segunda-feira, 27 de junho de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 39

I-NOTICIAS

1-Weatherford efetuou acordo com BP sobre Vazamento de Macondo
A BP chegou a um acordo para indenizar a subsidiária americana da Weatherford por futuras ações judiciais compensatórias motivadas pelo vazamento de óleo de Macondo. A empresa foi responsável pela produção do colar de flutuação utilizado no poço.
Pelo acordo, a Weatherford repassará US$ 75 milhões à BP, que aplicará o montante no fundo de US$ 20 bilhões criado para atender às compensações. A petroleira inglesa pagará pelos pedidos de compensação, incluindo os provocados pela poluição. Ficam de fora do acordo ações civis, criminais, administrativas e multas, entre outras.
A BP afirmou que busca fazer acordo com as outras empresas envolvidas no acidentes, especialmente a Transocean, Halliburton e Anadarko, para que cada uma contribua para o fundo.
Fonte: energiahoje

2-Produção de Santos dá salto com pré-sal
A Bacia de Santos deverá encerrar este ano com produção de 150 mil barris de óleo por dia, aumento de 50% em relação aos atuais volumes. O grande responsável pelo salto será o polo do pré-sal, que duplicará a performance saindo de atuais 60 mil barris para prováveis 100 mil barris. "Mais rápido que isso não conheço empresa que fez. Entre a descoberta do pré-sal e o primeiro sistema definitivo foram quatro anos", afirma o gerente-geral da Unidade de Operação de Exploração e Produção da Bacia de Santos, José Luiz Marcusso. Os volumes dizem respeito à Petrobras mais a fatia dos parceiros da estatal na exploração.
Até 2006, a Bacia de Santos fornecia cerca de 5 mil barris por dia. A primeira produção definitiva em um campo do pré-sal começou em outubro de 2010, com o programa piloto de Lula (o navio-plataforma FPSO Cidade de Angra dos Reis). Hoje, a embarcação tem apenas um poço interligado. Até dezembro serão conectados mais dois. Com os dois Testes de Longa Duração (TLDs) nos campos de Guará e de Lula Nordeste no total serão cinco poços interligados no pré-sal até o fim do ano, perfazendo os 100 mil barris por dia.
"Daria até para produzir mais, só não vamos porque tem a limitação de queima pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) e pelo Ibama para os TLDs", afirma o gerente-geral da unidade.
Já no fim de 2012, outro grande salto é esperado. A estimativa é que a Bacia de Santos encerre o próximo exercício com 206 mil barris/dia. Além da fatia do pré-sal, que chegará a 130 mil barris/dia, os outros quatro polos também devem aumentar o fornecimento. O destaque será Tiro e Sídon, no polo Sul, que duplicará o fornecimento atual, com produção operada estimada em 50 mil barris por dia com o FPSO Cidade de Itajaí. "Será o grande próximo sistema a entrar na bacia", anunciou Marcusso.
Fonte: Valor On Line

3-Technip encomenda 6 novos barcos brasileiros
Com atuação em todos os segmentos da industria de óleo e gás - Subsea, Offshore e Onshore - a Technip continua investindo fortemente no Brasil e anunciou durante a feira Brasil Offshore em Macaé, que terminou na semana passada, a encomenda de seis novos “Supply Boats” (barcos de apoio) que serão entregues até dezembro de 2013.
No início deste ano a empresa já tinha anunciado a construção de uma nova fábrica de flexíveis em Angra e também incorporou à sua frota, dois novos navios de bandeira brasileira: o Skandi Vitória e o Skandi Niterói.
Com sede na França, conta com 23.000 profissionais em 48 países. No Brasil, possui uma fábrica de tubos flexíveis em Vitória, um centro de engenharia no Rio de Janeiro, uma base operacional em Macaé, navios especializados em instalações de dutos submarinos e é a atual arrendatária do Porto de Angra dos Reis no Rio de Janeiro.
A Flexibrás, fábrica de tubos flexíveis da Technip, localizada em Vitória, completou 25 anos e já produziu cerca de 4.000 km de tubos desde 1986. A Technip é líder mundial em gerenciamento de projetos, engenharia e construção para a indústria de energia e tem trabalhado em parceria com a Petrobras, atendendo aos desafios do mercado.
Fonte: Guiaoilegas

4-HRT inicia perfuração de segundo poço
A HRT informou que sua subsidiária HRT O&G deu início no dia 21/06, à perfuração do seu segundo poço exploratório na locação 1-HRT-2-AM. Este poço está sendo perfurado na estrutura do recurso contingente chamado Jatobá (JOB), situada na porção nordeste do Bloco SOL-T-169, na Bacia Sedimentar do Solimões, visando testar o prolongamento oeste do alto estrutural já testado no passado pelo poço 1-JOB-01-AM, que acusou a presença de gás na Formação Juruá.
Tomando por base os resultados de poços anteriores, a HRT espera que neste poço ocorram pelo menos dois intervalos com hidrocarbonetos: (1) os arenitos da Formação Juruá Inferior (Carbonífero) e; (2) os arenitos da Formação Uerê (Devoniano), sendo mais provável a ocorrência de gás nos reservatórios do Carbonífero e de óleo no Devoniano.
Este segundo poço está localizado no Município de Tefé, Estado do Amazonas e está sendo perfurado pela sonda QGVIII, da Queiroz Galvão, com previsão de atingir a profundidade final em torno de 3.500 metros.
A HRT possui 55% de participação em 21 blocos exploratórios na Bacia Sedimentar do Solimões, ocupando uma área de aproximadamente 48,5 mil km2 onde foram mapeados e certificados 52 prospectos e 11 descobertas classificadas como recursos contingentes.
Ainda no mês de junho, está previsto o inicio da perfuração do poço, 1-HRT-168/01-AM. Este poço será perfurado na estrutura mapeada e classificada como recurso contingente denominado Gavião (GAV), situado no município de Carauari.
Fonte: TN Petróleo

