sábado, 26 de março de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 27

I- NOTICIAS

1-Transmissão de energia terá pelo menos R$ 8,5 bilhões em investimentos até 2015
Os projetos na área de transmissão de energia elétrica do país, que incluem a construção de novas linhas e subestações, deverão receber investimentos de, pelo menos, R$ 8,5 bilhões nos próximos cinco anos. O montante foi apontado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) no Programa de Expansão de Transmissão (PET), cujo ciclo 2011-2015 acaba de ser disponibilizado.
De acordo com a recente versão do Programa de Transmissão, o subsistema Norte concentrará a maior parte dos investimentos, com um total de R$ 2,8 bilhões, seguido pelo Nordeste (R$ 2,4 bilhões), Sul (R$ 2 bilhões) e pelo subsistema Sudeste/Centro-Oeste (R$ 1,3 bilhão).
O grosso dos investimentos previstos para a região Nordeste do país na área de transmissão está concentrado nos estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, que receberão R$ 1,7 bilhão nos próximos cinco anos. As linhas e subestações, que serão licitadas a partir do primeiro semestre de 2011, terão como objetivo garantir o fornecimento de eletricidade, além de proporcionar o escoamento da energia gerada pelos parques eólicos a serem instalados no Rio Grande do Norte.

2-Ano Internacional da Química, Evento é lançado no Rio de Janeiro
Instituído pela UNESCO para celebrar as grandes descobertas e os avanços tecnológicos da Química, teve início, oficialmente no Brasil, em solenidade de abertura na Academia Brasileira de Ciências, no Rio de Janeiro, o Ano Internacional da Química (AIQ).
Com o tema “Química para um Mundo Melhor”, o AIQ comemora o centenário do Prêmio Nobel de Química, concedido à cientista polonesa Marie Curie, e tem como objetivo mostrar a importância dessa ciência para a humanidade, visando aumentar o interesse dos jovens pelo estudo da química.
Promovido no Brasil pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Sociedade Brasileira de Química (SBQ), Conselho Federal de Química (CFQ) e suas divisões regionais (CRQs), o AIQ irá incentivar os trabalhos científicos dos profissionais da área de Química no Brasil, divulgar as questões de educação para ciências e a pesquisa nas universidades, além de destacar a atuação responsável e inovadora da indústria química no País.
“A celebração do Ano Internacional da Química é uma excelente ocasião para reconhecermos e valorizarmos a contribuição da química, e de nossa indústria, para o desenvolvimento da sociedade, os avanços tecnológicos e a qualidade de vida das pessoas”, afirmou Michael Pronin, Presidente para América Latina da Clariant, uma das empresas patrocinadoras do evento.

3-Brasil Supply busca novo sócio investidor
Fonte: Valor Econômico
A Brasil Supply, prestadora de serviços para a indústria de petróleo, está buscando um novo sócio. A empresa, que tem entre os atuais acionistas a Cotia Trading e a BR Distribuidora, contratou o banco BTG Pactual para encontrar um investidor. A entrada de um sócio capitalista vai ajudar a empresa a desenvolver um ambicioso plano de negócios, que prevê investimentos de R$ 6 bilhões em prazo de dez anos. A maior parte do dinheiro será usada para ampliar sua frota de navios offshore, embarcações que dão apoio às atividades das plataformas de petróleo e gás. Mas também haver recursos para ampliar a produção de fluídos de perfuração de poços de petróleo e para construir novos centros de tratamento de resíduos gerados nas plataformas e na produção de energia térmica.
Fernando Barbosa, presidente da Brasil Supply, disse que a entrada de novo sócio tende a diluir a participação dos atuais acionistas, com exceção da BR Distribuidora, que tem 10% do capital. A Cotia Trading é a maior acionista, com 60% das ações, seguida da empresa Cepemar, da área ambiental, com 20%, e da AGS, com 10%, além da BR. Barbosa não deu detalhes da operação, alegando que há cláusulas de confidencialidade. Procurado, o BTG Pactual não falou sobre a transação.
Barbosa disse que os contratos assinados pela Brasil Supply nas áreas de navegação offshore, produção de fluídos de perfuração e de tratamento de resíduos garantem uma carteira de projetos no valor de R$ 2,2 bilhões. Em 2010, a Brasil Supply faturou R$ 40 milhões, número previsto para chegar a R$ 70 milhões este ano.
O maior negócio da empresa é a navegação offshore. No total, a Brasil Supply tem 11 contratos de construção de navios de apoio que vão atender a Petrobras no transporte de passageiros e de cargas leves, como óleo diesel e água. O último desses navios está previsto para entrar em operação em 2014. As embarcações, com investimentos totais de US$ 250 milhões, serão financiadas pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM) em um percentual de até 80%, disse Barbosa. A empresa entra com os 20% restantes.

