última década. O Livro Verde do Século XXI, publicação do Conselho Euro-Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável (Eubra) e da agência Organização das Nações Unidas Habitat, reunirá 350 casos de sucesso em todo o mundo, entre eles, o da nossa usina. Se o empreendimento for eleito como uma das 100 melhores práticas, ganhará destaque na publicação", aposta Eike.
O presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Zuza Oliveira, por meio de nota à imprensa, informa que a MPX Solar vai trabalhar além do desenvolvimento de montagem de painéis solares com extração de quartzo, silício e fabricação de células fotovoltaicas. "Com isso vamos garantir uma redução do valor pago pela energia solar de aproximadamente R$ 500 para R$ 140 o megawatt/hora, que é o valor comercial para fontes como a hidrelétrica."
O processo de produção começa com a luz solar incidindo sobre estes painéis, que são responsáveis pela transformação da radiação em energia. A energia elétrica é então conduzida por cabos até caixas de controle e monitoramento. Após concentrada, toda essa energia é enviada por cabos subterrâneos para uma sala onde ocorre a transformação da energia de corrente contínua para corrente alternada.
Tauá, localizada a 360 quilômetros de Fortaleza, foi escolhida para sediar a usina porque possui os melhores índices solares do Nordeste. O município está bem próximo à Linha do Equador.

2-É Preciso Resgatar Fornecedores e Fornecimento de Cana
Parte da crise de abastecimento no setor de cana de açúcar resulta da insuficiente remuneração da atividade agrícola e dos fornecedores. Como consequência, a renovação dos canaviais foi de 5%, 8% e 10% nos últimos três anos, quando poderia se renovar até 18% ao ano.
Se, nos canaviais de hoje, estivessem sendo produzidas mais 10 toneladas por hectare, seriam quase 80 milhões de toneladas a mais, que contribuiriam muito neste momento. O fornecimento e os fornecedores de cana precisam ser resgatados. Esse resgate será salutar.
Hoje, cerca de dois terços da cana é produzida ou gerenciada pelas próprias usinas e o resto, por fornecedores. Mas isso deve mudar, pois entram na cana empresas vindas do setor de petróleo, tradings e outros, que terão menos incentivo para gerir as áreas agrícolas. Além disso, os custos de produção de cana, como de outras culturas no Brasil, vêm se elevando consideravelmente, bem como o preço das terras, o que aumenta a necessidade de imobilização.
Paralelamente crescem empresas especializadas na atividade agrícola de cana, gerindo áreas e oferecendo serviços agrícolas a diversas usinas. Também crescem empresas especializadas em transporte, armazenagem, comercialização, empresas de serviços, agrodistribuidores e cooperativas.
Tendo parceiros especializados para desenvolver e gerenciar as áreas agrícolas, o imobilizado para as usinas pode diminuir bastante, facilitando e financiando a expansão industrial. Investimentos integrados com fornecedores aliviariam também o peso dos greenfields nas áreas de expansão.
Com o crescimento na confiança entre os agentes e os casos de sucesso hoje existentes, os modelos de terceirização da produção de cana ganharão espaço. Em locais onde foram feitos, houve crescimento econômico e desenvolvimento regional, com o surgimento de novos empreendedores e negócios.
Para que essa relação tenha equilíbrio, inovação e eficiência, é preciso que o Consecana, um modelo de remuneração admirado mundialmente, esteja sempre sendo atualizado, considerando o mix de produtos gerados.
O futuro reserva papel fundamental para associações e cooperativas em cana, para que os produtores possam ser bem representados ao dialogar com novas e grandes empresas industriais. Essas organizações precisam passar por processo de fusão e profissionalismo crescentes, se adaptando ao novo cenário.
Especialistas em fornecimento de cana terão participação crescente na cadeia, que se transformará cada vez mais numa sofisticada rede contratual de produção e serviços, bem mais eficiente, flexível e com uso intenso de seus ativos como máquinas. Afinal, nada como especialistas integrados em cada uma das atividades, inovando e aprendendo em diálogo constante. Por isso, resgatar os fornecedores de cana agora é uma ação estratégica alinhada com eficiência futura.
Texto originalmente publicado na Folha de S. Paulo
Marcos Fava Neves
Professor titular de planejamento e estratégia na FEA/USP Campus Ribeirão Preto e coordenador científico do Markestrat