5-Funcefet abre inscrições para cursos de MBA em tecnologia, petróleo e gás, meio ambiente e gestão
A Fundação de Apoio CEFET, voltada para pesquisa, projetos, ensino técnico e cursos de qualificação profissional e de pós-graduação, abriu inscrições para dezoito turmas de MBA e cursos de especialização, que começam na segunda semana de agosto. Reconhecida como uma das principais instituições de ensino na área de petróleo e gás, energia, TI, meio ambiente e gestão, a Funcefet já formou mais de 80 mil alunos desde 1994. Com o objetivo de qualificar profissionais de acordo com o avanço científico e tecnológico, os cursos de pós-graduação lato sensu são hoje o principal foco da instituição.
Segundo o presidente da Funcefet, Raul Rousso, o MBA hoje é fundamental para quem pretende ter algum destaque no mercado de trabalho, principalmente em engenharia e na área empresarial. “O MBA tem uma carga maior de disciplinas de administração. Na Engenharia, por exemplo, ter um MBA é quase essencial para a ocupação de determinados cargos em empresas. Além disso, pesquisas mostram que a pós-graduação pode trazer um acréscimo de 15% no salário do profissional”.
A partir de agosto, a Funcefet oferece MBAs de QSMS (Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde), Gestão Ambiental, Gestão de Resíduos, Qualidade e Produtividade, Gerenciamento de Projetos, Engenharia da Produção, Engenharia Econômica e Financeira, Gestão Empresarial, Marketing e Logística Empresarial. O aluno também pode se inscrever nos cursos de especialização da Funcefet, como: Auditoria de Sistemas de Saúde; Gestão de Recursos Humanos; Comunicação Empresarial; Gerenciamento de Mídias Digitais; Bussiness Inteligence; Análise, Projeto e Gerência de Sistemas; e Refino de Petróleo, Petroquímica e Biocombustíveis.
Fonte: TN Petroleo


II – COMENTÁRIOS

1-Retomada da indústria naval : 269 projetos
Uma década depois do início da retomada da produção naval brasileira, o Brasil aparece novamente nas estatísticas internacionais da construção naval e hoje ocupa a quinta posição em volume de encomendas. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), são 269 projetos nos 37 estaleiros associados, sendo 19 plataformas de produção de petróleo. Novos contratos irão somar-se à frota do programa EBN - Empresa Brasileira de Navegação, criada pela Petrobras para incentivar a indústria naval brasileira, convocando armadores para a construção de 39 petroleiros.
Em maio a Petrobras assinou com a Hidrovia South American Logistics os últimos seis contratos do Programa EBN2. Refere-se ao afretamento de seis navios da classe Panamax, dos quais cinco para movimentação de gasolina e diesel e um para transporte de petróleo. A Petrobras também está contratando 28 sondas de perfuração, 30 navios de apoio marítimo e a integração final de oito navios de produção FPSO (Floating Production Storage Offloading), cujas licitações são esperadas em 2011.
Esse volume de encomendas não chega nem perto do potencial do mercado a partir das demandas do pré-sal e para o qual o parque naval brasileiro ainda não está preparado. Para estimular a construção de novos estaleiros a Petrobras criou o conceito de estaleiro virtual, que permite que eles conquistem contratos antes mesmo de sua própria construção.
Um exemplo foi o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Pernambuco, investimento de R$ 2 bilhões dos grupos Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e a PJMR e que desde abril do ano passado conta com participação da Samsung. Conta com carteira de 22 navios, o casco da plataforma P-55 e contrato de sete sondas. A empresa está conduzindo agora a construção da sua área de offshore, com investimentos de R$ 700 milhões. E espera resolver a questão do atraso na entrega do navio João Cândido, o primeiro do lote de 15 navios do Promef I, no segundo semestre deste ano. Além do EAS, existem 13 novos estaleiros em implantação que aumentarão o parque de médio e grande porte para 50 estaleiros.
A Transpetro está finalizando a licitação para a contratação de oito navios, os últimos das 49 embarcações previstas nas duas primeiras fases do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef). Nessa licitação, o Estaleiro Eisa, do Rio de Janeiro, ofereceu o menor preço e espera ter o contrato assinado até o início de julho. Segundo Jorge Gonçalves, presidente do Eisa, os navios de maior porte já serão construídos no novo estaleiro que a companhia está construindo em Coruripe (AL), com investimentos de R$ 800 milhões. O empreendimento está na fase de licenciamento e deve ser concluído em três anos, mas em 18 meses começa a produzir navios e plataformas offshore. Será um dos maiores do país com 2 milhões de metros quadrados.
Mas a maior expectativa deste ano é a licitação para a contratação de 21 sondas pela Petrobras. O processo foi iniciado no ano passado, mas a empresa resolveu rever o modelo e ao invés de adquirir as sondas, como fez no primeiro lote de sete, arrematado pelo EAS, vai licitar o afretamento associado a construção. Outra compra aguardada é a contratação da integração final de oito navios de produção FPSO, cujos cascos já foram contratados ao Estaleiro Rio Grande, que foi construído pela WTorre e adquirido pela Engevix.
Na área de offshore, a Petrobras tem cinco plataformas em construção que vão somar-se à recém entregue P-56, construída no estaleiro BrasFELS, em Angra dos Reis. O casco da P-55 está sendo construído no EAS e a construção do deckbox da plataforma, módulos e equipamentos que compõem a unidade estão em construção no Estaleiro Rio Grande.
Já a P-59 e P-60 estão no canteiro de São Roque do Paraguaçu, em Maragogipe (BA), pelo Consórcio Rio Paraguaçu - que reúne Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC. A unidade de produção da TLWP (plataforma submersível para águas profundas) P-61 está sendo construída no Estaleiro BrasFELS, pela empresa FloaTEC. E finalmente a P-63 está fase inicial de construção no Estaleiro Rio Grande.
A OGX teve que erguer seu estaleiro, que já nasce com carteira de 48 projetos. "Vamos garantir que até 2019, 90% dos equipamentos sejam fabricados no Brasil. Serão 19 FPSOs, 24 WHPs, plataformas para águas rasas, e cinco plataformas submersas TLWP", diz Renato Belotti, diretor de produção.
Fonte: Valor Online