4-Presidente da Petrobras destaca poder de compra em evento para empresários britânicos
Fonte: Agência Petrobras
O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, participou da plenária de abertura do “UK Energy in Brazil”, evento promovido pela UK Trade & Investment, no Rio de Janeiro, com participação de executivos de companhias britânicas de energia e de empresários brasileiros. Gabrielli destacou o Plano de Negócios da Petrobras, com investimentos de US$ 224 bilhões até 2014, uma média de US$ 42,5 bilhões por ano.
“Convidamos empresas britânicas a virem ao Brasil. Nós temos o maior poder de compra do mundo no setor", disse. Em 2011, a estimativa é investir mais de R$ 93 bilhões, sendo 95% em projetos no País, informou. “Temos metas de conteúdo nacional, em média de 65%, com ajustes conforme o perfil de cada setor.” Gabrielli ressaltou, ainda, que a Companhia valoriza empresas que tragam seus centros de pesquisa e desenvolvimento ao Brasil, para prover a sustentabilidade dos negócios a longo prazo.
Segundo o presidente da Petrobras, a companhia é uma das empresas com taxa de crescimento mais rápido no mundo. Em 2010, a demanda por produtos derivados cresceu 10,6% no Brasil. “É uma situação única, somos uma empresa completamente integrada ao mercado doméstico, 85% do petróleo é produzido no Brasil, e 85% das vendas são para o mercado interno.“
Gabrielli também destacou que a Petrobras deve dobrar as reservas provadas nos próximos cinco anos. Aos atuais 15 bilhões de barris de petróleo no Brasil, a previsão é adicionar entre 10 e 16 bilhões de barris provenientes das áreas já concedidas do pré-sal, além dos 5 bilhões de barris transferidos pela cessão onerosa. Com relação à produção nacional de petróleo, hoje em 2 milhões barris por dia (bpd), a meta é chegar a 4 milhões de bpd em 2020, sendo 1,1 milhão de bpd de áreas já concedidas do pré-sal. “Nenhuma outra empresa apresenta esses números. Somos o maior operador mundial em águas profundas, temos 46 sistemas flutuantes de produção. Estamos construindo cinco refinarias no Brasil. Estamos aumentando a flexibilidade no fornecimento de gás e investindo em tecnologia de lignocelulose para produção de etanol”, destacou.

5-Raízen planeja comprar dez usinas de Álcool/Açucar
Fonte: Valor Econômico
A joint venture formada entre a Shell e a Cosan, que passou a operar sob o nome de Raízen, planeja que metade de seu crescimento venha da aquisição de usinas. Para isso, a companhia prevê a compra de sete a dez usinas dentro dos próximos quatro anos, segundo o presidente da empresa, Vasco Dias.
Atualmente, a Raízen tem 24 usinas, já levando em consideração a mais nova aquisição, a Zanin. O plano de expansão prevê que a empresa passe de uma capacidade de moagem de 60 milhões de toneladas de cana-de-açúcar para 100 milhões de toneladas em cinco anos. Desses 40 milhões de toneladas, metade virá de novos projetos e da ampliação dos já existentes, e a outra será decorrência de novas aquisições.
Dias informou que o plano de negócios para os próximos cinco anos prevê ainda a elevação da capacidade de produção de 4 milhões de toneladas de açúcar para 6 milhões de toneladas por ano. Para o etanol, a previsão é passar de uma produção de 2,1 milhões de litros para 5 milhões de litros, além da cogeração de energia, que deve sair de 900 MW por hora para 1,3 mil MWh.
"Os investimentos que estamos fazendo mostram o comprometimento com o mercado nacional. A maior parte da produção fica no mercado interno, que é a nossa prioridade", disse o presidente.
Ele afirmou que o fato de a Petrobras ter uma política de preços de combustíveis de longo prazo, não acompanhando, portanto, as oscilações do mercado internacional, força a companhia a ter maior produtividade e competitividade. "Com as novas tecnologias, o custo de produção de etanol tende a cair", disse.

6-OGX anuncia presença de hidrocarbonetos no poço OGX-36D
A OGX, identificou a presença de hidrocarbonetos na seção albiana do poço 3-OGX-36D-RJS, poço delimitatório da acumulação de Pipeline, descoberta pelo 1-OGX-2A. Este poço está localizado a 2,6 km do pioneiro 1-OGX-2A, no bloco BM-C-41, em águas rasas da parte sul da Bacia de Campos e a OGX detém 100% de participação neste bloco.
"O resultado do OGX-36D confirmou a conexão com a acumulação descoberta pelo poço 1-OGX-2A (Pipeline) em reservatórios carbonáticos da seção albiana, conforme nossas expectativas", comentou Paulo Mendonça, Diretor Geral da OGX. "Esse é mais um passo muito importante na fase de delimitação de nossas descobertas na bacia de Campos", adicionou Mendonça.


II-COMENTÁRIOS

1-Estados Unidos destaca tecnologia e segurança da Petrobras na produção em águas profundas
Fonte: Agência Petrobras
O Escritório de Administração, Regulamentação e Supervisão de Energia Oceânica dos Estados Unidos (BOEMRE, na sigla em inglês) concedeu, na última quinta-feira (17), licença para Petrobras iniciar produção de petróleo e gás natural em seu projeto nos campos de Cascade e Chinook, no Golfo do México.
A direção do órgão destacou a qualidade tecnológica do projeto da Petrobras e ressaltou a colaboração entre a indústria e o governo americano para a produção segura de recursos de energia no país.
Com a obtenção dessa licença, a Petrobras iniciará em breve a produção no Golfo do México, em campos localizados a uma profundidade de 2.500 metros. Será o primeiro navio-plataforma tipo FPSO (navio que tem instalações de produção e estocagem) a operar na região do Golfo nos EUA. A Petrobras tem experiência com operação de FPSOs em águas profundas e ultraprofundas no Brasil, inclusive nos campos do pré-sal.
A plataforma tem capacidade para produzir 80 mil barris de petróleo e 500 mil metros cúbicos de gás por dia. Entre as principais vantagens do navio-plataforma está a mobilidade. Em caso de condições climáticas adversas, a embarcação pode ser separada do sistema de poços e navegar para áreas seguras.
O reconhecimento do governo americano consolida a presença da Petrobras como um dos maiores players mundiais em águas ultraprofundas do Golfo do México, a exemplo do que já ocorre no litoral brasileiro.