2-90% das plataformas de petróleo ainda são compradas no exterior
A revitalização da indústria naval brasileira e o anúncio da entrada em operação de pelo menos 13 novos estaleiros no Brasil ainda não são suficientes para que as plataformas de petróleo sejam inteiramente fabricadas aqui. Nos últimos quatro anos foram encomendadas 22 plataformas de produção de petróleo, em sua grande maioria pela Petrobras. Dessas, só 3 estão sendo integralmente construídas no Brasil, segundo o Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval): a P-51, a P-55 e a P-56. Dentre os gargalos enfrentados pela indústria local estão a falta de componentes nacionais e a sobrevalorização do real, que torna o produto importado mais barato.
As plataformas que atuam em grandes profundidades são na maioria navios petroleiros adaptados para produzir petróleo. E é mais fácil, rápido e barato encontrar no exterior esse tipo de embarcação, em sua maioria navios desativados, sem a necessidade de grande espera. Nas duas últimas décadas, enquanto a indústria brasileira ficou paralisada, países como Coreia do Sul, China e Cingapura desenvolveram suas indústrias navais investindo em tecnologia e dando subsídios estatais ao setor.
Um empresário da área que atua no Brasil diz que a indústria brasileira ainda é pequena e não existe um plano de governo para desenvolvê-la, apesar das grandes descobertas de petróleo. Ele diz que existem boas notícias no setor, como a projeção de demanda por sondas e plataformas nos próximos dez anos, pelo menos, o que não existia no Brasil há pouco tempo. Mas falta uma política de financiamento. Hoje, o BNDES, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil são repassadores do Fundo da Marinha Mercante, mas não há recursos suficientes e há excesso de burocracia. PETROBRAS Outro executivo do setor diz que esse processo de revitalização se deve em grande parte à Petrobras, cujo plano de investimentos para os próximos quatro anos prevê US$ 224 bilhões -média de US$ 44,8 bilhões por ano. Mesmo assim, a maioria das plataformas encomendadas pela estatal será total ou parcialmente fabricada e montada no exterior.
A OGX, braço do setor de óleo e gás do grupo EBX, controlado pelo empresário Eike Batista, está contratando quatro plataformas no exterior, mesmo contando com uma empresa do setor naval dentro do grupo, a OSX. Como a OSX ainda não tem um estaleiro funcionando, as plataformas serão construídas em Cingapura. Mas, segundo a empresa, apenas as primeiras unidades serão contratadas fora do país. A demanda total da OGX será de 48 plataformas até 2019, das quais 90% serão produzidas em território nacional, no estaleiro que está sendo construído pela OSX, segundo a empresa.
Fonte: Folha de São Paulo

3-Atraso no novo Plano Petrobras afeta valor das ações
O segundo adiamento do anúncio do novo plano de negócios da Petrobras, já afetam as ações da companhia. Os papéis fecharam nesta semana a R$ 23,10, o que representa uma queda sobre os R$ 25,48 que valiam no dia da capitalização, 24 de setembro de 2010, já descontados os dividendos. Desde o fim de 2010 a empresa perdeu R$ 61 bilhões em valor de mercado - passou de R$ 380,24 bilhões no dia 30 de dezembro para R$ 319,19 bilhões ontem, numa baixa de 16%.
Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que preside o conselho da Petrobras desde o ano passado, evitou dar respostas objetivas sobre o tema. Disse que o conselho não "rejeitou nada" e negou a existência de divergências com a diretoria da estatal.
"Não há pontos de divergência, você tem que amadurecer determinados pontos, ajustar cronogramas, verificar se estão corretos, procurar reduzir custos e sempre melhorar desempenho. Mas não é assunto que vou tratar aqui, porque nem posso, é a própria Petrobras, quando tivermos o plano definido, que fará o anúncio, como sempre faz", disse Mantega.
Apesar das evasivas do ministro, é notório que companhia vive vários dilemas aparentemente não solucionados em duas reuniões consecutivas de avaliação do plano estratégico, a primeira no dia 20 de maio e a segunda no dia 17 de junho. Os problemas foram agravados recentemente pela percepção do mercado de que o conselho perdeu objetividade com a saída de Antonio Palocci. O ex-ministro participou apenas de uma reunião do conselho antes de se afastar do cargo de chefe da Casa Civil.
"Pela primeira vez vejo o conselho de administração da Petrobras em posição antagônica em relação à diretoria-executiva", afirma o economista Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (Cbie).
Entre 2011 e 2015 a Petrobras precisa colocar em prática bilionários investimentos para aumentar a produção de petróleo e começar a explorar comercialmente as descobertas no pré-sal sem deixar de lado a exploração dos campos no pós-sal das Bacias de Campos, Espírito Santo e Sergipe-Alagoas, onde o retorno do investimento será mais rápido.
O plano estratégico atual prevê investimentos de US$ 224 bilhões até 2014, mas não inclui a exploração dos 5 bilhões de barris adquiridos no processo de cessão onerosa e posterior capitalização - orçados em no mínimo US$ 10 bilhões - nem a fase mais pesada de investimento nas novas refinarias. Também é preciso lembrar o objetivo do governo de aumentar os índices de nacionalização dos equipamentos utilizados pela estatal. Ela vai precisar construir dezenas de plataformas e sondas de perfuração para águas ultraprofundas no país.
Todos esses projetos levaram o mercado a atualizar o plano estratégico até 2015 para algo entre US$ 260 e US$ 265 bilhões. Mas o conselho pediu para reduzir investimentos ou, nas palavras do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que ele atribuiu a Guido Mantega, que a empresa apresentasse um plano "mais realista". Ontem, em relatório para clientes, os analistas do Itaú BBA afirmavam não ver muito espaço para reduzir os investimentos abaixo da faixa de US$ 240 bilhões a US$ 250 bilhões.
Um ponto nevrálgico é o preço dos combustíveis. Para colocar seus projetos em marcha sem comprometer seu grau de investimento, a Petrobras precisa fazer caixa. Mas o governo resiste em aceitar aumentos de preço da gasolina e do diesel que pressionem ainda mais a inflação.
O governo recusou uma proposta que sugeria aumentar o preço dos combustíveis reduzindo em 10% a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). Desde maio de 2010 até o mês passado o governo arrecadou R$ 9 bilhões com esse tributo, lembra Pires.
A área de abastecimento da Petrobras é uma das que mais causam mau humor no mercado. A companhia tem planos de investir em quatro novas refinarias para processar petróleo produzido no país e atender ao aumento de consumo nacional sem importações. Mas enfrenta uma escalada de preços dos equipamentos e a falta de dinheiro para tantos projetos simultâneos. Os acionistas privados gostariam que as refinarias premium do Maranhão e Ceará fossem adiadas. E sem as novas refinarias o país não poderá evitar déficits da balança comercial de derivados.
Na opinião de Adriano Pires o governo está atribuindo responsabilidades para a Petrobras que podem sufocar a empresa no longo prazo. Citou como exemplo declarações recentes do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, de que a estatal precisa ter 15% do mercado brasileiro de etanol para funcionar como "regulador eficiente" do mercado. "A Petrobras tem que regular o mercado de etanol, aumentar a produção de petróleo, construir cinco novas refinarias, desenvolver o pré-sal, fazer novas termelétricas, criar um parque de fornecedores nacionais. É muita coisa para uma empresa que não pode vender os seus produtos a preços de mercado", ressalta Pires.
Fonte: Valor Economico