2-Petrobras investe R$ 1,4 bi em pesquisa
Fonte: Folha de S. Paulo
A Petrobras deve investir R$ 1,4 bilhão até 2014 em parcerias com universidades e centros de pesquisas para desenvolver tecnologias para o pré-sal e para a cadeia de fornecedores da estatal.
A ideia é retirar os gargalos tecnológicos que existem no país e promover a fabricação local de componentes, hoje importados, e de novos equipamentos adaptados às condições das novas reservas.
Em entrevista à Folha, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou que fomenta uma rede de mais de 70 laboratórios em universidades, "com o melhor nível de qualificação e capacidade computacional".
Um dos objetivos, diz, é dar condições ao avanço do conteúdo nacional nas encomendas da empresa.
Atualmente, 65% dos bens e serviços são contratados no país. Gabrielli diz que, em projetos inovadores da estatal, como nas sondas de perfuração licitadas para o estaleiro Atlântico Sul, a exigência de nacionalização inicial é menor -de 55%.
Mas o objetivo, afirma, é gradualmente elevar esse percentual nas últimas unidades a serem entregues.
"Por isso, simplificamos nossos projetos e estamos oferecendo, em alguns casos, contratos no atacado, em grande volume, como as sondas e oito cascos de FPSO's [navios-plataforma de produção e armazenamento de óleo] encomendados ao estaleiro Rio Grande."
Para o executivo, o avanço tecnológico e a consequente redução de custos é indispensável à ampliação do conteúdo nacional e à exploração do pré-sal. Diante disso, a estatal estimulou a instalação da rede de pesquisa em outras instituições, que já abarca 19 Estados.
O principal polo está no Rio de Janeiro, especialmente no Parque Tecnológico da UFRJ, na Ilha do Fundão (zona norte). Lá ficam os laboratórios da Coppe (Coordenação dos Programas de Pós Graduação em Engenharia).
A instituição desenvolve pesquisas para o pré-sal sobre materiais resistentes à corrosão, aços especiais, equipamentos submersos de processamento de petróleo (hoje, instalados nas plataformas), entre outros.
Muitos fornecedores da estatal instalaram centros de pesquisa na ilha do Fundão para aproveitar os laboratórios, segundo Segen Estefen, diretor de tecnologia e inovação da Coppe. "Temos um grande polo gerador de conhecimento e tecnologia", diz ele.

III-CURTAS
1) Presidente da Petrobras participa de Cúpula Empresarial durante visita de Barack Obama ao Brasil
2) Governo dos EUA destaca tecnologia e segurança da Petrobras em águas profundas
3) Petrobras inicia mais um Teste de Longa Duração no pré-sal da Bacia de Campos
4) Refinaria de Pasadena da Petrobras, nos Estados Unidos, recebe prêmio de "Indústria do Ano”
5) Lucro em 2010 cresce 17% em relação a 2009 e é recorde: RS$ 35 bilhões 189 milhões
6) Assinado contrato de ampliação da fábrica de lubrificantes da Petrobras Distribuidora
7) Petrobras anuncia a implantação de Terminal de Regaseificação da Bahia
8) Programa da Petrobras beneficia 63 municípios e melhora produtividade da agricultura familiar
9) Acordo de acionistas cria a Logum, empresa de transporte e movimentação de etanol
10) Liquigás lança Purogas para mercado de gases propelentes para aerossóis
11) Poço de extensão confirma óleo de boa qualidade em Iara, na Bacia de Santos
12) Petrobras Distribuidora vendeu 46,28 bilhões de litros e obteve lucro de R$ 1,406 bilhão em 2010
13) Terremoto não afeta atividades da Petrobras no Japão onde companhia tem 200 empregados
14) Petrobras Distribuidora inicia roadshow para apresentar Plano Integrado de Marketing 2011

segunda-feira, 21 de março de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 26

I-NOTICIAS DO MERCADO

1- Petrobras, ANP e Uerj inauguram laboratórios em parque paleontológico
A Estruturação dos Laboratórios no Parque Paleontológico da Bacia de Itaboraí foi inaugurada na sexta-feira (18). O Parque foi reformado com R$ 309.010 da Petrobras e da ANP e, ainda, com recursos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Os três laboratórios – de arqueologia, de geologia e de paleontologia – serão mantidos com a ajuda destas instituições.
A exploração do Parque apresentará um rico material de estudos para os cientistas e para a comunidade em geral. A opinião é do coordenador da rede de micropaleontologia e gerente de bioestratigrafia do Cenpes, Oscar Strohschoen.
“Nosso convênio oferece infraestrutura básica para reforçar o estudo de materiais existentes nesta região há cerca de 50 milhões de anos. Neste local há a única bacia nessa idade no Brasil, com uma grande quantidade de fósseis - excelente material de estudo. Trata-se de uma interação muito importante entre a comunidade científica e a universidade”.

2-Reunião da SPE MACAÉ
A secão Macaé da SPE reuniu-se para estudar sua participação na Brazil Offshore 2011.