4-A hora e a vez das energias renováve
O desastre nuclear de Fukushima abriu caminho para uma reavaliação do papel da energia nuclear no mundo e de outras opções para produção de energia que poderão substituí-la. Essas opções não serão as mesmas em todos os países.
O Japão decidiu dar ênfase maior à eficiência energética, apesar de o país ser muito eficiente; a Alemanha, à energia dos ventos (eólica); e a Suécia, à biomassa. Gás natural será também usado como fonte deenergia num período de transição, até que outras energias renováveis - como a captação direta de energia solar - se tornem competitivas.
Nesse contexto, o Brasil encontra-se em posição privilegiada, com boa parte do seu potencial hidrelétrico ainda inexplorado e, sobretudo, com o uso da biomassa, que em nosso país significaetanol da cana-de-açúcar na Região Sudeste e produção de eletricidade.
No que se refere à hidreletricidade, quer em pequenas centrais hidrelétricas ou em grandes empreendimentos, o que tem impedido a sua expansão é uma combinação de projetos mal formulados pelos empreendedores e um comportamento passivo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) fez, com grande atraso, o levantamento de pelo menos 20 empreendimentos hidrelétricos em várias regiões do País, incluindo a Amazônia, com potencia total de 32 milhões de quilowatts. Há cerca de 16 milhões de quilowatts disponíveis na Amazônia, além de Belo Monte. São locais onde é possível construir hidrelétricas de porte médio, de 500 a 1.000 megawatts, que não causarão grandes impactos ambientais.
Seria importante analisar se nesses locais não se poderiam também prever reservatórios que regularizassem o curso dos rios e armazenassem água para os períodos secos. Um dos grandes problemas do setor elétrico brasileiro - a principal causa do desastroso racionamento de 2001 - se deve ao fato de que, desde 1986, as usinas hidrelétricas construídas no País não têm reservatórios para evitar o alagamento de áreas ribeirinhas.
No que se refere às pequenas centrais hidrelétricas - existem centenas no País que deveriam ser aproveitadas -, é indispensável que o Ibama adote um método de licenciamento simplificado e deixe de tratá-las como se fossem grandes empreendimentos. Mais ainda, os órgãos licenciadores deveriam ser mais proativos, ajudando os empreendedores a melhorar os seus projetos, já que esses órgãos (nos Estados e em Brasília) são os que têm melhores técnicos. Uma maior cooperação do Ministério Público também ajudaria, o que significa mais diálogo entre os diversos atores envolvidos.
Na área de cana-de-açúcar, grandes progressos podem ser feitos para manter na matriz energética uma grande parcela de renováveis, tanto na produção de álcool como na produção de eletricidade.
Atualmente, metade da gasolina que se consumiria no País, se o programa do álcool não existisse, já foi substituída poretanol, mas é preciso progredir mais nesse sentido. Graças à introdução dos automóveis "flexfuel", em 2003, mais de 90% dos carros novos são desse tipo e, a prosseguir essa tendência, o álcool substituirá 80% ou 90% da gasolina até o ano 2020. Isso ajudará muito para que o governo do Estado atinja as metas que adotou com a finalidade de reduzir as emissões de gases que causam o aquecimento global em 20% até 2020, em comparação com o ano de 2005. A vantagem adicional, nesse caso, é que a substituição de gasolina e óleo diesel por etanol melhora também a qualidade do ar nas grandes metrópoles, porque o etanol da cana-de-açúcar não contém as impurezas que se encontram nos derivados de petróleo.
No que se refere a São Paulo, vale lembrar que boa parte da frota de automóveis que circula na cidade é antiga. O que caberia, aqui, são medidas da Prefeitura para "aposentar" os carros mais antigos e encorajar a sua substituição por automóveis "flexfuel". Essa estratégia tem sido usada em outros países onde se usa gasolina para modernizar a frota circulante: os carros mais modernos são mais eficientes e consomem menos combustível por quilômetro rodado.
"Modernizar" a frota com carros "flexfuel" tem uma vantagem adicional: o etanol é um combustível renovável, de modo que o resultado que se deseja, que é o de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, é alcançado mais rapidamente. A modernização pode ser encorajada reduzindo o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) dos carros "flexfuel" e auxiliando proprietários de veículos antigos a trocá-los por novos com financiamentos atraentes. Em alguns países o governo compra os veículos antigos para sucateá-los.
Acelerar o aumento da frota "flexfuel" de automóveis teria a vantagem adicional de fazer crescer o consumo de álcool e ajudar o setor produtivo a superar as dificuldades que tem atravessado nos últimos anos. Com o aumento da produção deetanol, aumentaria também a quantidade de bagaço disponível para gerar eletricidade, o que complementaria a geração hidrelétrica.
Finalmente, no que se refere à utilização de energia eólica para a produção de eletricidade, os leilões realizados para esse tipo de energia têm levado a uma redução dos preços da energia produzida. Com isso a participação da energia eólica deve aumentar muito até 2020. Como reconhece agora a EPE no seu novo Plano Decenal de Expansão de Energia. A intermitência dos ventos, que era considerada um problema, foi totalmente superada pelas tecnologias modernas. Só para dar um exemplo, o sistema elétrico da Espanha tem cerca de 20 mil fontes de energia (a maioria proveniente de pequenos grupos de energia eólica) e funciona muito satisfatoriamente.
Não é por falta de opções que poderia ocorrer uma crise de energia no País.
Texto originalmente publicado no jornal O Estadod de S. Paulo em 20/06/2011
José Goldemberg
Fonte: O Estado de S. Paulo
professor da Universidade de São Paulo (USP)

sexta-feira, 17 de junho de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 38

I – NOTÍCIAS

1- Petrobras busca prolongar vida útil da bacia de Campos
A Petrobras está buscando reservatórios cada vez mais profundos na bacia de Campos para prolongar a vida útil da principal fornecedora de petróleo do país, disse o coordenador de Relações Externas de Exploração e Produção da Petrobras, Eduardo Alessandro Molinari.
Segundo Molinari, por já contar com infraestrutura instalada, a bacia de Campos consegue colocar projetos em operação com mais rapidez, proporcionando desta maneira aumento de produtividade e consequente elevação dos ganhos com a commodity.
O aumento da capacidade de fazer caixa é um objetivo da companhia em tempos de investimentos elevados por conta do pré-sal. A estratégia deve guiar o Plano de Investimentos 2011-2015 da companhia, previsto para ser apresentado ao conselho de administração na sexta-feira.
"Em virtude da estrutura de logística já existente, conseguimos conduzir o programa de varredura com mais agilidade, explorando e produzindo a um custo mais baixo. Dessa forma, aceleramos as atividades. Em Carimbé, por exemplo, a produção foi iniciada em poucos meses", afirmou Molinari segundo site da Petrobras.
Descoberto em maio de 2010, Carimbé, no campo de Barracuda, teve Teste de Longa Duração inciado em dezembro do mesmo ano. O reservatório, localizado no pré-sal da bacia de Campos, foi interligado à plataforma P-48, instalada no campo de Caratinga, com objetivo de aproveitar a infraestrutura para produção e escoamento a 108 km da costa do Estado do Rio de Janeiro.
A produção diária de Carimbé é de 24 mil barris por dia de petróleo e o volume recuperável do campo de 97 milhões de barris.
"Estamos buscando reservatórios cada vez mais profundos, a fim de prolongar ainda mais a vida produtiva da bacia de Campos, e essa ação tem apresentado resultados muito positivos", afirmou Molinari.
Fonte: Reuters

2- Choque elétrico
A enorme disparidade entre o preço cobrado pela energia elétrica no Brasil e a qualidade do serviço oferecido ao consumidor ilumina as graves deficiências do setor.
Na semana passada, a Eletropaulo demorou muito além do razoável para restabelecer o fornecimento de luz a centenas de milhares de residências e prédios comerciais em São Paulo.
Parte da cidade ficou às escuras por quase dois dias, após rajadas de vento de até 124 km/h. Sem energia, estações de bombeamento da Sabesp deixaram de atuar, e 570 mil pessoas ficaram sem água.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB), com uma contundência incomum na relação entre governantes e concessionárias de serviços públicos, classificou o atendimento prestado como "inaceitável". Disse que a empresa não tem "condições mínimas" de assistir aos mais de 6 milhões de clientes nesses períodos de emergência.
Por mais severas que tenham sido as condições climáticas, elas não explicam, sozinhas, o acúmulo de problemas e ineficiências a que os paulistanos se viram sujeitados. São constantes as quedas de energia na cidade.
Há falhas também no atendimento ao público. A Eletropaulo não dispõe de um sistema eficaz de recebimento de reclamações e tampouco é capaz de informar com exatidão o tempo necessário para os reparos.
A privatização da concessionária, efetuada pelo governo do PSDB no final da década de 1990, não exime posteriores administrações tucanas do Estado, entre elas a do próprio Alckmin. Sua reação, apesar de dura, não diminui a parcela que lhe cabe na responsabilidade pelo péssimo serviço.
A Eletropaulo, premida pelas críticas, fez um pedido público de desculpas e prometeu agilizar a indenização de quem foi prejudicado, talvez 2 milhões de pessoas. Não faz com isso mais que o mínimo obrigatório.
Não bastasse o fornecimento precário no caso paulistano, falhas de planejamento no sistema energético nacional devem elevar uma tarifa que já é tida como uma das mais caras do mundo. O atraso na operação de oito termelétricas obrigará o governo federal a manter o nível dos reservatórios hidrelétricos acima do previsto.
O custo adicional da medida, estimado entre R$ 250 milhões e R$ 300 milhões, será mais uma vez repassado ao consumidor.
Cabe ao poder público, estadual e federal, por meio das agências reguladoras, impor às empresas as "condições mínimas" agora reclamadas por Alckmin. Já passa da hora de dar um choque de qualidade no setor elétrico.
Editorial
Fonte: Folha de S. Paulo

3- Encontro com o Mercado de Lubrificantes
O evento, marcando o 4º aniversário da revista LUBES EM FOCO, que será realizado no dia 4 de julho de 2011, será realizado no Centro Empresarial Rio (Edifício Argentina), localizado na Praia de Botafogo, 228 – 2ºandar, Rio de Janeiro.
O Encontro se iniciará às 9 horas, com término previsto para às 17 horas, e terá vagas limitadas, portanto, as inscrições deverão ser feitas o mais breve possível.
As inscrições deverão ser feitas pelo e-mail encontro@lubes.com.br, ou através dos telefones (21) 2224-0625 e (21) 3970-1036, falar com Shirley ou João Roberto, com as seguintes informações:

4- Odebrecht amplia frota de sonda
A Odebrecht Óleo & Gás (OOG) irá fechar possivelmente em junho o afretamento da Stena Tay, semissubmersível recém adquirida pelo grupo baiano da Stena Drilling, à Petrobras, por três anos. A unidade tem capacidade para operar em lâmina d´água de 2,4 mil m.
A sonda irá substituir o contrato da Delba-3, unidade da Delba que, apesar de contratada pela Petrobras há mais de três anos, não teve sua construção iniciada até hoje. O negócio entre a OOG e a Petrobras está sendo costurado desde março. As empresas não confirmam.
A Stena Tay será rebatizada para ODN Tay e deverá chegar ao Brasil entre o fim de 2011 e o início de 2012, sendo submetida a obras de adaptação ao novo contrato, no estaleiro Asticam, nas Ilhas Canárias.
Com a aquisição da ODN Tay, a OOG passa a ter em carteira seis unidades de perfuração em contrato com a Petrobras, das quais duas já estão no Brasil – Norbe-VI, a caminho da locação, e Norbe-VII, prevista para ser liberada para operação nas próximas semanas. A meta da empresa é consolidar-se entre os cinco maiores grupos de perfuração de águas profundas do mundo.
“Queremos chegar a 2013 com um total de nove unidades e para isto iremos agregar outros três equipamentos à carteira. O objetivo é ser o maior grupo brasileiro de sondas de águas profundas e estar entre os cinco maiores do mundo, ou seja, entre a Transocean, Pride, Noble, Seadrill e Ensco”, declara Roberto Ramos, presidente da OOG.

5- Município de Rio Grande se prepara para concentrar os estaleiros de maior porte
Com o polo naval desenvolvendo-se aceleradamente no município de Rio Grande, a tendência agora é de que outras cidades aproveitem as demandas geradas por esse segmento. O diretor-presidente da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), Marcus Coester, prevê que ocorrerá a descentralização dos investimentos.
O dirigente argumenta que em Rio Grande ficarão concentrados os estaleiros de maior porte e em outras localidades serão instaladas indústrias de peças e equipamentos. Ele salienta que a hidrovia gaúcha servirá de apoio ao transporte desses equipamentos, pois é uma alternativa mais adequada do que a movimentação rodoviária. Coester adianta que já há empresas procurando áreas para se instalarem perto da via fluvial, mas prefere não revelar ainda o nome dessas companhias.
O diretor-presidente da AGDI participou ontem na Fiergs de seminário para apresentar o programa de desenvolvimento da indústria oceânica (Offshore) no Rio Grande do Sul e as estratégias de inserção e ampliação de negócios para fornecedores da Petrobras.
Ele explica que o evento foi uma seqüência de um seminário realizado na Coréia do Sul e relata que outras apresentações serão realizadas no Brasil e em outros países. Em julho, a explanação deverá ser feita na Alemanha e na Holanda. Basicamente, será demonstrado o conceito da indústria oceânica gaúcha, destacando suas vantagens competitivas.