3-Unidade de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras
A Petrobras, a Cemig e o Governo do Estado de Minas Gerais assinaram dia (17), o Protocolo de Intenções para a implantação da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN V) e de um gasoduto em Uberaba. A Unidade terá capacidade de produção de 519 mil toneladas por ano de amônia, além do insumo agregar valor ao gás natural. Com a implantação da UFN V, o país não precisará mais de importá-lo

4-EBX e a GE anunciam parceria em Turbina a Gás
Durante a visita do Presidente Obama, os dois países vão assinar um acordo de cooperação em biocombustível de aviação.
O acordo é um aprofundamento do tratado de biocombustíveis assinado em 2007 pelos presidentes George W. Bush e Luiz Inácio Lula da Silva. No acordo, os dois países se comprometem a estimular o uso de bioquerosene em suas forças aéreas.
O Brasil produz bioquerosene de pinhão manso, que já foi usado em um voo de demonstração da TAM, e bioquerosene decana-de-açúcar, em uma parceria entre a Amyris, a GE e a Embraer.
A Força Aérea americana vem fazendo testes com bioquerosene de carmelina e algas. A ideia é que o uso militar do combustível ajude a disseminar o uso do bioquerosene nos países.
A importância das discussões sobre energia ganhou relevo ainda maior depois da crise nuclear no Japão.
O assessor da Casa Branca para América Latina, Dan Restrepo, afirmou que em meio "ao debate muito importante hoje sobre a conveniência da energia nuclear, temos uma situação complexa, e o presidente Obama desde o começo tem falado sobre a necessidade de fontes renováveis de energia".
"Uma parte crucial da visita ao Brasil será a discussão sobre energia", disse o representante da Casa Branca.
Nessa esteira, assinam um acordo de cooperação a EBX, do empresário Eike Batista e a GE no valor de R$ 1 bilhão para estudos e pesquisas na área de turbinas a gás.
Patrícia Campos Mello
Fonte: Folha de S. Paulo

5-Pré-sal terá cooperação de Brasil e EUA
Brasil e Estados Unidos irão cooperar na exploração do petróleo do pré-sal para aumentar a produção do combustível no mundo. Esta é a mensagem que deve constar no comunicado conjunto da presidente Dilma Rousseff e do presidente americano, Barack Obama.
A linguagem do comunicado ainda estava sendo negociada. Mas a idéia era mostrar que o Brasil tem interesse nos investimentos americanos no pré-sal e evidenciar para o mercado que a produção deve aumentar.
Com isso, esperam-se efeitos positivos para influenciar no preço do petróleo.
Por um lado, os EUA querem demonstrar que terão acesso a uma nova fonte de produção de petróleo, em um país amigo e democrático.
Ao mesmo tempo, do lado brasileiro, não havia interesse em se comprometer com algo mais concreto, porque a percepção é de que há muitos países interessados em participar de licitações no pré-sal e mesmo em oferecer novas tecnologias.
Paralelamente, continuam as negociações da Petrobras com o setor privado americano. Não se exclui a possibilidade de um acordo de garantia de fornecimento, semelhante ao fechado com a China, Em 2008, o país asiático emprestou US$ 10 bilhões à Petrobras, com o compromisso de a empresa exportar 200 mil barris diários por um período de dez anos.
Fonte: Folha de São Paulo


II – COMENTARIOS

1-Petrobras realiza consulta pública para complexo gás-químico no Espírito Santo
A Petrobras efetuou uma consulta pública para apresentar a proposta de Termo de Referência para a realização dos Estudos Ambientais de um complexo gás-químico no município de Linhares. Cerca de 450 pessoas, entre autoridades estaduais e municipais, representantes de conselhos, associações, sindicatos, movimentos populares e outros setores da sociedade capixaba participaram da consulta, no Guararema Clube, em Linhares.
A concepção de um complexo gás-químico no norte do Estado foi apresentada pelo consultor sênior da diretoria de Gás e Energia da Petrobras, José Alberto Montenegro Franco. Segundo ele, o complexo produzirá químicos de alto valor, tais como: fertilizantes nitrogenados (uréia), melamina, ácido fórmico, ácido acético e metanol – derivados do gás natural com aplicação na indústria de fertilizantes, utensílios domésticos, couro, tintas e vernizes, e biodiesel, respectivamente.
“O mercado de fertilizantes vem crescendo significativamente e existe disponibilidade de gás natural na região, cruzando todo o território do Espírito Santo”, argumentou Franco. Ele enfatizou que o empreendimento contribuirá para diminuir a dependência de importações de fertilizantes e matérias-primas da indústria química.
A consulta púbica foi mediada pelo coordenador de Avaliação Impacto Ambiental do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Herbert Proedel. Responderam às questões do público o gerente de Engenharia da Petrobras, Jorge Luiz Baltazar, o diretor técnico do Iema, Fernando Mello; a gerente de suporte técnico dos empreendimentos de Gás e Energia da Petrobras, Valeska Caffarena; além do José Franco.
Com a proposta de instalação do complexo apresentada à comunidade, a próxima etapa da Petrobras será a elaboração dos Estudos Ambientais, contendo um diagnóstico ambiental da área, uma análise dos possíveis impactos, e propostas de medidas compensatórias, além de programas de monitoração e uma análise de risco, visando à prevenção de acidentes.