6- ANP libera Dados sobre Qualidade dos Lubrificantes.
O Programa de Monitoramento da Qualidade dos Lubrificantes no Brasil detectou, no último mês de abril, 19,4% de não-conformidades de qualidade. Uma ligeira queda em relação a março, que apresentou 20,2%, mas ainda trazendo preocupação ao mercado. De acordo com o boletim da ANP, viscosidade fora da especificação e aditivação são os maiores problemas encontrados.
Das amostras com problemas de qualidade, cerca de 30,7% apresentaram viscosidade fora de especificação, enquanto 12,9% foram não conformes com os limites de viscosidade a baixa temperatura (CCS). Ainda foram detectados 22,6% com aditivação insuficiente e 16,1% com ausência total de aditivos.
A viscosidade a baixa temperatura, medida pelo aparelho Cold Cranking Simulator – CCS, é o parâmetro fundamental para se identificar os óleos multiviscosos. A ausência ou insuficiência de aditivos no óleo lubrificante impede que o mesmo atenda às especificações de óleos automotivos mostradas nos rótulos dos produtos, podendo causar sérios danos aos veículos, pois não oferecem proteção contra desgaste, oxidação, formação de borra etc...
O estudo da ANP mostra ainda que as não conformidades relativas aos rótulos das embalagens continuam subindo, e atingiu 14,7% no mês de abril, contra 11,8% em março e 7,4% em fevereiro de 2011. Os principais problemas observados foram em relação às informações obrigatórias, conforme a Resolução 10/2007, sendo os mais freqüentes a data de fabricação e o número do lote ausentes.
Os erros quanto ao registro dos produtos diminuíram para 6,6% , sendo que em alguns casos os produtos não estavam nem registrados, outros estavam desatualizados.
A relação completa dos produtos e empresas que apresentaram qualquer não conformidade pode ser encontrada no site da Agência, no setor de Qualidade.


II – COMENTÁRIOS

1- A revolução tecnológica e a cana-de-açúcar
Nos últimos 40 anos, a produção agrícola mundial dobrou para atender um consumo de alimento que cresce continuamente. Nesse mesmo período, no Brasil, aumentamos a produtividade do milho em 300% e a de soja em 250%. Também conseguimos evolução com a cana-de-açúcar, mas a proporção é bem inferior: "somente" 50%. O sucesso do programa nacional de biocombustíveis, que mostrou ao mundo um modelo sustentável de produção de etanol, não deixa dúvidas de que é hora de investir no setor para aumentar a produtividade das lavouras e a competitividade deste combustível que traz tantas vantagens.
Além de investimentos nacionais recebidos nos últimos anos, principalmente por parte do CTC ( Centro de Tecnologia Canavieira), da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e de universidades, o êxito do programa de etanol tem atraído multinacionais, que começaram a injetar recursos neste mercado. O CTC está trabalhando com parceiros internacionais para ter a cana transgênica ainda nesta década.
A Syngenta está acelerando o passo nessa jornada. Com o lançamento das "sementes" chamadas de Plene - que são protegidas, têm rastreabilidade e garantia genética -, a empresa iniciou uma transformação no cultivo de cana-de-açúcar, que ainda é plantada manualmente como em 1532, quando Martins Afonso de Souza introduziu a cana-de-açúcar no Brasil. A nova tecnologia é uma revolução no processo de produção da cana, pois alia melhor velocidade de plantio à redução de custos, e já está disponível aos usineiros.
Se combinarmos essas novidades tecnológicas, que partem de uma nova forma de plantio e passam por variedades mais produtivas, pela biotecnologia, até chegarem pelo etanol de segunda geração (celulósico), acreditamos que seremos capazes de dobrar a produção por hectare nos próximos 15 anos. Este ganho de produtividade não acontecerá, na mesma magnitude, na soja e no milho, porque o estado da arte de conhecimento científico já foi aplicado.
Considerando a competitividade do Brasil em etanol com os atuais custos de produção, fica fácil imaginar a potência em biocombustíveis que poderá ser nos próximos anos, com o aumento da produtividade da cana-de-açúcar e a redução do custo final do combustível. Além disso, muito das previsões de aumento de área plantada, baseadas no desempenho atual das lavouras, não acontecerão, reduzindo as pressões internacionais sobre a expansão do programa brasileiro de biocombustíveis. Mais do que a elevação dos índices produtivos, a renovação tecnológica também semeia benefícios no campo social.
Com novas técnicas de plantio e cultivo, máquinas e equipamentos mais modernos e uma intensa onda de capacitação, os profissionais que atuam nas lavouras ganham melhores condições de trabalho e remuneração. É importante reconhecer que uma iniciativa genuinamente brasileira pode e deve lançar mão do conhecimento tecnológico internacional para ser ainda mais produtivo.
Devemos reconhecer o empreendedorismo dos usineiros brasileiros e a visão do governo federal, aos pesquisadores nacionais que criaram as soluções tecnológicas atuais e à politica de abertura de tecnologia, fatores que, combinados, nos trouxeram até aqui. E permitirão somar o conhecimento estrangeiro ao nacional e dobrar a produção e etanol/ha nos próximos 15 anos. Assim, certamente teremos um Brasil melhor, mais competitivo e mais sustentável.
Antônio Carlos M. Magalhães
Presidente da Syngenta América Latina

2- Companhia brasileira produzirá óleos básicos sintéticos renováveis.
A Cosan e a Amyris anunciam que firmaram acordo de implementação de joint venture como etapa final para início das operações da Novvi, a companhia brasileira criada para o desenvolvimento, produção e venda mundial de óleos básicos renováveis feitos a partir do Biofeno, produto renovável da Amyris.
As companhias firmaram em dezembro um acordo para definir os termos preliminares para a realização de estudos mercadológicos, técnicos e comerciais, e testes com o objetivo de avaliar a viabilidade da formação e implementação da joint venture. As partes já completaram os estudos de viabilidade e estão operacionalizando a operação.
A Novvi planeja vender uma linha de óleos básicos sintéticos renováveis para o mercado de lubrificantes. "Os óleos básicos Novvi, à partir de fonte renovável, são concebidos para melhorar os principais indicadores de desempenho ambientais quando comparados aos óleos básicos de origem mineral, incluindo toxicidade e biodegradabilidade, enquanto proporciona características de desempenho comparáveis aos óleos básicos Grupos III e IV", informa a Cosan em comunicado. A Novvi espera receber Biofeno das unidades de produção da Amyris, convertê-lo em óleos básicos renováveis de alta performance através do processamento químico, e vender e distribuir os óleos básicos mundialmente. No longo prazo, a Novvi estuda a construção de unidades dedicadas à produção de Biofeno.
"A formação da Novvi oferece um outro importante canal para comercialização de Biofeno e nós estamos muito satisfeitos de ter a Cosan como parceira nesta etapa", diz, em comunicado, o diretor presidente da Amyris Brasil, Paulo Diniz. "Nós esperamos que a Novvi possa colocar seus primeiros produtos no mercado a partir do próximo ano."
"A combinação entre infra-estrutura e plataforma tecnológica de Biofeno da Amyris, com nossa capacidade de fornecimento de matéria-prima e infra-estrutura de distribuição cria os pré-requisitos para a Novvi se tornar líder em óleos básicos renováveis de alta performance", afirma no comunicado o presidente da Cosan Lubrificantes, Nelson Gomes.
Fonte: Agência Estado