2-Pré-sal – Acontecimentos Relevantes
Deve-se registrar o excelente trabalho que vem sendo executado pela equipe do Eng. Formigli, gerente executivo da Petrobras dedicado ao desenvolvimento do pré-sal.
Acontecimentos recentes:
2011
Fevereiro - Descoberta nova acumulação de petróleo leve (26 API) em reservatórios do pré-sal, na Bacia de Santos, em poço denominado Macunaíma 4-BRSA-818 .
Janeiro – Aprovado o afretamento de duas plataformas do tipo FPSO destinadas aos pilotos de Guará-Norte (BMS-9) e Cernambi (BMS-11), no pré-sal da Bacia de Santos. Cada unidade afretada terá capacidade para produzir 150 mil barris diários e entrada em operação em 2014, antes do previsto.
Janeiro – A Companhia comunica uma nova descoberta nos reservatórios do pré-sal, na Bacia de Santos, no bloco BMS-9, com a perfuração do poço de extensão Carioca Nordeste (3-SPS-74). O poço está localizado na área de avaliação do prospecto de Carioca, a uma profundidade de 2.151 metros.
2010
Dezembro – Entra em operação o Teste de Longa Duração (TLD) do reservatório de Carimbé, na Bacia de Campos, descoberto em maio de 2010. Esse teste, efetuado no poço 6-CRT-43-RJS, marco o começo da exploração de petróleo no pré-sal da porção central da bacia sedimentar. O poço foi interligado à plataforma P-48, no campo de Caratinga, na Bacia de Campos. A produção inicial prevista é de 24 mil barris diários.
Novembro – A Petrobras assina com a Engevix Engenharia contratos, no valor de US$ 3,46 bilhões, para a construção dos oito cascos do pré-sal, na Bacia de Santos. Cada unidade, do tipo FPSO, terá capacidade de produzir 150 mil barris diários de petróleo. A previsão é que entrem em operação em 2017 e devem acrescentar 900 mil barris à produção nacional. Os dois primeiros cascos serão entregues em 2013, os demais até 2015.
Outubro – Batizada plataforma P-57, unidade que servirá de modelo para a construção das plataformas do pré-sal, como, por exemplo, a P-58 e P-62, que vão operar no pré-sal da Bacia de Santos.
Julho – Entra em operação poço do pré-sal de Baleia Franca, no Parque das Baleias, na Bacia de Campos. A produção de 13 mil barris, com capacidade para 20 mil, foi iniciada através da conexão do poço 6-BFR-1-ESS ao FPSO Capixaba.
Junho – A Companhia comunica indícios de petróleo em reservatórios do pré-sal em Albacora Leste, na Bacia de Campos. Estimativas sugerem acumulação de petróleo leve, mas será necessária nova perfuração para para avaliar volumes, extensão e produtividade deste reservatório.
Abril – A Petrobras inicia o processo de contratação de oito cascos de plataformas do pré-sal, que vão operar na Bacia de Santos, a partir da assinatura de carta de intenção com a Engevix Engenharia S.A.

3-Energia termelétrica
A Petrobras possui 16 usinas termelétricas sob gestão própria . A capacidade do Parque Termelétrico de gestão própria é de 5.302 MW. .
Do total de 16 usinas sob gestão da Petrobras onze são movidas a gás natural, uma a óleo combustível e quatro bicombustíveis:
1. Sepé Tiaraju (Canoas-RS) – bicombustível (gás natural e óleo)
2. Fernando Gasparian (São Paulo-SP) - gás natural
3. Luiz Carlos Prestes (Três Lagoas - MS) - gás natural
4. Euzébio Rocha (Cubatão-SP) - gás natural
5. Mário Lago (Macaé-RJ) - gás natural
6. Barbosa Lima Sobrinho (Seropédica-RJ) – bicombustível (gás natural e óleo)
7. Juiz de Fora (Juiz de Fora-MG) – bicombustível (gás natural e etanol)
8. Rômulo Almeida (Camaçari-BA) - gás natural
9. Governador Leonel Brizola (Duque de Caxias-RJ) - gás natural
10. Termoceará (Caucaia - CE) – bicombustível (gás natural e óleo)
11. Piratininga (São Paulo-SP) - gás natural
12. Bahia I (Camaçari - BA) - óleo combustível
13. Celso Furtado (São Francisco do Conde - BA) - gás natural
14. Jesus Soares Pereira (Alto do Rodrigues - RN) - gás natural
15. Aureliano Chaves (Ibirité-MG) - gás natural
16. Araucária (Auracária - PR) - gás natural

4-A hora e a vez do gás natural
Em tempos de frequentes apagões de energia, imbróglios ambientais e jurídicos que vem atrasando as obras de hidroelétricas, a plataforma PMXL-1 da Petrobras, instalada no campo de Mexilhão (Bacia de Santos), entra em operação para extrair gás natural (GN) e reduzir o grau de incerteza quanto à capacidade de oferta de energia elétrica para sustentar o nosso crescimento. O mercado de GN é a grande aposta para os próximos anos, em virtude das descobertas do pré-sal.
Bacia de Santos
Com um investimento total de R$ 4,1 bilhões, Mexilhão (localizado no litoral paulista, a 160 km da costa) deve produzir 15 milhões de metros cúbicos por dia (metade do que o Brasil importa hoje da Bolívia), mas deverá entrar em operação com oito milhões de metros cúbicos por dia.
Estudo da Comissão Especial de Petróleo e Gás Natural do Estado de São Paulo (CESPEG) mostra que, com a ampliação de investimentos, principalmente em cogeração na indústria, o consumo passará dos 18,3 milhões de metros cúbicos (2009) para cerca de 33 milhões em 2015.
Vantagens de sua utilização
Em meio à necessidade de investirmos na diversificação da matriz energética, o gás natural apresenta uma vantagem competitiva sobre outras fontes energéticas. Segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) o GN é o mais eficiente, pois apenas 10% do GN produzido é desperdiçado até chegar ao consumo final. Entre os derivados fósseis é o que apresenta menor emissão de dióxido de enxofre e níveis menores de óxido nitroso e dióxido de carbono. Além do fator econômico, pois nos últimos dois anos o preço do GN não tem acompanhado o crescimento do valor o petróleo.
Novos mercados
O crescimento expressivo da produção interna de GN será fundamental na geração de energia elétrica, pois o insumo pode ter um papel de complementariedade à hidroeletricidade, no sentido de preservar os níveis dos reservatórios.
Outro mercado com um potencial formidável será o da cogeração, pelos ganhos em eficiência energética e vantagens ambientais, além de aumentar a segurança do sistema interligado nacional, por se tratar de projetos de geração distribuída.