3- Conteúdo local e defasagem de mão de obra qualificada nacional são temas debatidos na plenária
O aumento e importância do conteúdo local nas operações de petróleo e gás no Brasil e a preocupação da mão-de-obra brasileira para o setor foi unanimidade nos discursos da plenária, realizada nesta tarde na 6ª Brasil Offshore.
Com o tema “Dos campos maduros ao novo desenvolvimento do pré-sal: desafios e oportunidades offhsore no Brasil”, participaram da plenária: Renata Pereira, da Wilson & Sons; Patricia Pradal, da Chevron; João Felix, da Schlumberger; Carlos Camerini, da ONIP; Marcelo Borges de Macedo, da ANP; Eduardo Alessandro Molinari, da Petrobras; e Sérgio Leal, do Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore).
Na ocasião, o coordenador corporativo de E&P da Petrobras, Eduardo Alessandro Molinari, citou a parceria da estatal com mais de 120 universidades e o Cenpes, seu centro de pesquisa no Rio de Janeiro, que vai receber novos vizinhos em breve, entre eles, as empresas Halliburton, TenarisConfab, Siemens, EMC Computer Systems, Baker Hughes, FMC Technologies, Usiminas e BG.
Entre os assuntos mais abordados pelos palestrantes estavam o investimento em tecnologia, especialização e o conteúdo local.
João Félix, vice presidente de marketing da Schlumberger, disse que a empresa prefere em vez de olhar para o conteúdo local, olhar para o conteúdo nacional, pois segundo ele o conteúdo local ainda é muito restrito e a Schlumberger tem vários brasileiros trabalhando no exterior, também investem em centros de pesquisa no Brasil, e isso não conta como conteúdo local.
"O conteúdo local deve ser mais amplo e flexível. Inovação e propriedade intelectual são importantes e devem ser incluídas nesse processo também. As metas de conteúdo local muitas vezes embarreiram o desenvolvimento, pois diminui a possibilidade de trazermos tecnologia e pessoas de fora", complementa.
Para Marcelo Borges de Macedo, chefe da coordenadoria de conteúdo local da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) é importante que as empresas sigam corretamente as regulamentações. “Conteúdo local não é reserva de mercado, adotamos esse critério para o desenvolvimento do parque industrial brasileiro e para a geração de empregos”, afirmou.
Também participante do debate e trazendo um panorama atualizado da indústria naval brasileira, o secretário-executivo do Sinaval, Sérgio Leal, defendeu em seu discurso que o setor naval e de petróleo e gás precisa construir no Brasil tudo o que puder. "Com as regras de conteúdo nacional, todo mundo sai ganhando: o país, o estaleiro, o armador e a população, que terá mais emprego”, disse.
Em relação aos desafios na área de RH, Patrícia Pradal, diretora de desenvolvimento de negócios da Chevron, destacou a necessidade de investimento em qualificação profissional. “No Brasil, há um grande gap na área de recursos humanos. Se cada um de nós puder exportar nossa expertise, por exemplo, a partir da parceria com universidades, todos têm a ganhar. Assim podemos acompanhar o desenvolvimento das tecnologias necessárias para o setor", indicou.
Também sobre o tema, o superintendente da Onip (Organização Nacional da Indústria e do Petróleo), Carlos Camerini, fez um desabafo: "O Brasil não tem mão-de-obra com capacidade de ser treinada ainda, pois falta formação".
O executivo focou seu discurso na competitividade da cadeia fornecedora offshore, tema do estudo que a entidade elaborou e lançou no ano passado com a consultoria internacional Booz & Company. Camerini disse que é diante desta defasagem de profissionais para o setor que o conteúdo local e a competitividade deve entrar também.
No mesmo debate, Renata Pereira, da Wilson, Sons, lembrou que outro grande desafio no Brasil é a logística. “O país tem dimensões continentais, o que torna a logística complexa, principalmente no que diz respeito a armazenamento e transporte de pessoas e equipamentos”.
Fonte: TN Petroleo

sábado, 11 de junho de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 37

I – NOTICIAS

1-Gabrielli participa de encontro com empresários do Rio de Janeiro
Fonte: Agência Petrobras
O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, se reuniu com empresários do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira (8), para debater e estimular o desenvolvimento da cadeia nacional de fornecedores de serviços da Petrobras.
Durante sua apresentação, Gabrielli informou que até 2014 a Petrobras investirá US$ 88.554 milhões no estado do Rio de Janeiro e US$ 109,072 milhões com os parceiros. “Hoje, a produção é de 2,8 milhões de barris diariamente no Brasil e no exterior. O Rio de Janeiro produz 80% da produção nacional”, disse.

2-Gabrielli estima produção de 6 milhões/dia em 2020
Fonte: Valor Econômico
O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, confirmou que a produção de óleo da companhia em 2020 deverá atingir 6 milhões de barris por dia, devido à entrada em produção de áreas da cessão onerosa com até 5 bilhões de barris de óleo recuperável e da adição de novas áreas de produção ao portfólio da companhia.
O executivo destacou que o patamar engloba apenas a produção de óleo destinada à estatal, sem considerar os volumes destinados aos parceiros da companhia em blocos exploratórios. Pelo atual Plano de Negócios 2010-2014, em revisão pela companhia, a previsão é de produção de 3,9 milhões de barris de óleo por dia, mas a projeção não considera a cessão onerosa de até 5 bilhões de barris de óleo fechada no ano passado.

3-Rio Bravo faz parceria com Orteng para investir R$ 1 bilhão em PCHs
Fonte: Valor Econômico
Os investimentos no setor elétrico voltaram a atrair as atenções de fundos de private equity administrado por brasileiros renomados no mercado financeiro. A Rio Bravo, do ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco, fechou nesta semana parceria com o grupo mineiro Orteng para juntos investirem R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos na construção de onze pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). Na semana passada, a administradora de outro ex-presidente do BC, a Gávea Investimentos, de Armínio Fraga, oficializou a capitalização de R$ 200 milhões na MPX Energia.
O movimento em direção ao setor elétrico também agrega o interesse de fundos estrangeiros, como no caso do Pincus, o maior hedge fund do mundo que aportou, no ano passado, R$ 350 milhões na Omega, empresa da administradora Tarpon Investimentos. No início deste ano, capitalizada, a Omega comprou uma série de projetos de PCHs e eólicas da Ecopart.