quinta-feira, 10 de março de 2011

IPGAP OIL & GAS & ENERGY NEWS - N° 25

I-NOTICIAS DO MERCADO DE OIL & GAS & ENERGIA

1-Contestação no mundo árabe: risco real de choque do petróleo
O risco de um choque durável do petróleo é bem real, estimou um dos dirigentes do banco central americano Federal Reserve, Dennis Lockhart, ante a subida das cotações causada pelas revoltas populares no Oriente Médio e na África do Norte.
"Se quisermos avaliar de forma realista as chances de a economia (americana) continuar a crescer, é preciso levar em conta não apenas o risco de um choque durável do petróleo, mas também riscos associados à política fiscal e a situação daqui e na Europa", disse.
Lockhart, em discurso pronunciado na Flórida, disse que sempre pensa em poder ser "agradavelmente surpreendido" pelas performances da primeira economia mundial num futuro próximo.
Fonte: AFP

2-Petróleo recua com possível solução para instabilidades na Líbia
Os preços internacionais do petróleo caíram diante dos sinais de busca por uma solução diplomática para a crise política na Líbia. Em Londres e Nova York, os contratos da commodity para os próximos dois meses recuaram, mas ainda não voltaram ao patamar que estavam devido à forte alta da véspera, quando a commodity chegou ao preço mais alto em dois anos.
O contrato do WTI para abril caiu US$ 0,32 e fechou o dia a US$ 101,91. O vencimento de maio caiu US$ 0,39, para US$ 103,09.
O petróleo tipo Brent fechou em US$ 114,79, com queda de US$ 1,56 para o vencimento em abril. O ativo para maio caiu US$ 1,35 e fechou a US$ 114,83.
A informação que aliviou os mercados foi a que o ditador líbio, Muammar Kadhafi, aceitou a proposta do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de criar uma comissão multilateral de paz para solucionar a crise na Líbia.
De acordo com a rede de notícias Al Jazeera, o ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Nicolas Maduro, discutiu a questão com o líder da Liga Árabe, Amr Moussa.
O plano pode envolver a participação da América Latina, Europa e Oriente Médio nas negociações para se tentar chegar a um consenso entre o ditador líbio e as forças de oposição, que tomaram o controle de áreas importantes do país do norte da África.
A esperança de uma resolução para os conflitos, entretanto, ainda tem bases frágeis. O chefe da oposição, Mustafá Abdel Jalil, se mostrou totalmente contrário à proposta, destacando que não existiu qualquer tipo de diálogo quanto à iniciativa venezuelana.
Nesta quinta, o promotor-chefe do Tribunal de Haia, Luis Moreno-Ocampo, disse que o órgão investigará o ditador Muammar Kadhafi e os membros de seu círculo de poder, inclusive os seus filhos, por possíveis crimes contra a humanidade, cometidos durante a repressão violenta das manifestações antigoverno.
Fonte: Valor Online

3-Empresa diz produzir diesel com sol, água e gás carbônico
Uma empresa da área de biotecnologia de Massachussetts (EUA) afirmou que é possível produzir combustível usando os mesmos ingredientes que fazem uma planta crescer.
A Joule Unlimited inventou um organismo geneticamente modificado que, segundo a companhia, simplesmente secreta óleo diesel ou etanol sempre que está exposta à luz do sol, com água e dióxido de carbono disponíveis.
A empresa afirma que pode manipular o organismo para produzir combustíveis renováveis a taxas sem precedentes, e pode fazê-lo em grande escala e baixo custo, se comparado ao dos combustíveis fósseis mais baratos.
O organismo em questão é uma cianobactéria --que, apesar de não pertencer ao reino vegetal, e sim ao monera (bactérias), também é chamada de alga.
Geneticamente modificada, ela é capaz de produzir e secretar etanol ou hidrocarbonetos --substâncias que compõem diversos combustíveis, como o diesel-- como subproduto da fotossíntese.
A companhia também tem a intenção de construir biorreatores com as cianobactérias, de forma que elas também consumam o dióxido de carbono emitido pelas indústrias. Esse método tem sido bastante estudado por cientistas para a redução de emissões de CO2, inclusive no Brasil.
"O que afirmamos é ousado, e é algo em que acreditamos, validamos e apresentamos a investidores", afirma o executivo-chefe da companhia, Bill Sims. "Se estivermos parcialmente corretos, isso ainda revolucionará a indústria mundial de óleo e gás", completa.
O feito ainda não está realmente completo, e há bastante ceticismo em relação à capacidade da Joule de cumprir a promessa. Segundo outros pesquisadores, as cianobactérias secretam uma baixa quantidade de combustível em um volume enorme de água, e a coleta do material pode apresentar complicações.
Fonte: Folha Online