4-Novo Superporto de águas profundas
Até o final deste ano, o Governo do Estado do Espírito Santo e o Porto de Roterdã Internacional irão decidir a área onde será construído um novo porto de águas profundas no litoral capixaba. A previsão é de que seja investido US$ 1 bilhão na implantação da infraestrutura do porto e da retroárea, e até US$ 12 bilhões para a instalação das empresas no condomínio do porto.
O governo do estado, no entanto, ainda não indicou uma área para a implantação da obra. "Estamos colocando à disposição dos técnicos holandeses e empresários a possibilidade de escolher de Presidente Kennedy, no extremo sul, até Conceição da Barra, no norte", explica o secretário de Desenvolvimento Márcio Félix Bezerra.
Para que as ações fossem oficializadas, o governo estadual e o Porto de Roterdã Internacional assinaram um memorando de entendimento entre o governador Renato Casagrande e os representantes holandeses, e o diretor do Porto de Roterdã, Roger Clasqui.
Entre os possíveis locais para construção, destacam-se Ponta de Ubu, em Anchieta, e Praia Mole, em Vitória. Além destas, uma área em Vila Velha, localizada na região de Interlagos e Xuri, também está sendo estudada. A área destinada ao projeto, em Ponta da Fruta, tem 50 milhões de metros quadrados para a retroárea e possibilidade de 23 metros de calado para o porto.

5-Super Porto de Açu
Já no próximo ano entra em funcionamento o Superporto de Açu, projeto da LLX, ligada ao Grupo EBX, de Eike Batista, para um dos maiores portos do país. O porto tem uma área total de 9 mil ha, com profundidade inicial de 21 m e capacidade para receber navios de grande porte, como Capesize e Chinamax. Entre área onshore e offshore, o Superporto do Açu contará com até 30 berços para atracação de navios. A obra está sendo realizada pelas construtoras ARG e Civilport.
A construção está em curso na cidade de Campos e São João da Barra, no Estado do Rio de Janeiro, desde outubro de 2007, com investimento de aproximadamente R$ 4,3 bilhões, sendo R$ 1,9 bilhão provenientes LLX Minas-Rio (responsável pela implantação do terminal portuário dedicado ao minério de ferro) e R$ 2,4 bilhões vindos da LLX Açu (responsável pela operação das demais cargas como produtos siderúrgicos, petróleo, carvão, granito, escória, ferro gusa e carga geral).
Um dos destaques da obra foi a ponte de 2,9 km de extensão, executada com um sistema de cravação de estacas, montagem de vigas e emendas concretadas, utilizando um cantitraveller. O equipamento, apoiado sobre as estacas já cravadas por ele, avança sobre a estrutura em construção para executar o cravamento das estacas seguintes.

6-Ford planeja triplicar produção de carros elétricos até 2013
A Ford planeja triplicar sua produção de veículos elétricos, incluindo híbridos, para uma taxa anual de 100 mil veículos até 2013, informou a montadora norte-americana .
A companhia planeja criar 220 postos de trabalho em sua linha de montagem no Estado de Michigan, para montar novos veículos, incluindo automóveis elétricos que planeja chamar de C-Max.
Em um evento para anunciar a novidade, Jim Farley, chefe global de marketing e vendas da companhia, disse estar ´encorajado´ pelo desempenho das vendas da Ford nos EUA em junho, que tiveram uma melhora desde maio.
Fonte: Reuters


II- COMENTÁRIOS

1- No Futuro, teremos apenas um tipo de Usina: A Competente
30/05/11 - Entre os vários cenários projetados para o futuro no setor sucroenergético, todos apontam para a necessidade de expansão da área plantada e do aumento da eficiência em todo o elo da cadeia produtiva.
Segundo estimativas da UNICA, apresentadas por Marcos Jank, para atender a demanda teríamos que em dez anos, passar das atuais estimativas de 650 milhões de toneladas de cana para aproximadamente 1,3 bilhão de toneladas.
O futuro é conseqüência do que estamos fazendo hoje. Se plantar eficiência, colherá excelência, se plantar ineficiência colherá o caos.
Muito já está sendo feito hoje. Mas é preciso fazer muito mais.
Para aumentar a eficiência e a produtividade é preciso contar com pessoas bem preparadas e motivadas, equipamentos modernos e adequados e processos bem definidos.
No que diz respeito ao tema sustentabilidade, o setor tem caminhado a passos largos na consolidação de programas inteligentes e bem estruturados, que contemplam inúmeros programas sociais e ambientais.
Outro aspecto fundamental é a dignidade do trabalhador, que tem merecido atenção especial das áreas de gestão de pessoas. Não apenas gerando mais empregos, mas sim, gerando oportunidades de progresso profissional e pessoal. E progresso entendido como evolução de forma consistente rumo a uma melhor qualidade de vida ( social, econômica, educacional e cultural).
Mas na minha opinião, o maior desafio será consolidar um sistema de gestão que assegure a sustentabilidade econômica da empresa visando sua perenidade.
No futuro teremos apenas um tipo de Usina sucroenergética: A competente. Competência é a senha global para o sucesso em longo prazo.
Se a Usina não for capaz de implantar uma governança corporativa que seja consistente e eficiente, não sobreviverá as novas ondas e necessidades do mercado.
A governança corporativa com grau máximo de eficiência, transparência e profissionalismo, exigirá de seu corpo diretivo excelência em resultados para todos. Não há mais espaço para improvisos ou atalhos.
O caminho é longo: Contar com uma equipe de conselheiros experientes, uma equipe de diretores que conheçam profundamente o setor e adotem as melhores práticas de gestão, além de contar com um time de verdadeiros "faixas-pretas" em operação, com alta eficiência na execução e principalmente líderes formadores de novos líderes. Este é o caminho para a verdadeira sustentabilidade da empresa.
Vimos nos últimos anos inúmeros projetos que ficaram pelo caminho. Tantos discursos bonitos que caíram diante dos primeiros obstáculos. Tantos projetos que nem sequer saíram do papel. Tantos grupos que tiveram de ser vendidos.
De nada adianta investir na imagem socialmente responsável e ambientalmente correta com equipamentos de última geração, se o projeto naufragar. Deixando frustrações ao invés de progresso.
É claro que o sucesso de uma organização depende da dedicação, da eficiência e do comprometimento de cada integrante, porém criar um sistema de gestão que estimule a excelência depende diretamente da sua gestão.
Lembremos o sábio W. Deming: "Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, não há sucesso no que não se gerencia." Deming
Vamos em frente, é lá que as coisas acontecem. Mas sempre com a energia renovável e inesgotável do Etanol.
Fonte: UDOP - Aparecido Mostaço