4-Pré-sal vai exigir mais 50 navios até 2017
A Petrobras estima que vai precisar ampliar sua frota em 50 navios, até 2017, para atender os projetos no pré-sal.
Com isso, a estatal utilizará, no total, cerca de 200 embarcações nas operações de apoio à produção de petróleo e transporte de derivados.
A empresa começa a trocar em 2011 parte da frota. Dos 150 navios com os quais a Petrobras tem contratos, a maior parte é alugada no exterior. Somados aos pedidos emergenciais, ao ano são gastos US$ 1,8 bilhão com aluguel.
A troca dos navios por embarcações construídas por empresas brasileiras não terá grande efeito na redução de custos, mas garantirá mais disponibilidade e confiabilidade, alega a Petrobras.
Fonte: Folha de S. Paulo


II – COMENTARIOS

1-Granol é líder em leilão de biodiesel
A Granol foi a principal vendedora de biodiesel no mais recente leilão de compra do governo, realizada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP). A empresa, tradicional processadora de soja brasileira, ficou com uma fatia de 16,83% do total comprado pela Petrobras, um volume de 111,11 milhões de litros de biodiesel. Essa quantia representa 99,80% de sua capacidade instalada.
A empresa vendeu 14,64% do total durante o 21º leilão e este porcentual subiu para os 16,83%, depois que a ADM teve seu selo social suspenso e perdeu os lotes comercializados, que passaram aos segundos colocados de cada lote. A empresa possui duas usinas de biodiesel, uma localizada em Anápolis (GO), e outra em Cachoeira do Sul (RS).
O biodiesel vendido no leilão será entregue no segundo trimestre deste ano para ser misturado a uma proporção de 5% no diesel mineral, o B5. A decisão da ANP ainda não foi homologada, o que deverá acontecer nos próximos dias. Com a venda de 111,11 milhões de litros, a Granol ganhou quase o dobro da segunda colocada no leilão, a Caramuru, que comercializou 60 milhões de litros. No leilão anterior, realizado no final de 2010, a Granol havia vendido 70 milhões de litros.
O preço médio obtido no leilão atual foi, contudo, menor que o registrado anteriormente, ficando em R$ 2,046 por litro, de R$ 2,29 por litro, ou seja, queda de 10,65%. "A queda de preços deveu-se ao aumento da oferta de matéria-prima, que é bastante grande no segundo trimestre, com a entrada da safra da soja", explica a diretora financeira da Granol, Paula Cadette. Segundo ela, as empresas foram muito mais agressivas neste último leilão já que, além do fato da entrada da safra de soja, o número de ofertantes e a capacidade instalada estão cada vez maiores.
"O setor já possui capacidade instalada para B10, mas um aumento da mistura ainda é incerto", disse Paula. Este excesso de oferta deve continuar contribuindo para que os preços sigam deprimidos nos próximos leilões. Mesmo com a maior competitividade da Granol frente às outras empresas, em função de ser uma processadora de grãos, a líder dos leilões tem visto uma redução de suas margens.
A empresa acabou de divulgar investimentos na construção de uma esmagadora de soja em Tocantins. Mas Paula informa que ainda não há planos de construção de uma usina de biodiesel vinculada à esmagadora na região. Segundo ela, investimentos em usinas de biodiesel ainda dependem do aumento na obrigatoriedade do biodiesel no diesel, que permita absorver a capacidade instalada nacional. Para a diretora, os atuais aumentos de preço do petróleo devem favorecer a decisão de aumentar a obrigatoriedade da mistura. "O setor realmente depende desse aumento para se manter viável".
Fonte: Agência Estado

2-Produção brasileira de petróleo sobe 6,3% em janeiro 2011
A produção brasileira de petróleo cresceu 6,3% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado, informou a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). O boletim da Petrobras mostra que a produção atingiu a marca de 2,122 milhões de barris por dia no primeiro mês do ano.
Por outro lado, na comparação com dezembro a produção de petróleo do mês passado recuou cerca de 2,65%.
Já a produção de gás natural aumentou 13,2% em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2010, segundo a ANP. No mês passado, o Brasil extraiu 66 milhões de metros cúbicos por dia. Assim como o petróleo, a produção de gás caiu 4,3% na comparação com dezembro de 2010.
A soma da produção de petróleo e gás natural ficou em torno de 2,539 milhões barris de óleo por dia.
Em janeiro de 2011, 23 empresas atuaram na produção nacional de petróleo, com 301 permissões de exploração, sendo 75 concessões marítimas e 226 terrestres.
Pré-sal
A produção do pré-sal em janeiro foi de 71,7 mil barris por dia de petróleo e 2,527 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural. O volume supera em cerca de 5 % a produção de dezembro de 2010, que foi de 68,3 mil barris por dia de petróleo e 2,402 milhões de metros cúbicos diários de gás natural.
Queima de gás
A ANP informou ainda que as empresas que extraem gás natural reduziram em cerca de 12,4% a queima do produto em janeiro na relação com o mesmo mês de 2010. Na comparação a dezembro do ano passado, a queda foi um pouco menor, de 8,3%.
Principais campos produtores
Entre os 20 maiores campos produtores de petróleo e gás natural no Brasil, dois são operados por empresas estrangeiras - Frade/Chevron e Ostra/Shell. A Petrobras, no entanto, opera a maior parte dos campos de petróleo e gás natural brasileiros, com quase 93% do total.

3-Dilma aprova estratégia de exportação para o pré-sal
Fonte:Valor Econômico
O governo brasileiro quer se tornar grande exportador de gás e petróleo aos Estados Unidos, para evitar que os combustíveis extraídos da camada pré-sal no litoral do Brasil reduzam a proporção de fontes de energia "limpa", renovável, como a hidroeletricidade, na matriz energética brasileira. A intenção de exportar a maior parte do petróleo e gás do pré-sal para não "sujar" a matriz foi comunicada pela presidente Dilma Rousseff a enviados do governo americano que estiveram no país em preparação à visita do presidente Barack Obama.
A estratégia brasileira foi bem recebida em Washington, onde a oferta é vista como uma oportunidade para concentrar no continente americano cada vez mais os fornecedores de combustível fóssil aos EUA, reduzindo a dependência em relação ao Oriente Médio. Ainda não estão concluídas as conversas para o mecanismo que consolidará essa cooperação na área de energia, mas o tema já está escolhido como um dos principais assuntos da visita de Obama ao país e de seu comunicado conjunto com Dilma Rousseff, no sábado, dia 20/03.
O interesse em ter os EUA como grande consumidor do petróleo do pré-sal foi comunicado por Dilma, em fevereiro, ao secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner e, em janeiro, aos senadores republicanos John McCain e Jonh Barrasso. Os EUA obtêm do Canadá e do México, seus maiores fornecedores, pouco mais de um terço do petróleo que importam; outro terço vem da Arábia Saudita, Nigéria e Venezuela. O Brasil é o décimo maior fornecedor aos EUA.
A perspectiva de obter no Hemisfério Ocidental, em região de influência americana, a maior parte do petróleo consumido nos EUA é recebida com entusiasmo em Washington, segundo uma autoridade que acompanha os preparativos para a vinda de Obama. Mesmo com o aumento da produção local, o Escritório de Energia Americano prevê que o país continuará importando cerca de metade do petróleo que consome e só em 2035 deve reduzir essa parcela a 45%.
O Eximbank americano já ofereceu à Petrobras, desde 2010, financiamento de até US$ 2 bilhões para investimentos no pré-sal, com participação de empresas do país. A oferta de linhas do mesmo porte deve ser oficializada durante a visita do presidente americano para financiar joint ventures de companhias brasileiras e americanas no exterior, especialmente na África, em projetos de infra-estrutura e exploração mineral.
A tentativa da Exxon de explorar poços em águas ultra profundas foi malsucedida, como registrou a empresa em seu balanço, no ano passado, ao contabilizar como perdas dois poços na bacia de Santos onde investiu algumas centenas de milhões de dólares antes de considerá-los inviáveis comercialmente. A empresa teria obtido, porém, informações geológicas importantes que poderão ser usadas em novas tentativas, segundo uma fonte que acompanha o assunto.

4-Governo prefere Vale em Belo Monte
Fonte: Valor Econômico
A Vale deverá substituir o grupo Bertin no consórcio de construção de Usina de Belo Monte, no Pará. A direção da Eletrobrás, após reunião na semana passada no Rio, fez o convite para a Vale, que demonstrou muito interesse em participar do empreendimento, cujo investimento previsto é da ordem de R$ 20 bilhões.
O governo tem pressa em resolver a questão, depois que o BNDES negou empréstimo para o grupo Bertin, pois teme que o início do ciclo de chuvas na região Norte atrase ainda mais o cronograma das obras. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou, durante a posse do novo presidente da Eletrobrás, José da Costa Carvalho Neto, na segunda feira, que esta decisão será tomada "no início de março".
A vaga da Bertin no Consórcio Norte Energia estava sendo disputada tanto pela Vale quanto pelo empresário Eike Batista e, com menores chances, pelo grupo Gerdau. A favor da Vale pesaram alguns pré-requisitos essenciais. O principal deles consta do edital de licitação da usina: a necessidade de se ter na concessionária uma empresa autoprodutora e grande consumidora da energia elétrica que será produzida pela futura usina.
Além disso, a Vale tem conhecimento do projeto, já que participou do grupo derrotado pela Norte Energia, ao lado da construtora Andrade Gutierrez. Outro elemento favorável à mineradora é o fato de ela ser uma empresa com forte identidade nacional, assinalaram fontes do governos.
Eike Batista também estava interessado em participar do negócio. Algumas preocupações, porém, afastaram o governo da escolha do empresário. Ao contrário da identidade empresarial da Vale, as empresas do grupo estão muito ligadas ao estilo de Eike Batista. Outra razão citada por fontes qualificadas do setor elétrico é o fato do empresário ter um perfil mais agressivo, uma pessoa que está disposta a investir em um empreendimento para vendê-lo mais à frente se essa for uma operação lucrativa.
Apesar de ter sido parte integrante do consórcio vencedor da licitação para a construção da Usina, o governo trabalhava com alternativas para a eventualidade das empresas participantes da concessionária não terem condições de honrar seus compromissos. Neste cenário, assinalaram fontes do governo, a Vale sempre se destacou como uma opção.
Para o governo, a definição do substituto da Bertin é o último empecilho para garantir o início das obras. Não existe preocupação com a derrubada da licença ambiental parcial pela Justiça do Pará. De acordo assessores que acompanham o processo de licitação, disputas jurídicas em empreendimentos desta natureza são naturais.
Da mesma forma, mantém-se, no Palácio do Planalto, o otimismo sobre a concessão da licença ambiental definitiva, apesar das declarações consideradas contraditórias dadas pelo atual presidente do Ibama Curt Trennepohl, ao "O Globo", afirmando não ser possível, no momento, conceder uma licença ambiental para a obra.